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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não podemos ser surdos e calados

Muito triste, o que se está a passar no panorama da Comunicação Social da Madeira. Mais triste ainda saber-se que a Igreja da Madeira tem uma certa conivência com tudo o que se está passar. Chegou o momento de dizer basta, demarcar-se das guerras desiguais e dos jogos de poder. A Igreja, não pode, pela sua natureza e o seu âmbito de acção ligado ao Evangelho de Jesus Cristo, estar, nem que seja por sombra, associada aos joguetes de poder e às acções maquiavélicas, próprias da lógica deste mundo.
Neste sentido, faz-se um apelo ao Sr. Bispo desta Diocese para que se encha de coragem e denuncie as injustiças que estes joguetes estão a provocar. Penso, de modo especial, em tantos que nos últimos tempos estão a ser despejados no desemprego. À Igreja compete ser profética, apontar caminhos de luz para todos, mas também compete-lhe ser denunciadora de todas as formas de injustiça que o poder deste mundo inventa. A fidelidade à verdade assim o exige. Não pode a Igreja ser surda e calar perante o sofrimento que brada aos céus. Como dormirá tranquila diante dessa omissão e que dirá diante do criador que nos desafia para a luta do bem a favor de todos. Vai a Igreja da Madeira mandar às urtigas, o Bem-Comum, ideia tão forte do Evangelho e tornado lema de acção a partir do Concílio Vaticano II? O que nos prende? Que interesses, senão os do bem das pessoas - este sim, o único interesse que deve prevalecer sobre todos os outros para a Igreja? (...) Um basta é o que deve ser dito e feito, em nome da justiça e da verdade do Evangelho.
Por isso, chegou o momento de dizer basta de conivência surda com o poder no domínio da Comunicação Social e não só. Chega de estar preso por causa das benesses e dos subsídios que o poder político conferiu. Obviamente, que o poder pode fazê-lo e até deve fazê-lo, mas que o faça com desprendimento e que a Igreja os receba sem qualquer compromisso e que em nenhum momento se sinta atrofiada a dizer e a fazer o que deve ser dito e feito. Este é o momento ideal para quebrar este silêncio cúmplice e dizer-se à Igreja e à sociedade em geral, nós Igreja, somos livres e não queremos ter o nome da instituição Igreja associado aos joguetes maquiavélicos de um poder que não olha a meios para permanecer eternamente. Chegou o momento para pôr à prova a coragem e a força evangélica que sempre deve animar a Igreja de Jesus Cristo.
Sobre o Jornal da Madeira, é preciso demarcar-se dele ou entregar tudo o que a ele diz respeito ao poder político que fez do Jornal o que é hoje. Não tem mal nenhum que a Igreja entregue aquilo de uma vez por todas. Os custos morais para a Igreja são muito elevados. Não serve de nada alimentar uma mísera página religiosa, que unicamente anuncia arraiais e mantém um culto episcopal despropositado. Como se a Igreja fosse apenas arraiais e actividades episcopais. Ali não há diversidade nenhuma. É uma pobreza que sai cara à Igreja. Já participei nesta página e ganhei uns «troquitos» com isso (poucos, por sinal, no fim os impostos do recibo verde eram tão altos que restava pouco para mim). Foi lá que vi um texto meu ser censurado - e como é abjecta a censura – de imediato desisti por completo, porque ninguém tinha interesse que a pluralidade acontecesse. Agora chegou a hora de dizer basta e pôr-se cobro a uma situação que em nada beneficia a Igreja, mas a afunda ainda mais e deixa-a colada a tentáculos maléficos que provocam injustiça e sofrimento a tanta gente.

1 comentário:

Dinarte Gois disse...

Caro Pe. José Luís,

Confesso que estava curioso para conhecer o seu blogue! Admiro a sua perspicácia e frontalidade.
Deve ser dos balanças.. ehehe

Continue com as suas publicações que eu vou acompanhando deste lado.

Abraço Amigo,