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sábado, 2 de janeiro de 2010

E reacendeu-se a polémica outra vez

O Padre Jardim Moreira, presidente da rede europeia anti-pobreza, pensou e disse alto o que muitos pensaram e disseram em surdina sobre a transferência do Cónego Manuel Martins da Sé Catedral do Funchal para Machico. E reacendeu-se a polémica outra vez, que Deus me perdoe, mas bem feita para todos os intervenintes neste assunto.
Tudo leva a crer que a sua saída foi a seu pedido, a Diocese já apresentou provas bem evidentes. Porém, resta salientar que depois das denúncias feitas no contexto político que se conhece muito bem que é o da Madeira, mesmo que todos se esforcem agora para provar que não existiram pressões e que o próprio desejava essa transferência, poucos acreditam. O reacender da polémica prova exactamente isto que estou a dizer.
Todos estiveram mal nesta matéria. Em primeiro lugar o próprio Cónego, que nunca deveria ter pedido para sair após as suas denúncias sobre a pobreza, que é terrível entre nós e que ataca muitas das nossas famílias e a considerar os critérios que os governos apresentam para considerar quem é pobre, então vamos chocar-nos a sério, se os números forem divulgados com verdade. Noutros ambientes, que não os da Igreja, mas de um qualquer partido político ou grupo social, pensar-se-ia que tal pedido de transferência seria uma armadilha contra o chefe. Seria um golpe de mestre. Mas, em ambiente de Igreja seria maquiavélico pensar tal situação.
Segundo interveniente, o bispo da Diocese, que também esteve muito mal, porque, estrategicamente, nunca deveria mudar um padre ou outro colaborador qualquer quando está sob pressão, mesmo que tenha em seu poder todos os argumentos que salvaguardem a sua tomada de decisão. Agora, mesmo que se derramem todos em milentas justificações, fica para sempre a polémica e a maior parte da sociedade não acredita.
O terceiro interveniente, o Governo Regional, esteve bem na primeira parte da polémica, esteve serenamente calado, porque a transferência acentava como uma luva e vinha satisfazer o seu desejo. Sem pressões ou com elas, dizer, agora, que pondera processar judicialmente o Padre Jardim Moreira, parece-me, dar um tiro no pé e levanta ainda mais desconfianças. Porque entramos naquilo que se diz sobre as bruxas, todos dizem que não há, mas lá que elas existem todos parecem crer. E sobre este assunto no ambiente político da Madeira, estamos falados.
Por último, com tudo isto, perdem os pobres que o são de verdade e sabemos de tantos os que estão escondidos, porque sabem o que é o sabor amargo da pobreza que passam em cada dia. Por isso, requer-se que as autoridades se concentrem em tomar medidas eficazes que venham acabar com esse verdadeiro flagelo que é não ter o mínimo para viver e ser feliz.

3 comentários:

Anónimo disse...

Só um cego é que não percebe que as pressões políticas continuam a existir na Madeira e quando se trata de mudar padres que incomodam o poder com a denúncia dos podres que existem na igreja sempre foi assim, os bispos tendem sempre para o lado mais forte para não perderem as mordomias e reaglias daqueles que governam seja qual for a cor política. Não tocaram no padre José Luis porque ainda não chegou o momento oportuno mas não tenho dúvidas que os padres acomodados com o poder serão beneficiados e os outros serão mudados brevemente. A renovação tão esperada com este bispo foi mutilada porque não há liberdade na Igreja.

Anónimo disse...

O Bispo não tem argumentos perante as pressões politicas. Agora que um padre revela os reias motivos da mudança do cónego da Sé, é o poder político vigente que quer procéssá-lo e o bispo mantem o silêncio em vez de defender o sacerdote. Nem o antigo bispo ficaria calado pois por motivos mais graves defendeu piblicamente o padre Frederico. Muitos cristãos não conseguem perceber os silencios comprometedores deste bispo. Que o novo ano seja de menos protagonismo deste bispo e mais de acção em defesa dos pobres, dos desempregados, do ambiente e daqueles que são mais frágeis e não tem acesso ás festas e romarias que enredam este bispo.
Roberto Castro

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Esta igreja da Madeira continua conluiada com o poder político. Até ao "25 de Abril" os bispos eram fascistas. Defendiam o Estado Novo e por ele tinham a aprovação. Na Revolução houve um bispo que foi fundador da "Madeira Nova". Os seus sucessores são apoiantes da mesma. Encantados estão com o poder afogante.Os cristão devem ser do ppd tal como Salazar exigia dos portugueses com o tal aforismo "ser português logo católico". O cónego Martins por ter usado e ousado a Palavra em defesa dos mais pobres, foi postergado como outros também foram . O P.Martins Junior ainda não foi (re)?integrado na igreja por causa do poder político regional. O bispo talvez queira, mas os cónegos e o ppd não querem. E este bispo que era do sorriso e da esperança continua a percorrer os caminhos do antecessor. Esta igreja é uma vergonha.Anda como uma imagem às costas a percorrer a freguesias e ruas da Madeira e do Funchal para quê(?). Alienar, cada vez mais, as pessoas.