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segunda-feira, 29 de março de 2010

Os dias contados nesta semana (I)

A vergonha dos dias que se abatem sobre a nossa vida não tem nome. Cada momento que passa, verte uma sombra de escândalo que revela a vergonha e a dor sobre a alma de quem acredita no amor, na paz, na sinceridade e na transparência das relações humanas.
O que dizer? O que falar perante tamanha tristeza dos dias? – E porque não o silêncio, a contemplação da hora maior daquela fé que sempre deve guiar o nosso olhar para o horizonte da esperança e da vida glorioso! Isso mesmo como o Jesus de Nazaré naquele rosto de tez queimada, onde as barbichas não emergiram, pelo sol quente da região da Galileia. Isso mesmo que o Cristo glorioso do alto da Cruz, quando expira sob o grito da dor imensa da morte: «Elí, Elí, lama sabacthanni» («Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste»). O grito da injustiça, da inocente morte e do escândalo da Cruz feito som perante todas as injustiças deste mundo.
Agora não se diga muito. O crime continua feroz a gerar inocentes nos lugares mais inesperados da vida. Por isso, calemos as nossas vozes e que se levante para o alto aquela prece do amor imenso que cada coração pode fazer gerar e logo depois partilhar sem interesses pessoais ou mundanos. O desprendimento do amor é a maior dádiva que a vida pode oferecer. Que a vergonha se transforme em repulso por tudo o que gera vítimas, perdoando com certeza, mas apelando à justiça que se bem exercida pode minorar o sofrimento. É disto que o nosso coração precisa nesta hora.

3 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís, Meu Querido Amigo, o Sr, os padres Martins, Tavares, o padre Mário Oliveira , monsenhor Jacques Gaillot, da Diocese da Paternia, Hans Kung, Leonordo Boff e outros téologos avançados na maneira de ver a Igreja e o Mundo. São todos uns Santos. E, todavia, continuam a ser desconfiados, não pelo povo, mas pela hierarquia. No entanto, estou de acordo consigo, façamos silêncio. Não o dos hipócritas, mas aquele que fala e grita perante tudo o que é injusto e pecaminoso.

Autor do blog disse...

Obviamente que o silêncio que falo, é daquele que brada bem alto, militante, activo em favor da justiça e do bem-comum, como o brado forte de Jesus no alto da Cruz. Obrigado pelo seu comentário muito generoso. Cuidado com a palavra «Santos»... Todos humanos acima de tudo, a caminho da santidade que não existe neste mundo...

M Teresa Góis disse...

O silêncio que sou capaz de fazer é o do grito, por tantos e tantos anos de vã moralidade, no antes e no actual tempo, pela devassidão e omissão, pela falsa santidade no sacramental.E, apesar dos factos, a conduta não muda, dos que gerem e dos que erram. É preciso perdoar?Será necessário o arrependimento e a emenda e não é o perdão dos homens que devem esperar, é do Deus que traíram.Mas dos Homens espera-se a justiça civil, a de César e isto não é um ataque à Igreja; pessoalizemos os abusos, é o bastante para sentir o clamor da justiça.