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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ainda Fátima na Madeira e fico por aqui

Vou em poucas linhas apresentar as razões porque não participo na despedida da Imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Como muita gente sabe a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve 6 meses na Madeira, uma ideia interessante, para atrair pessoas e para fazer brilhar quem alimenta o ego com grandes manifestações de público diante de si. Porque, hoje na Igreja Católica Portuguesa quase nada faz mobilizar as pessoas, senão a Imagem de Nossa Senhora de Fátima e o Papa (sob a força de campanhas bem montadas de marketing em todos os meios de comunicação social).
A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima durante estes 6 meses visitou todas as igrejas da Madeira (todas, como quem diz, não visita a igreja da Ribeira Seca, por isso, fica já uma mancha a ofuscar a visita da imagem); uma grande parte de capelas e as comunidades religiosas da Diocese do Funchal.
Obviamente, que a minha não participação é indiferente a todas as pessoas, não esperava o contrário, muitos até ficarão mais descansados e contentes. Esses até desabafarão, mas este sujeito pensa que faz falta em alguma coisa da Diocese, só atrapalha a festa, porque está sempre a reclamar, ora está contra, ora reclama mais transparência, ora reclama Deus para todos, ora reclama mais Evangelho contra as leis tão importantes da igreja, ora reclama Nossa Senhora para todos como agora queria, ora, ora, ora…
Vamos às cinco razões em forma de protesto.
Primeiro, nunca deveria ter sido nomeado um novo pároco para a Ribeira Seca sem que tudo estivesse resolvido. Qualquer sacerdote minimamente inteligente, dizia logo que não aceitava ser pároco de uma paróquia onde não entraria, porque sabia de irregularidades e conflito entre a paróquia e a Diocese. O bom senso mandaria que quando sanada a divisão, então sim, nomear novo pároco se fosse necessário.
Segundo, agora percebe-se porque termina a visita da imagem em Machico, seria mais lógico em Santa Cruz, local de embarque. Mas não, tudo foi organizado para acabar de propósito em Machico, para ser preparada a afronta à Paróquia da Ribeira Seca. Ora sabendo-se que esta situação daria confusão, estaria no fim da visita, não sujaria muito a face da Igreja. Mas, sai o tiro pela culatra, mancha e muito, deixa-nos uma igreja mais pobre e com uma batata quente entre mãos que não sabe que volta há-de dar. Quem maquinou tal ordinarice não sabe do mal que faz a todos nós, perdeu-se num joguete patético que excede e muito os joguetes dos nossos partidos políticos quando está em causa o poder.
Terceiro, o programa de Machico foi o único programa assumido e divulgado em parangonas nos órgãos da Diocese do Funchal. E os outros porque ficaram de fora? - Uns são filhos… E outros o que são? - Esta discrepância de atitudes na Diocese não se admite.
Quarto, não se percebe senão como afronta e provocação celebrar-se uma Eucaristia numa escola vizinha da igreja da Ribeira Seca. Porque não é celebrada na igreja? - Na escola podiam celebrar muitas Eucaristias noutros momentos, porque não faltariam pretextos. Nas noutras paróquias isto não aconteceu, se aconteceu, desconheço…
Quinto, desde o início pensei e disse que esta iniciativa não traria mais e melhor igreja para a Madeira. O que vai ficar? – Muito pouco, além do «foi bonito», que andou de boca em boca e de algumas lágrimas que a Imagem de Nossa Senhora sempre faz verter. Tudo ficará na mesma. Não, engano, fica pior, é maior a ferida chamada Ribeira Seca e é maior o divórcio entre uma grande camada de cristãos que não se revêem na hierarquia da Igreja Católica.
Por aqui me fico, porque encontro nestas razões o suficiente para protestar, faltando, de propósito, à despedida da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, porque, creio que Nossa Senhora, não estará nada contente com as atitudes que alguns filhos seus intentam assumir em seu nome contra outros filhos seus, aos quais, pelo Evangelho, se lhes pede que sejam irmãos.

19 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís, o meu Amigo é um herói. Essa tal virgem veio aqui fazer o quê?. Deu cabo da sua homóloga das Babosas, assistiu a não sei quantas vidas desaparecidas e outras mortas durante a enxurrada de 20 de Fevereiro último. Onde estão os tais milagres? Este bispo e os cónegos fizeram-nos crer numa igreja do jardim de infância. Eu não vou nessa onda, tal como não deixo de ter fé em Jesus Cristo por causa dos padres pedófilos.Precisamos de uma "eclesia semper reformanda" no bom dizer do Frei Bartolomeu dos Mártires.

Anónimo disse...

Ainda bem que não vai. Um padre sem fé não tem lugar numa celebração dessas. São padres como você que fazem da igreja um antro de pobreza intelectual. Onde estão a corja de malucos que o aclamam? Ou espera ter aqui apenas comentários que aplaudem o seu erro e intolerância. Fica louco por ver tanta gente com Maria e com o Papa? Tem a sua igreja vazia? Justino

Autor do blog disse...

Justino (nome fictício), julgue-se a si próprio e à sua mãe... A sua fé o que é, a dos fariseus que condenaram Jesus, porque estava sempre do lado dos sem lugar na sociedade. Lembra-se? Já sei, quer que eu defenda a injustiça, os abusos sexuais, a corrupção, a fome e tudo o que de mal há no mundo... Passe bem e diverta-se com a maria que lhe impingem.

Pe. Pedro Nóbrega disse...

Pe José Luis, mesmo afirmando tudo isto, e claro, em algumas coisas sou obrigado a discordar, pois por exemplo, o programa da visita à ponta do sol também foi divulgado no site da diocese, queria lhe pedir que compareça na despedida da Imagem Peregrina, afinal não vai lá para ser apedrejado, mas para celebrar a Santa Missa, neste caso com a Igreja Diocesana.
Sinto ser necessário um dialogo aberto, não de bocas aqui e acolá como se fossemos todos donos da verdade.

Pe José Luis, com a mesma alegria que recebeu Maria Mãe de Jesus nas suas paróquias vá a Machico e mostre um sinal de comunhão, pois quanto a mim: A Eucaristia é um mistério de tal forma sublime que deve ser sempre posto à frente das discórdias.
Rezo por si!

Autor do blog disse...

Caro Pedro, obrigado pelo seu comentário. É uma mais valia no festim da palavra. Não temos que estar todos de acordo. A discordância é saudável e enriquece o debate de ideias. Obrigado pela sua oração e bem haja por participar no Banquete da Palavra. Também rezo por si. Um abraço amigo.

Anónimo disse...

Caríssimo Pe. José Luís,
Admiro muitas das suas qualidades e a coragem de ser diferente e frontal.
Contudo, devo dizer-lhe que me deixa triste e desiludido com muitas das suas opiniões e discursos.
Já agora, se o Sr. acha que a hierarquia não funciona e a igreja não satisfaz, tenha a coragem de ser diferente, pela positiva. Dê o exemplo! Que ao menos os seus paroquianos encontrem em si um bom exemplo de padre (especialmente neste ano dedicado aos sacerdotes).
É bem conhecida a máxima: "As palavras movem e o exemplo arrasta!"
Conclusão: o melhor modo de nos auto elevarmos será o de elevar os outros e construir à nossa volta!
Continuarei atento às suas opiniões, na esperança de receber algo que me ajude a ser mais cristão.
Fernando

Autor do blog disse...

Amigo Fernando, o tema não é a hierarquia nem a Igreja, nem muito menos a minha pessoa, o que penso ou deixo de pensar. O tema é uma Paróquia ostracizada há mais de trinta anos pela Diocese. É disso que se trata e a meu ver perde-se uma oportunidade de ouro (a Visita da Imagem Peregrina de Fátima à Madeira) para se tentar resolver este assunto de uma vez por todas. Por isso, não se confundam as coisas. Obrigado pela sua atenção em relação às minhas opiniões. Tudo de bom para si.

M Teresa Góis disse...

Igreja é...comunidade, comunhão!
Eucaristia é...todos reunidos...comunidade...comunhão!
Maria Santíssima é...Mãe das comunidades....Mãe da comunhão!
Se soubéssemos olhar para Ela e viver em SIMPLICIDADE, SILÊNCIO, PARTILHA, ORAÇÃO, EM COMUNIDADE (como viveu com as santas mulheres e os apóstolos, em comunhão e em comunidade), não haveria vozes discordantes, não havia tanta ignorância e ilusão. Os milagres nós também colaboramos com eles na terra, em paz, em comunidade, em comunhão.
Também sou dos que não irão "à despedida"...Despedida de quê, não me tenciono despedir já de Maria, Mãe de Jesus, isto por um lado; pelo outro, detesto a promiscuidade de religião versus folclore.

Donato Macedo disse...

Caro José Luís, o teu testemunho de clarividência sem prejuízo da fé que professas enquanto pastor, mas pelo reforço dessa lealdade, ante a ignomínia dos homens (ainda que consagrados), é um sinal de uma coragem desacomodada, e desassombrada, infelizmente muito rara entre os teus pares.

Autor do blog disse...

Muito agradecido amigo Donato, muitos dos meus pares pensam baixo o que eu penso alto, é a única diferença. Porque nesta terra o vilão só é feliz se vive agachado, de resto é o que se vê. A frontalidade tem custos muito duros, mas antes ser fiel ao Evangelho do que ser fiel às artimanhas do poder deste mundo. Muito obrigado pelo teu contributo e amizade.

Anónimo disse...

Padre José Luís,
porque não usar o seu blog para evangelizar, ajudar, em vez de pretender maltratar quem quer que seja, sobretudo os seus colegas (Padres) e toda a igreja.
Julgo eu que seria muito melhor, também para si.
Desejo-lhe as maiores felicidades!

Autor do blog disse...

Anónimo, não deveria publicar o seu comentário por ser anónimo. Pessoas de carácter não se escondem no anonimato, assumem a vida toda e todas as coisas da vida. Porém, publiquei só para lhe perguntar publicamente o seguinte: o que entende por evangelizar? Também lhe desejo as maiores felicidades.
Uma nota: havia um padre, já falecido da nossa terra, que dizia, «evangelizar, mas também denunciar». Que grande sabedoria, não acha?

Marcelino Teles disse...

Um-ã coisa que me tá intutiviando a caveira í nã é nada pouco:
Pz' antão sús cachorros entram dentra da igreja, q'ando a porta tá aberta prequal é a razão cú sinhôr bispo nã deixa a virgem preguina entrar da igreija da ribeira sêca do sinhor padre martins?
( este texto consta da página do Compadre Jodé no facebook em:
http://www.facebook.com/pages/Compadre-Jode/115993041754723?ref=mf#!/permalink.php?story_fbid=110869232287919&id=115993041754723&ref=mf )

Alberto disse...

Padre José Luis, Fico muito contente pelas suas atitudes, quero que saiba que não será o unico a nao ir a despedida da "estatua", siga em frente e nada de medos Deus estára sempre consigo (alguns homens não).Avelino Ferreira (antigo aluno Seminario diocesano você 8º ano eu 7º)

Fernando disse...

Senhor Padre José Luís
Por favor, deixe esse instinto de destruição e comece a usar os seus talentos em favor de uma igreja mais unida e exemplar.
Que os não praticantes digam mal da igreja, ainda se aceita e compreende. Agora, um padre que se atreve a difamar e maldizer a sua própria autoridade...
Nem sei como entender!
Minha avó já dizia: "A roupa suja lava-se em casa!" Isto tem muito que se lhe diga.
Nós os cristãos temos a obrigação de ajudar a igreja a ser melhor e não a apontar sempre e apenas os seus erros.
É o que penso.
Fernando

Dinarte Gois disse...

Pe. José Luís,

Desta vez tenho de discordar consigo! Não concordo da maneira que aborda a questão da Visita da Imagem Peregrina e não concordo com esse "espírito de perseguição" à Ribeira-Seca.

Confesso que raramente tenho vontade de comentar algumas das suas publicações, não que não as ache interessantes, mas há certos comentários por aqui que tornam-se massadores. É sempre a mesma conversa, sempre a mesma critica. Por um lado o Banquete torna-se mais rico porque tem mais participantes e mais "discussão" mas por outro lado perde qualidade pelo tipo de comentários, repetidamente, escritos.

Abraço Amigo!

Miguel disse...

Viva

Só para deixar uma nota muito curta. Além de concordar consigo, acho que faz falta à Igreja mais padres como o senhor. Melhor: sei que os há, mas não têm a sua coragem.
Mal faz a Diocese em não reconhecer a importância de alguma consciência crítica. Ela é fundamental em qualquer organização. Continue!

Miguel Silva

NNunes disse...

Nunca gostei de padres com manias de intelectuais ou de diferentes. porém, neste aspecto, concordo com a sua opção. Fico triste, é verdade. Esperava desta peregrinação com a Mãe fosse não uma demonstração de folclore, de flores e luzes... mas uma peregrinação. Nunca esperei milagres, porque quem venera Maria, não espera dela milagres. Se o Seu Filho quiser fazer algum milagre, fá-lo-á a pedido de Sua Mãe. Não é preciso correr atrás de uma imagem Sua.
Fico triste com este espinho no coração da nossa diocese. A senhora do Amparo, ampare o povo da Ribeira Seca e, por Sua sempre eficaz intercessão, o Senhor presse o dia e a hora de um bom desenvolvimento deste triste caso.
sabemos que a Igreja Católica tem dificuldade com o que é pequeno e humilde... ao contrário de Jesus e de Maria... Também aquando da passagem da Imagem na minha paróquia, não disseram nada, nem no Jornal, nem na página da diocese. Também fiquei triste e revoltado. Somos uma paróquia pequena... sem importância...

NNunes disse...

Parabéns, Sr. padre pelo seu blog.
Infelizmente temos feito muito alarido sobre esta polémica. Infelizmente muita gente,que se julga coroada pela coroa da suprema lucidez e inteligência tem aproveitado para debitar frustrações e recalcamentos. poupam nas terapias em psicólogos e psiquiatras. Ao menos vale por isso.
Independentemente dos contornos complexos do caso Ribeira Seca, sou de opinião que a Imagem da Senhora Nossa deveria entrar na Igreja. Afinal, não é a casa de Deus? Afinal aquele povo não sãop seus filhos? Acaso têm culpa destas encrenquices? acima de direitos canónicos e outras leis mais farisaicas do que cristãs está o desejo de seres humanos.
igreja católica: Deixa-te de fariseísmos, olha a tua Mãe, ouve o teu Mestre.
Senhora Nossa, abençoa o povo da Ribeira Seca e dá-nos a graça de ver resolvido este imbróglio.