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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo XXVII Tempo Comum
3 de Outubro de 2010
Acolher Deus
O tema deste domingo é sobre a "fé" ou "acolher Deus". O que é afinal, a fé? - Segundo Timothy Radcliffe, autor do livro "Ir à Igreja porquê? O Drama da Eucaristia", a fé é dizer sim a Deus criador/Mãe e Pai; e ter amizade por Jesus Cristo pela acção do Espírito Santo. É esta a mais valia de uma pessoa que se diga crente no Deus do Evangelho de Jesus Cristo.
São Tomás de Aquino numa belíssima oração, expressa para que serve esse acolher de Deus ou para que serve a fé. Diz assim, "Fonte de misericórdia, chama o que te foge. / Atrai a ti o que tenta fugir. / Levanta o que caiu. / Sustém quem está de pé, guia o que se encontra a caminho". Pela fé rezamos esta oração, pensando na multidão de espoliados deste mundo, vítimas da ganância de alguns que nunca se satisfazem com os assaltos que realizam contra os mais frágeis. Esses do vil metal que não se compadecem com os desprotegidos do Estado, os sempre pobres. Ora, eles que ganham salários chorudos na sombra das leis fabricadas a seu belo prazer, podem agora falar contra o direito à saúde e à educação. As suas fortunas protegem-nos. Mas, os outros, os idosos das reformas a 200 e 300 euros, que lhes interessa que não comam ou que não tenham dinheiro para comprar os remédios para combater a sua dor.
A falta de fé no bem universal levou-nos a esta tragédia, a esta injustiça. Por isso, acolher Deus, como mais valia interior para abrir os horizontes universais do bem é muito importante, pois, será o único caminho que levará a humanidade e as sociedades à salvação. Caso vençam estes profetas do assalto contra o bem-comum, chegaremos todos à maior das desgraças.
Precisamos de poetas e de gente autêntica que se deixa guiar pela brisa do vento do bem, como D. H. Lawrence proclamou: "Não, não sou, mas é o vento que sopra através de mim". A fé é esta inteligibilidade do vento que nos remete para a salvação universal e não apenas para o caminho do egoísmo sem solidariedade e sem amor pelo bem destinado a todos. A fé anima para a coragem e para a luz da esperança no futuro, como diz S. Paulo a todos nós pelo seu amigo Timóteo: «Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação. Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro. Mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus» (2Tim 1, 7-8). A fé é esta certeza do bem e a constância nas atitudes que se encetam firmemente na edificação do mundo. O Profeta garante que essa militância terá os seus frutos, basta ser firme e não desistir, porque o caminho de Deus é seguro: «Se parece demorar, deves esperá-la, porque ela há-de vir e não tardará. Vede como sucumbe aquele que não tem alma recta; mas o justo viverá pela sua fidelidade» (Hab 2, 3-4). Nada melhor para reflectir neste tempo de apertos e de crise que vitimam sempre os mesmos, os mais pobres ou os mais frágeis.
José Luís Rodrigues

Cortes para salvar Portugal

Na Saúde e na Educação não devia haver cortes... Porque está em causa o nosso futuro e o bem estar do grosso da população!...
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A não ser nos salários, regalias e reformas astronómicos que alguns agentes destes sectores ainda auferem.
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Por fim, são sempre os mesmos a pagar as asneiras de uma minoria irresponsável e insensível perante os bens que não são apenas seus, mas são património de todos. A razão de ser desses bens radica em todos e enquanto esta consciência não existir na cabeça de quem os governa, o país caminhará sempre para o abismo...
José Luís Rodrigues

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A vergonha da pobreza

O POBREZA SÓ EXISTE POR CAUSA DA RIQUEZA...
Explico-me, enquanto o mundo se organizar com base na riqueza e na luta fratricida pelo seu domínio, a avalanche de pobres engrossará todos os dias. Por isso, enquanto a riqueza for um fim e não um meio, todos, nós todos, seremos pobres, muito pobres de valores e de espírito.
E a Igreja Católica o que podia fazer como instituição a favor da pobreza? - Muito, devia denunciá-la sem medo e apontar claramente quem são os principais responsáveis por ela... Se tal acontecesse o mundo tremia e a Igreja fixava-se no essencial da sua missão, ser profeta à maneira de Jesus de Nazaré. Afinal bastava que o Evangelho fosse vida para a vida dos homens e mulheres concretos de cada tempo.
Neste sentido, têm razão as vozes que apontam responsabilidades às igrejas pela pobreza. Cometeu-se aqui um pecado grave, as igrejas também se corromperam com a luta pela riqueza, pelo dinheiro - os vários escândalos que envolvem o Banco do Vaticano, é sintomático (não é curioso a Igreja Católica Instituição ser possuidora de um banco?)...
Os vários sistemas políticos compraram as igrejas com chorudas ofertas. Manietaram a sua voz e a sua acção, para que imperasse a luta feroz pela riqueza. Negociado o silêncio de quem devia falar por missão, ficou o caminho livre para a ganância, o egoísmo. Com esta tragédia a humanidade construiu um sistema que faz feliz meia dúzia, mas o grosso da humanidade empobrece cada vez mais. E enquanto não acabar esta injustiça o mundo não muda, afunda-se, miseravelmente, para o seu fim, porque a instabilidade social é já uma evidência por todo o lado e os recursos naturais (bens destinados a todos), face à ganância dos senhores da riqueza, esgotam-se acelaradamente, o que pode levar à destruição total do nosso habitat. Mas, continuemos o sonho com esperança...
José Luís Rodrigues

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Poema: Aos que a Felicidade é Sol, Virá a Noite

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Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
..
Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
...
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada 'spera
Tudo que vem é grato.
...........................................................
Ricardo Reis, in "Odes"

Dados curiosos sobre a crise

1. Com esta descentralização para que queremos a regionalização?
2.A vergonha das vergonhas... Fortes razões tinha Saramago em se mudar para Espanha!
Amigos isto foi como diz em baixo tirado do Tribunal de contas.........Será por isso que nos estão a obrigar a apertar o cinto????????? Estou sem palavras !!!!!!!!
AQUI VOS DEIXO ALGUNS EXEMPLOS DE DÚVIDAS QUE O TRIBUNAL DE CONTAS ENCONTROU NAS DESPESAS PÚBLICAS… POR FAVOR, NÃO DEIXEM DE LER!!!
1. ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO ALENTEJO, I. P.
- Aquisição de 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€.
Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€.
Alguém me elucida sobre esta questão?
2. MATOSINHOS HABIT – MH
– Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €
Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que uma casa?
3. UNIVERSIDADE DO ALGARVE – ESC. SUP. TECNOLOGIA – PROJECTO TEMPUS
– Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €.
Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em classe executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???
4. MUNICÍPIO DE LAGOA
– 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas: 106.596,00 €
Pelo vistos fazer um “Pimp My Ride” nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!!
5. MUNICÍPIO DE ÍLHAVO
– Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores ópticos: 380.666,00 €.
Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada….Já para não falar nos restantes acessórios.
6. MUNICÍPIO DE LAGOA
– Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€.
Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.
7. CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES
– VINHO TINTO E BRANCO: 652.300,00 €
Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????
8. MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS: 1.236.000,00 €
Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante…
9. CÂMARA MUNICIPAL DE SINES
– Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €.
É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault e muito mais que uma boa casa... E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra…
10. MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS: 2.922.000,00 €.
E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. Upsss, outra vez o município de Vale de Cambra…
11. MUNICÍPIO DE BEJA
– Fornecimento de 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €.
Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por porcarias como esta?
COMO É POSSÍVEL NÃO ESTARMOS EM CRISE?
COMO DIZ SÓCRATES, É DIFÍCIL CORTAR NAS DESPESAS PÚBLICAS… NOTA-SE…
ACABÁMOS DE VER ALGUNS EXEMPLOS…
Marco D'Oliveira Monteiro
Nota da redacção: Agradeço muito ao autor destes dados, servem para reflectir sobre como andamos de crise. Agora senti uma curiosidade imensa para saber como estamos de despesas entre nós, na Madeira, a terra da sublimidade democrática. Viva o nosso país inteiro, porque no que diz respeito a saber gastar ninguém nos baste.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Comentário à Missa do Próximo Domingo.

Domingo, 26 de Setembro de 2010
Um homem rico e o pobre Lázaro
Neste próximo Domingo eis uma parábola, duas figuras, um rico e um pobre. A parábola do rico e de Lázaro. Ou ainda, e, porque não, «a parábola dos seis irmãos ricos».
Para que serve a riqueza se não for para fazer o bem, para promover a vida e a felicidade? E quanto vale a pobreza se não for assumida com humildade e simplicidade de coração?
Esta parábola ensina claramente que Deus optou pelos mais pobres. A fortuna material não vale muito para o coração de Deus. Por isso, devemos desprezar os ricos e a riqueza? – A resposta só pode ser não! Porque todos podem assumir a radicalidade da pobreza, mesmo sendo ricos materialmente falando, basta que o coração manifeste os valores do reino de Deus. A pobreza que Deus aprecia não é a miséria, o não ter absolutamente nada para viver, mas o saber viver perante os bens de uma forma solidária e aberta à promoção da vida para todos.
Esta história é uma clara provocação. Jesus manifesta que a partilha da vida é um valor essencial do reino novo que Ele inaugura. Assim, recusar a vida partilhada, tem como fim a desgraça, isto é, a infelicidade que é a ausência total da graça de Deus. Neste sentido, encaramos a parábola do homem rico e do pobre Lázaro como um convite ao discernimento.
Os cristãos devem claramente manifestar no seu viver perante os bens materiais, que a sua opção centra-se na partilha e na solidariedade, para que ninguém à sua volta se sinta desprezado ou necessitado de qualquer aspecto da vida e assim todos estarem aptos a acolher o sentido do viver na mais radical felicidade.
O rico do Evangelho, parece ser um homem carregado de todo o tipo de luxúria. Não se compadece com a contenção, é um homem que esbanja luxo e requinte nas roupas finas e elegantes (púrpura e linho, que eram artigos muito caros e luxuosos importados da Fenícia e do Egipto). Faz banquetes diários com abundância de comidas e bebidas.
Porém, à porta deste homem senta-se um pobre, chamado Lázaro, é aqui o seu lugar de mendicância. A sua situação é de total marginalidade, o seu corpo tem feridas graves que são lambidas pelos cães. É literalmente um mendigo, um faminto, um impuro que não tem onde cair morto. Diz o texto: «Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico», isto é, desejava comer os pedaços de pão que eram atirados para debaixo da mesa, para serem recolhidos pelos cães.
Este pobre ferido na sua dignidade, um verdadeiro marginalizado e um excluído do prazer da vida abundante, encontra solidariedade em Deus. Este personagem é o único, em todas as parábolas, a ter nome, que significa «Deus ajuda». Deus optou decididamente por ele.
No entanto, a morte, é o caminho que nivela todos. Ninguém é mais ou menos diante da realidade da morte. No entanto, a sorte da salvação de Deus é bem diferente para uns e para outros. Lázaro, é levado pelos anjos e é colocado junto de Abraão, está ao lado do grande amigo de Deus e tornou-se íntimo daquele que foi solidário com o mais fraco.
Não podemos pensar que afinal os ricos estão perdidos e que mais vale ser pobre ou miserável na vida do que ter alguns bens materiais. O texto não nos diz nada disso nem insinua tal barbaridade. Jesus, ensina-nos que é necessário discernimento, ou seja, a partilha dos bens leva à promoção da vida para todos. A ambição e o acumular egoísta gera morte. Por isso, é preciso saber discernir e optar pela partilha dos bens antes que seja tarde.
José Luís Rodrigues
Nota da redacção: retemperado das férias, nada me faz tão bem para recomeçar senão pensar e reflectir sobre textos bíblicos. Aqui está uma singela meditação à Missa do Próximo Domingo. Boa leitura.