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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo II do Advento
5 de Dezembro de 2010
Isaías e João Baptista
Não pode-mos entender somente a religião como algo de fachada que só serve quando nos convém socialmente. Jesus, que nasce num lugar concreto vem dizer-nos que a verdade da religião radica no coração de cada um e deve cada um abrir-se à vivência diária dessa proposta que Jesus nos faz e que acolhemos com a melhor das nossas intenções.
Deste modo, não vale ser muito religioso dentro da Igreja e quando se reza, e na vida concreta ser irresponsável e indiferente às circunstâncias que nos rodeiam. Uma pessoa que procura ser praticante da sua religião, mas que é incapaz de ser sério no seu trabalho, incapaz de assumir a sua vida familiar, incapaz de se manter fiel aos compromissos, incapaz de ajudar um irmão, incapaz de viver o sentido da justiça fraterna, incapaz de promover a paz à sua volta… não podemos dizer que esta pessoa vive com verdade a sua religiosidade. Quem não for capaz de mediante a sua escolha religiosa manter e fazer surgir a paz, o amor e a partilha onde quer que haja egoísmo e injustiça, não vive de acordo com a religião encarnada na vida concreta que Jesus nos propõe.
Os profetas Isaías e João Baptista são um sinal muito forte de que Deus nunca se esquece da humanidade e que apenas aguarda por uma ocasião propícia para fazer acontecer a sua vontade. João é aquele que vem à frente proclamar a chegada do Messias. Este é aquele de quem diz o profeta Isaías o seguinte: «Uma voz clama no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus».
Tudo começa no deserto, esse lugar sem sentido, porque faz abundar a fome e a sede, mas também pode ser um lugar de discernimento da luz de Deus, que convida para a acção e nos revela caminhos para a vida. Os desertos actuais, são os lugares da doença, do egoísmo, do ódio, da guerra, dos vícios, que provocam sofrimento, dor e abandono. Estas são as farturas geradas pela frieza do coração humano. Mas nesses momentos de deserto, que ninguém está livre de atravessar, pode em qualquer momento descobrir a presença afectiva de Deus que propõe outro modo de vida e outros caminhos que nos conduzam à felicidade.

JLR

Imagem de João Baptista em: visaobiblicablog.blogspot.com
Imagem de Isaías em: lauriete2010.blogspot.com

3 comentários:

M Teresa Góis disse...

Tocou na "mouche" P. José Luís. Há muita gente que se aproveita do estar na Igreja (padres, leitores, catequistas, etc etc) para serem vistos; cá fora, nas suas relações sociais são autênticas pestes...Pese que o Espírito sopra onde e quando quer por isso nunca morre a esperança de conversão do Homem.

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís outro texto bem urdido e apelativo a uma Nova Humanidade, segundo os critérios de Jesus e não os dos falsos evangelizadores que por aqui andam a pregar o reino do dinheiro, da disigualdade social, da pobreza, da avareza e ganãncia e do salve-se-que-puder. É o primado e o postulado dos economistas -banqueiros, financeiros anunciadores de doenças e mal estar sociais . Quem poderá reeguer-se numa humanidade decandente que tem às costas pedregulhos sem poder dar um grito de vitória ou de libertação.Os da crise, senhores do poder e da guerra. Não são os politicos os unicos responsáveis são estes tais "visionárioas de desgraças" que pairam por aí e que nos deram com a sua "sabedoria de compêndio" 20% são donos de 80% da Humanidade. Eles os minoritários do poder económico os tais gestores ganham 6,1 vazes mais que os outros portugueses pobres. Somos campeões da miséria e tambem dos bons e rechunchudos vencimentos, os vencimentos dos tais gestores que levam empresas á falência e trabalhadores para o desemprego. Estes avantesmas e abrutres que se aproveitam da miséria dos outros para disfrutarem o seu maldito bem-estar com carros de luxo , iates, palácios etc. Vem, Senhor Jesus!

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Correcções ao meu texto:
queria dizer "desigualdades" e "abutres"