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domingo, 20 de fevereiro de 2011

O cordão humano à volta do aterro

Mais um grito de liberdade... Embora alguns não queiram que se grite. Mas há gestos e atitudes que são mais sonantes que qualquer grito própriamente dito.
Um sinal muito positivo. Estou cheio de alegria e de esperança pelo gesto de cidadania ali demonstrado e pelo futuro da nossa cidade. Um forte bem-haja a todas as pessoas que participaram. Participei, emocionei-me com as palmas e com o minuto de silêncio pelas vítimas do 20 de Fevereiro de 2010 (nesta ocasião rezei a oração do Pai-Nosso).
Alguma Comunicação Social perguntou-me o que fazia ali um padre, respondi que era mais habitual ver-se um padre nos enterros, num aterro não. Expliquei, estava ali porque sou cidadão como os outros e manifestava a minha total concordância com todos os que ali estavam. Não queremos ali o aterro nem muito menos uma construção que mascara a nossa linda cidade, que cerceia mais um acesso ao mar e à linda paisagem da extraordinária baía do Funchal.
Bom. Um momento interessante que guardarei para sempre. Sinto uma viragem imprevisível. Espero que traga bons auspícios para a nossa terra. O futuro promete. Ainda bem. Finalmente, começou um despertar surpreendente.
JLR
Foto: ASPRESS

8 comentários:

Espaço do João disse...

Meu caro AMIGO José Rodrigues.

Hoje, dia 20 de Fevereiro, não podia deixar passá-lo em branco. Vim fazer-lhe uma visitinha. Há um ano, estava eu a jantar quando ouvi o noticiário sobre a catástrofe na nossa terra. Senti-me pequenino, sem força e, confesso que as lágrimas me vieram aos olhos. Ver a terra onde nasci, ser arrasada numa turbulência ifernal. Ver essa pobre gente sei qualquer hipótese de se defender, ver os locais por onde passei vão mais de 50 anos se tornarem ribeiros de morte e lama.
Sabemdo de antemão que este espaço é visitado por gentes de todos os quadrantes quer políticos, quer religiosos quer por anónimos desejosos de saberem notícias de sua terra Natal, vim aqui deixar as minhas condolências e os meus sentimentos, enviado-lhe um forte abraço, sabendo de antemão que você é um homem, que antes quebrar que torcer.
Tenha uma boa semana junto de suas OVELHAS.

José Luís Rodrigues disse...

Muito obrigado amigo João. Um dia terrível e inesquecível. Muita desolação, sofrimento e morte. Mas, perante esse quadro negro emergiu a amizade, a solidariedade e a ajuda mútua. Valores que se renovam, porque emergem em força diante da desgraça. Ainda bem, estamos vivos e vamos adiante com a esperança de que o futuro seja radiante para todos. Deixo-lhe um forte abraço.

M Teresa Góis disse...

Forte manifestação em que o repúdio pelos políticos vivos e inconscientes e a consideração pelos que perderam a viva, se uniram. Mais uma vez o silêncio e as palmas foram bem ponderados e justamente aplicados.
Quanto ao palerma que lhe perguntou o que fazia ali um padre....é isso mesmo, um palerma. Quando deixará esta gente de ver um padre como aquele que veste umas vestes compridas e sobe as escadas do altar....rrrrr

José Luís Rodrigues disse...

Tukakubana, amiga, penso que não perguntaram por mal nem com intuito de provocar, mas antes, com o desejo de saber o significado. Bom, mas era eu, cidadão que estava ali, o resto é irrelevante.

Donato Macedo disse...

Olá José Luís. Os credos, as invocações rituais e as orações, ligam os crentes aos céus...Etimologicamente o étimo "religião" é mesmo esse. Ligar. Ontem nós todos também nos ligámos. Uma causa comum a bem de todos. No final nem me despedi de ti, mas estou certo, que mais vezes nos reencontraremos...Abraço

José Luís Rodrigues disse...

Amigo Donato, na luta pela justiça, não podem haver credos nem outras condicionantes, basta homens e mulheres inquietos que desejam um mundo melhor para todos. Só isso e apenas isso. Ontem no cordão das «mãos unidas», estava uma expressão de consciência de um povo que desperta de uma hibernação do medo imposto pelo poder absoluto que dominou sob a égide do dinheiro e da acção megalomana em favor de alguns. Senti-me muito feliz. Se não tivesse participado, hoje estaria frustrado. Ainda de procurei no final com o olhar, fica a certeza que mais momentos se seguirão. Abraço.

Cambará Cultura disse...

Onde poderiam ser colocados aqueles inertes? Haverá alguma ideia para isso? há como fiscalizar o descaso e as obras malfeitas que permitiram esse descalabro?

José Luís Rodrigues disse...

Paróquia Nossa Senhora Aparecida, essa é a principal questão. Mas, só com estudos apurados, realizados com técnicos qualificados e independentes, se poderia tomar uma decisão. Coisa que parece não existir por hora e, arrogantemente, já se quer tomar decisões definitivas sem ouvir ninguém. Grato pelo contributo.