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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Soneto sobre a vida dos portugueses

Os poetas cantam a natureza, a alma e a vida. Por isso, e para não ser excepção, e porque era um homem do seu tempo, .... José Régio também fez umas rimas sobre a vida dos portugueses... em 1969! E a propósito dos apertos financeiros que o governo aplica aos portugueses, vem sempre oportunamente a reflexão ao nosso encontro para tomarmos alento face ao que outros pensaram já no seu tempo.
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Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
..
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
..
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
...
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ RÉGIO, Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.(Fonte desconhecida)

3 comentários:

Cambará Cultura disse...

Lembro-me das traduções da fábulas de Esopo na aula de grego..."...todos os animais tinham um rei e as rãs também queriam o tal de "rei"...Zeus madon-lhes uma hidra...,bem, a história é por demais conhecida! "o mythos deloy" terminava a fábula...(a fábula ensina)-traduçao de "o mythos":-O ideal seira que todos soubessem se comportar e ter o menos possível autoridades nos seus calcanhares...Até porque não costumam ter muita competênci...(vide o poema). Mas o ser humano parece que adora uma desgraça!...

M. disse...

Mais um que anda injustamente esquecido. Bom ve-lo aqui:)

Espaço do João disse...

Como são escritores do meu tempo, vou citar a situação com outro analfabeto:-

Vem um galego da serra
Vender sêmeas por farinha
Passado um ano já diz
Esta terra é toda minha.

António Aleixo.

Há como os tempos se assemelham.

U abraço amigo.