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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Espaço curvo e finito

Nota: em dia de Sexta-feira-santa, dois textos para nos ajudarem a melhor rezar e viver este dia com toda a consciência da nossa finitude, mas com toda a esperança... Para lá desse horizonte está a outra margem, onde o Deus de Jesus nos espera com um «Banquete de saborosos manjares e carnes suculentas» (Profeta Isaías).
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
(José Saramago, de Os Poemas Possíveis, Editorial Caminho, Lisboa, 1981. 3ª edição)
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Crucificação
As Sextas-Feiras Santas nos relembram
aquela madrugada sombria em Jerusalém
quando um Jovem Imaculado foi vítima
da traição humana.
O vento brando, a lua inibida,o murmúrio das palmeira,
o gemidos das almas…
A sentença se aproximava.
Ela vinha sobre o dorso áspero
da fera – o homem!
A multidão que há poucos dias
o saudava delirantemente
com ramos e cânticos
agora implorava por sua morte.
Ali, sob seus castos pés,
centuriões imperiais
disputavam suas vestes em meio
a estrondoantes gargalhadas.
Ele bradava: “Eli, Eli, lame sabactani?”:
“Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?”
As púmbleas nuvens abalaram-se,
as rochas estremeceram…
Jesus deu o último suspiro relembrando
da água transformada em vinho,
do Lázaro ressuscitado,
da fé de Nicodemus,
da ira dos fariseus porque o Mestre
sentou-se à mesa com pecadores, réprobos
e cobradores de impostos.
Ele relembrou das conversações
que teve com os apóstolos,
da Madalena livre do apedrejamento
e perdoada…
Jesus já não se encontra na Cruz.
Ele está defronte do teu coração,
suplicando para entrar,
sentar à tua mesa e ceiar contigo
por toda eternidade.
Poema do poeta Ivo Júnior

2 comentários:

M Teresa Góis disse...

Não entendo a tristeza agendada para o dia de hoje, os ares fúnebres dos rostos nas Igrejas, até ao sair da porta.Ele deixou que acontecesse para que houvesse Esperança, Alegria, Partilha, Amor.É tempo de lembrar as 6ªs feiras Santas do nosso próximo, da nossa vida, com os olhos postos no Cristo jubiloso que nos dá a mão para a Casa do Pai. Santa Páscoa, perpetuada na Alegria.

ParaibanomaNews disse...

Reproduzir sua matéria sobre o Triduo Pascal, no nosso blog Paraibanomanews-(brasil) e obrigado por ter o blog nos seu seguidores.Abraços.Léo Lasan-Paraibano-MA.