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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O lixo que nos «lixou»

Esta palavra está na moda por causa das agências de rating, que são instituições americanas que avaliam a fiabilidade dos Estados e das principais empresas que o constituem. O nosso país, como os bancos e as empresas a ele ligados foram considerados em categoria de lixo. Segundo estas agências não somos de confiança, não acreditam em nós e aconselham outros a também não acreditarem. Daí que se advinham muitas mais dificuldades para todos.
Mas, à parte estes considerandos vamos intentar descobrir as várias coisas da vida que são lixo e que devem ser tomadas como tal. Essas coisas da vida devem acabar sempre no lixo e não devemos necessitar que ninguém exterior a nós nos venha ainda inferiorizar mais e com isso dizer em altas parangonas que somos lixo. Nada é mais humilhante.
Já sei que no nosso coração se acumula muito lixo. O lixo do egoísmo, que nos conduz ao desconcerto da vida e do mundo. E quem sabe se não é este o principal lixo que nos «lixou» a todos e caímos nesta crise terrível? – Segundo o meu simples pensamento faço desta razão o principal motivo do desconcerto das economias mundiais e do mundo as todos os níveis.
A par deste lixo nomeio a ganância, a vontade de ter dinheiro o quanto mais que puder não importando os meios e as formas para saciar essa fome doentia. Este lixo terrível, põem em causa imensas coisas, a principal delas é a inconsciência que os bens do mundo são destinados a todos. Daqui emerge a crise do bem comum.
Mas, o lixo mais profundo que fez parte de uma lógica dominadora dos povos e das pessoas individualmente foi o lixo do TER MUITO em detrimento do SER MAIS. A publicidade e todo o género de propagandas canalizavam só e unicamente para aí, ter, ter, ter… O verbo ter era o único que sabíamos conjugar. Assim, este lixo que nos embriagou durante vários anos alimentou uma humanidade fria pouco solidária, não se importando com os pobres, com a fome que ainda cerceia a vida a muitos povos. A humanidade do ter pouco pensava, o que importa é o momento, este momento que se vive com o gozo de possuir absolutamente. Deste feitio, tínhamos uma humanidade do culto do corpo, que adora aquilo que vê, nada interessada em outras dimensões da vida. Por exemplo, a vida espiritual… Mas o que é isso? – Simplesmente, não existe e porque não se vê, não se toca, não se possui, não enche barriga… Não entra no domínio do ter, por isso, recusa-se.
Deste modo, chegou o momento de deitar ao lixo toda esta lógica de pensamento e toda esta forma de vida que nos levou à maior das incertezas em relação ao futuro. Todos somos chamados a repensar a vida e os seus modos com verdadeira sabedoria.
A educação, às gerações que têm essa responsabilidade, deve pensar e organizar-se de forma que contemple todas as componentes do ser pessoa, que no meu ver radicam em três aspectos: intelectual, social e espiritual. A educação deve ter em conta as vertentes do ser em todos os seus domínios. À cabeça pensamos ser essencial, o ser pessoa no respeito consigo mesmo, no respeito com os outros e no respeito pelo bem-comum…
Se a sensação de termos ido bater ao lixo nos ajudar a arrepiar caminho e a pensar em novas formas de vida para toda a sociedade valeu a pena que nos tivessem «lixado» e no fim ainda ficará tempo para lhes agradecermos.
JLR

2 comentários:

Espaço do João disse...

Meu caro.
Mas que realidade!!! O lixo que nos querem impor é como a estupidez. O maior estúpido, não é aquele que se vê ou não se quer ver ao espelho, mas sim aquele que não analisa a sua própria estupidez e, chama o próximo de estúpido.
Um fraterno abraço. João

José Luís Rodrigues disse...

Mas que belo contributo, caro amigo João. Obrigado. Abraço