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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Os quatro elementos do trabalho

Nota: Poema dedicado ao meu grande amigo Nélio, que num dia destes num terrível acidente em cabos de alta tensão ficou sem vários dedos das mãos. A labuta pelo BEM-COMUM tem custos altíssimos...

Sei de umas mãos que fazem os dias nos raios do sol
No risco do trabalho fizeram a vida do barro
Que os dedos enformam na massa amolecida pelo suor
Que o engenho disse na vontade que faz a BONDADE.

Sei de umas mãos que dizem na articulação de uma fé
Não temem a dor e não sabem do egoísmo que se abatem
Face às mãos da preguiça e da inatividade do tempo
Pois disse: ó que desejo de ver na paz o fruto da BELEZA.

Mas no fim na ausência dos dedos pensaram o melhor de tudo
E quando os dias fizeram o acidente as mãos choraram
Sangue e vazio na solidão de uma perda incontida de vergonha
Que a incúria dos homens ditou na crueza da VERDADE.

Agora na frieza da verdade cantamos todos apesar de tudo
O milagre que se diz na densidade da ESPERANÇA.

- Para ti já não podemos dizer nunca mais:
«Vão-se os anéis ficam os dedos».

José Luís Rodrigues

(Imagem Google)

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