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segunda-feira, 25 de junho de 2012

O regresso


Feita a descoberta que se adivinhou na incerteza do dom
O regresso à faina da soberba beleza dos dias anteriores
Faz-se naquele momento quando parti seduzido pelo reflexo
Das mãos leves da ternura mesmo fria quando as nuvens
Tocam o baloiçar das aves no voo quente do sangue
Que verte as veias do vento na turbulência dos dias.
Então vimo-nos a pensar na paixão
No caminho. No futuro. No projecto. No enlace. No desejo...
E em tudo o que o coração desperta nos encantos
Da mais fina ternura da vida que desliza
Na insegurança da viagem deste ponto principal
Que o mistério criou no primeiro encontro da festa.
Nesse espelho embutido nas calendas do antigo
Já senti a proximidade da procura inquieta
Que as musas diziam quando as palavras testam
A mais sublime verdade que se reflecte a medo
No salpicado da erosão que o vidro mostrou
Quando me vejo perdido no desalinhado sentimento
Que a projecção revela na sequência das cenas do sorriso.
Nesta certeza do incerto vislumbro um futuro
Uma festa que já aqui e agora saboreia na esperança
Destes afectos que o diálogo desfaz no prazer da paz.
Nada pode quebrar este consciente apego de uma alma
Que repousa nos campos da existência do amor
E na vocação de ser gente doce na construção
Do edifício do valor que tem o simples gesto
Do afago de umas mãos que se enlaçam no carinho
Da vida... Quando sempre se faz o regresso
Ao encontro primeiro quando todos viram
A mais ténue visão do cosmos no centro do universo.
Neste mundo. O nosso mundo.
José Luís Rodrigues

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