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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Escapadas de quem governa à vista


"Terrorismo incendiário", expressão criada pelo "nosso" Governo Regional para livrar-se de qualquer culpa nos incêndios. Não se lembra antes que não aprendeu nada com as várias calamidades que se têm abatido sobre nós nos últimos anos, não se lembra do menosprezo ou desprezo pelos "soldados da paz" (bombeiros). Não se lembra do desordenamento do território que se traduz em políticas sobre o joelho no que diz respeito às nossas serras, não se lembra da indiferença quanto aos frequentes atentados ambientais que a nossa terra tem sofrido. Não se lembra da perseguição que faz quando alguém levanta a voz para denunciar o que se tem feito contra o ambiente nas nossas serras e nas nossas ribeiras. Não se lembra das negociatas que têm sido feitas com o património que pertence a todos para beneficiar economicamente alguns grupos e famílias influentes da nossa terra. 
Não se lembra de nada, porque governa à vista e quando surgem as desgraças, é preciso inventar escapadas que ajudem a sacudir a água do capote ou as cinzas que se impregnaram nas gravatas. Umas coisinhas que não se lembra quem governa em maioria contra a maioria da população da Madeira. 
Agora no calor dos incêndios, com as ideias um pouco chamuscadas lembrou-se de inventar esta expressão radical e incendiária "Terrorismo incendiário" e mais se lembrou de apelar à população que se faça vigia de si própria, que denuncie tudo o que cheire a queimado e tudo o que seja suspeita de fumo. Tenha cuidadinho quem aprecia o belo churrasco em fim de tarde. 
Um governo responsável, devia lembrar-se que existe para proteger o povo, para garantir a segurança das populações e assegurar um futuro saudável para a nossa terra. Mais ainda devia lembrar-se que não é infalível, que pode errar, que pode não ter acertado em tudo, que devia pedir perdão ao povo, por tê-lo enganado  frequentemente e não ter sido capaz de prevenir tudo o que estivesse ao seu alcance para não acontecerem ou serem  mais suaves estas desgraças para as nossas famílias. 
Nada disto parece muito. Mas podia fazer a diferença no que toca aos sentimentos de abandono e de revolta que mais uma vez sentimos face à desolação dos incêndios que nos queimaram o nosso habitat e a nossa alma por estes dias... Mais um bom pedaço de pulmões que secamos. 
Uma tragédia que nos hipoteca o futuro e que nos trará consequências horríveis em todos os aspectos. Dois deles são bem salientes, já estão mais que identificados, a qualidade ambiental e a economia (o turismo sofreu mais um rombo fatal). 
Por favor, pedimos ao Governo Regional da Madeira que não desvie as atenções e que se concentre no que é importante neste momento. Assim, propomos o seguinte:
Primeiro, ajudar a fundo perdido quem ficou sem nada, quem está desalojado... Mas que não ande a fazer que ajuda e depois não chega nada a quem precisa de verdade. É horrível que ainda existam pessoas à espera das ajudas da tragédia/aluvião do 20 de Fevereiro de 2010. 
Segundo, fazer um levantamento dos prejuízos e arrepiar caminho, prevenir, prevenir, prevenir... Todas as situações deste teor que venham a por em causa as pessoas e bens.
Terceiro, não se aproveitar das calamidades que se abatem sobre nós para continuar a guerrilha dentro do seu partido. 
Quarto, deixe-se de andar à caça de bruxas, bodes expiatórios para justificar a sua inabilidade antes, durante e depois das calamidades.
Quinto, mandar limpar todos os terrenos públicos e privados atolados de lixo e mato, autênticos barris de pólvora mais que aptos a serem detonados por qualquer louco insensível que, afinal, aparece, serem bem em abundância entre nós.
Sexto, lá para diante virá outro Inverno, é preciso preparar-se para ele...
Bom, são apenas algumas sugestões simples de um simples cidadão preocupado com o futuro da nossa terra, mas que poderão fazer a diferença no que toca ao bem estar que desejamos para todos os habitantes da Madeira. Mãos à obra. 
José Luís Rodrigues

2 comentários:

José Leite disse...

A cidadania em todo o seu esplendor...

O narcótico informativo faz com que certas vozes__ serenas, lúcidas, clarividentes__ sejam vistas pelo «povão» como obra de algum mafarrico ressabiado, maledicente, quiçá movido pela sacrossanta inveja!

Veremos certamente,um tal JM, a «voz do dono», a fazer eco de todas estas diatribes; e o povo, ingénuo e crédulo, a não ousar ripostar, a aceitar acéfala e ingenuamente o sermão do «papa» local...

Que há criminalidade à solta, ninguém duvide, mas que a falta de previdência também anda, isso é também uma verdade irrefutável!

José Luís Rodrigues disse...

Obrigado amigo pelo contributo. Tudo de bom...