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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A diferença em duas fotos


Carga sobre os manifestantes em Espanha ontem, dia 25 de Fevereiro. Fez-me muita impressão as bastonadas da polícia espanhola sobre os manifestantes em frente do congresso. A minha consciência democrática e a simpatia pelos valores que este sistema de governo da sociedade preconiza, não podia ter outra expressão em mim senão profunda tristeza.
Nisto, pensei no abraço de Adriana ao polícia Sérgio nas últimas manifestações que se realizaram em Portugal a 15 de Setembro. As duas fotos que acompanham este texto são bem reveladoras das diferenças. Uma, manifesta que em tempos de cólera a paz que o abraço revela pode ser possível se predominarem o respeito e a serenidade. O abraço da Adriana ao Sérgio comprova isso. Outra, a foto da manifestação espanhola ontem, dia 25 de Setembro, dá-nos conta da violência, o desrespeito e o perigo que é a livre expressão de reclamar manifestando-se na rua. Uma tristeza.
Porque, estamos perante o fim de valores alcançados com muito sofrimento, derramamento de sangue, suor e lágrimas. Esta ditadura da austeridade está a provocar uma hecatombe que não sabemos onde nos vai levar. Pelos sinais que se avizinham pode ser a uma tragédia bem terrível para a humanidade e para as nossas sociedades em particular.
Estes governos, governados pelas troicas ou pelo poder do dinheiro (os chamados mercados), perderam a dignidade. São um bando de inúteis que não sabem nada de nada quanto a princípios e valores, foram formatados para serem figuras apenas, que se deixam manipular, tipo robôs, para fazerem o trabalho sujo das troicas e desses malditos mercados que não sabem o que são pessoas.
É importante que as sociedades reflitam sobre tudo isto que se está a passar. A carga da polícia espanhola sobre os manifestantes de ontem, é uma carga de porrada sobre as sociedades todas da União Europeia. Senti as vergastadas como se fossem sobre todos nós. São os valores que se vão e impera as ditaduras do poderio económico desprovidas de pessoas. Não podemos tolerar estes males horríveis provocados por alguns privilegiados ignorantes que se instalaram nos nossos governos, que se vergam as forças estrangeiras contra a dignidade e respeito pelo seu povo.
A austeridade tem que ser justa. Deve chegar a todos e mesmo assim deve ser benévola com os mais fracos, os pobres. E, sobretudo, sabermos que os governos podiam enveredar por caminhos menos severos para as populações… Ainda ontem li, que o Estado podia colocar dívida no mercado interno sob a forma de «títulos de aforro», que podiam ser comprados pelos cidadãos a 3%, coisa que beneficiava a economia e as poupanças dos cidadãos, mas antes prefere pedir dinheiro e vender a dívida ao estrangeiro pagando juros a 5%. Um verdeiro negócio, que beneficia quem?
Estamos perante uma tristeza que nos remete a um silêncio, porque nos vemos boquiabertos perante tanta asneira e tanta irresponsabilidade cheia de insensibilidade que nos vai conduzir a um beco sem saída.
Quanto ao que se passa na Madeira, já falta força e pachorra para ouvir tanta barbaridade. Alguns têm o que merecem. Mas vai ser preciso despertar e acordar para tomarmos a pulso o futuro senão a coisa vai ficar preta e o «sarrilhe» já não suporta tanta vergastada do bastão da ignorância, da mentira e do jogo do empurra quanto aos culpados do buraco em que estamos atolados.    

1 comentário:

José Leite disse...

Todos nos sentimos vergastados!

Até quando?!