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terça-feira, 9 de abril de 2013

A imagem do nosso descontentamento

Esta foto e manchete estão na edição do Diário de Notícias deste domingo 7 de Abril de 2013. 
Sem esta referência poderíamos pensar que seria uma imagem de África, da Ásia ou de algum país remoto, distante de nós. Nada disso, está na nossa cidade, nas nossas ruas que se tornaram artérias da amargura, da desgraça e da tragédia que nos consome. São aos milhares os que estão com fome de pão, mas há os que estão com fome de dinheiro para pagar as contas da luz, da água e todos os seus bens essenciais para viverem. Bom, diz-se viverem, mas não, porque do que se trata hoje é de sobreviver pelas pontas com a fartura da depressão e da revolta.
Esta imagem, resulta da incúria, da insensibilidade das entidades competentes que deveriam agir nem que fosse pelo mínimo. Tudo deviam fazer para que ninguém tivesse que ser insultado na sua pobreza e dignidade, comendo no olho da rua como se de animais estivéssemos a falar. Até porque hoje nos indignamos muito quando os animais são postos na rua, abandonados, maltratados e terem que comer no meio das lixeiras.
Há dois anos que ando observando esta miséria no meio da rua, tenho assistido a brigas, a palavreado do pior, a falta de educação como nunca tinha visto e vejo lixo espalhado no chão e no jardim num rasto de batalha campal. Isto é inconcebível e não devemos deixar de atribuir responsabilidade a quem a tem. Também precisamente, há dois anos que venho falando com a Câmara Municipal do Funchal, para inventar um espaço, uma garagem, uma loja qualquer, onde se colocasse umas mesas e cadeiras para que as pessoas comessem com alguma dignidade. Até me tenho oferecido para coordenar esse trabalho com voluntários que faziam a coordenação, cuidado e limpeza do espaço. Nada até hoje. A insensibilidade é tanta que ninguém se importa.
Esperemos que os alertas na comunicação social comecem a surtir algum efeito e olhando para esta foto e para este título, todos nós devemos nos sentir responsáveis e mais devemos pensar que nesta imagem se reflecte a nossa irresponsabilidade, a nossa vergonha e a nossa insensibilidade perante a desgraça alheia.  Até quando seremos conivente com entidades irresponsáveis que não se importam com as pessoas senão para lhes extorquir os votos em determinados momentos e como matéria-prima para as fazer mediação de impostos em cima de impostos para os desbaratarem com os luxos e mordomias que os assiste enquanto governantes? - Era bom que esta foto fosse colada na porta dos nossos frigoríficos.

1 comentário:

José Leite disse...

Em verdade, em verdade vos digo enquanto houver subsídios para o Jornal da Madeira, é sinal de que há fartura para esbanjar...

Quem delapida dessa forma os dinheiros públicos devia ser chamado a juizo por gestão danosa!

No juri deviam estar todos os mendigos da Madeira... pois só eles sabem a gravidade do «crime»... cometido pelos seus governantes.