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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A imagem do Banquete para salvar o mundo

Comentário à missa deste fim de semana
Domingo XXVIII tempo comum, 12 de outubro de 2014
A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem do «banquete» para descrever esse mundo de felicidade, de amor e de alegria sem fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos.
O Apóstolo Paulo está preso e recebe uma ajuda monetária razoável, recolhida na comunidade de Filipos. Porém, embora a ajuda seja bem-vinda, porque alivia a "aflição" de Paulo, mas não é o mais importante para ele, porque se sente preparado para viver na fartura e para passar fome, e assim, acontece, porque, "Tudo posso por Cristo, que me dá força".
Neste contexto, São Paulo apela aos filipenses que é muito importante partilhar e interessar-se pelas aflições dos outros e viver a solidariedade com os mais necessitados. Quem abre o coração à partilha, Deus provém a todas as suas necessidades. Deus não falta com tudo o que seja necessário em relação a todos os que abrem o seu coração à solidariedade e partilha. Já vem de longe o ensinamento, "quem dá aos pobres empresta a Deus".
Este texto dá-nos uma grande lição em duas vertentes. Primeira, devemos ser solidário e sempre que as necessidades à nossa volta apareçam devemos procurar ajudar na medida do possível. Segunda, devemos aprender a viver em cada circunstância com aquilo que a vida nos oferece. Quantas pessoas, encontramos revoltadas, porque não têm abundância de dinheiro e de bens materiais? Quantos vivem amargurados porque a vida não lhes acena com a sorte de ter muito? Quantos vivem a contragosto porque a vida não lhes sorri com tudo aquilo que a publicidade seduz? - O desespero é grande, porque se desaprendeu a viver com pouco e com aquilo que é absolutamente necessário para a vida.
Por um lado, para nós cristãos, o Apóstolo São Paulo é apelativo quanto à necessidade que temos em estar atentos às aflições dos outros. Muitas vezes encontramos muitas razões para não ajudar ninguém, porque ora a miséria e a aflição é o resultado de más opções e de atitudes desregradas. Mas, não é esse o princípio cristão. Ser cristão é ser solidário, amigo e fraterno mesmo que se receba todo o mal do mundo e todas as incompreensões possíveis. A partilha e a caridade (solidariedade) devem fazer parte da vida de todo o cristão. É na vida cristã que radica a visibilidade de outro ditado popular: "Fazer o bem sem olhar a quem".
Por outro, aprender a viver com aquilo que a vida nos dá é muito importante. Não digo satisfazer-se e acomodar-se absolutamente, mas antes lutar sempre mais sem desespero nem atropelos. Esta aprendizagem é importante, porque nos ajuda nos momentos menos bons, os momentos da crise. Muita da pobreza não resulta por falta de bens, mas falta de sabedoria e equilíbrio para governar-se. O cristão, deve saber viver em qualquer circunstância, tenha muito ou tenha pouco. O mais extraordinário, é que a maior generosidade não vem de quem tem muito, mas de quem do pouco sabe fazer muito.

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