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terça-feira, 14 de outubro de 2014

O vendaval Francisco ainda não chegou até nós

Luís Osório escreveu ontem no Jornal I o seguinte: «percebe-se o pouco entusiasmo dos bispos portugueses quando falam do sínodo de Francisco». Parece grave esta constatação, ainda mais se nos detivermos no título do artigo onde vem estampada esta frase. Reparemos: «A voz de Francisco chega sumida aos bispos portugueses».
Realmente não é preciso correr muito para não encontrarmos citações exaltadas do pensamento do Papa Francisco nos discursos dos bispos portugueses. Deve derivar tudo isto da tradição de bispos apalaçados que sempre existiram em Portugal, feitos com o poder políticos reinante até aos dentes e, pior do que isso, amedrontados com o que lhes possa acontecer se tiverem um laivo de pensamento livre e desprendido das amarras cerceadoras de quem governa. 
Mais ainda se torna grave se constatarmos que temos uma série de bispos presos à subsidiodependência. Se tomam posições contrárias ao status dominante logo lhe será cortado o subsídio para os museus, os restauros das Igrejas, as pinturas e as estátuas dos santos que enfeitam os altares. É disto que se trata. 
O vendaval chamado Francisco não chega até nós nem muito menos abana os bispos portugueses porque estão mais virados para a segurança do pensamento imutável nem muito menos estão abertos ao agiornamento que agita a Igreja a partir do Papado, que deixou de ser aquela «coisa» quase divina, que pouco ou nada desinstalava. Hoje a marca é esta: «A bondade de Deus não tem confins, não discrimina ninguém: por isso o banquete dos dons do Senhor são universais, são para todos. A todos é dado a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de sentir-se privilegiado ou pedir exclusividade» (Angelus, Roma, 12 de Outubro de 2014). O Papa mexe-se e provoca os bispos para que se mexam também, para quem prefere estar quieto, obviamente, que está preocupado e não gosta do Papa.

2 comentários:

Ignacia disse...

«A bondade de Deus não tem confins, não discrimina ninguém: por isso o banquete dos dons do Senhor são universais, são para todos. A todos é dado a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de sentir-se privilegiado ou pedir exclusividade» (Angelus, Roma, 12 de Outubro de 2014).

José Machado disse...

Como esta mensagem é diferente/oposta da que os homens que se apoderaram da Igreja ao longo dos séculos foram construindo e impondo às/aos crentes!Tão diferente e oposta que nem esses , em verdade, a cumprem. A"bondade de Deus não discrimina ninguém", mas uns são menos discriminados que outros...