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Convite a quem nos visita

sábado, 31 de janeiro de 2015

Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sem prejudicar ninguém...
Aqui onde a terra é sol
Bate uma vontade de luz
Que os teus olhos vertem
Quando dizes
Toma a sério este raio de amor.
José Luís Rodrigues

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Libertar-se dos espíritos impuros

Comentário à missa deste domingo IV Tempo Comum, 1 fevereiro de 2015
São Paulo nesta passagem da sua primeira carta aos Coríntios, convida os crentes a repensarem as suas prioridades e a não deixarem que as realidades transitórias sejam impeditivas de um verdadeiro compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos. A vida do dia-a-dia vai-nos empurrando em direcção aos nossos problemas, questionando as nossas opções, fazendo-nos avançar ou recuar. E questiona sobretudo a dimensão daquilo a que nós chamamos problemas.
Por isso, reparemos… Novecentos e sessenta e três milhões de pessoas (963 000 000) vivem situações de fome ou forte privação alimentar, em todo o mundo. E, tudo indica, a tendência é que isto se agrave. São números da FAO. Apesar da abundância de víveres no mundo, mais de 800 milhões de pessoas continuam a ir dormir de estômago vazio; milhares de crianças morrem, a cada dia, devido a consequências directas ou indirectas da fome, da subalimentação crónica. Apenas e só porque a injustiça é muito grande. Acusam que apenas 1% da humanidade vai deter ou já detém 99% da riqueza que há no mundo. Um escândalo que brada aos céus. Por isso, enquanto as riquezas acumuladas no mundo permitem todo tipo de esperanças, a pergunta mantém-se: é possível acabar com a fome?
Às vezes, chegamos à conclusão que o nosso foco está descentrado, e verificamos o quanto privilegiados somos.
Continua a ser difícil arrancar de nós mesmos a carapaça dos pequeninos problemas que muitas vezes criamos. Mas estes outros continuam a alastrar, e a aproximar-se, cada vez mais, de nós todos. Face a estes problemas que afectam muitos milhões de seres humanos, devemos deixar de nos consumirmos nos pequenos problemas que levantamos aqui ou ali, como se nisso estivesse o centro do mundo e da vida. É preciso aprendermos a relativizar e a levar a vida com algum sentido de humor. São Paulo procura guiar-nos para o essencial e convoca para «o que é digno» para todos nós e mais ainda apela que o essencial «pode unir ao Senhor sem desvios».
Os grandes problemas do nosso mundo requerem uma união firme de toda a humanidade, para que se acabe com este escândalo da fome e de todo o género de pobreza que ainda consome grande parte da humanidade. E se antes pensávamos que estes problemas, eram só dos outros e distantes, afinal, enganamo-nos, estão aí já nas famílias cada vez mais próximas de nós. Por isso, estejamos atentos para sermos amigos e solidários com quem mais necessita.
Ao menos que se cumpra em nós esta mensagem O cristão não pode fazer a sua viagem existencial de olhos fechados, indiferente aos outros irmãos. Tem de observar o mundo humano por onde passa, onde reside, onde trabalha.
O Cardeal Cardijn, ao receber um jovem operário que queria ingressar na Acção Católica, entre outras coisas perguntou-lhe quantas janelas tinha a maior casa da sua aldeia.
- Não sei! - Respondeu o rapaz.
- Então vai, conta-as e volta.
Queria ensinar o jovem a observar o mundo para poder transformá-lo num mundo melhor.
Para poder dar-se, tem de observar onde falta amor, onde falta justiça, onde falta perdão, onde falta a paz. O cristão é um instrumento de melhoria e salvação do mundo humano pela mensagem salvífica de Cristo. Tem de viver a vida de janelas abertas sem cortinas de cobardia, de medo, de egoísmo, de indiferença.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Uma medida de monta que deve fazer pensar

Eis algo concreto para ver se começa a imperar o bom senso neste mundo mergulhado na intolerância, na violência, no fundamentalismo e no terrorismo… Era bom que toda a Europa pensasse nisto, tomassem medidas de monta tipo esta sem medos e sem vergonhas… Aliás, porque há algo de tão estúpido no ar. Qualquer manifestação, mesmo que branda, do Ocidente que coloque os muçulmanos dentro da legalidade, saltam logo as vozes de que há um anti Islamismo primário. Assim sendo, o que serão os massacres levados a cabo por grupos extremistas vindos do Islão na Nigéria e no Norte do Irão? O que será a expulsão de comunidades cristãs dos seus territórios de zonas do globo de predominância muçulmana? O que dizer da destruição de Igrejas e outros bens dos cristãos nesta zona do mundo? O que serão os atentados terroristas no Ocidente mais as intensas ameaças e os apelos ao terrorismo contra os povos ocidentais? – Deixemo-nos de luzes e que comecem a pensar a sério sobre a questão religiosa… Cujo principal item deve assentar na importância do acolhimento e a abertura ao diálogo.
Oiçamos Leonardo Boff: «Quer queiramos ou não, e não obstante o processo de secularização e o eclipse do sagrado, grande parte da humanidade se orienta pela cosmovisão religiosa, judaica, cristã, islâmica, xintoista, budista e outras».
JÁ ERA CHEGADA A HORA !!!
SE NÃO HÁ IGREJAS NA ARÁBIA SAUDITA NÃO HAVERÁ MESQUITAS NA EUROPA ...                                                  
Reciprocidade
A Noruega proibiu a Arábia Saudita de financiar mesquitas, enquanto não permitirem a construção de igrejas no seu país.
O governo da Noruega acabou de dar um passo importante na hora de defender a liberdade da Europa, frente ao TOTALITARISMO ISLÂMICO.
Jonas Gahr Stor, ministro dos Negócios Estrangeiros, decretou que não seriam aceites os donativos milionários da Arábia Saudita, assim como de empresários muçulmanos para financiar a construção de mesquitas na Noruega.
Segundo o referido ministro, as comunidades religiosas têm direito a receber ajuda financeira, mas o governo Norueguês, excepcionalmente e por razões óbvias, não aceitarão o financiamento islâmico de milhões de Euros.
Jonas Gahr Stor argumenta que:
“seria um paradoxo e anti-natural aceitar essas fontes de financiamento de um país onde não existe liberdade religiosa”.
O ministro também afirma que“a aceitação desse dinheiro seria um contra-senso”recordando a proibição que existe nesse país árabe para a construção de igrejas de outras religiões.
Jonas Gahr Stor também anunciou que a “Noruega levará este assunto ao Conselho da Europa” , donde defenderá esta decisão baseada na mais estrita reciprocidade com a Arábia Saudita.
CLARO QUE ESTA NOTÍCIA QUASE QUE PASSOU DESPERCEBIDA EM PORTUGAL, DONDE POR MEDO DE REPRESÁLIAS, OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO... PREFEREM CALAR-SE !
Por isso, isto tem de se saber, e por tal há que difundir esta notícia o mais possível !!! 
Recebido por mail...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

“Eu o beijei, disse que o amava e pulei com ele pela janela”

Há sinais de Deus extraordinário neste mundo. A mesma humanidade que é capaz de cometer a barbárie é a mesma que é capaz do sublime. Isto merece ser divulgado...
Christina Simoes, uma jovem mulher de 23 anos do estado de Massachussetts, ficou paraplégica ao pular da janela do terceiro andar, na tentativa de salvar seu filho de 18 meses das chamas. Ela não poderá voltar a caminhar, mas afirma que não há melhor maneira de dar sentido à sua vida que salvando seu pequeno.
Esta mulher deu vida ao seu filho pela segunda vez.
“Eu o beijei, disse que o amava e pulei com ele pela janela.” Christina sabia o que fazer quando as chamas e a fumaça invadiram a sua casa. Ela e o seu filho Cameron, de 18 meses, haviam ficado presos quando começou um incêndio no prédio em que moravam. Ela não podia continuar esperando ajuda, e entendeu que a única saída possível era a janela.
Pegou seu filho no colo e pulou de costas. Mais de dez metros de queda, que ela tentou suavizar somente com os pés, para, com os braços, proteger seu filho. O pequeno saiu ileso, mas ela quebrou várias vértebras, e imediatamente perdeu a sensibilidade nas pernas. Arrastou o pequeno fora do alcance dos escombros incendiados que começavam a cair e, pois depois, os dois foram levados ao hospital.
Após uma primeira cirurgia de mais de seis horas, a jovem se estabilizou e começou um longo processo de recuperação e reabilitação, sempre acompanhada do seu filho. Agora, junto a Cameron e seu esposo, ela começa uma nova vida, muito diferente da que levava poucas horas antes do incêndio.
Mas, para ela, tudo isso tem muito sentido: “Eu voltaria a fazer tudo, com certeza. Toda a dor pela qual tenho de passar agora faz sentido ao ver meu filho correr são e salvo”, disse às câmeras de televisão que divulgaram sua história.
Sua família e seus amigos se mobilizaram em busca de fundos para os jovens pais, que não têm nenhum tipo de plano de saúde que cubra os gastos médicos de Christina.
Ainda que muitos a considerem uma heroína, ela explica: “Sou apenas uma mãe”.
(In Aleteia. Artigo publicado originalmente por Alfa y Omega)

sábado, 24 de janeiro de 2015

A Missa

Para o fim de semana. Sejam felizes sem prejudicar ninguém...
A memória viva do tempo
no corpo e no pão
que num Deus
derrama sentido
o sangue que é
vida eterna e transcendente
a esperança.

Não fora esse ofertório
penosa e tenebrosa
seria ainda
a maior solidão
destes dias órfãos
quando bradam aos céus
a desumanidade de uma barbárie
com fome desamparada
que mata o desejo ardente
da paz.

Quando reza para sempre
no encontro desta assembleia
devota a fraternidade nossa
e de Deus
cantam sorridentes
os campos a festa
do amor em flores
balançantes na brisa
suave do dom.
José Luís Rodrigues 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Reino de Deus está no meio de nós

Comentário à missa do próximo domingo III Tempo Comum, 25 janeiro de 2015
O Reino de Deus, na Bíblia, designa um governo ou domínio em que tem Deus por soberano ou governante. É sinónimo de teocracia. Segundo o Génesis, os primeiros humanos rebelaram-se deliberadamente contra a soberania de Deus. O Reino Milenar de Cristo é subsidiário do Reino de Deus.
Entre os teólogos existe conceitos divergentes quanto ao que é concretamente o Reino de Deus, que podemos sintetizar em três pontos:
1. um governo real estabelecido no Céu;
2. uma condição mental existente nos verdadeiros cristãos;
3. a Igreja Cristã.
Segundo uma outra interpretação teológica, o Reino de Deus é o Projecto Criador de Deus a realizar neste Mundo e que consiste na plena realização da Criação de Deus, finalmente liberta de toda a imperfeição e compenetrada por Ele. É interpretado também como o estado terminal e final da salvação, onde os homens irão transcender-se e viver eternamente com Deus.
Lá, a lei do amor incondicional a Deus e ao próximo é finalmente instaurada definitivamente. Não haverá mais tempo, mais sofrimento, mais conflitos, mais ódio, mais vingança, mais crueldade ou barbárie, e o céu e a terra unem-se finalmente.
 Embora Deus seja Todo-Poderoso, Ele quer que nós, humanos, dotados de inteligência e razão, participemos de um modo recíproco, livre e voluntário no Projecto Criador de Deus, o maior de todos os projectos que o mundo jamais viu, englobando todos os tempos, todos os povos e todos os seres do Universo.
Seguindo este pensamento, esta missão torna-nos verdadeiros parceiros de Deus, com muita liberdade e simultaneamente muita responsabilidade. Isto quer dizer que nós temos o poder e a capacidade de acelerar a vinda do Reino de Deus com a nossa fé em Jesus Cristo e com as nossas boas acções.
Os valores principais do Reino de Deus são a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade, a alegria e a dignidade da pessoa humana. Fica dito o desafio: «Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus» era o tema da pregação de João, o Baptista (Mt 3, 2). O prometido Messias chegara, isto é, quando Jesus de Nazaré foi baptizado e Ungido (Lc 3, 30-31) essa realidade anunciada por João Baptista confirmou-se plenamente.
Todo o ministério de Cristo girou em torno do Reino de Deus. Ele instruiu os seus Apóstolos dizendo: «Pregai que está próximo o Reino dos Céus». Essas instruções seriam repetidas a todos os seus discípulos, a todos os cristãos de todos os tempos e contextos da vida deste mundo (Mt 10, 7; 24, 14; 28, 19-20; Atos 1, 8).
A Bíblia inteira gira em torno da vinda do Messias e do Reino de Deus. Por conseguinte, o Reino de Deus tinha um sentido profético e missionário na vida da Igreja Cristã dos primeiros tempos, é preciso que hoje se retome com convicção esse sentido para que o Evangelho seja hoje realidade viva no meio do mundo concreto dos homens e mulheres deste tempo que é o nosso.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Lições do futebol

Muita gente que quase enlouquece por causa do futebol devia ler isto…

Tento sempre tirar lições positivas ou negativas dos acontecimentos. O mundo do futebol – esse desporto que entusiasma tanta gente até ao tresloucamento de alguns – oferece lições com interesse em que vale a pena reflectir.
Há treinadores que se entregam apaixonadamente à sua missão, julgando com justiça, dando o seu saber, a sua dedicação, a presença junto da sua família e quantos outros sacrifícios, para elevar o seu clube à vitória, algumas vezes ao pódio máximo. Recebem então elogios de toda a gente ligada ao seu clube e exterior a ele. Louvores da imprensa, da direcção, dos aficionados, aplausos de todo aquele mundo.
Mas quando os resultados começam a descer, tantas vezes por motivos alheios ao treinador, a admiração por ele começa também a descer e todos esquecem as vitórias anteriores, os campeonatos ganhos, as glórias alcançadas. Tudo o vento do esquecimento levou…
Segue-se a rescisão do contrato, a despedida amarga e até o espectro cruel do desemprego. É este um retrato de todos os dias do futebol da vida.
Sempre que alguém rende na sua actividade, os êxitos são reconhecidos, apreciados e louvados.
Mas quando a idade avança, quando a saúde falha, quando o desgaste debilita, quando as circunstâncias não são favoráveis, os maus resultados são imputados ao responsável, o apreço desaparece, os valores são esquecidos e segue-se a rescisão do contrato e a despedida.
É esta incoerência injusta, que continuará a ser praticada, no mundo do futebol e fora dele, por todos quantos olham os seus colaboradores apenas pela óptica dos resultados e das vitórias…
Mário Salgueirinho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Fim de ciclo político na Madeira

Tendo em conta as limitações de espaço, sobrou-me este bocadinho da crónica do próximo domingo no Dnotícias. Por isso, adianto este pedaço como aperitivo...
Estamos em fim de ciclo na Madeira. Ainda bem porque precisávamos de viragem, de mudança, transformação ou o que quiserem chamar ao fim deste estado de coisas que nos conduziu a este mal estar geral.
Ainda assim receio que podemos estar perante a ideia prestidigitadora de que se muda tudo para ficar tudo na mesma e não bastará presentearem-nos com nova roupagem política, se o que se vê não passa depois de reles e incómodos rostos reciclados. Disso estamos mais que fartos.  
Hoje, ao olhar a Madeira do milagre económico, que redundou também em muitos fracassos e muita desigualdade, sentimos vergonha ao vermos tantos conterrâneos nossos sem os rendimentos necessários para cobrir as suas necessidades básicas, como a alimentação, pagar a conta da água, a luz, a casa, não há trabalho, a educação está periclitante e a saúde enferma de razões que retemperem a confiança e a esperança.
Obviamente que reclamamos que se busque a reconciliação, o perdão. Para que se faça passado o insulto e o achincalhamento da vida privada dos poucos adversários que tiveram a coragem de pensar diferente ou tenham simplesmente e saudavelmente discordado, exactamente, como é nobre numa democracia normal.
É preciso concentrar a governação no povo madeirense. Não se compreende que passados 5 anos ainda estejam mais de meia centena de famílias a viver de favor, porque os milhões da Lei de Meios não chegaram para resolver a sua situação. A governação ou tem atenção à realidade concreta do nosso povo ou então está a ser inútil para a Madeira.

sábado, 17 de janeiro de 2015

A Liberdade

Para o fim de semana. Sejam felizes sem prejudicar ninguém...
Ah como te busco interiormente
com sentida dor por vezes nos percalços
inesperados do tempo e da maldade
que alguns plantaram vingativamente
com sangue e tudo o que a carne rasgada
faz verter quando oprime o som e a visão.

Porém vieram os deuses antigos
que nos destinaram o pão e o gosto
do trabalho que fez erguer os monumentos
como casas nas encostas da vida e do mundo
que sempre começa fecundo em embrião
na virtude incandescente do pensamento.

Somos pássaros que voam em desejo
ou sonho ideal livre nos caminhos
como quando sorriem as crianças
na alegria dos baloiços que vão e vêm
ao encontro de todos nós como irmãos
quando proclamamos todos os dias liberdade.

Ser liberto de si e do que digam todos
sem opressão mesmo que os rostos
cantem as lágrimas agora e sempre…
ah, mas quanto vale voar sem amarras
se até aos céus se fazem os nossos planos
quando nada se fica por um pobre padrão.
José Luís Rodrigues 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O principal chamamento é ser feliz

Comentário à missa do próximo domingo II Tempo Comum, 18 janeiro de 2015
Os textos da missa deste domingo, falam-nos da disponibilidade para acolher os desafios de Deus e para seguir Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos a história do chamamento de Samuel. O texto reflecte que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, que vem ao encontro de cada pessoa, chama-a pelo nome e convoca-a para uma missão. A cada um é pedido que coloque a sua vida ao serviço dos desafios de Deus. Escutar a voz de Deus, será sempre uma certeza de felicidade e de realização da vida em favor do bem para todos. Os nossos tempos precisam de muita gente que se deixe levar pelo desejo de Deus, que sonha com um mundo mais justo, mais fraterno e mais de acordo com a verdade que faz da vida um bem extraordinário e não um fardo provocado pela injustiça, pela ganância e pela violência da mentira que destrói as pessoas, as famílias e as sociedades.
Somos chamados a ser discípulos. Quem é o discípulo? - É aquele que reconhece Jesus que «passa», o Messias libertador, que o admira e o segue com todas as forças e convicções. A partir daí envolve-se na vida e no mundo numa luta constante contra tudo o que ponha em causa o Reino da amizade e fraternidade proposto por Jesus.
Por isso, segundo São Paulo, no crente que vive em comunhão com Cristo deve manifestar-se sempre a vida nova de Deus. Este que que radica a vida em Jesus, deve procurar banir de si hábitos e atitudes desordenadas que ferem a dignidade de si e dos outros. Nesta perspectiva, o mundo tornar-se-ia beleza e bondade, porque, os cristãos, em primeiro lugar, seriam esse sinal no meio da massa.    

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O desnorte ou bacalhau com todos

Há algo de estranho na Madeira neste momento. Nada que não se esperasse. A palavra que melhor me ocorreu para designar o que vejo foi esta, o desnorte ou a expressão da indispensável iguaria culinária "bacalhau com todos". Um desnorte que alimenta ambas as facções que compõem o quadro político partidário da Madeira.
Por um lado, o partido maioritário, que governou a seu belo prazer a Madeira durante 37 anos, está desnorteado. Obviamente, que as campanhas afirmam ao contrário, está tudo certinho, unido e em caminho de "renovação".
Por outro, a oposição desnorteou-se totalmente, porque pensava que seriam favas contadas a sua subida ao poder madeirense. Que para tal bastava assistir de bancada ao desmoronar daquele que combatia, porque pelas suas convictas divisões internas até às eleições regionais estaria em caos. Reparem bem como são as divisões nos partidos, estão todos lá metidos, nenhum ficou sem um rebuçado de poder na orgânica partidária.
Ambos se enganam redondamente. E os eleitores também.
Um não está unido como aparenta nem muito menos em processo de renovação, porque se está unido não pode ser pelos lindos olhos do novo líder ou pelo amor ao bem comum dos madeirenses em geral. Se estiver em processo de renovação, acharemos esquisito porque não se torna plausível renovar com quem está dentro da mesma máquina há mais de uma década. Em política partidária, tipo como esta à moda da Madeira, os mesmos não se renovam, mascaram-se de renovação. Porque tudo se resume a sobrevivência a quanto obrigas.
Depois há uma oposição que se fixou numa palavra "mudança", onde quer meter todos os partidos da oposição sem que choque com o ingrediente que alguém elegeu ser o principal, só porque satisfaz a sua ambição pessoal. Assim sendo, porque num determinado contexto vingou, não porque apontava melhores alternativas, mas porque era diferente, precisávamos de punir quem tinha deixado de brilhar da mesma maneira desde sempre e tinha sido apanhado a usar e abusar da benevolência do povo Madeirense. Afinal, havia uma conta que era preciso pagar e isso dói a muitos.
Esta brilhante oposição, convenceu-se erroneamente que esta poção mágica chamada "mudança" podia continuar a dar vitórias sempre e em todos os contextos. Nada disso. Desnorte total para não dizer engano, que cai no ridículo frequentemente, porque insiste, insiste e insiste no mesmo menu.
Face a tudo isto, os tais renovadores ganharão isto brincando. Mas não que o mereçam e que vão fazer tudo pela Madeira e pelos madeirenses como agora travestidos de renovadores unidos apregoam, mas sim porque não há alternativas sérias e credíveis.
Se antes a apreensão era grande, hoje ainda é maior. Porque não vemos para a governação da Madeira seriedade e vamos continuar a ser governados pela fachada com notícias bombásticas sem que tenham nada de conteúdo nem muito menos qualquer alteração às condições sobejamente difíceis da vida do povo madeirense. Assim continua o desnorte que se chama bacalhau com todos.
Só espero que não nos tirem a liberdade de expressão e que a consciência da cidadania torne a nossa terra um exemplo. Se centrarmos a vida presente e futura aos saltos e baixos da política partidária a vida na Madeira será um inferno. Livrem-nos deste terrorismo.

Valores fundamentais postos em causa

Só esperemos que os actuais líderes europeus tenham juízo… Será que vamos ter na Europa outro «terrorismo» com base legal?
O Patriarca de Lisboa diz que o direito à “liberdade e responsabilidade de expressão” são “irrenunciáveis”. D. Manuel Clemente diz estar a acompanhar com “com grande preocupação e solidariedade para com as vítimas de todos os fanatismos” os acontecimentos dos últimos dias em França.
O futuro Cardeal considera “importante que a sociedade se manifeste” contra “algo que é intolerável” porque “existem, nas sociedades europeias e noutras sociedades do mundo, conquistas que são irrecusáveis e que têm a ver com os direitos humanos, onde está o direito à vida, à liberdade e à responsabilidade de expressão”.

sábado, 10 de janeiro de 2015

A fraternidade

Para o fim de semana. Sejam felizes sem prejudicar ninguém... 
estalam secas as armas do ódio
da vingança em sangue vivo
que escorre no chão do mundo
e nas mãos da dor dos homens
que resultam mortos da barbárie
sem defesa e sem fraternidade.

porém grita o tempo e o sonho
o desejo da paz na urgente procura
destes dias sentidos e solitários
da incompreensão do ódio
que mata para sempre cerce
os passos em volta desta visão
que sem perdão não se reencontra
no ideal maior do amor.

venham todos ao banquete
do convívio da amizade
o mundo precisa da reconciliação
não fora o estridente choro
de uma criança que em lágrimas
implora mãe e pai
com os braços levantados
a melhor prece ao Deus da vida
contra as a escravidão
e digo sempre não contra os grilhões
tenebrosos da violência
quando derramam sangue e silêncio.

somos fraternidade
e não há volta a dar.
José Luís Rodrigues

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ressuscitar cada dia

Comentário à missa deste domingo do Baptismo do Senhor, 11 janeiro de 2015

“Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito, como uma pomba, descer sobre ele.”     Mc 1, 10

Arrumamos com cuidado o presépio, assinalamos na agenda as datas especiais e aniversários, preparamos a mente e o coração para os dias de crise que todos prevêem
Na Liturgia cristã, do Jesus Menino adorado pelos Magos saltamos com Ele para as águas do Jordão em que é baptizado. Jesus, como quase todos nós, ainda mal entrados na vida, porque recebemos o baptismo em crianças, logo a ser mergulhados na abundância de um amor imenso. E tantas vezes julgamos que isso foi há tanto tempo. Que do baptismo apenas ficaram as fotografias, a vela e o vestido.
E contudo o nosso baptismo, longe de qualquer ideia de magia, é um dinamismo de vida constante. Interpela a autenticidade do nosso viver, a grandeza dos nossos sonhos, a coragem nas dificuldades. Creio mesmo que é a sua força que nos leva a ressuscitar cada dia, como diz José Carlos Bermejo: “Cada vez que nos ‘pomos em pé’, ressuscitamos. Cada vez que conseguimos que triunfe a vida e o amor sobre qualquer forma de morte e limite humano, apostamos e experimentamos a ressurreição”. Ai como hoje estamos rodeados de tantas coisas que precisam de ressurreição pela nossa ação e pela capacidade que temos para transformar ou fazer erguer o que está abatido.
Uma das mais profundas experiências de ressuscitar é a do perdão. Jesus é indicado por João Baptista como o Cordeiro que tira os pecados do mundo. Quer dizer, Aquele que perdoa. O que dá a possibilidade de curar as feridas, de reconstruir o que parecia condenado à morte, de manifestar a beleza, não de quem é perfeito, mas de quem pode aprender com os erros. Claro que o perdão é um longo caminho, e também passa pela morte, que o banho baptismal simboliza. A morte do orgulho e do egoísmo, a morte da auto-suficiência e das aparências, a morte dos limites postos ao amor e dos sonhos que não vão mais longe. E toda a morte dói muito. Por isso devemos ansiar pela manhã radiante da luz que brilha.
Sim, em pequenos e grandes gestos somos capazes de morte, mas Jesus também nos vem confirmar que somos capazes de ressurreição. “Nascer de novo”, pela água e pelo Espírito, como escuta, no meio da noite, Nicodemos, não é algo distante de cada um de nós. Pois cada um deve assumir ser criança todas as manhãs da vida, como sinal que não descura a vontade e capacidade de se renovar, seja baptizado ou não.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Nostalgia de Deus

Notamos uma busca de Deus neste mundo materializado em que vivemos. Há uma curiosa lenda que tenta explicar essa ânsia nostálgica de Deus no íntimo de cada ser humano.
Depois do primeiro fracasso com o primeiro homem, Deus decidiu criar outro. Fez um belo boneco de barro e depois de activá-lo com o sopro a vida iria modelar-lhe um rosto. Tomou o boneco nas suas mãos e animou-o. Mas o boneco, logo que se sentiu com vida, fugiu das mãos do Criador. Queria ser ele mesmo a escolher o seu próprio rosto. Andou, andou e, longe de Deus, parou para pensar qual seria o seu rosto.
Foi experimentando diversos rostos que viu à sua volta na Natureza. Tomou o rosto de águia e passou a viver orgulhoso, como ave de rapina. Tomou o rosto de réptil e a sua língua só lançava veneno. Tomou o rosto de leão e passou a viver à custa dos mais fracos. Tomou o rosto de flor, mas cansou-se de ser objecto de adorno. Tomou o rosto de pedra, mas não pôde resistir muito tempo a tanta passividade.
Continuou a fazer várias experiências, mas cada vez se sentia menos homem. Começou a ficar cada vez mais triste e a sentir saudades do calor das mãos que o tinham criado e lhe iam modelar um rosto. Mas não sabia o caminho do regresso...
Esta procura ansiosa de Deus que se vem observando no decurso da História e mais se observa actualmente pelo aparecimento de numerosas seitas e de movimentos de cariz religioso, esta procura do Transcendente revela-nos essa nostalgia. Mas nem sempre os homens encontram o caminho do regresso às mãos do Criador. Alguns desistem e dizem-se agnósticos. Outros, torturados por esse desencontro, acham mais fácil negá-lo. E dizem-se ateus.
Outros procuram identificar-se com o rosto de Jesus Cristo, rosto visível do Pai Criador de todas as coisas.
Esta é a imagem verdadeira do Deus-Pai apresentada por Jesus Cristo. Só esta imagem pode levar à verdade sobre a fé e a esperança.
Mario Salgueirinho

sábado, 3 de janeiro de 2015

A igualdade

Para o fim de semana... Sejam felizes sempre sem prejudicar ninguém. 
Este poema de início de ano, reflecte a maior preocupação dos nossos tempos, a igualdade ou a falta de dela. O que não é coisa de somenos mas o maior desafio para a humanidade profundamente desigual que alguns criaram contra a natureza das coisas de Deus e as nossas...
sem igualdade morre
a paz dos dias
que se ensombram
nas contradições
e embaraços sentidos
nas ruas do mundo
desta certeza que digo
no anseio de não mais ver o sorriso.

calam as cidades
os campos
sem voz os pobres
manietados na margem
da solidão que almejam
pão e abrigo
no banquete da igualdade
do dever em cada homem
que a busca desta
palavra dita na tribuna
como o amor os antigos
espelharam no sonho
da luta de sangue e frio
do tempo.

sabes tu e eu sei
as nossas diferenças
se conjugam em feliz
dignidade incolor
do coração que bate
em todos e por todos
que se vão à vida
e ao dom do trabalho
quando se reconhecem
nem mais nem menos
neste desejo igual
que nos faz a maior certeza
do mundo.

somos a humanidade
e mais não digam
porque bastou esse nome
no mistério da criação.
José Luís Rodrigues

Jesus não tem dono é universal

Comentário à missa do domingo de Reis Magos, 4 janeiro de 2015
O dia da Epifania é, tradicionalmente chamado, o Dia de Reis. Epifania significa aparição, manifestação e vem do grego «epiphanéia».
A Epifania, é o reconhecimento dos direitos messiânicos de Jesus de Nazaré por não-judeus, é a manifestação de Jesus ao mundo pagão. Uma tradição mais tardia falou de Reis Magos, aplicado a estes sábios que vieram do Oriente adorar o Menino, e pretendeu com isso, provavelmente, reforçar a glória de Jesus Cristo. 
Este menino, que nasceu não tem dono. Foi enviado por Deus ao mundo por meio de uma mulher, para toda a humanidade. 
A grande mensagem que nos fica deste Dia dos Reis, resume-se a esta novidade: Deus nasce não apenas para alguns mas para todos os homens e mulheres de todos os tempos e em todas as circunstâncias geográfica do mundo. 
O Deus Menino é a luz celeste (Ouro) que se abaixa até ao mais fundo da humanidade para a elevar para o alto (Incenso); e é o Deus santo e fonte de santidade (Mirra) que pretende santificar não apenas um povo mas todos os homens do mundo. 
É surpreendente e quase comovedora esta abertura de Deus e arrasa todas as tentativas de apropriação de uma realidade que não pertence a ninguém, porque não é deste mundo. Vem do lugar santo de Deus para elevar e divinizar toda a humanidade. 
Que a Epifania seja um outro nome pelo qual se redescobre o acontecer de Deus e que essa luz nos ilumine a fé e a esperança como único caminho que nos leva à relação de amor com todos como semelhantes e irmãos. 
A mensagem da paz e do amor, sinal do presépio, são ecos de Deus que ressoam do seu coração para todos os recantos deste mundo sedento de salvação. Deixemos, pois, Deus acontecer e manifestar a sua graça de salvação a todo o mundo. O amor para ser autêntico é universal. Ninguém melhor do que Deus sabe dessa particularidade do amor. E porque «Deus é amor» (São João), fez-Se habitar no coração da humanidade para salvar a todos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A lição de um pobre

Sei que este tema irrita alguns. Mesmo assim não desistirei dele. A luta contra a pobreza não pode parar.
Como seria o mundo se todos nós acolhêssemos Jesus nos pobres? - Muito diferente por sinal, creio firmemente...
Há muitos anos, vi um homem que passava em frente da minha casa. Ele parecia cansado, sujo, tinha as roupas em mau estado. Caminhava encurvado. Fui à cozinha, peguei num litro de leite, preparei um sandes e corri pelas escadas para alcançá-lo.
- Tome – disse-lhe eu. E sorri com amabilidade.
O homem pegou o sandes, deu uma mordidela, olhou para mim e, de repente, começou a chorar.
- Eu estava com fome – gemia ele, no meio da sua dor.
Isso comoveu-me profundamente. Desde aquele dia, tento não negar nada a quem me pede alguma coisa para comer.
Todas vezes que chove, penso neste homem que mora na rua, e em muitos como ele, que não têm um teto, que estão se molhando e passam fome, frio.
Na verdade, já descuidei Jesus em tantos pobres...
Penso neles, mas é muito pouco o que faço.
Imagine como seria o mundo se todos nós acolhêssemos Jesus nos pobres.
Na segunda-feira passada, caiu uma forte chuva. Foi dessas que golpeiam com força as paredes de casa, como se estivessem chamando a nossa atenção.
Eu estava dormindo e acordei pensando que deveria verificar se o quintal estava inundado. Então, lembrei-me desses pobres, homens e mulheres, que se molhavam por não ter um teto, um abrigo.
Dormi novamente e sonhei que caminhava acompanhado por uma pessoa.
Era um jovem vestido de branco. Chovia e nós estávamos nos molhando.
Ele levou-me a um edifício que estava desocupado. 
- É aqui, repare – disse-me ele.
Olhei através de uma das janelas e parecia uma galeria. Estava limpa, cálida, acolhedora. Pensei em quão bem me sentiria lá dentro, no meio daquela chuva, tomando uma sopa quente.
- É para cá que você vai trazê-los – continuou dizendo o meu acompanhante. Quando chover, terão este lugar como refúgio. O nome deste lugar será “Refúgio São José”.
Acordei pensando nisto. Terá sido um sonho?
Se formos pensar bem, perceberemos que vivemos tão cómodos, sob um teto. E os outros, nossos irmãos, não têm nada.
Isto me fez lembrar daquelas palavras de São Alberto Hurtado, quando exclamava, emocionado: “O pobre é Cristo”.
Cristo vagueia pelas nossas ruas na pessoa de tantos pobres sofredores, doentes, despejados. Cristo encolhido sob as pontes, na pessoa de tantas crianças. Cristo não tem lar! Vamos providenciar-lhe um lar? ‘O que fizerem a um destes mais pequenos, é a mim que o fazem’, disse Jesus. O próximo, em especial o pobre, é Cristo em pessoa.”
Claudio de Castro, In Aleteia.org