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quarta-feira, 25 de março de 2015

O histórico debate da cadeira vazia

Vai ficar para a história das eleições regionais da Madeira 2015, este género de debates inventados pela RTP-Madeira. Chamamos debate a um não debate, porque do que se trata é antes de uma entrevista onde se vê claramente um jornalista a fazer perguntas à vez. Ora falo eu ora falas tu sem que ninguém interrompa ninguém nem muito menos responda a nada daquilo que o outro tenha dito, porque estamos em terra de gente civilizada que não anda para aí com más criações.
Este não debate seguiu os critérios da representação parlamentar para estarem apenas os maiores três partidos, os do arco da governação como pomposamente hoje se diz. Porém, o maior partido não esteve representado, ficou-se por dois apenas e uma cadeira vazia. Gostei de ver que o centro das atenções e o objecto de referência constante tenha sido o representante da cadeira vazia.
Por isso, o vencedor do não debate foi a cadeira vazia e Miguel Albuquerque, provavelmente, pode gabar-se que o melhor debate da sua vida foi este. O não debate onde não precisou de pronunciar uma palavra que fosse, porque não estava presente.
A RTP- Madeira prestou-se a um acontecimento ridículo e os dois líderes da oposição embarcaram no frete. Não disseram nada que já não tivéssemos ouvido a ambos, nada de novo e o argumento melhor que lhes servia como bordão estava ao seu lado, uma cadeira vazia, que ternamente as idosas devotas das setas viradas para o céu se fartaram de dizer frente ao ecrã: «coitadinho daquele senhor da Câmara da cidade do Funchal»… «Qual Maria?» - Pergunta o esposo com a barreta a tapar os olhos a ver se dormita um pouco antes de se refastelar entre os lençóis. Então, prega-lhe a Maria estuporada: «Ah, hôme, aquele que se parece com Nosso Senhor Jesus Cristo». 
E assim se passou o melhor momento de campanha eleitoral para Miguel Albuquerque, não precisou de fazer nem de dizer absolutamente nada.

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