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sábado, 29 de agosto de 2015

Parece que a vida humana não vale nada

Para esta manhã tinha pensado escrever sobre a crueldade dos refugiados. Tinha muito para dizer inspirado no tanto que já foi dito. Porém, começo a pensar que vivemos sob uma «ditadura» de palavras e mais palavras que não conduzem a consequências que resolvam minimamente o drama de tantos irmãos nossos que fogem da guerra, da pobreza, da violência, do saque e do desrespeito da dignidade humana.
Tendo em conta que as autoridades da velha Europa não fazem nada, simplesmente encolhem os ombros e debitam também palavras de uma pretensa indignação, tem que ser nós cidadãos a alertar e a fazer uma corrente de denúncia constante desta crueldade desumana em que mergulhou a humanidade.
Não se entende que a humanidade avance imenso na tecnologia, na sofisticação a todos níveis da mobilidade e da comunicação, mas regrida tanto nos valores, especialmente, no valor da vida humana.
É preciso acolher e combater todas as formas de violência que conduzem a esta tragédia. Há grupos criminosos armados em tudo isto, é preciso travá-los. Há políticas erradas, é preciso reconhecê-lo e encetar outras políticas que olhem pelas pessoas e não tanto em nome do vil metal. Há religião distorcida que mata em nome de um deus que alguns engendraram, é preciso assumir que isso é crime e que não fiquem imunes de responsabilidades os seus autores mesmo que se agarrarem à religião ou a um deus menor sem alma. Há ditadores nos países de origem dos refugiados, é preciso arredá-los do poder. Há exploração do norte rico em relação ao sul pobre, é preciso pensar nisso. Há perda de valores, é preciso retomá-los. Há violação dos Direitos Humanos, é preciso lembrá-los. Há uma Europa que deixou de ser cristã, cujo valor do acolhimento dos estrangeiros é muito importante, é preciso não esquecer as origens da Europa e todos os valores cristãos que educou os povos. Há de tudo um pouco, por isso, é preciso que os povos europeus se empenhem mais na construção da humanidade sem que para isso tenham que encerrar portas e levantar muros.
A imagem caricatural aqui ao lado muito tem a dizer-nos sobre as causas da crueldade das imagens que nos chegam deste drama horripilante dos refugiados que chegam às portas da Europa. Não pode ser assim e o procedimentos dos interesses materiais não podem prevalecer perante o valor da vida humana, a dignidade e o direito de ser gente. Nós cidadãos devemos indignar-nos sobremaneira e procurar todas as formas de denúncia, pressão e sensibilização das autoridades europeias para que tomem medidas corajosas para minorar este drama. Não vejo diferença nenhuma quando contemplo hoje os barcos apinhados de gente em relação aos vagões dos nazis que na segunda guerra mundial transportavam os judeus em condições miseráveis para os campos da concentração da morte. Parece que a vida humana, apesar dos avanços tão solenes e sofisticados, pouco ou nada vale para a humanidade hoje. E isso é triste, muito triste.

1 comentário:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Que lindo texto Amigo e Irmão Padre José Luís Rodrigues. Estamos neste turbilhão de incertezas. DEUS o de JESUS nunca abandonou o ser humano, pelo contrário, a sua chama consiste no amar as irmãs e os irmãos. DEUS o de JESUS quer que O amemos no mais pobre, mais desvalido e no coração do Evangelho está a fuga de JESUS à rigidez dos ensinamentos de um certo judaísmo/farisaísmo . Todo o Evangelho de JESUS está nesta verdade evitar as "herodíades" de todos os tempos sobretudo as conspurcadas no dinheiro. Esses agiotas assassinos, que tal como Herodíade pediu a cabeça de João Baptista, pedem o sangue e o suor dos mais pobres. "A DEUS o que é DEUS e a César o que é vilacamente dele. Bom Fim de Semana. Grande Abraço