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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os livros a Avareza e Via Sacra do Vaticano

A partir desta quinta feira (5 de novembro) estão nas bancas em Itália dois livros que rapidamente serão bestsellers. Tratam de assuntos confidenciais violados, de misérias e de pecados de ordem financeira que campeiam a mais alta estrutura da Igreja Católica, o Vaticano.
Todo o esforço do Papa Francisco para credibilizar a Igreja e para fazer passar a ideia de que a Igreja Católica retoma o seu verdadeiro espírito do Evangelho, sofrem um duro rombo com este ambiente de escândalo e pecado. Para quem tem os pés bem assentes na terra, nada disto é surpresa nem muito menos se deixará abalar se considerar que onde há humanidade há pecado, onde há dinheiro há corrupção e onde falta fé Deus não entra para dar lugar ao mundanismo absoluto. Porém, esperemos que as forças de Francisco e a certeza de que pode ser possível uma Igreja outra, onde reine a seriedade e os valores do Evangelho, não esmoreçam com as misérias agora postas a nu. A história da Igreja Católica está cheia de miséria, mas também cheia de virtude, que apesar de tudo sempre foi capaz de superar a tragédia que parecia vir a acontecer.
O livro «Avareza», de Emiliano Fittipaldi, fala de fundações criadas para fins caritativos transformadas em sucursais económicas para aquisições de luxo e divulga o vasto património imobiliário do Vaticano espalhado não só por Roma, mas também em Itália, França, Grã-Bretanha e Suíça.
Num outro livro, «Via Sacra», de Gianluigi Nuzzi (que em 2012 divulgou os documentos roubados pelo mordomo de Bento XVI), são revelados relatórios secretos e gravações não autorizadas do próprio Papa durante uma reunião em que Francisco lamenta o aumento de funcionários na estrutura vaticana e mostra-se irritado pela derrapagem nas contas.
Lembro que na segunda-feira passada, o Vaticano anunciou a detenção de monsenhor Lucio Angel Vallejo Balda e de Francesca Chaouqui, respetivamente secretário e membro da Comissão relativa ao estudo e orientação sobre a organização das estruturas económico-administrativas da Santa Sé (COSEA), instituída pelo Papa em julho de 2013 e posteriormente dissolvida, após cumprir o seu mandato.
Sabendo da publicação dos dois livros o porta-voz de Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirmou em comunicado à Comunicação Social o seguinte sobre as novidades bibliográficas: «Seria necessário ter a seriedade de aprofundar as situações e os problemas específicos, para reconhecer o muito que é completamente justificado, normal e bem administrado, incluindo o pagamento dos devidos impostos», refere o padre Federico Lombardi.
A seguir considerou que, «o caminho da boa administração, da correção e transparência, continua e avança sem incertezas. Esta é, evidentemente, a vontade do Papa e não falta no Vaticano quem colabore com ela, em plena lealdade e com todas as suas forças», refere o porta-voz.
Também considero que fazem falta livros e trabalhos aturados sobre o imenso trabalho que a Igreja faz em favor dos pobres em todo o mundo. A seriedade que a assiste em tantos dos seus membros que honestamente canalizam para os fins a que estão destinados os donativos que lhe são confiados. Há uma enorme preocupação nos milhares ou milhões de católicos preocupados em serem cidadãos de pleno direito, pagando os seus devidos impostos a tempo e a cumprirem todas as leis dos países onde vivem. 
A miséria está espalhada por todo o lado. Mas à máquina administrativa da mais alta instância da Igreja Católica, exige-se seriedade e honestidade, para que daí venha o exemplo para toda a Igreja e para todas as estruturas do mundo inteiro onde há necessidade de serem administrados os bens monetários ou outros.
Que Deus nos ajude e que o Espírito Santo nos guie.

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