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terça-feira, 5 de abril de 2016

As máquinas de lavar dinheiro

A loucura do dinheiro, melhor, a loucura pelo dinheiro, revela-nos mais um escândalo, agora de âmbito mundial. Está a ser denominado de «Papéis do Panamá». Pelo teor das notícias perpassa vários domínios da vida social. Envolve chefes de estado, políticos, celebridades, multimilionários, artistas, estrelas do desporto e outros ligados ao mundo do desportivo e por fim uma plêiade de ladrões e burlões, que usam paraísos fiscais (offshores) para «lavar dinheiro», esconder património e fugir aos impostos e porque vivem à conta de engenharias financeiras que enriquecem os mesmos que tiveram a sorte deste mundo do seu lado, mas que semeiam uma multidão de milhões de pessoas na pobreza e na miséria. Ninguém pensa que se há meia dúzia «podres de ricos», que enriqueceram facilmente sem criar riqueza comum, deixaram um rasto de milhões de pobres e esfomeados.
Esta lógica do mundo não faz sentido nenhum. Para que serve esta loucura pelo ter muito dinheiro se estamos nesta vida a prazo? Não seria melhor termos um mundo mais justo, onde o dinheiro chegasse um pouco a todos, para que todos pudessem viver com dignidade e minimamente felizes? – Obviamente, que sim… E isso seria perfeitamente possível. Bastava que não se permitisse que os burlões e os «engenheiros» de maroscas tivessem tanta cobertura e que ninguém lhes alimentasse os apetites. Por isso, este escândalo torna-se tão grave, há nele gente envolvida com alta responsabilidade a nível mundial de quem se esperava comportamentos irrepreensíveis, nomeadamente, a seriedade e honestidade à cabeça.
Perante este vergonhoso escândalo, esperemos que as várias entidades mundiais ligadas à justiça dos respetivos países com cidadãos seus implicados neste escândalo, façam uma investigação séria e façam-nos pagar tudo o que foi roubado ao bem comum de cada país. As notícias apontam para mais de 70 chefes de estado atais e passados que saquearam os seus povos para entrarem nesta engrenagem do roubo e da ganância.
De Portugal constam as notícias que há 34 envolvidos no escândalo dos «Papéis do Panamá» e não admira que o âmbito da Banca esteja no topo da lista da criação de empresa fitícias. Mais ainda se vai dizendo que todos os dias sai do nosso país para paraísos fiscais milhões de euros sem que passem pelo crivo do fisco e são zero na criação de riqueza para o nosso país.
Eis um mundo desconcertado pela loucura do dinheiro, que vai todos os dias semeando pobreza, fome e morte. As máquinas da lavagem do dinheiro, não tornam branco o que quer que seja, deixam um rasto negro de miséria em todos os povos e a miséria é sempre suja e a fome é sempre negra. 

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