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segunda-feira, 4 de abril de 2016

O negócio da desgraça da Europa

Os primeiros barcos com imigrantes retornaram da Grécia para a Turquia na manhã desta segunda-feira (4), após controverso acordo da União Europeia com o país. As duas primeiras embarcações partiram da ilha de Lesbos, na Grécia. Estão a ser devolvidos à Turquia no âmbito do acordo com a União Europeia. A maioria dos migrantes levados para a Turquia provinham do Paquistão e do Bangladesh. Isto é o que dizem.
O acordo prevê o reenvio para a Turquia de todos os migrantes que cheguem irregularmente à Grécia a partir de 20 de Março, incluindo os requerentes de asilo sírios, com a contrapartida da «reinstalação» na UE, proveniente de território turco, de um sírio por cada compatriota reenviado, num limite máximo de 72.000 lugares.
O jornalista Carlos Fino escreveu com toda razão acerca deste acordo: «O preço europeu pode também trazer no bojo um silêncio cúmplice em relação às frequentes violações dos direitos democráticos por parte do regime turco, como a repressão de manifestações pacíficas e o silenciamento, há dias, do maior jornal de oposição». Não credito que a «nossa» Europa faça vista grossa disto em nome de superiores interesses profundamente desumanos e anti democráticos.
O «negócio» entre a União Europeia e Turquia começa a ser levado à prática. Um jogo sujo que implica milhões de euros e a desgraça de milhares de pessoas vítimas da pobreza, da guerra praticada em nome da ganância pelo petróleo. Tudo fruto da ganância do Ocidente que agiu irresponsavelmente com o Médio Oriente, destruindo barbaramente aqueles países.
Eis uma imagem que nos deve deixar envergonhados e tristes com o caminho por onde vai a Europa. Este é um acordo onde que manifesta uma clara violação dos Direitos Humanos, porque resulta numa «escolha» entre pessoas, deixando para trás pessoas e devolvendo outros tantos para o teatro da guerra onde predomina a fome e a morte.
Não podemos senão manifestar o nosso profundo repúdio por esta Europa comandada por governantes sem princípios e sem a mínima consciência da dignidade humana que fortaleceu o continente europeu durante vários anos a partir do pensamento grego, os valores da razão e os princípios do Cristianismo.
Não se augura futuro risonho para nós europeus com políticas deste género e ainda mais com governantes completamente perdidos que nos conduzem à perdição. 

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