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segunda-feira, 27 de junho de 2016

A ditadura dos comentários anónimos

Imagens Google
O anonimato por si é algo de muito feio. Os comentários anónimos são uma coisa reles e segundo um excelente trabalho sobre esta temática que o Diário de Notícias de hoje (27-06-2016) apresenta é uma coisa reles e parece que, típica das terras pequenas, das ilhas. As cabeças quando são minúsculos ilhéus, resultam em curto pensamento e coragem é coisa que não abunda nesse pequeno mundo.
O sociólogo Ricardo Fabrício considera o seguinte na reportagem do Francisco José Cardoso: «Se fizéssemos uma análise de conteúdo aos comentários que são feitos nas caixas de notícias ao abrigo do anonimato, veríamos que, seguramente, têm qualquer coisa a ver como uma espécie de mecanismo de catarse». Neste âmbito considero que tantos aproveitam esse tal espaço do comentário, não para ensinar e acrescentar algo ao que a notícia ou opinião reflecte, mas para vomitar veneno sobre terceiros e sobre quem emprestou o seu nome e fotografia para expressar o que pensa. As armas não são iguais e com este estado de coisas não posso de forma nenhuma pactuar. Devemos todos pensar sobre o assunto e não permitir que a sujidade manche o que foi dito com seriedade e responsabilidade, porque resulta normalmente como expressão de muita preocupação, estudo e reflexão séria. Quem escreve regulamente sabe bem o que isso representa. Por isso, não podemos ser carne em canhão de covardes que se escondem na esquina da vida à procura dos outros para os fazer de tiro ao alvo covardemente disparando sobre eles o esterco do seu vazio.
O sociólogo acrescenta ainda o seguinte: «Encontramos, às vezes, posturas, abordagens, comentários que dificilmente as teriam se tivessem lá colocado os seus nomes e se identificado. Esses mecanismos terão também válvulas de escape que nem sempre é bonita de se ver, sobretudo quando comparado com o mesmo género de participação em jornais estrangeiros, os britânicos, que muitas vezes aprende-se mais nos comentários do que na própria notícia». Interessante este pensamento que vem de encontro ao que penso. Um comentário deve acrescentar ou relevar o que foi dito. Ofender, caluniar e destratar não devem ser verbos que se apresente na forma de comentários, ainda mais se são as armas dos inquisidores anónimos que hoje se manifestam por todo o lado.
Imagem Google
O sociólogo embora reconheça que há uma mudança para melhor, alerta que o processo é muito lento e que levará muito tempo para que se atinja um patamar equilibrado quanto à coragem que deve assistir quem se prontifica a opinar ou a dar o seu contributo para uma reflexão mais esclarecida sobre qualquer assunto através dos meios de comunicação social.
Não podia da minha parte deixar de fazer eco aqui no Banquete da Palavra, sobre um assunto que tanto me tem inquietado nos últimos tempos. Aliás, têm sido inúmeras as vezes em que tenho sido vítima da artilharia dos anónimos que campeiam a ilha da Madeira. Esta ditadura dos comentários anónimos requer um combate sem tréguas e devemos todos começar por repudiar tudo o que seja contra a verdade sem rosto e sem nome.

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