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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Nem eixo do bem nem do mal

É de sermos mais e melhor humanidade que precisamos...
«Eixo do mal» foi uma expressão retomado pelo então presidente dos Estados Unidos da América, por causa da guerra do Iraque. Se tivermos em conta que muita da desgraça em que está mergulhado o mundo, deriva dessa guerra, alimentada por mentiras descaradas dos políticos, achamos por bem trazer à liça esta expressão para pensar um pouco sobre o bem e o mal. Ou seja, para pensarmos o quanto estamos a entrar num tempo onde a banalidade do mal entrou nas nossas vidas. Ele é quotidiano. Ele é um «eixo» tão frequente que parece não passar hora ou minuto que não se oiça falar de tragédias levadas a cabo por esse propensão para o mal que a humanidade carrega.
O bem identifica-se com a ideia de progresso e com a harmonia, que o desenvolvimento económico e democracia proporcionam. Esta motivação é suficiente para lutar contra o «eixo do mal», que é sinónimo de monstruosidade e atraso social e económico. Esta ideia absurda que reduz o mundo e a vida a dois eixos ao lado de motivações religiosas resultam em barbaridades. As cruzadas - europeus armados com armas potentes e com a força da verdadeira fé entraram pelo Oriente dentro e desbarataram tudo - foram um exemplo claro de que as motivações religiosas resultam em barbaridades contra os valores da tolerância e do respeito pela diferença.
Porém, resta salvaguardar que nada disto é bíblico. Nem o «eixo do bem» nem o «eixo do mal» encontram sentido na Palavra bíblica. Cristo é um adepto da não violência e está sempre, pacificamente, embora de forma radical, contra tudo o que seja diabólico, aquilo que separa da verdade e da vida. Deste modo, percebe-se que Deus é o criador de tudo e que não faz sentido a doutrina dos «eixos». Tudo é criado por Deus, o bem e o mal coexistem lado a lado. O criador combate o mal para o salvar e redimir não para o suprimir ou sanear.
A posição da Igreja Católica face a todo o género de violência é categórica, considera ser imoral e ilegítima. Mais se repara que alguma doutrina católica que defende a «guerra justa» ou de «legítima defesa» não entra nas palavras de nenhum Papa dos últimos anos. No fundo, a visão religiosa radica hoje na ideia, depois da experiência milenar, de que a guerra não deve ser opção, por causa da destruição, morte, pobreza e sofrimento que provoca, fazendo tantas vítimas inocentes. Violência gera violência. Guerra gera mais guerra.
Hoje em qualquer lugar do mundo – defendem os verdadeiros judeus, os verdadeiros muçulmanos, os verdadeiros budistas e os verdadeiros cristãos – que a morte de um só homem é a morte da humanidade. E, obviamente, que o verdadeiro Deus repudia todas as formas de morte.  

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