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terça-feira, 29 de novembro de 2016

As religiões no debate público

O padre Anselmo Borges, docente universitário de Coimbra, encontra-se na Madeira para apresentar o seu último livro: «Deus, Religiões (In)felicidade». Estará hoje na Universidade da madeira às 18h30, e ontem às 17h30 esteve no solar de Machico, onde tive a alegria e o prazer de o escutar.
O tema da religião deve estar sempre presente no debate público, embora na Europa estejamos a assistir a investidas graves para retirar desse debate o tema das religiões. Mas, é um facto bem evidente que as consequências que daí advêm são deveras preocupantes e graves para as sociedades em geral. O padre Anselmo não deixou de refletir que este é um sinal dos tempos, que devemos ter em contra nesta reflexão sobre as religiões no âmbito da felicidade e infelicidade. É precisamente no contexto desse paradoxo da religião que essa investida aparece, exatamente, como trata no seu livro «Deus, Religiões (In)felicidade».
As religiões devem conduzir à descoberta do mistério, que se designa por Deus, que se revela no amor e pelo amor. Quando as ações humanas se servem desse mistério para fazerem valer os interesses pessoais, políticos ou outros, deixam de estar nesse âmbito da felicidade. Assim as desgraças acontecem com prejuízo para a humanidade inteira e com graves atentados contra a natureza, a nossa casa comum.
As religiões devem guiar no caminho da felicidade, quando distorcidas da sua verdadeira natureza, que é o serviço aos outros, para se tornarem poder idêntico aos poderes do mundo, conduzem à infelicidade, à violência e à morte. Daí que faça todo o sentido, no campo da religião falar-se na promoção da justiça, na igualdade, nos Direitos Humanos, o sentido da igualdade, a distribuição da riqueza que há no mundo, o sentido do bem comum, o cuidado com a natureza e todos os valores que contribuem para o bem estar feliz de cada ser humano.
No entanto, ainda há guerras em curso por causa da religião, crucifica-se pessoas, fazem-se mutilações e violações em nome de uma interpretação literalista dos textos religiosos e, ainda mais grave, em nome de um deus sanguinário e «dominado» por cabeças humanas. Ainda hoje há quem invoque um deus para a desgraça e a infelicidade dos outros.
Assim, sendo conclui-se que já é tempo de fazer da religião um meio para felicidade e não para a desgraça. A nós todos que entendemos a religião como um caminho de libertação e não de opressão, vamos dar sempre que possível o nosso contributo para que as religiões ajudem as pessoas a serem mais humanas e fiéis ao espírito que liberta de tudo o que é negativo nesta vida para que muitos ou todos tenham a alegria de viver sempre na felicidade e na paz.
Enfim, mais que certo é que não podemos sair desta convicção, não haverá paz no mundo se não houver paz entre as religiões.

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