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terça-feira, 6 de junho de 2017

Deu e eu

Deus eu...
... com padre Pedro Nóbrega: pároco da Paróquia da Nazaré, Funchal. É uma enorme alegria apresentar este texto no Banquete da Palavra. Primeiro, porque é um colega, um irmão e um amigo. Segundo, porque é o primeiro sacerdote, meu colega, que jogando fora a pastilha elástica clerical, sem mas nem ais nenhuns se disponibilizou prontamente para dar o seu contributo. Um feito que não esquecerei jamais. Face a um ambiente ainda de algum obscurantismo religioso, desconfiança clerical e azias tontas, onde capeiam  ignorância, invejas e má vontade, a prontidão do Pe Nóbrega é obra. Por isso, não podia deixar passar este feito... Bem hajas e agradeço-te muito Pe Pedro e desejo-te os maiores sucessos no teu dedicado e zeloso cumprimento da missão que te foi confiada...  
“Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a tornou bela...” Antoine de Saint-Exupéry, com base nesta belíssima frase início a minha tentativa de expor um pouco a minha relação com Deus. Naturalmente como padre não consigo conceber um Deus que não seja à imagem das palavras de Jesus e dos apóstolos nos evangelhos e cartas, bem como por todo o magistério da Igreja. Não consigo conceber um Deus que seja meu, mas sim um Deus que é Amor, Esperança que é Vida e Caminho para tantos quantos Dele se aproximam. Deus tem sido alguém muito teimoso comigo, alguém que me tem orientado imenso, particularmente nos momentos de maior dificuldade. Não consigo conceber cada dia da minha vida sem a Sua inspiração, os Seus ensinamentos e sinais, por isso Deus é também a bússola que vai norteando a minha caminhada. Deus tem sido extremamente misericordioso, tem tido mesmo compaixão do meu coração muitas vezes mesquinho, sem escrúpulos, egoísta e egocentrista... Mas Ele nestes momentos com tantos sinais me tem mostrado, o que, e como, transformar a minha condição de pecador. Aprendi com Deus que o lema deve ser servir, e como diz o Papa Francisco: “o verdadeiro poder é o serviço.” Por isso peço diariamente que o natural relacionamento que a condição sacerdotal me confere não seja para meu bem, mas para que seja instrumento da vida de quantos com quem me cruzo, no fundo como costumo dizer ser provocador da Esperança! Deus é que me ensina como Julgar, Ele que pede que não sejamos castigadores mas construtores, Ele que nos pede que não sejamos destruidores mas empreendedores ensinou-me que mais que julgar, a missão passa por dar-se e ajudar, por encontrar o caminho que muitas vezes pode levar muito tempo a percorrer, pode causar imensas feridas mas que nos levará com esperança à felicidade! Por isso repito tantas vezes: “Faz aos outros o que queres que te façam a ti!” Disse o Papa Bento XVI: “Deus não nos tira nada, dá-nos tudo!” Esta expressão mexe hoje comigo como mexeu na altura que a li pela primeira vez, por isso ligo-a muito a uma que escutei numa homilia: “Quem quer o que Deus quer, tem tudo o que quer!” Peço a Deus que me dê sempre a lucidez de O pensar livremente, de O interpretar como ajuda e caminho e de nunca O ver como Aquele que me mete medo, mas sim Aquele por quem tendo um temor reverencial está sempre lá, para as vicissitudes da minha história, da minha caminhada e da minha vida!

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