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sábado, 24 de junho de 2017

Elegia da pós morte

Para o nosso fim de semana. Neste ambiente de consternação e em memória das vítimas das tragédias fica este reflexo em poema como elemento sinal da nossa atitude orante perante os mistérios da vida e do mundo. Sejam felizes nunca prejudicando ninguém.

Caminhamos silenciosamente
sobre um chão sujo de cinzas
ladeados pelas carcaças de árvores 
que atestam o cheiro do carvão
a dor incandescente da morte
porque a carne frágil contorcida 
foi queimada por labaredas lado a lado
no calvário do fogo ardente
excessivamente descontrolado 

Calor imenso,
vindo não se sabe de onde
trouxe a morte de boca em boca
e enraivecido falando
estremeceu o corpo sobre os ossos dos pés

vento forte,
que misteriosamente sai das entranhas do tempo
foi sopro de morte impiedosa
em círculo cortando cerce
a cobertura de todos os nomes
  
fogo devorador,
o deus todo poderoso que domina
a simplicidade da água
que nesse momento chora o desespero
da humanidade suplicante
fez um momento dominador por covardia
porque é senhor que no terror é tudo

naquela hora
a morte entra pelos poros e pela alma
a fragilidade da vida não tem nome
será mistério para sempre
no silêncio em mim
que alteio um pouco acima do chão
JLR

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