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sábado, 30 de setembro de 2017

A necessidade da reflexão

Ao sétimo dia 
No mundo e num tempo que remeteu a necessidade da reflexão para a pasta do esquecimento, nunca sente necessidade de parar para pensar e centrar ou recentrar objectivos, metas e ideias.
Não sou contra este facto de existir no final das campanhas eleitorais um dia de reflexão. Acho que vem bem aproposito. Ainda mais quando as campanhas estão cheias de tanto vazio, frases feitas, promessas e mais promessas, comida a gosto e a desgosto, cartazes com chavões mais do que gastos, barulho com discursos exaltados cheios de nadas, música de fraco nível, buzinadelas, tambores… Ruído, muito ruído. E, mais grave ainda, acusações, mentiras, calúnia e lama jogada à ventoinha uns contra os outros.
Neste contexto, é mais do que necessário um tempo que ponha cobro a isto e antes da hora crucial, já tenha existido um tempo purificador. Chamam-lhe «dia de reflexão», que no meu ponto de vista serve para que esta poeira acame e os eleitores em geral descansem do ruído e procurem serenar os ânimos para que façam a sua opção em consciência pelo partido ou as pessoas a ele associado para governarem.
A reflexão é necessária e tomara que para todas as coisas da vida sempre existisse alguns momentos para pensar serenamente sobre o que se vai fazer, opções a tomar e missões que se vai cumprir. As grandes tarefas (opção, missão…) na Igreja Católica são sempre precedidas de um longo tempo de retiro, de reflexão. Nisto é exemplar.
A vida que nos toma e que tantas vezes nos escolhe pode conduzir-nos ao reino da alienação. Perante os diversos pontos que nos são apontados a interacção do pensamento é uma urgência sempre. Todos precisamos disso e melhores escolhas teríamos feito, beneficiando a vida de todos, o mundo, a natureza e nós próprios. Assim, seguramente teríamos sociedades mais humanas e mais felizes. Nunca nos cansemos de pensar, pensar, pensar…

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O Esplendor do caos

Bem sei que este título não é nada original. Muitos ao longo da história da literatura foram meditando e escrevendo sobre esta contradição. Não sei se vos acontece, mas frequentemente me deixo embalar pela beleza da confusão e confesso que o esplendor do caos me seduz como beleza artística. Se assim não é, repare-se na belíssima e famosa obra prima de Picasso, «A Guernica». E lembremos ainda como são famosos os mercados de comércio das cidades árabes, os denominados Medinas. São em todas as cidades árabes verdadeiras atracções turísticas que cativam milhares e milhares de pessoas. Ali encontramos um autêntico esplendor do caos. Esta atracção pelo caos faz parte da humanidade e parece ser uma realidade quotidiana do viver em sociedade. São muitas e variadas as manifestações sociais pouco organizadas e dentro da normalidade desejada.
Não sei por que carga de água, ou talvez até sei, no final da campanha eleitoral autárquica me lembrei disto. O caos está para vida e todo o nosso viver está envolto na profundidade do caos, compete-nos organizar o caos, por isso, o melhor das campanhas eleitorais, está precisamente quando elas acabam e logo nos preparamos para o dia dos votos para que aí a luz organize o caos.
Por isso, não serve muito andar pela ânsia de respostas. Basta saber estar e deixar-se seduzir pelo caos que visto assim se converte em esplendor. Por exemplo, na Medina em pouco tempo estamos a regatear um simples pano sem qualidade nenhuma, um objecto que teimam em dizer que é de valor, mas que a réstia de lucidez lembra que não vale um cêntimo furado. Mas que importam estes circunstanciais momentos perante todo o ruído ensurdecedor do ambiente que nos habitua a receber uma certa musicalidade interessante. Como gostamos disso!
Mais um pouco sobre a Medina. Dentro desse mundo estamos mergulhados no meio de um oceano imenso de chocalhos, trapos dos mais variados materiais, cangalhos que não servem para nada, bijuterias sem valor nenhum. Mas reparemos ainda nos cheiros de corpos suados que são uma constante por todo o lado. E os animais que também são uma presença imprescindível, porque são eles os responsáveis pelos excrementos e pela urina dos recantos das pequenas ruelas onde se estende o caos. Tudo serve para ornamentar a confusão convertida no quadro criativo do caos. As pessoas lá estão vestidas com maltrapilhos como personagens essenciais para preencher o quadro desse caos que os nossos olhos contemplavam avidamente. Gosto de ver isso… Acho até necessário.
Neste ambiente aparentemente interessante e sublime encontramos uma sedução necessária para compreender uma realidade do mundo e da vida. O caos pode em muitas situações cativar e fazer nutrir simpatia. Porém, não pode nem deve ser uma constante para a felicidade. Somos animais de hábitos dizemos frequentemente, mas que isso não nos leve a sentir que afinal a miséria ou a pobreza extrema, a destruição motivada pela guerra e pelos ataques terroristas, se devem converter em quadros de beleza que devemos apreciar como realidade estética. O caos onde ecoa o grito da dor e da morte não é bom e nem muito menos belo, por isso, este caos não é esplendoroso nem merece contemplação de prazer artístico. Ainda bem que termina hoje a campanha eleitoral e logo no domingo podemos todos juntos refazer a ordem a partir do caos.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Nós e os outros no desafio da salvação

Domingo XXVI tempo comum
Os outros são o verdadeiro desafio da vida. São Paulo considera que será preciso cultivar bons "sentimentos", isto é, os sentimentos de Cristo, para que o entendimento entre nós e os outros seja uma realidade.
Mas, já é antiga a denúncia de que a relação com os outros não é pacífica. O mito de Sófocles é claro, na magnífica "Antígona", ao proclamar no ponto alto do diálogo o seguinte: "A teimosia merece o nome de estupidez". E Hémon, um dos personagens da Antígona dirá alto e bom som: "Quem julga que é o único que pensa bem, ou que tem uma língua ou um espírito como mais ninguém, esse, quando posto a nu, vê-se que é oco". Toda a superioridade perante os outros merece esta resposta e não pode ser senão a pior coisa que a "louca" da imaginação de cada um inventa, destruindo assim o bem e a felicidade que Deus deseja para o mundo.
O estado de superioridade acontece nas coisas mais corriqueiras da vida. As relações profissionais estão cheias desta realidade. As famílias alimentam-se deste sentimento como do pão para a boca. As religiões ou as igrejas também vivem esta condição com a mesma frequência com que pronunciam orações. E dos que se consideram a si mesmos superiores, diz-se o mesmo que disse Ambrose Bierce, são uns cobardes. E cobarde para este autor era alguém que, numa situação perigosa, pensa com as pernas.
Este sentimento, é o que mais inimigos, produz. Os rancores que muitas vezes as pessoas expressam uns contra os outros estão associados à ao egoísmo e ao convencimento pessoal centrado no ego muito longe da partilha para o bem comum. E sobre estes sentimentos, Oscar Wilde ensinou que a melhor resposta, consiste em perdoar-lhes sempre, porque nada os aborrece tanto.
A sabedoria da vida está em saber acolher o mistério. Não são os desastres que libertam e fazem a felicidade, mas a descoberta da verdade e da paz ("os sentimentos de Jesus Cristo" - segundo o Apóstolo Paulo), como alimento essencial para a relação com os nossos semelhantes.
Consequentemente, Jesus no Evangelho ensina que não bastam palavras e declarações de boas intenções, é preciso viver, dia a dia, os valores do Evangelho, seguir Jesus nesse caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos concretos, um mundo de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de paz. Afinal, «ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida!» Papa Francisco.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O nosso príncipe preso, inconcebível!

Numa terra de tanto louco, ele é do mais normal que existe... Porque, afinal, preserva um principado que não temos, mas faz-nos tão bem crer que afinal poderíamos ter. Nada mais normal.
Um abraço amigo.

domingo, 24 de setembro de 2017

Fim histórico de D. Manuel Martins

Cumpriu exemplarmente a sua missão de pastor. Uma das figuras mais inspiradoras para mim da Igreja Católica... Obrigado D. Manuel Martins...