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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Nós e os outros no desafio da salvação

Domingo XXVI tempo comum
Os outros são o verdadeiro desafio da vida. São Paulo considera que será preciso cultivar bons "sentimentos", isto é, os sentimentos de Cristo, para que o entendimento entre nós e os outros seja uma realidade.
Mas, já é antiga a denúncia de que a relação com os outros não é pacífica. O mito de Sófocles é claro, na magnífica "Antígona", ao proclamar no ponto alto do diálogo o seguinte: "A teimosia merece o nome de estupidez". E Hémon, um dos personagens da Antígona dirá alto e bom som: "Quem julga que é o único que pensa bem, ou que tem uma língua ou um espírito como mais ninguém, esse, quando posto a nu, vê-se que é oco". Toda a superioridade perante os outros merece esta resposta e não pode ser senão a pior coisa que a "louca" da imaginação de cada um inventa, destruindo assim o bem e a felicidade que Deus deseja para o mundo.
O estado de superioridade acontece nas coisas mais corriqueiras da vida. As relações profissionais estão cheias desta realidade. As famílias alimentam-se deste sentimento como do pão para a boca. As religiões ou as igrejas também vivem esta condição com a mesma frequência com que pronunciam orações. E dos que se consideram a si mesmos superiores, diz-se o mesmo que disse Ambrose Bierce, são uns cobardes. E cobarde para este autor era alguém que, numa situação perigosa, pensa com as pernas.
Este sentimento, é o que mais inimigos, produz. Os rancores que muitas vezes as pessoas expressam uns contra os outros estão associados à ao egoísmo e ao convencimento pessoal centrado no ego muito longe da partilha para o bem comum. E sobre estes sentimentos, Oscar Wilde ensinou que a melhor resposta, consiste em perdoar-lhes sempre, porque nada os aborrece tanto.
A sabedoria da vida está em saber acolher o mistério. Não são os desastres que libertam e fazem a felicidade, mas a descoberta da verdade e da paz ("os sentimentos de Jesus Cristo" - segundo o Apóstolo Paulo), como alimento essencial para a relação com os nossos semelhantes.
Consequentemente, Jesus no Evangelho ensina que não bastam palavras e declarações de boas intenções, é preciso viver, dia a dia, os valores do Evangelho, seguir Jesus nesse caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos concretos, um mundo de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de paz. Afinal, «ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida!» Papa Francisco.

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