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sábado, 17 de fevereiro de 2018

Uma queda livre do coração suspenso

Quase poesia, sejam tolerantes…
as forma das mãos ficaram cravadas sobre a poeira do chão
o dedo grande do pé ficou descascado na ponta
há sangue a verter sobre o pó
a pele levantada chora vermelho toda a dor do universo.

era eu abatido sobre a terra solta abrasada pelo sol
que numa tarde escaldante interrompeu
uma inocente brincadeira
a alegria doce do corpo
que escorria nos rios picos de água
que o meu rosto sentido testemunhava
no convívio dos amigos.

pelo fim do dia nós os dois na soleira da porta
vimos umas mãos que agarram impiedosamente
o dedo em carne viva
e lancinante a lamina do fogo cortou cerce o desperdício da pele morta
há choro e ranger de dentes por todos os poros
mas nada que trave a certeza
de uma mãe que anuncia a cura logo para a manhã.

a queda livre é todo o meu peso
sobre o coração às vezes suspenso
que cai sobre si mesmo.
JLR

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