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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Novo bispo do Funchal Nuno Brás

Na entrevista que o novo bispo do Funchal, Nuno Brás, concedeu à Voz da Verdade, órgão de informação da Diocese de Lisboa, após a sua nomeação para bispo da Diocese do Funchal, proferiu a seguinte frase: «Procurar que a vida cristã ali (na Madeira) seja incrementada» (Lisboa, 12 Janeiro de 2019).

Pelo mote desta frase vamos desbravar um pouco uma singela leitura de quanto ela trás de positivo e quanto pode ser marcante quanto às novas iniciativas pastorais que inspirem este desejo. Se assim não for podemos estar diante de um engano ou houve fuga da boca para a verdade irrefletidamente, porque a frase até está da seguinte forma: «vou para o Funchal sem ideias pré-concebidas, procurando conhecer a realidade da Diocese e depois procurando também que a vida cristã ali seja incrementada. Que continue como ela está e, mesmo, mais viva». Enfim, permitam-me que pergunte, será também uma leve picardia inconsciente contra a ação dos seus “amigos” que o precederam? - Muito bem, adiante...

A Ilha da Madeira está a derramar pelas beiras de catolicismo na fronteira do populismo rasca, que em muitos momentos naqueles sobejamente referenciados 500 anos da Diocese marcaram o povo da Madeira para o bem e para o mal.

Por isso, não se descarte as muitas ocasiões onde imperou o mal, sempre o mal contra os mais frágeis em benefício de mordomias e benefícios para os poderosos. Sim, somos enfermos, quase moribundos da falta de Cristianismo. A instituição católica da Madeira sempre que enveredou pela lógica pura e dura do poder na mão de alguns, esqueceu os Evangelhos e, particularmente, descartou o protagonista desta sublime narrativa, Jesus Cristo.

Sabemos de bispos senhores absolutos que ditavam as regras, perseguiam e mandavam calar quem incomodasse as suas vidas principescas, sabemos de um clero rei e senhor das populações que ditavam as regras, intervindo bem e mal descaradamente na vida privada das pessoas em geral. 

Sabemos das pregações do medo do inferno e da condenação eterna contra os escravizados pelos poderosos que tomavam de assalto a terra e o pão do povo miserável e simples desta terra. 

Sabemos mais recentemente de uma pastoral toda ela marcada pelo “casamento” entre o poder do tempo e do templo. As pregações exaltadas pelos salvadores da pátria, Salazar e entre nós o Alberto João e o seu PPD. 

Sabemos da exclusão de padres e leigos que reclamavam que seria melhor a luz do Evangelho do que a lógica dominadora dos poderosos deste mundo. 

Sabemos que quem destoava do pensamento único, se reclamasse a opção pela atenção à cultura, aos pobres e aos que estão fora das redomas das igrejas seriam saneados ou estrategicamente ignorados. 

Sabemos e vimos uma pastoral totalmente voltada para o marianismo exagerado e as devoções populares, muitas delas desafinadas de Jesus Cristo. Uma pastoral da ignorância e sem qualquer vontade de colocar as pessoas a pensarem pela sua própria cabeça. Vimos uma Diocese de privilegiados que podem tudo, podem saber de tudo e os outros totalmente marginalizados.

Neste sentido, temos que reconhecer e embalar pela constatação do novo bispo do Funchal, falta-nos Cristianismo. Este capítulo pode e deve ser preenchido com esta frase e ponto, falta-nos em toda a linha Jesus Cristo e o Seu Evangelho. Não falta terreno entre nós a requer sinais concretos que nos façam ver e perceber por onde passa Cristo.

Nesta linha de pensamento sabe bem quando alguém começa precisamente por alertar esse fato, reconhecendo que nos falta cristianismo e que vai precisamente começar a sua missão por esse caminho. O ideal é o mais elevado, a oposição será gigantesca. Basta-nos observar as malhas que tecem toda a oposição ao Papa Francisco, que começou precisamente pelos que estão dentro, cardeais, bispos e padres.

Toda a tarefa que comece e acabe por aqui, o Cristianismo, encontra séria oposição, ainda mais em lugares habituados a escravizar, sanear e caluniar pessoas, quando ao mesmo tempo acendem velas aos santinhos e a Nossa Senhora. Por isso, neste capítulo não auguro bons auspícios para quem chega imbuído deste desejo, quando se sabe que o terreno está minado pela inveja, a maledicência, a intriga, o descarte e todas as formas de domínio de alguns sobre os demais, que carateriza tão bem a ilha da Madeira. As maldades contra os animais, o racismo ou intolerância sobre os que regressam da Venezuela e os índices de violência doméstica, são bem reveladores...

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