tag:blogger.com,1999:blog-71025785558261226952024-03-06T08:20:56.517+00:00O BANQUETE DA PALAVRAO Banquete, é uma imagem que se encontra no Evangelho de Jesus Cristo, quando Ele assemelha o Reino dos Céus a um Banquete. Neste blog juntam-se-lhe algumas palavras, como singelas opiniões sem sombra de pretensão alguma. Só isso e apenas isso. Boa leitura.José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.comBlogger3341125tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-12371071437150657272022-08-17T14:09:00.002+01:002022-08-17T14:11:28.236+01:00Os meus medos<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqy7-A1A9RPAmaeITfxJ5iICydLWikJ19UXQBZQ3bv-C-vdQNj2PMjUx_9QmDr1cSFrn-tS5uJF9N3AugOEvyvYJuaBRfLbIa4-mIb2PsYtUajIYPWTzY_wYx5cBQQbOHNW40xr3F52htwlFaTfL7h-yxH8Q_XcfFCUtY_LBGkn_sJk-pElfcefU0UjQ/s584/quaresma%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="394" data-original-width="584" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqy7-A1A9RPAmaeITfxJ5iICydLWikJ19UXQBZQ3bv-C-vdQNj2PMjUx_9QmDr1cSFrn-tS5uJF9N3AugOEvyvYJuaBRfLbIa4-mIb2PsYtUajIYPWTzY_wYx5cBQQbOHNW40xr3F52htwlFaTfL7h-yxH8Q_XcfFCUtY_LBGkn_sJk-pElfcefU0UjQ/w400-h270/quaresma%201.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Parece serem poucos. Vamos ver. Porém, estou
ciente que são suficientes para me atormentarem o espírito e o cérebro.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo dos silêncios cobardes e oportunos, que
cimentam relações, muitas vezes de vidas inteiras. Umas relações de
infelicidade consentida para sempre, mas salvas pelo «milagre», fruto do
silêncio e pela oportuna cobardia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo dos heróis do «primeiro lugar», dos
primeiros a chegarem à linha da frente, tantas vezes movidos pelas artimanhas da ganância e
pela sede desmedida de serem sempre mais do que um simples mortal. Mas também
tenho medo dos cobardes da retaguarda. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo da dor do estilete cravado no peito sem
tréguas e sem que exista no mundo remédio nenhum que acalme essa dor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo dos que nunca encontraram motivo nenhum
para chorar. Nem muito menos tolerar conviver com as lágrimas alheias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo dos que perderam o entusiasmo pela luta de
uma vida melhor para todos. Onde o pão nosso de cada dia deva ser a paz
alcançada, mesmo que seja pelo preço mais elevado deste mundo, porque quem não
tem compaixão pelas atrocidades que a guerra provoca, mostra que já morreu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo de quem não aproveita cada dia e prefere
sofrer dia a dia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo daqueles que todos os dias ressuscitam o
princípio antigo do desprezo pela morte dos fracos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo dos que não distinguem a diferença entre
a dignidade e a chafurdice humana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo daqueles que logo que morrem os seus
próximos correm com a ponta dos dedos em riste apressados a apagar-lhes o
número do telemóvel.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo daqueles que acham que podem vencer até
os mortos, quando está determinado, os únicos invencíveis, são precisamente os
que já morreram.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo daqueles que não reparam nas nuvens de
tristeza que toldam a cor dos olhos, quando estes foram feitos para brilharem
habitualmente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo de quem vai morrer sem perceber que deve
lutar a todo o custo para sobreviver e que nunca permita ser tratado como um
animal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tenho medo do vírus da tristeza sem fim à vista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Apostila: Não são assim tão poucos os meus medos… Talvez nenhum destes medos eu consiga vencer,
porém, espero que quase todos ou mesmo todos se afastem de mim e os que me
rondarem, que eu encontre forças para devotá-los à maior distância do meu terreiro.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-55316916147071645192022-08-12T12:05:00.002+01:002022-08-13T17:21:07.974+01:00Na indiferença e no descrédito<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilfBHhAva00q7TRCZlI_ShDkRI4FFNJ1pDM5Yh6eoEAocnY6J5l-gHflyzdHV1BQOJ6GUoyhfSxNUsiU-IpV2CmZUmpG9oaZJ54T4h_HPoniFOycHQIF5Z-kzfmr95QRLAvxQllav-nOLkvr1SbdMXWRVed3ylAemfuzrGCM8UUI9O45QsNl-_cN-y6g/s419/telem%C3%B3vel.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="293" data-original-width="419" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilfBHhAva00q7TRCZlI_ShDkRI4FFNJ1pDM5Yh6eoEAocnY6J5l-gHflyzdHV1BQOJ6GUoyhfSxNUsiU-IpV2CmZUmpG9oaZJ54T4h_HPoniFOycHQIF5Z-kzfmr95QRLAvxQllav-nOLkvr1SbdMXWRVed3ylAemfuzrGCM8UUI9O45QsNl-_cN-y6g/w400-h280/telem%C3%B3vel.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">No livro indispensável «A Peste» de Albert
Camus, fica claro que a religião do tempo da peste não pode ser a religião de
todos os dias.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Esta ideia despertou-me para o fenómeno da
indiferença e do descrédito, tão próprios dos nossos dias, que a religiosidade
desde tempo não pode ser a religiosidade de todos os dias, isto é, uma religiosidade que eventualmente vingou noutros tempos e em contextos da existência humana totalmente distintos dos da atualidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não tenho uma receita para prescrever. Não sou
médico de coisa nenhuma. Mas, estou seguro que a conclusão de Camus se aplica a
todas as pestes. Não podem surtir os mesmos efeitos no nosso tempo, as expressões
religiosas de outros tempos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Para muita boa gente custa muito perceber isto, principalmente,
os refratários que se organizam em claques clericalistas para combaterem o Papa Francisco e as diversas
tentativas de adaptação da linguagem evangélica face aos tempos de hoje tão
díspares dos tempos idos. Só quem é zarolho por completo, é que não percebe que a vida muda e
se mudam os seus contornos como não deve mudar tudo o que a ela está
relacionado?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 18.6667px;">Aos tempos onde a existência se tornou tão diferente do passado, é uma exigência que as expressões religiosas sejam necessariamente diferentes.</span></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-8898345771221702932022-08-08T11:49:00.000+01:002022-08-08T11:49:11.026+01:00A crueza de uma foto com um cenário do acaso<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIWYB5TowMD3n3Pd2MLUAQ95eKV7ra6kHD97_YgqzZ9FS8-iBPEMn_OWPjaYnO57skYI693jjZ_zU49a-UgWmALI3z0JBaffmnQ-CkgIZ1rMpDE4nXBG3BqDUxeZ38j5-7Vdb8kHjH5tkeDMx8RfcYoBEAQLRyHFeWl48yD-6UwxaFO0iyfy1vQi6mbw/s960/pedro%20paixao%20e%20menina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="721" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIWYB5TowMD3n3Pd2MLUAQ95eKV7ra6kHD97_YgqzZ9FS8-iBPEMn_OWPjaYnO57skYI693jjZ_zU49a-UgWmALI3z0JBaffmnQ-CkgIZ1rMpDE4nXBG3BqDUxeZ38j5-7Vdb8kHjH5tkeDMx8RfcYoBEAQLRyHFeWl48yD-6UwxaFO0iyfy1vQi6mbw/w300-h400/pedro%20paixao%20e%20menina.jpg" width="300" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Foto de Pedro Paixão e
Yasmin. Ambos retirados prematuramente deste mundo de forma trágica. Ambos
morreram pela impetuosidade da velocidade. Ambos aficionados por ralis
e veículos de corridas. Ambos estarão juntos na corrida do lugar sem
tempo, a eternidade, onde o frenesi do amor será o mais intenso e mais feliz.
Paz.<b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">O mistério da existência tem
contornos que nos escapam. Esta foto tem um detalhe curioso, estranho e,
parecendo, mórbido se quisermos. Senti emoção e fiquei chocado com esta foto e
com a morte de ambos. Por isso, rezo por ambos, pelos seus familiares, amigos e
sinto que os ralis da eternidade ficaram enriquecidos. <b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Só Deus mesmo existindo para
compensar o que não podemos fazer neste mundo por eles.<b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">A vida não acaba, apenas se
transforma. E qualquer morte tem de ser absolutamente a suprema manhã. Paz para
todos.<b><o:p></o:p></b></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-57059625022419480422022-07-27T22:53:00.003+01:002022-07-27T23:30:14.704+01:00Um dia de paz e de sabedoria na Quinta da Alegria<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9DZpFzu_GGsJsfeH1GJF7n_dmHJTbqJcRjDpvfAgexHE28s8ivL1iwjHOdvCrGERi5GuvT0-pqOdVoYHlystcfzb4-sbLRC8aWITP_wRa5aAu-r6Uur78sGp2z9LFUmKvQlCSWz8g1atSTD8HVbU01hc9--fExZXRgGxw3hQojcgqgWI4ezOVD04BlA/s960/quinta-da-alegria.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9DZpFzu_GGsJsfeH1GJF7n_dmHJTbqJcRjDpvfAgexHE28s8ivL1iwjHOdvCrGERi5GuvT0-pqOdVoYHlystcfzb4-sbLRC8aWITP_wRa5aAu-r6Uur78sGp2z9LFUmKvQlCSWz8g1atSTD8HVbU01hc9--fExZXRgGxw3hQojcgqgWI4ezOVD04BlA/w400-h300/quinta-da-alegria.jpg" width="400" /></a></div> <br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">As vontades humanas, o seu engenho e arte, encrustaram
na zona mais alta das serras de São Roque, no Funchal, a Quinta de Nossa
Senhora da Alegria. Três andamentos de sabedoria e paz.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="background: white; border: 1pt none windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Reza a história assim
sobre aquele lugar onde se vislumbra natureza exuberante, três edificações a
começar pela capela de Nossa Senhora da Alegria. Francisco Vieira do Canto e
Abreu</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> (Funchal, 30 out. 1583; idem, 25 dez. 1636). Capitão de
uma das companhias de arcabuzeiros do Funchal, era filho de Manuel Vieira do
Canto e de D. Beatriz de Abreu, vindo a fundar a capela de</span><span style="border: 1pt none windowtext; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"> Nossa Senhora da Alegria</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">, em São Roque, embora viesse a ser sepultado no convento de
São Francisco do Funchal. A capela passou depois aos</span><span style="border: 1pt none windowtext; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"> Torre Bela</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">, tendo sido restaurada em </span><span style="border: 1pt none windowtext; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">1886</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> e benzida a 8 de Dezembro de 1887, passando
a antiga proprietária </span><span style="border: 1pt none windowtext; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Ann
Constance Borger Fairlie</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">, falecida nos Açores em 1986, algumas temporadas
na quinta anexa. A quinta foi depois vendida ao </span><span style="border: 1pt none windowtext; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Eng. Freitas Branco</span><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">, que construiu a parte nova e nela habitou e, em 2020, passou
a ser propriedade do escultor e pintor </span><strong style="-webkit-text-stroke-width: 0px; box-sizing: border-box; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="border: 1pt none windowtext; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Francisco Simões</span></strong><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">.</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzJiQN98kuZibexM5FYU-_JjnGgUYjk6F6xznNMtEc0sVQxREMwb-yJuhna5V_hv6VG3bPAEH3bbTvIFIgADHjMxjrgQp62Dc1U30wQalxggNrESPwseqhFJbR0du08DyYm6YVnlFmSp1by9VGCJmbRFRRqYopzFaNJnEzm7iaxVC7zKF73U4HrkdEeQ/s1526/quinta-da-alegria1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1008" data-original-width="1526" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzJiQN98kuZibexM5FYU-_JjnGgUYjk6F6xznNMtEc0sVQxREMwb-yJuhna5V_hv6VG3bPAEH3bbTvIFIgADHjMxjrgQp62Dc1U30wQalxggNrESPwseqhFJbR0du08DyYm6YVnlFmSp1by9VGCJmbRFRRqYopzFaNJnEzm7iaxVC7zKF73U4HrkdEeQ/w400-h264/quinta-da-alegria1.jpg" width="400" /></a></div><br /><o:p></o:p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Este dia 27 de julho reservou-me a felicidade de ser
recebido em grande pelo seu atual proprietário, o meu bom e estimado amigo
escultor Francisco Simões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">No meio da natureza exuberante, saboreamos a desmedida
alegria do anfitrião que se desmancha em simpatia e sorriso contagiante. O seu entusiasmo
é cativante e começa a guiar-nos como um enviado dos céus, alertando para os
detalhes religiosos, o valor artístico de cada peça, todo espaço envolvente repleto
de árvores, flores, árvores fruto e todo o género de plantas. Um manancial que
preenche cerca de doze mil metros, que oferece ao interior de quem busca a
beleza um encanto retemperador. <o:p></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoKFVK-xDTw-Lt2LNiAT4BJpbE74t8uoBiGmZDPBm3Fh-qdj_tSyEXBoM-YnJmTDetpZ4BVNZuh3DQ5O_Ut5bHHEMDSJwwUB6ZaPWnNJNCWswj2PkLPFjKtmQk9lBFAaqgE5f2p5DQJQZO5gI5pGTq2T1YqbSwJA_0VAUTSEJkysKTME030QY_mV98ew/s600/estatuas%20francisco%20sim%C3%B5es.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoKFVK-xDTw-Lt2LNiAT4BJpbE74t8uoBiGmZDPBm3Fh-qdj_tSyEXBoM-YnJmTDetpZ4BVNZuh3DQ5O_Ut5bHHEMDSJwwUB6ZaPWnNJNCWswj2PkLPFjKtmQk9lBFAaqgE5f2p5DQJQZO5gI5pGTq2T1YqbSwJA_0VAUTSEJkysKTME030QY_mV98ew/w400-h300/estatuas%20francisco%20sim%C3%B5es.jpg" width="400" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">A visita começa na exígua e vetusta capela
dedicada a Nossa Senhora da Alegria, onde se nos desvela um retábulo muito
interessante com a imagem de Nossa Senhora e o Menino ao colo. A mão direita de
Maria oferece ao menino uma maçã dentada, símbolo do pecado que entrou no mundo
por uma outra mulher, Eva. Maria a nova Eva oferece ao Menino Jesus o símbolo
do pecado e da perdição da humanidade, pois Ele é o redentor e o salvador da
humanidade. Se por uma mulher, Eva, entrou o pecado no mundo, ao dar a dentada
no fruto proibido, a maçã, por outra mulher, Maria de Nazaré, entra a redenção
e salvação de toda a humanidade.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A visita continua e vamos à casa mãe, a casa original
da quinta da Alegria. Maravilhosamente restaurada e apetrechada com encantador
mobiliário antigo e como não poderia deixar de ser, uma autêntica «galeria de
arte», com quadros e estátuas do proprietário da Quinta, o escultor Francisco
Simões.<o:p></o:p></span></p>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmggUdDweTMnK9ZdrL3Tn7gtaQFfc8t-tOcKJZsXjNaD3LqtiKrsP4yRF2g_TGS_NVBXLE_FRPpOiUlhHvXso-XgJ8DjYgLvch7pDhL-5rulS59rypnNf5zOL4zdmqq2T2vTFRQDBHfDJUL451Rl7RZKHbFp3h4Avy3iW04q5es7AWg0jao8ykZN0Hpw/s720/miguel%20torga%20francisco%20sim%C3%B5es.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="623" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmggUdDweTMnK9ZdrL3Tn7gtaQFfc8t-tOcKJZsXjNaD3LqtiKrsP4yRF2g_TGS_NVBXLE_FRPpOiUlhHvXso-XgJ8DjYgLvch7pDhL-5rulS59rypnNf5zOL4zdmqq2T2vTFRQDBHfDJUL451Rl7RZKHbFp3h4Avy3iW04q5es7AWg0jao8ykZN0Hpw/w346-h400/miguel%20torga%20francisco%20sim%C3%B5es.jpg" width="346" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel Torga</td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">O terceiro momento ficou reservado para a
habitação e atelier do escultor, a parte nova da Quinta, onde tem sido moradia
dos últimos proprietários. Neste espaço podemos nos deslumbrar com a paisagem
verdejante que se impõe como presença incontornável. Os diversos compartimentos
estão repletos de estátuas, cada uma mais bela que a outra, imagens, quadros com
os desenhos das estátuas e obras de arte espalhadas por Portugal Continental e
pelo mundo fora. Saltam aos olhos, os cerca de cinco mil livros sobre arte,
cuja maior parte tem participações do escultor Francisco Simões. Tudo são
preciosidades que nos falam e nos encantam o olhar da alma em sentida devoção e comoção. </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjruvcvEJjoNTXHiTY5FVeKPFln0HWO4ZKei91xkytzaKvln1lQ77sWVD_vaGnjWSYtmnORqqIS_vboGcwT0USVKb7HsAkBtXWJ0qFhDfbGubK0WQJ4daJpYuM86gMeL30Nve88Iw5EeR5j8jVE9M9JykXz6wsWJYMUGFoXS4-yp-uc1pOiTvto6mZlPw/s4032/francisco%20sim%C3%B5es1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1860" data-original-width="4032" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjruvcvEJjoNTXHiTY5FVeKPFln0HWO4ZKei91xkytzaKvln1lQ77sWVD_vaGnjWSYtmnORqqIS_vboGcwT0USVKb7HsAkBtXWJ0qFhDfbGubK0WQJ4daJpYuM86gMeL30Nve88Iw5EeR5j8jVE9M9JykXz6wsWJYMUGFoXS4-yp-uc1pOiTvto6mZlPw/w400-h185/francisco%20sim%C3%B5es1.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Não podia ser melhor o propósito do Evangelho deste
que dia, tirado de São Mateus, que nos relata que um homem encontrou um tesouro
escondido num terreno, ficou tão contente que vendeu tudo o que tinha e comprou
esse terreno. Outra parábola no mesmo relato diz que um negociante que procura
pérolas preciosas, ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto
possuía e comprou essa pérola. É bem o que me apetecia fazer se estivesse um
gesto deste ao meu alcance.</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">As serras de São Roque escondem um tesouro e uma
pérola de grande valor. Para nosso desgosto e mais ainda do dono deste tesouro,
pessoa de renome nacional e internacional, que embora não sendo natural da
Madeira, ama a nossa terra, deixou tudo e tanto para trás, meteu tudo isto em
contentores e rumou para a ilha da Madeira. Nada melhor podia nos ter acontecido.
Uma graça que não encontrou aliados, melhor, encontrou desinteresse, indiferença
e pior que tudo alguma zombaria porque devem considerar quem assim procede como
um louco, um lunático que se guia pela inutilidade da arte.<o:p></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin1siIusPYegCxz5oj6e8tOHtfE7yRNkYLdIgIZ9j0oKFEgIur5W_XxzXlQDfwoP5bP059G4vNi1Dwsxr_RG0ZBAb_4d0FStAg0Vdth1ICIHM6X8obz7Flaq6bwLIAqBEwtsVfIC6RJL8L7s7aBqQ2JLRcNeJN8CDDOh8s3gCgMnAAqqJq3yqkMs2SSw/s600/francisco%20sim%C3%B5es.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin1siIusPYegCxz5oj6e8tOHtfE7yRNkYLdIgIZ9j0oKFEgIur5W_XxzXlQDfwoP5bP059G4vNi1Dwsxr_RG0ZBAb_4d0FStAg0Vdth1ICIHM6X8obz7Flaq6bwLIAqBEwtsVfIC6RJL8L7s7aBqQ2JLRcNeJN8CDDOh8s3gCgMnAAqqJq3yqkMs2SSw/w400-h300/francisco%20sim%C3%B5es.jpg" width="400" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Francisco Simões está desgostoso e mais uma vez
desencantado com o desprezo e indiferença que encontrou na ilha. Por isso, está
novamente de armas e bagagem quase prontas para rumar a outras paragens, onde
possa encontrar outros «loucos», que se alimentem daquilo que entre nós se
considera «inútil». Sim, porque na nossa terra «útil», é o pão e o circo permanente,
mesmo que passado o efeito nada fique senão a miséria que o esgoto engole. Os
rios de dinheiros públicos que se gastam em ramboiadas, podiam muito bem servir
para ser investido em arte, cultura, sabedoria e em tudo o que são valores que a
traça não rói e que nenhuma contrariedade do tempo e do modo possa diluir.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHOX_3lNGuRzVBHxOmTBy1x29oAuuR_OAs7HnvY-YHfwUuysPFymwOYUcgrOguj9Jq0PsOtJCocPPsWx7Ksr7aqTmY1-FBzQ6cl67LjQXXdy3hWgOSXrSMzBed9pwN1WPHm1IGa6zij_PJFtp5FOY4LpueMwt30nd8JW-Cf7EHmrt_DV-uL-_obFtl4w/s4032/francisco%20sim%C3%B5es%20atelier.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1860" data-original-width="4032" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHOX_3lNGuRzVBHxOmTBy1x29oAuuR_OAs7HnvY-YHfwUuysPFymwOYUcgrOguj9Jq0PsOtJCocPPsWx7Ksr7aqTmY1-FBzQ6cl67LjQXXdy3hWgOSXrSMzBed9pwN1WPHm1IGa6zij_PJFtp5FOY4LpueMwt30nd8JW-Cf7EHmrt_DV-uL-_obFtl4w/w400-h185/francisco%20sim%C3%B5es%20atelier.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">É com muita pena que vejo este tesouro não ser valorizado
pelas autoridades regionais. As nossas escolas aqui podiam ter um campo
magnífico para ensinarem a contemplar a arte, a cultura, a natureza… Melhor
lugar não se encontraria para sair dos caixotes das salas de aulas tantas vezes
secantes como testemunham os alunos. É muito triste que ninguém tenha
aproveitado a disponibilidade daquele espaço e a sabedoria do seu proprietário.
O seu desencanto trouxe-me a pensar cheio de tristeza na viagem de regresso. </span><span style="font-size: 14pt; mso-spacerun: yes;"> </span><span style="font-size: 14pt; mso-spacerun: yes;"> </span><span style="font-size: 14pt; mso-spacerun: yes;"> </span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">E concluo assim, a traça corrói a madeira. A pobreza
de espírito corrói a ilha da Madeira.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-400554404040733162022-07-25T17:43:00.000+01:002022-07-25T17:43:05.520+01:00Sem futilidades nos descobrimos e entendemos<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhluaYoFAwaN-eKLtlMmg0plUBap_vm6ITrz3w8ZA973PtaJdfFipfAOo_a6wgFTCA6kJFMmtgpN-pvprAqFQtwpA7LTak8M0EImaC8Ucs-v-fFZWMJR4sCsLZIkEmIvfyRROl0S9HO39lJLUxBJxqbjU-2tOO1qInAy_F5fu72ytLj_Gn9s4uuM0frlg/s474/atitude%20de%20ora%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="316" data-original-width="474" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhluaYoFAwaN-eKLtlMmg0plUBap_vm6ITrz3w8ZA973PtaJdfFipfAOo_a6wgFTCA6kJFMmtgpN-pvprAqFQtwpA7LTak8M0EImaC8Ucs-v-fFZWMJR4sCsLZIkEmIvfyRROl0S9HO39lJLUxBJxqbjU-2tOO1qInAy_F5fu72ytLj_Gn9s4uuM0frlg/w400-h266/atitude%20de%20ora%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">O domingo 24 de julho trouxe para a celebração
da missa um texto do Evangelho de São Lucas sobre a oração. Jesus respondendo
ao repto de um dos seus discípulos ensinou a oração do Pai Nosso. Mas, não foi só
isso que fez simplesmente. Também aproveitou para fazer uma catequese sobre a
ideia de Deus e de como Deus se posiciona face à oração de cada um.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Andei por aí a observar algumas homilias proferidas
ontem e na maioria reparei que a oração se centrava na tónica da insistência.
Para quem insiste na reza, quanto mais, melhor, está safo, porque há um deus a
encher um depósito do muito palavreado que lá chega e quando atinge a medida,
concede o que lhe pedem. Não embarco nesta ideia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Não considero Deus um vendedor tipo de um basar
chinês. Um comerciante ou negociante de milagres, curas e soluções para os
problemas que nos compete encontrar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Por isso, salientei a ideia de que a mensagem de
Jesus era um valente puxão de orelhas a todos nós, que facilmente, fazemos de Deus
um negociador. Uma entidade despenseira de milagres e de soluções para os
problemas da existência, que nos compete resolver com simplicidade, humildade,
justiça e verdade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A mensagem é clara e pretende passar a ideia de que
Deus é a Verdade Plena, a Suma Bondade, a Beleza incomparável e a Misericórdia Infinita.
Por isso, não precisa de que a oração seja um desenrolar de coisas em cima de coisas,
palavras e mais palavras. Bastam bons propósitos e sérios sentimentos, porque disse
Jesus, «quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta,
abrir-se-á». <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Depois da oração do Pai Nosso vieram duas parábolas
bem elucidativas, que pretendem dar uma ideia acerca de Deus como Pai, que não
precisa de insistência nenhuma. A primeira, conta que um amigo recebe em casa
outro amigo que vinha de viagem, estava cansado e com fome. O anfitrião não
tinha nenhuma comida em cada para lhe dar. Pensou bater à porta do vizinho, que
também era seu amigo, para lhe desenrascar um pão. Mas, visto serem altas horas
da noite, não se levantou logo para satisfazer o pedido, barafustou e só depois
de muita insistência veio furibundo à porta dar-lhe o pão, despachando o amigo
com indisposição desmedida. O próprio Jesus interpreta o texto de forma
magistral dizendo que ele não se levantou por ser amigo, mas por causa da insistência.
Só faltou Jesus dizer, com Deus Pai que vos falo e apresento não é nada assim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Mais adiante, temos então o puxão de orelhas
propriamente dito. A segunda parábola são duas perguntas: «Se um de vós for pai
e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe
pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião»? E logo de seguida adianta: «Se vós, que
sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu
dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!» - Melhor é impossível!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Tudo tão claro e tão óbvio, que faz pena ouvir e lerem-se
autênticas barbaridades de bispos e padres que sem escrúpulos nenhuns distorcem
o sentido das palavras. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">É pena que não se aproveite para esclarecer e fazer
crescer as assembleias litúrgicas, mas se contribua ainda mais para amedrontar
as pessoas diante de uma imagem de um deus irascível, desmedidamente exigente e
depositante de futilidades que se considera oração. Pois, só uma riqueza em nós
bastará: «o Espírito Santo», que pode estar em forma de dons em cada pessoa: a
sabedoria, o entendimento, o conselho, a fortaleza, a ciência, a espiritualidade
e o amor de Deus. Mais palavras para quê…<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-25200266622953494132022-07-20T12:12:00.015+01:002022-07-21T12:09:57.372+01:00A felicidade que a pobreza nos dá<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Decorreram no dia19 de julho de 2022, durante a
tarde inteira as comemorações do décimo aniversário do Banco Alimentar Contra a
Fome na Madeira (BA).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">De acordo com as primeiras atas, na Madeira o BA não
celebra 10 anos, mas 11 anos - já explico. <o:p></o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; text-align: left;">Poderão considerar que se pode negligenciar as particularidades
seguintes, mas a História nunca o deve fazer, em a bono da verdade de qualquer memória,
pois, pequenos e grandes fatos têm utilidade. E como diz Victor Hugo, «é com a
fisionomia dos anos que se compõe o caráter dos séculos».</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRiUZh6PBCjBKiYiPq85RBIER62yKzZfdl1CrA_u0LcAqbXNrYKOTpbBjojHDVVuH3Xv4JjutO1PwZIB0Gm4bioGi2oXg6kMHcM7WMeesyViBDeU4h01f6mB2HkRqjBWjQMI1y_hc_EKRmHloB3YGlpVtarDOHan9EEfioGux1gld5o3pf3vRA9Kta-A/s4032/BA%20Madeira%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1860" data-original-width="4032" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRiUZh6PBCjBKiYiPq85RBIER62yKzZfdl1CrA_u0LcAqbXNrYKOTpbBjojHDVVuH3Xv4JjutO1PwZIB0Gm4bioGi2oXg6kMHcM7WMeesyViBDeU4h01f6mB2HkRqjBWjQMI1y_hc_EKRmHloB3YGlpVtarDOHan9EEfioGux1gld5o3pf3vRA9Kta-A/w400-h185/BA%20Madeira%201.jpg" width="400" /></a></div><o:p></o:p><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">As primeiras atas das reuniões oficiais com os cidadãos fundadores do BA na
Madeira, poderão confirmar que o BA Madeira não começou a existir no dia da sua
inauguração e implantação no Armazém gentilmente cedido pelo sr. Fernando
Caires no sopé sul do Pico dos Barcelos. Há muita história e pessoas envolvidas
muito antes da sua inauguração. Assim, a bem da verdade, preciso fazer este registo,
para que sejamos fiéis à memória histórica. Mas, parece, que logo ao fim de dez
anos de existência, interessa que se apaguem alguns dados cruciais da origem do BA na Madeira. Não alinho
nisso.</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O mérito da «máquina poderosa» em que se tornou o BA
madeirense, é óbvio que não se deve ao grupo inicial de cidadãos que a muito
custo e contra várias vicissitudes conseguiram que o BA viesse para a Madeira.
Quase todos os cidadãos desse início saíram ou foram descartados logo no nos primórdios,
porque alguns descobriram que ali estava um filão interessante para outros fins
alheios à luta contra a pobreza. É pena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Vamos a peripécias do destino. Foram
várias as tentativas para trazer para a Madeira o BA, mas o Governo Regional, a
Cáritas com a força do bispo diocesano e demais entidades regionais, moveram
pressões duras contra as várias tentativas. Entendiam que na Madeira não havia
pobres nem muito menos fome, diziam, para quê um BA contra a fome, se não temos
pobreza nem fome?</span><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A 24 de Setembro de 2011(Ata número 1),
nascia o BA na Madeira. Após algumas reuniões informais, pela primeira vez
encontraram-se todos os cidadãos convocados e interessados em trazer para a
Madeira o BA, sem qualquer intenção de vir a ser um braço armado de nenhuma
entidade pública. Está bem claro na primeira ata, um dos cidadãos presentes
nesta primeira reunião oficial, «relatou o seu encontro com a Senhora
Coordenadora Nacional do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet, e chamou
a atenção para os objectivos daquela organização equiparada a IPSS (Instituição
Particular de Solidariedade Social); a ação indirecta que desenvolve e a sua
independência face às estruturas político/governamentais, ideologias, religiosas
e outras».</span><span style="color: #333333; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Tudo isto foi mandado às urtigas. E quem não cumpre com o que defendeu
não aceita que se alerte para a subserviência e dependência, porque facilmente
enche a boca com a expressão «são os nossos parceiros». É o que diz tudo o que
mexe na Madeira, que nunca existiria se não fossem os orçamentos públicos. </span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Os nossos
impostos, que devem ser cobrados para pagar os nossos governantes (e muito bem
pagos por sinal), devem ser para políticas de justiça social, de igualdade de
oportunidades e incentivos à criação de emprego. Nada para a caridade. Os
governantes não são pagos para fazerem assistencialismo. A política de mão
estendida (vulgo caridade) deve ser sempre provisória e a prazo, nunca uma
receita permanente como estamos a ter nos últimos anos. Esta forma de responder
à pobreza é gerador de mais dependências e de mais pobreza. Ainda sonho com
instituições, pessoas e grupos que não falem de pobreza, mas falem aos pobres
para que sejam eles os protagonistas da sua libertação.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não aceito que andemos nesta onda de mãos estendida,
uns a pedirem outros a terem que dar, porque a governação ao invés de suscitar
o progresso, é motivador de subdesenvolvimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Neste momento estamos bem, dizem, o BA e as dezenas de instituições de
distribuição de comida, pois estão a funcionar de forma maravilhosa. Todos estão
contentes (menos eu que não concordo com nada disto). As entidades públicas
ficam excitadas, o pessoal da máquina do assistencialismo está ao rubro, porque
recebe mais dinheiro público, mesmo que não se saiba o que é um pobre e quantos
pobres temos na Madeira. Parece basta que este «braço armado do
assistencialismo» encha as barrigas dos incautos, mostre como são amigos dos
pobrezinhos alguns ricos, os governantes e as sobras recolhidas são uma das
melhores ações ambientais que se faz por cá. Por fim, os políticos ganham em votos e os outros sabe-se lá Deus em que mais. O que é certo, é que quanto mais fortes e bem
organizadas as instituições assistencialistas forem, não saímos da cepa torna, a
pobreza mantém-se ou aumenta. Porque o real perfeito funcionamento do assistencialismo, é a derrota
maior das políticas e dos governantes que se esqueceram de levar a efeito
medidas contra a pobreza. Mais do que louvores e regozijos devia haver vergonha.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghhezVLkYT1s6Zzi3nB6CcwuryXKCKmFhdLVzit5zFBpsy28aVZ0VbEVvgVWlX6oZ4kcIzzqHWS5efgTJ86b2KesFmrZQHkoQl7TzTfh7776MRyXy9b2gzF0kqq-1xorXRuB60zdptyW-qGGkcGb-PzZiKP33nWEuvVh0PHylyQ3oNOLmkO9w2uXFGFw/s4032/BA%20Madeira.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1860" data-original-width="4032" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghhezVLkYT1s6Zzi3nB6CcwuryXKCKmFhdLVzit5zFBpsy28aVZ0VbEVvgVWlX6oZ4kcIzzqHWS5efgTJ86b2KesFmrZQHkoQl7TzTfh7776MRyXy9b2gzF0kqq-1xorXRuB60zdptyW-qGGkcGb-PzZiKP33nWEuvVh0PHylyQ3oNOLmkO9w2uXFGFw/w400-h185/BA%20Madeira.jpg" width="400" /></a></div>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Foi pena que neste encontro não se tenha ouvido uma
palavra que fosse sobre justiça social, incentivos à criação de emprego e
políticas bem vincadas que sejam geradoras de igualdade de oportunidades para
todos. Nada, zero de apoios às famílias fora do âmbito da esmola. Nada de sério
quanto a uma política de desenvolvimento que faça sair a Madeira do índice de
uma das regiões mais pobres do país. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Como se compreende que estejamos com escassez de
trabalhadores em várias áreas, mas depois dizem que vão reforçar toda a rede de
apoios assistencialista? Tem algum jeito este paleio?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Enfim, é pena que continuemos assim, numa loucura presente
sem futuro, que conduz a Madeira a estar permanentemente subjugada à
pobreza, deprimentemente envelhecida e sem massa cinzenta qualificada, porque
todos os jovens que saem da Madeira para estudarem não voltam (e fazem muito bem!). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É melhor acordar para a realidade e marcar a data da
morte de todos os organismos assistencialistas que vieram a lume como cogumelos
na nossa terra nos últimos anos. E terminarmos com esta ideia sub reptícia que a alegria de alguns espelhada nos retratos quando se trata do assistencialismo, é a felicidade que a pobreza nos dá!<o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 16.1pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Aos governantes pedimos, concentrem-se nas políticas
inclusivas, na justiça social e na igualdade, para que deixemos de dar o pão de
«mão beijada», sem nunca esquecer, que não há nada mais indigno, que é comer das esmolas. Por isso, providenciem-se muitas canas e que elas ponham cada um a
pescar o peixe com o suor do seu trabalho.<o:p></o:p></span></p><br /></div></span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-73555847792109709622022-07-19T12:20:00.001+01:002022-07-19T12:22:21.170+01:00 O Evangelho feito pelas mulheres<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">A missa do domingo passado (17 de julho de 2022) reservou uma passagem do
Evangelho de São Lucas, deveras desconcertante e que devia ser valorizado com
mais ênfase pela Igreja em geral e pelas nossas sociedades.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZQTdvy8xbfSh32JtFCpYsRaICZbg87w8FrdnMGBZGaaIcTZxp-qAk5jKhIAvZMT7N5ONKdFF2Qsr5YT37IfSw8dQRvJUmIH9_lh5AOKpKc6xxQVz3dXB7bLrWwninI4OIWaF7IVYEKFcRrM139zkmfF-NlDZVdMa7kFe2Jqsxf4ZNYP7Dsdea971zIw/s690/marta%20e%20maria.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="690" data-original-width="520" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZQTdvy8xbfSh32JtFCpYsRaICZbg87w8FrdnMGBZGaaIcTZxp-qAk5jKhIAvZMT7N5ONKdFF2Qsr5YT37IfSw8dQRvJUmIH9_lh5AOKpKc6xxQVz3dXB7bLrWwninI4OIWaF7IVYEKFcRrM139zkmfF-NlDZVdMa7kFe2Jqsxf4ZNYP7Dsdea971zIw/w301-h400/marta%20e%20maria.jpg" width="301" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É um pequeno texto que tem como figuras centrais
duas mulheres, Marta e Maria perante Jesus, que tinha sido convidado pela dona
da casa, Marta. Ambas recebem bem. Mas, Marta destaca-se e atarefava-se numa azáfama estonteante
para receber dignamente o Mestre. Maria, tomou a posição do discípulo, sentada
aos pés de Jesus, escutava com atenção as suas palavras. Obviamente, que a
maioria releva a atitude de Maria, porque escolheu fazer contemplação,
aparentemente, um gesto mais submisso, que é do agrado do machismo. Menos
valorizada é a atitude de Marta, que andava agitada e no ativismo, elementos
mais do que suficientes para ensaiar um discurso negativo e de condenação da
vida atual. Porém, não esqueço que Mestre Eckardt, surpreendentemente, chamou a
atenção para o fato de considerar a verdadeira mística, afinal, era Marta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O grande ensinamento que se tira deste episódio é de
que Jesus aproveita para nos mostrar o que é o discipulado ou o apostolado, a
partir de duas figuras femininas e não masculinas como habitualmente se faz
crer. Até parece que a evangelização para ser autêntica só pode ser feita pela voz masculina. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Por isso, nem uma nem outra atitude exclui a outra. Ambas se complementam. Mas,
poderão afirmar que Jesus destaca a atitude de Maria: «Maria escolheu a melhor
parte». Não acredito que Jesus o tenha dito exatamente assim. Dois mil anos de
peripécias produzidas pelas vicissitudes das traduções, pressionadas pelo patriarcalismo e pelo
machismo reinante devem ter feito muito mal à riqueza da mensagem do texto e
desvirtuado o pensamento de Jesus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Assim, iluminados pela riqueza deste texto, na
atitude de Maria, somos tomados a considerar que para a vida toda e para todas
as vidas, em qualquer circunstância, só nos fará bem escutar e contemplar a
mensagem, que nos ajude a nos descobrirmos, a vermos bem de onde viemos, para
que estamos e para onde vamos. Como disse Sophia de Mello Breyner: «Deixai-me com
as coisas/ Fundadas no silêncio». Nenhum Homem é uma besta de carga. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Porém, na irrequietude de Marta, somos também
convocados para a ação, a missão da vida concreta e aí sentimos como nos
devemos implicar nas obras concretas que edificam o mundo e concedem dignidade aos
nossos semelhantes. É preciso transformar o mundo e transformar a pessoa com a
mais nobre qualidade que foi dada à humanidade, a inteligência para conjugar o
verbo fazer. <o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">É pena que no geral a
Igreja Católica ao celebrar a missa, quando aparece este texto se reduza à
interpretação enviesada, sem relevar o quanto está aqui presente uma mensagem
sobre o apostolado. E mais ainda considerar sem medo que Jesus no seu grupo
tinha mulheres e homens, ambos unidos foram o sinal da fraternidade ou da irmandade
que Jesus fundou. É pena que não sejamos capazes de fazer valer nos «tempos sinodais»
este quadro fraterno, profundamente evangélico e tão fiel ao sonho de Jesus.</span></div></span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-32549587273794751582022-07-14T12:49:00.000+01:002022-07-14T12:49:29.004+01:00O sentido da existência está na confiança<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZbCmKz3r2RYQo5MhjKDEZrXaI8WDdMvJ1uQWN_Kj7MHTFkEKpURgfWCWqepXO_A5mLqIdzuJE-RRtZ5bQJxIO-LnY9Tiv18SDDZVdH8VLtylUJ3oyBQT1O0rncZEzouPE6HqQF4yLIvoDAAr4lVbNDlvE2EQsZyQp-Nn5SVUvPpaYz65oZRUbgZGeCg/s200/cruz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="200" height="293" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZbCmKz3r2RYQo5MhjKDEZrXaI8WDdMvJ1uQWN_Kj7MHTFkEKpURgfWCWqepXO_A5mLqIdzuJE-RRtZ5bQJxIO-LnY9Tiv18SDDZVdH8VLtylUJ3oyBQT1O0rncZEzouPE6HqQF4yLIvoDAAr4lVbNDlvE2EQsZyQp-Nn5SVUvPpaYz65oZRUbgZGeCg/w320-h293/cruz.jpg" width="320" /></a></div><br />Em tudo na vida sempre tem que estar pressente a
confiança. Ainda mais no que diz respeito à realidade última e ao nosso fim
último.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sem confiança, tudo se torna irracional e absurdo. Por
isso, os fins últimos para muita gente, tantas vezes são inaceitáveis e desesperantes, porque não
suportam as contingências da vida, particularmente as do fim último, a morte. Não as
suportando há desespero, revolta, que depois não deixa viver nem permite
saborear a existência presente e menos ainda a futura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A par da confiança pode estar o nada ou Deus. Ambos podem
ser pensados e a razão humana para ambos pode encontrar causas que os
justifiquem. O nada, é o vazio, o fim definitivo e irremediável. Deus é o mistério que abraça toda a existência, fonte inicial e última de toda a criação.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">É verdade que nenhum se comprova e demonstra. Nenhum pode ser
verdade absoluta que se impõe pela força ou pelo seguidismo cego. Ambos estão nos
corações da humanidade. Um e outro orientam o caminhar humano da vida histórica
de multidões incontáveis de pessoas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Nada e Deus não são comprováveis, mas
nenhum pode de forma alguma dispensar a confiança e a razão. E ninguém neste mundo sobrevive à beleza do amor, a fina flor do tempo e do modo de toda a criatura que veio à luz deste mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">O amor não se pode demonstrar. Deus não se pode
demonstrar. O nada não se pode demonstrar. Porque se alguma vez forem demonstrados qualquer um deles,
deixava imediatamente de ser o que é.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Uma certeza segura é que a nossa existência não é possível
ser encarada sem o amor - o amor implica sempre a confiança. É óbvio, que o
amor está presente no coração crente do nada e no coração crente de Deus.
Por isso, eu acreditando em Deus ou no nada, vejo-me implicado sempre na luz da
confiança. E só assim se constrói o presente e o futuro, subindo os montes do bem
e da verdade, mas também descendo os vales do sofrimento com redobrada esperança (e confiança). <o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-76919003504695100742022-07-06T14:59:00.002+01:002022-07-06T15:16:17.351+01:00Festival da lapa e da poesia<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKAI1b4MCpm9RggIi08WMOGbcBZz8GhGMTz7bFkPHUmNOLEthJo8FV22brRhFliAxQjcinIQ0C74fu2a9KepNk02KdTQq-AyvLWuizPXVYvB9ByjCvIAu76BMd1vt9fPn9tlj5t1Cvo-XairnrO9P_RdrkCbIpWOOOL_Py-tN4_ifYHvQoJeors7nonA/s1920/Cartaz%20festa%20da%20lapa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKAI1b4MCpm9RggIi08WMOGbcBZz8GhGMTz7bFkPHUmNOLEthJo8FV22brRhFliAxQjcinIQ0C74fu2a9KepNk02KdTQq-AyvLWuizPXVYvB9ByjCvIAu76BMd1vt9fPn9tlj5t1Cvo-XairnrO9P_RdrkCbIpWOOOL_Py-tN4_ifYHvQoJeors7nonA/w225-h400/Cartaz%20festa%20da%20lapa.jpg" width="225" /></a></div><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Finalmente alguma coisa de jeito nesta nossa pasmaceira de Madeira para
elevar o espírito e as mentes sedentas de cultura.</span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Alertado por amigos para o belíssimo cartaz que
anuncia mais um <i>mor</i> arraial de sabedoria popular e encanto inteletual, lá fui
espreitar o dito cartaz e eis «Festival gastronomia e poesia». Toma para
aprenderes.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Que se desenganem as almas que arribarem ao Paul do Mar neste fim de semana
(15, 16 e 17 de Julho 2022), pensando que só degustarão só e apenas lapas,
frango assado, espetadas e bolo do caco, tudo regado com vinho e cerveja coral.
Nada disso! Par desta nossa excelsa e divinal criatividade gastronómica, típica
de todo o circo madeirense, levarão pelo sarrilhe abaixo com poemas, sonetos e
outros versos de alto gabarito.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ao deparar-me com o cartaz, espreitei as figuras que o compõem, os chamados
cabeças de cartaz da festa, uns conheço outros não, mas fiquei logo descansado
porque são todos, pessoas que cantam músicas com montes de mensagem poética
como nunca se viu no mundo musical.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Logo depois pensei, tenho os cabeças de cartaz do arraial popular em honra
da lapa, faltam as figuras da poesia...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Vai daí, porque ando farto de tantas deformações
sintáticas, dos rípios e das sílabas em excesso ou da sua falta, neste afã de
ver cabeças sonantes de poesia mergulhadas no fundo do cesto das lapas e no
cardápio indispensavelmente pimba, bebi mais uma frustração, não encontro
nenhum verso, nem muito menos um soneto, livre ou rimado que me diga eis a
poesia. Nomes à poesia ligados, nada, mesmo nada… A que se deverá o pomposo
título: «Festival gastronomia e poesia»?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Vamos continuar à espera de sair desta obscuridade na
poesia, que tanto carateriza o público em geral, até ao dia em que no Paul do
Mar, a degustação lapeira faça valer a poesia como ingrediente humano para
iluminar o ambiente social deste cantinho ilhéu onde nos criamos. Tomara que
seja agora esta vez da luz que sobre o horizonte cintilará a poesia.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não digo nem espero que as palavras façam desabrochar
as flores com os seus aromas encosta íngreme acima, mas que a comovida retórica
das letras musicais dos cantores convidados, nos façam enternecer o espírito,
porque o corpo está mais que sacudido com a «criativa» gastronomia madeirense e
a dança que o vazio pimba suscita.<o:p></o:p></span></p><p style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Venham versos de Milton e de
Goethe, Cavafis e <span style="background: white;">Seféris</span>, Herberto
Hélder, Fernando Pessoa, Sophia Andersen, Miguel Torga ou então mais alguns dos
nossos: Maria Aurora, Agostinho Batista, Tolentino Mendonça… E todos os que
couberem no comensal dos alapados deste mundo e do outro que vegetam à conta do
engodo e do engano do povo. Siga a festa.</span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-63002244019149827232022-07-01T13:36:00.003+01:002022-07-01T13:46:42.975+01:00A Deus louvamos pelo dia da Região<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_fQi-HenDxmlNY3kMfMq_BUaKBF0Es-8Z3mqA0jGvMX_TMeanjBHr_wffdKffxiVvXorcrQBjrJJztAOHIoTdOMpxFCqdJrfBkw8eo8KnSb0i30bFA7dEnyOED5FaRiwWoqlk_0ut6JOeVSieuCPkKqx22wBwn7U22wzw1_kGdG8csFQMUi8hkdOsKQ/s451/autonomia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="288" data-original-width="451" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_fQi-HenDxmlNY3kMfMq_BUaKBF0Es-8Z3mqA0jGvMX_TMeanjBHr_wffdKffxiVvXorcrQBjrJJztAOHIoTdOMpxFCqdJrfBkw8eo8KnSb0i30bFA7dEnyOED5FaRiwWoqlk_0ut6JOeVSieuCPkKqx22wBwn7U22wzw1_kGdG8csFQMUi8hkdOsKQ/w400-h255/autonomia.jpg" width="400" /></a></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades
Madeirenses. Tem um nome cumprido e pomposo, como o ego de tantos os que fazem
deste dia uma máscara polida e envernizada de fresco sem sumo e muito menos com
a realidade autêntica de onde habitamos.<o:p></o:p></span></p><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ainda hoje haverá «Te Deum» na Sé do Funchal como «enfeite»
do extenso programa do dia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Acho bem que exista um «Te Deum» na Sé e devia até
haver em todas as igrejas da Madeira, um louvor bem vincado pela libertação de
um povo explorado, massacrado pela colonia e pelas íngremes desigualdades
sociais que sempre marcaram (e marcam) população madeirense. A Autonomia ainda não
fez valer o sol da justiça e da igualdade de oportunidades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Já sei, não precisam de me lembrar, a igreja não
deve «meter-se» em política. Porém, afirmo sem dúvida nenhuma, a igreja não
pode ser um singelo brinquedo para o poder político se pavonear e receber
elogios apenas. Na área do poder político muitos pensam que o papel da igreja
se reduz a fazer salamaleques diante das suas passeatas. Não querem ser
incomodados. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É triste constatar que na realidade têm sido
correspondidos com o silêncio cúmplice da nossa igreja em muitos momentos, face
a tantas situações que gritavam por um apelo, uma denúncia profética, uma
palavra… Nada de nada foi o que veio sempre. Ficaram apenas as festas, os
rituais e o verbo das generalidades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tudo isto é o pecado do esquecimento da igreja da sua
dimensão libertadora do Evangelho e ficando-se no comodismo da «salvação das almas». Os
corpos que se contentem com as migalhas que lhes chega.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É claro que à Igreja não compete governar. Ponto
final. Mas como instituição com um mandato tão claro para evangelizar os pobres
e defendê-los, não pode deixar de estar atenta à governação, e mais ainda do
que isso, totalmente comprometida com a libertação dos excluídos, os sem poder
reivindicativo, pela falta de bens materiais, educação, cultura e oportunidades
para serem cidadãos de pleno direitos e deveres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Estes momentos de «Te Deum» deviam ser ocasiões, não
apenas para festa, pomba laudatória, rituais anacrónicos e generalidades ocas, mas
um alerta e um sinal de compromisso na denúncia de uma certa maneira de exercício
do poder quando resvala para os abusos, que em vez de resultar na melhoria das
condições de vida do povo, ainda mais acentua as desigualdades e as injustiças.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Portanto, é dever da igreja «meter-se» na política,
não de todo de qualquer jeito, mas ao modo de Jesus Cristo. Os Evangelhos estão
cheios de exemplos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É óbvio, que este dia deve ser bem vivido e
celebrado. Mas, não apenas, como um intervalo nem muito menos como mais um
feriado para gozar o descanso, sem pensar um pouco sobre o seu real significado,
o que ele implicou no passado e para onde nos está a levar. <o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Este dia também deve ser
associado à revolução do «25 de abril», que nos libertou das amarras de uma
ditadura de 48 anos e nos abriu a porta para o futuro em liberdade. Urge, como
cristãos, que não esqueçamos o quanto temos que nos alegrar com a liberdade e com a Autonomia da Madeira.</span></div></span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-25056421366935154152022-06-30T12:07:00.003+01:002022-06-30T12:21:03.264+01:00O poder de perdoar<p class="MsoNoSpacing"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 16pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDXLHghvsYTxiPr5D3vhj6c3vZLjnfYCcCRTupQ_MVvAgoCLTMZRgwsYgKgigBLS7J4zm3U0Ego5LRyvKV25nyd663TbdMqno0oE2FNzJOVGF87q9f1-je4iuTbcEnsOs3q5cqXu85YEFWX_m-B9m3INHwqvUqRx764tPOBcfGk4OLI_zqmKngXJ7_tw/s508/Pedra%20no%20Caminho.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="462" data-original-width="508" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDXLHghvsYTxiPr5D3vhj6c3vZLjnfYCcCRTupQ_MVvAgoCLTMZRgwsYgKgigBLS7J4zm3U0Ego5LRyvKV25nyd663TbdMqno0oE2FNzJOVGF87q9f1-je4iuTbcEnsOs3q5cqXu85YEFWX_m-B9m3INHwqvUqRx764tPOBcfGk4OLI_zqmKngXJ7_tw/s320/Pedra%20no%20Caminho.png" width="320" /></a></div><br />O
poder maior e o mais importante do mundo.</span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 16pt;">Ninguém o tem de modo particular. Pertence a todos os corações. Pertence a
todas as pessoas.</span></div></span><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 16pt;">É
o poder mais democrático que existe. Muitos houve e ainda há que o querem
privatizar. Os padres estão no topo da lista, de tal forma que até se arvoram
em detentores de mandato expresso de Deus e com um ministério senhorial
concedido por outros pecadores para perdoarem pecados. </span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 16pt;">Tal mania deu no que hoje vamos sabendo, a vergonha dos abusos de vária ordem, que deixaram marcas insanáveis para toda a humanidade. E um descrédito total na mensagem da salvação. Não será fácil recompor-se na posição certa para fazer passar o discurso adequado para fazer valer o caminho da evangelização. </span></p><p class="MsoNoSpacing"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 16pt;">Deus é que é o primeiro a exercer este poder com elevada e absoluta sabedoria.
Mas, depois, este ministério está no coração de todos as pessoas que se movem
pela humildade, pela tolerância e pelo respeito pelos outros.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 16pt;"><br /></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 16pt;">O poder de perdoar pecados, é exercido por todos quando se confessam e se
perdoam uns aos outros, porque não conseguem ser felizes sem viverem
frequentemente a força e o poder de uma das seguintes expressões: «desculpa»;
«perdão»; «não devia ter dito ou feito»... «Muito bem»; «Estás perdoado»; «tudo
esclarecido»; «esquece»; «vai em paz»; «fica sossegado»; «não se fala mais
nisso»...</span></div></span><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16pt;">A verdadeira reconciliação é esta e a meu ver ainda é a que move o mundo, onde
os trilhos são feitos de chão de miséria fedorenta.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-47535012849080611572022-05-09T11:16:00.003+01:002022-05-09T11:20:23.116+01:00O que é a paz?<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyIanB8bgGN3xebIhZXzY08k2sK9jGRl_ObG5U56u_jMBsTZ8Zhz43EUwAXYsrU-YJDarRcqEntf_FCHvHM5DvOwixv2gqn1ZtaLCf-m22fk7kC8OAshaAqRuHse1_0aWH5ewPc14j2ZsRqGMzkEXTM4nR0VJm_PA0GGr1G0JnHeFA2Sd6l8HTpkbr_w/s924/paz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="924" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyIanB8bgGN3xebIhZXzY08k2sK9jGRl_ObG5U56u_jMBsTZ8Zhz43EUwAXYsrU-YJDarRcqEntf_FCHvHM5DvOwixv2gqn1ZtaLCf-m22fk7kC8OAshaAqRuHse1_0aWH5ewPc14j2ZsRqGMzkEXTM4nR0VJm_PA0GGr1G0JnHeFA2Sd6l8HTpkbr_w/w400-h195/paz.jpg" width="400" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">A paz é uma realidade interior e exterior
que todos os homens procuram. Alguns autores separam uma paz da outra, mas
outros, numa perspetiva mais conciliadora, entendem que uma não é sem a outa. A doutrina da Igreja sobre esta matéria, também entende claramente que a paz exterior é fruto da paz interior. Ou seja, uma não é sem a outra, estão ambas as dimensões da paz ligadas entre si.</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Santo Agostinho, no Livro 19 da «Cidade de Deus»,
deu-nos a primeira definição de Paz, que vai influenciar todas as definições
posteriores: «A Paz de todas as coisas é a tranquilidade na ordem». Depois
procurou exemplificar com nove casos, que vão desde «a paz da alma racional» à
«paz dos cidadãos», passando pela «paz doméstica». Em tudo, há que fixar e
lidar com dois elementos cruciais: a harmonia e a ordem. A primeira, é a
tranquilidade desejada nesse estado de alma que todas as criaturas anseiam. E a
ordem, como diz Santo Agostinho, é «a disposição que segundo as semelhanças e diferenças
das coisas confere a cada uma o seu lugar».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Assim sendo, definiremos, hoje, a paz interior como
a tranquilidade do espírito individual, proveniente da ordenação das coisas do
mundo e da vida. Sem deixar de mencionar que os </span><span style="font-size: 18.6667px;">aspetos</span><span style="font-size: 14pt;"> da consciência em
comunhão de amizade com Deus, com os homens e com o Universo, são elementos
essenciais para esse pleno encontro com a harmonia interior da pessoa. A paz
exterior (social) será a boa e tranquila convivência com todas as coisa para
tal ordenadas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Porém, o entendimento sobre a paz nem sempre foi
pensado desta forma. Se nos remetemos à antiguidade descobrimos em filósofos
como Heraclito, «que a guerra é a mãe de todas as coisas», dá logo a ideia,
entendida e defendida por muitos que a novidade só é possível com os conflitos
e que a história humana não se faz sem as guerras, mesmo que a morte e a
destruição sejam o preço que muitos tenham que pagar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">No entanto, não foram menos incisivas as teorias de
Maquiavel (séc. XV) com a sua «arte da guerra» e por Nietzsche (séc. XIX) as
«guerras» que justificam o Super-homem, até a mais sofisticada, mas não menos
violenta «luta de classes» de Marx e de Mao Tse Tung (séc. XX), sem nunca
deixarem de ser perseguição de estratégias para unir os opostos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Como se percebe nem sempre a paz foi entendida do
mesmo modo. A cultura Ocidental, também tem conceitos distintos para entender a
paz e que muitas vezes dependem dos diversos entendimentos sobre a guerra e
sobre os conflitos. Se na cultura ocidental, surgiram diversos modos de
conceber a ideia sobre a paz deveu-se ao judaísmo, aos gregos, aos romanos e ao
cristianismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Os diversos termos da paz são os seguintes: 1º
«Shalom», no meio de guerras e conflitos o povo de Israel desejou esta paz como </span><span style="font-size: 18.6667px;">bênção</span><span style="font-size: 14pt;">. Shalom, significa plenitude, que é o conjunto de todos os bens. Mas
nesta forma ideal de pensamento sobre o valor da paz inventou-se a «Guerra
Santa». <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">O termo grego para a paz é «Irene», o ideal do
irenismo, seria alcançar o bem estar entre homens e cidades. Também diante
deste patamar ideal sobre a paz, criou-se um </span><span style="font-size: 18.6667px;">contraponto</span><span style="font-size: 14pt;">, o da «Guerra Justa».
Os gregos entendiam-se autorizados a combater os outros povos destinados à
escravatura. Havia ainda um outro ideal para os gregos «Ataraxia», que
significava não sofrer com nada, quase nada sentir, </span><span style="font-size: 18.6667px;">exatamente</span><span style="font-size: 14pt;">, o mesmo ideal
do Nirvana oriental.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">O termo latino é o seguinte: «Pax». Este termo tem a
mesmo raiz de «pactum». Estabelece-se um pacto, uma trégua, uma ordem que
impõem «a pax romana». Esta paz durava pouco, pretendia estabelecer a paz para
o imperador, mas estava de mão dada com os exércitos que dominavam e subjugavam
a Roma as outras nações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">A doutrina cristã também criou um significado para a
paz, que radica na palavra de Jesus Cristo: «a minha paz... Não a dou como o
mundo a dá...». A definição do termo paz, para o cristianismo está contida na
pessoa de Jesus: «a Paz de Cristo». Estamos perante uma realidade nova, fruto
da justiça e dom do Espírito Santo, que inclui todas as outras definições de
paz, mas acrescenta-lhes uma característica essencial: é uma relação de amor. Mas, também ajudou a justificar guerras e opressões sempre que se esqueceu que
era dom gratuito de Alguém e se convertia em prepotência e autoritarismo
religioso chamado «clericalismo».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">A paz, é um dom que Deus concede a todos os corações
humanos que se predispõem ao seu acolhimento. E por ser essa realidade, dom de
Alguém, é sempre precária, isto é, está sujeita aos condicionalismos e
interesses mundanos. Assim, não devemos esquecer, a paz é trabalho nosso e dom
de Deus. É sempre tarefa e encontro. Por isso, devemos entender a paz como
Missão e Graça. Ou ainda, como acolhimento e desejo de encontro com Alguém que
deseja sempre e em todas as circunstâncias a salvação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Onde estão os pacíficos, os que promovem a paz...
Segundo Jesus, pacífico é aquele que é «fazedor de paz». E as Bem-Aventuranças
anunciam que bem-aventurados são os que constroem a paz, «porque serão chamados
Filhos de Deus». Deste modo, promover a paz é ser «Filho de Deus», isto é, «ser
amado», ser fruto da relação. E no amor está a Bem-aventurança, a Plenitude, o
Shalom. <o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-26479852925952808252022-05-06T12:39:00.003+01:002022-05-06T12:39:27.108+01:00O Padre Eleutério<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDGgjNEW6FnuDQ6Mu4tf_xWhNsbThFllB9m2OPKwFkONMfKdUrSxmmHRn5YaktkKd2cmmEIUlG3-d_bo_8bq9eX8J7FalDIfLp6tuimXuv5ylVkM7diyuX7fHBSTcHHbP1tSOXmX2Hhe9cDMY-JvgQ_dGxut7jJfDyd2ImVVqAy7wtyJ3Hne0iS7sssg/s3269/padre%20eleuterio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2809" data-original-width="3269" height="344" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDGgjNEW6FnuDQ6Mu4tf_xWhNsbThFllB9m2OPKwFkONMfKdUrSxmmHRn5YaktkKd2cmmEIUlG3-d_bo_8bq9eX8J7FalDIfLp6tuimXuv5ylVkM7diyuX7fHBSTcHHbP1tSOXmX2Hhe9cDMY-JvgQ_dGxut7jJfDyd2ImVVqAy7wtyJ3Hne0iS7sssg/w400-h344/padre%20eleuterio.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Deixou o mundo da materialidade. Morreu mergulhado na depressão, no
sofrimento e no abandono. Tinha uma bondade muito além das medidas. Por isso,
muitos abusaram dele e muitos contribuíram para se considerar ainda mais de
vítima de si mesmo. Uma «doença» crónica que lhe corroeu as energias toda a
vida neste mundo.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Há muito que tinha deixado de viver. Não queria
viver. Foram inglórias as tentativas para o ajudar nos últimos tempos. Poucos (alguns amigos) compreendendo a sua forma de ser, tentaram de tudo para o ajudar. Ninguém conseguiu engendrar a melhor solução para o salvar daquele oceano de tristeza onde estava mergulhado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sempre foi uma vítima de si próprio. Da sua
insegurança. Dos seus medos. Do que diziam ou pensavam os outros acerca dele.
Não admira que o melhor companheiro que encontrava para se refugiar e para esquecer
os males que carregava às costas, ter sido o álcool.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Nesta hora, à parte todas as balelas </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 18.6667px;">que se vão dizer dele</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 14pt;"> e dos rios de lágrimas de </span><span style="font-size: 18.6667px;">crocodilo que se vão verter</span><span style="font-size: 14pt;">, será preciso também lembrar que foi vítima da incompreensão geral. Vítima
da família. Vítima de alguns colegas padres. Vítima de alguns bispos. Vítima de
tantos que se serviram dele para o «explorar», sabendo da sua «doença» que se
chamava insegurança e propensão fácil para a vitimização.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Enfim, morreu mais um padre votado ao abandono. E nestes casos o melhor que acontece é sempre a libertação pela morte. Porque se livrou de si e dos outros (nós
todos) deste mundo que não socorrem as vítimas, mas que quando podendo ainda as
maltratam mais e descartam como se de lixo se tratassem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Confesso que muito mais podia ter feito eu por ele.
Sinto-me com algum remorso. Foram um sem números de chamadas nunca atendidas. Procurá-lo
sem nunca o encontrar. Tudo isto é em vão referir por hora, porque não resolve nada. É apenas o meu lamento e mais uma certeza de que ajudar as pessoas é dos trabalhos mais difíceis de levar acabo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Mas, positivamente, guardarei dele a sua sabedoria,
abertura de espírito e todos os conhecimentos abalizados em áreas hoje
desprezadas pelo ensino e pela incultura geral que nos assiste, o grego, o latim e o hebraico. </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Era um profundo conhecedor da
literatura clássica. E provavelmente dos padres da sua geração (e da atual), o que melhor conhecimento tinha do Concílio Vaticano II. Várias vezes o ouvi citar de cor passagens longas do texto conciliar. Infelizmente, por ter sido descartado, não contribuiu como deveria ter sido nestas matérias para engrandecer o conhecimento geral da sociedade
madeirense. A inveja clerical e os ciúmes que campeiam a Madeira destroem
pessoas.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Foi meu professor. Foi meu pároco. Um grande, mas
mesmo muito grande obrigado por tudo o que me ensinou e testemunhou de bondade,
de fé e de esperança. Descansa em paz Padre Eleutério.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-37774195862181343012022-05-03T12:38:00.001+01:002022-05-03T12:38:34.837+01:00Apontamento 11 - Acordar<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrFxwWCJ9MBOrKVngELxcv64HoVZKC-p7pqOlE3gnJishPly1CmblN9pFWWcBbaUVgcvdyqeZGlB6pwYyaSgYGfqLtkMgZU_vZVNyT9ypeKiek3LQ-lEIQ6WdFrq9shEreu0QBqoQOB6WQeNEn6WQd2wfR7fslHN9z-fupkCeKNQqoC3kJgeBFpanHuA/s275/ora%C3%A7%C3%A3o%203.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrFxwWCJ9MBOrKVngELxcv64HoVZKC-p7pqOlE3gnJishPly1CmblN9pFWWcBbaUVgcvdyqeZGlB6pwYyaSgYGfqLtkMgZU_vZVNyT9ypeKiek3LQ-lEIQ6WdFrq9shEreu0QBqoQOB6WQeNEn6WQd2wfR7fslHN9z-fupkCeKNQqoC3kJgeBFpanHuA/w400-h266/ora%C3%A7%C3%A3o%203.jpg" width="400" /></a></div> <br /><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Acordar num largo e doce silêncio. Uma sorte tão
grande!</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sim, é uma sorte dos deuses, para não dizer dos
diabos, se pensarmos que continua a existir gente que morre quando quem os
lidera está cego pela vaidade e pelo desejo de provar a todo o custo a sua
superioridade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Nessa enxerga de silêncio largo e doce, olhou para o
quadro, tipo pagela gigante de um santo desconhecido, onde pôde balbuciar rezando
entre os lábios as palavras em profundo reconhecimento na seguinte legenda:
«feliz do que pensa no pobre e no fraco, o senhor vai torná-lo feliz sobre a
terra, e não o entregará ao inimigo, transformando a doença em vigor».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As mãos esguias bem abertas e os dedos compridos e
finos, cobriram o rosto completamente e lentamente deixou que elas fossem deslizando
pelo rosto abaixo, ajudadas pela lubrificação das lágrimas que lhe saltavam dos
olhos num choro compulsivo, como se fossem rios em dia de chuvas abundantes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Naquele momento sereno de liberdade outra vez
concertada pelo descanso e pelos pensamentos, sentiu um pulsar da alma misterioso
de onde veio este suspiro entusiasmante: «seja o que Deus quiser».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Nada vale tanto como um estribo. Os pés nos estribos
seguem o caminho certo e em segurança. Nada se consegue quando se perde as
estribeiras, a paciência. Bem haja a serenidade e paz. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-14902713359683726252022-04-28T11:49:00.003+01:002022-04-28T11:51:34.803+01:00Salgueiro Maia<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Filme<o:p></o:p></span></b></p></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyOWg7a08Lc4X6qak0x_QAXrfWXqHpOpjfd45DmPnig-395PxgpUB6FBG4UG-TPU2bjjODZn_Dgl0FroMyYQIx3O9-Pmyu62u_J-qJsGospw3Sm0I2rYMwex3VsEjMag5-ahBqvJnNLjFdqilPbCWKdRDnZ7g_QJ6aMXs0IbfQg4-ip2qBB5s-KTtINA/s312/filme%20salgueiro%20maia1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="220" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyOWg7a08Lc4X6qak0x_QAXrfWXqHpOpjfd45DmPnig-395PxgpUB6FBG4UG-TPU2bjjODZn_Dgl0FroMyYQIx3O9-Pmyu62u_J-qJsGospw3Sm0I2rYMwex3VsEjMag5-ahBqvJnNLjFdqilPbCWKdRDnZ7g_QJ6aMXs0IbfQg4-ip2qBB5s-KTtINA/s1600/filme%20salgueiro%20maia1.jpg" width="220" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Este ano comemorei o 25 de Abril assistindo ao
filme, «Salgueiro Maio - O implicado» do realizador Sérgio Graciano, que está a
ser rodado nos cinemas do nosso país. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">É a história do capitão da Revolução de Abril de
1974. É uma história que implica o futuro do nosso país, mas que também se cruza
com a vida pessoal de Salgueiro Maia. Na história entram eventos históricos,
relatos pessoais, revelações íntimas, emoções que acompanharam o capitão
Salgueiro Maia ao longo de toda a sua vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Um dos maiores símbolos do 25 de Abril, Fernando
Salgueiro Maia nasceu a 1 de Julho de 1944, em Castelo de Vide (Portalegre).
Fez campanhas militares em Moçambique e na Guiné-Bissau, tendo ascendido ao
posto de capitão em 1971. Como delegado da Arma de Cavalaria, fez parte da
Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas (MFA). Um dos seus feitos
mais famosos foi quando, no dia 25 de Abril de 1974, comandou a coluna militar
que partiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, ocupou a Praça do
Comércio e cercou o Quartel do Carmo, em Lisboa, levando à rendição de Marcello
Caetano, então presidente do Conselho, e à queda definitiva da ditadura do
Estado Novo. Salgueiro Maia faleceu a 3 de Abril de 1992, devido a um cancro.
Tinha 47 anos. <o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTRS_TA9pQy0y-i1RnB0hJA2igm7FM0iQM1EbTXL2AvSsPfFNsVgvcMI3yX55Mp8n7tZBs4hlZo5l4Mb8cIbH7tLau6QZXrgJYAVdC6p-AJHOjk0AGY7VieGuGHyaRdriVK3mAphM2rmeSpuhdyDHq2akxaSMv8KDRxOAAS29RziTfvdqOFfcbmoVD5g/s320/salgueiro%20maia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="242" data-original-width="320" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTRS_TA9pQy0y-i1RnB0hJA2igm7FM0iQM1EbTXL2AvSsPfFNsVgvcMI3yX55Mp8n7tZBs4hlZo5l4Mb8cIbH7tLau6QZXrgJYAVdC6p-AJHOjk0AGY7VieGuGHyaRdriVK3mAphM2rmeSpuhdyDHq2akxaSMv8KDRxOAAS29RziTfvdqOFfcbmoVD5g/s1600/salgueiro%20maia.jpg" width="320" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não podia ser melhor a minha comemoração dos 48 anos
da Revolução dos Cravos. Pois, permitiu que eu fugisse dos discursos circunstanciais
dos líderes da turba, que rebuscam todos os anos nesta altura o verbo fácil, os
estereótipos <i>habitués</i>, as palavras de
ordem e a iconografia convencionada de Abril para parecer bem à «manada»
adormecida da democracia incompleta que vivemos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tantos falam, muitos postam imagens e dizem coisas
sem saberem do que falam. Tudo sem consequências, porque logo no dia 26, voltamos
a ter o medo à porta, todo o rebanho a correr sem saber para onde, a falar de
guerra e, simplesmente, a tentar sobreviver adormecidos sobre a almofada do
esquecimento dos valores que a Revolução de Abril reclamou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Se já nutria grande empatia por Salgueiro Maia, revigorei-a
com este filme e como se vulga dizer, tornei-me verdadeiramente seu fã. Um
homem de atitudes elevadas. Bem ciente das suas responsabilidades. Muito
injustiçado pelos poderes que no tempo democrático se alaparam na gamela
governativa. Sofreu com isso. Apesar dos apesares, morreu vencido pelos limites
da lei natural que nos assiste, mas deve ter seguramente ter morrido a pensar
que valeu pena quando nenhuma alma diante do Adamastor da incerteza se faz
pequena.<o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyT4ElWhpRFVZWtwZcwOt4RQlUn9J4Nu82a72esxOHThMNmcs3V0Dbvu-BbFRTcecNFe2YKfRu6gf9sc2OfdxdNnwgTaIymyWAerxdz8zPwx1eKPdZI6ufMF6ZgyLzivF_1gOtoLs-C10Sb963p8uP6REQjwOA7a5hhVQk-jd4yLywH-8IUA5xc1Sbcg/s750/filme%20salgueiro%20maia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="750" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyT4ElWhpRFVZWtwZcwOt4RQlUn9J4Nu82a72esxOHThMNmcs3V0Dbvu-BbFRTcecNFe2YKfRu6gf9sc2OfdxdNnwgTaIymyWAerxdz8zPwx1eKPdZI6ufMF6ZgyLzivF_1gOtoLs-C10Sb963p8uP6REQjwOA7a5hhVQk-jd4yLywH-8IUA5xc1Sbcg/s320/filme%20salgueiro%20maia.jpg" width="320" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Estamos diante de um homem sem medo. Ou melhor, um
homem que ousou quebrar a bruma densa do medo que assolava o país de alto
abaixo pelas mentes sombrias que dirigiam um povo acabrunhado, perdido no tempo
e sem ideia nenhuma sobre o futuro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Eis um homem de coluna que vencendo o marasmo do
«sempre foi assim» ou a ideia da vida «gemendo e chorando no vale de lágrimas»,
pegou na coluna militar desde Santarém até Lisboa pelos caminhos do sonho e do
desejo da mudança. Veio tal como um Moisés pelo deserto adentro com um povo
inteiro às costas em busca dos alvores da libertação de todas as formas de
opressão. <o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Nada disto pode ser
esquecido por nenhum palavreado hipócrita daqueles que cuspiram sobre o 25 de
Abril, mas agora se arvoram em paladinos de uma Revolução que não gostaram e não
respeitaram quando tinham o palco certo para o fazerem. Cuidado com os cantos
de sereia que andam a nos venderem ao preço da banha da cobra.</span></div></span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-49880945003348340922022-04-26T11:00:00.000+01:002022-04-26T11:00:02.875+01:00O espanto como caminho de salvação<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP0d2-O6HNPF8Rw09QEQKMT-6MY_gO3qYGr0qPqPBdQR6T-JmrPD21u5Pa4kslrhc_ciSZDlLpohgAWnnlZcZ0h4mJSfA9aXXKyQPbNL6xRoZTiRnQRosvLt0yFCgbgmkOh5Cu912A2mG5aS9snViyizLEitPAA6EL0bDrMu5awZ-eUeOXh9ZJT8vj5g/s640/fraternidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="640" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP0d2-O6HNPF8Rw09QEQKMT-6MY_gO3qYGr0qPqPBdQR6T-JmrPD21u5Pa4kslrhc_ciSZDlLpohgAWnnlZcZ0h4mJSfA9aXXKyQPbNL6xRoZTiRnQRosvLt0yFCgbgmkOh5Cu912A2mG5aS9snViyizLEitPAA6EL0bDrMu5awZ-eUeOXh9ZJT8vj5g/w400-h266/fraternidade.jpg" width="400" /></a></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">O Cristianismo, marcado por tantos momentos
trágicos, onde descobrimos também o quanto foi prejudicial à humanidade, contrariando o que preconizava na sua
essência, o amor ao próximo como a única possibilidade de
entendimento e salvação humana. Mas, se foram muitos os algozes dessa fatalidade infeliz, como pioneiros do
horrendo e da maldade contra as pessoas, também há os que foram mártires e pioneiros
do amor, ao jeito de Jesus Cristo, a favor da libertação humana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Porém, apercebemo-nos hoje que o amor não parece ser
o caminho. O ódio e a intolerância marcam os dias. Por isso, não sendo possível
o caminho do amor, seja o espanto ou o assombro do mistério que abraça a
todos sem distinção. Jorge Luis Borges confirma isso mesmo: «Não é o amor que
nos une, mas o espanto».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">É preciso escolher um caminho entre os vários
caminhos que estão aí presentes diante dos olhos de todos. O que queremos mesmo
para nos salvarmos, é o espanto, é a vida ou são as bombas, a guerra... </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">O
espanto, até pode ser no lugar do amor, como já dissemos. A vida é a maior
riqueza e não temos alternativa a esta. A guerra, arrasta destruição e morte. Tudo são evidências incontornáveis. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Seguro é que no caminho da guerra sofrem e morrem os povos, e ficam feridas com agudo sofrimento
insanável para sucessivas gerações. O Papa Francisco disse-o sem tibieza: «A
guerra é feita pelos governos e é padecida pelos pobres e pela gente comum».
Não nos faltam provas cabazes que confirmam a acutilância deste pensamento.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-49205827111409892512022-04-16T16:07:00.003+01:002022-04-16T16:09:38.100+01:00A festa da vida nova<p style="text-align: justify;"><b> <span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Celebrações Pascais de Sábado Santo e Domingo de
Páscoa:</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic5xTft7iDk8VGLZfRRQLvzqd9AaGGzinubY_r59whjNM-ztlWk3OVtN1wR7bG7W7c8mkTMXUdmcjYsatz4shm5_4EFw-ddjL0ozVs0mAwxt_jLhs3S64fpCzQokS8CohPC9T3yKPvZAMbqhzjjjOoOd3gEDeE52hn9uAhidmnNSQkOKrQYTocvsIy1g/s577/ressurreicao-de-cristo-pascoa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="577" height="346" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic5xTft7iDk8VGLZfRRQLvzqd9AaGGzinubY_r59whjNM-ztlWk3OVtN1wR7bG7W7c8mkTMXUdmcjYsatz4shm5_4EFw-ddjL0ozVs0mAwxt_jLhs3S64fpCzQokS8CohPC9T3yKPvZAMbqhzjjjOoOd3gEDeE52hn9uAhidmnNSQkOKrQYTocvsIy1g/w400-h346/ressurreicao-de-cristo-pascoa.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Aqui chegados na última etapa da Semana Santa, somos
convidados à alegria, à festa da «vida nova».</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Podemos dizer que a alegria hoje não é barata, tudo
o que é bom e essencial nos nossos tempos, anda muito caro. O otimismo muito
mais caro ainda. As notícias que nos chegam de todo o lado não ajudam nada.
Pelo contrário fazem subir o preço da alegria e do otimismo para níveis quase inatingíveis
para a nossas capacidades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Há muito sofrimento no nosso mundo e a linguagem
cheira a pólvora. Porém, Santa Teresa de Ávila aconselhava a termos sempre nada
de espanto e nada de derrota. Não seguimos um morto, mas um Deus vivo em cada um de
nós. Ele passou pela morte, mas está vivo, sempre vivo, todas as vezes em que
nós fazemos por sair dos túmulos em que nos metemos ou que teimam em nos
meterem constantemente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Há um conjunto de sintomas depressivos, que vão
sendo alimentados pelo pessimismo e por tanta coisa negativa que nos rodeia. Não
se resolvem tais sintomas com simples literatura e métodos tão abundantes de
busca da auto estima e que fomentam sentimentos positivos, que centram a
atenção numa espécie de «eu gosto de mim, logo existo». Esta modalidade
conduziu a uma multidão de gente refinada de narcisismo barato. Os resultados
estão à vista de todos nós no que diz respeito ao individualismo, ao egoísmo e
ao «salve-se quem puder» contra tudo e todos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Vamos o «remédio» que nos liberta de todas as formas
de morte e para sairmos dos túmulos. O Evangelho conta-nos que as mulheres
foram ao sepulcro buscar um morto, mas encontraram uma pergunta que lhes mudou
a vida para sempre: «Porque buscam entre os mortos, Aquele que está vivo?»<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Tantas vezes nós que em vez de procurarmos o Deus da
vida, procuramos dentro dos nossos sepulcros despojos de matéria morta que nos
deprimem e desviam a nossa atenção do essencial. Por isso, o Evangelho
recorda-nos: «Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou, quando
ainda estava na Galileia, dizendo que o Filho do Homem havia de ser entregue às
mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia» (Lc 24, 5).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Uma Páscoa Feliz.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-59043678519368918782022-04-15T11:46:00.004+01:002022-04-15T11:48:03.086+01:00Sexta Feira da Paixão de Jesus<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpvL0EGC1PGcvGSLfl0TO1Xew5JlVfx3c3XI6by8eOMruM6uq4-SzPw7mHyOcZ63I1viBVfhAXqgkrHqY-mc1YlafZrY5JXkvbspVW1K7_iVfN8eU-j6RQbwA8zP-G2YJlY1D__6s0dDxFFH3ZCqSyo_-htVkr7J18mwmZliiQJ5XNNLOPVA2u8SEnJw/s300/Cristo_abrazado_a_la_cruz_(El_Greco,_Museo_del_Prado).jpg" style="font-family: "Times New Roman", serif; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="242" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpvL0EGC1PGcvGSLfl0TO1Xew5JlVfx3c3XI6by8eOMruM6uq4-SzPw7mHyOcZ63I1viBVfhAXqgkrHqY-mc1YlafZrY5JXkvbspVW1K7_iVfN8eU-j6RQbwA8zP-G2YJlY1D__6s0dDxFFH3ZCqSyo_-htVkr7J18mwmZliiQJ5XNNLOPVA2u8SEnJw/s1600/Cristo_abrazado_a_la_cruz_(El_Greco,_Museo_del_Prado).jpg" width="242" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O mundo está nublado, os rios de pessimismo descem
os montes, querendo irrigar de desesperança, as terras onde nós vivemos e
sonhamos. As flagelações de hoje de Jesus são as várias crises; a escalada dos
preços que prejudica as famílias seriamente, a falta de confiança na política e
nos políticos, o desprestígio da nossa Igreja Católica… É caso para gritarmos:
Senhor, para onde vamos? Como gritou Jesus no alto da sua cruz: «Pai porque me
abandonaste!»<o:p></o:p></span></p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Olhando a para a cruz de Jesus, rezo que faz falta
um atendado de bondade e que precisamos de «kamikazes» do amor dispostos a dar
a vida para abrir as portas de emergência deste mundo encurralado pelas suas
próprias ameaças e agressões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Faz falta, muita falta acreditar no Homem. Embora
seja tão difícil ser homem neste mundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A cruz de Jesus diz-nos que fazem falta valentes
descargas de esperança, transfusões de ideais e valores, que construam sempre
mais e mais ao ponto de suplantarmos a capacidade destrutiva desta humanidade
que somos capazes do melhor e do pior simultaneamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Eu olho para Jesus na cruz e volto a acreditar na
humanidade que é mãe que amamenta; pai que protege; filho que não esquece e cuida;
jovem solidário e sempre pronto para partilhar; adulta em geral que trabalha e
sonha um mundo melhor; envelhecida que ensina e testemunha que a vida valeu a
pena… E creio também na humanidade paradoxal: no anjo e no taliban, no fanático
e no terno, no terrorista e no missionário, no homem que sou e no que tu és
também.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não estamos órfãos. Deus está no meio de nós. Nós
estamos uns com os outros, somos humanidade que vale sempre uma aposta, uma
oportunidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Daí que seja sempre assustador o homem solitário,
encurralado no seu ego arrogante, nas suas manias fixistas, cercado pelo
fanatismo de si mesmo. Nada é mais perigoso que ser órfão de amor e indiferente
a Deus, tornando-se auto suficiente, e assim dominador da vida dos outros. Uma
humanidade amordaçada pelas leis torna-se exclusivista, sem consciência da igualdade
e da fraternidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Nada mais assustador que uma humanidade encerrada na
torre do orgulho, do egoísmo, ameaçada pelos talibãs do materialismo puro e
duro sem asas para voar na direção da transcendência e no sentido da
eternidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A pessoa humana enjaulada de qualquer forma e a
pretexto do que quer que seja é um desastre. É um tremendo perigo o Homem enjaulado,
escravo de si mesmo e levado pelas maquinações da lógica do mundo totalmente
<br />voltadas para o lucro e a ganância. Um Homem encurralado deixa de existir. Um
Homem assim procura as sombras para se esconder. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não seja em vão este dia nem apenas um intervalo da rotina.
Mas, memória do que somos e lembrança da grave responsabilidade que sobre nós pesa
de fazermos um mundo livre de violência, porque sabemos sempre fazer sobressair
de nós o melhor que temos e somos.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-27635591050660596972022-04-09T12:28:00.003+01:002022-04-10T08:37:37.431+01:00Ramos de oliveira<p><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4veJOvBKRD4vomA8pfTvJuQ60Hlmlz17BdsS9IRv0hLnjcfHddJu1Exw1OH5vAQIAcJ3JtoQqhQh4Pj-ldf85Bzv_c1n4Wvct9I6bdoqthvFg_ot8dASlfNrixm3ermH9OZU-6CMnuq0OV4aYcA1xLYEStih098ab1LpOy-uTzVjrXU0VERke7-XyeA/s626/ramos%20de%20oliveira.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="417" data-original-width="626" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4veJOvBKRD4vomA8pfTvJuQ60Hlmlz17BdsS9IRv0hLnjcfHddJu1Exw1OH5vAQIAcJ3JtoQqhQh4Pj-ldf85Bzv_c1n4Wvct9I6bdoqthvFg_ot8dASlfNrixm3ermH9OZU-6CMnuq0OV4aYcA1xLYEStih098ab1LpOy-uTzVjrXU0VERke7-XyeA/w400-h266/ramos%20de%20oliveira.webp" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">vem
aconchegar o meu peito<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">aqui
junto à fonte da água viva em mim...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Tenho
uma vontade doida de contar-te<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">que
adiar a paz é loucura sem fim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">porque
eu apenas vejo é aqui.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">mas
se o olhar não cintila como antes,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">e
se as tuas palavras são picantes,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">volta
para o teu teatro onde não sentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Tenho
receio de uma queda fatal,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">o
silêncio deste momento é pesado…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">É
o uivar do vento nas folhas,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">há
morte sem amor e ninguém que as recolha. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">vive
como antigamente,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">nunca
era demais o sentido abraço,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">que
havia entre Deus e os Homens…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Agora
um grilhão de ferro,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">é
cravo para um embaraço,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">onde
é hesitante e depois,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">que
nos perde é o cansaço e a inquietação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Deves
pensar que é inglório,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">em
vez de matar ceder o coração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Fica
entre nós. O tempo é tão cedo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Os
canhões continuam a ribombar,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">são
as nuvens quando lhes dá para trovejar,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">cai
a tempestade sobre os ramos sofredores<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">por
isso estou eu a pensar,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">que
tenho medo <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">de
um mundo que não lavra,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">a
simbiose do silêncio e a palavra. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Pela
sombra negra da solidão,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">como
que sem pés e sem ideais,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">volta
para junto das águas que eu conjugo,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">levado
pela corrente nos beirais,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">onde
eu andei livre nos tempos estivais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Não
vás para longe!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Eis
que além se avista o sossego,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">uma
alma em ti contra o cansaço,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">é
um chão fértil que a lâmina cava…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"> </span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">O
céu rasgado em duas metades <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">Como
uma paixão,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;">é
sempre o mais alto da luz que brilha<o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">dentro de ti como uma
explosão.</span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-11556203900975662852022-04-07T11:25:00.000+01:002022-04-07T11:25:11.206+01:00A fonte límpida no meio do bosque<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Um homem foi recolher água a
uma fonte, límpida e transparente, no centro de um pequeno bosque densamente
arborizado, tão cheio de árvores e arbustos que ele quase sentia dificuldade em
ver o chão onde colocava os pés na vereda por onde caminhava, porque a sombra
das plantas era tão densa que parecia escurecer a claridade do dia.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcmbcdMiByQVAhhlSL4KHQ4pS87vZP7yC-bX-IYlwr8ewi4JYuEdqIdt1BMiwW6Qfyd7eLjZSmXmJFZQWJp1BCG2uOSwdmxMvCVl7Uwj-_Ff9jlrx7vTUhhOmDELzdSVrpT0y5GXAyfOzcEXHhLvV4xncsurQVQB1t1Cchgl-xO_oCu5oBJ2modAgJNQ/s474/fonte%20no%20bosque.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="316" data-original-width="474" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcmbcdMiByQVAhhlSL4KHQ4pS87vZP7yC-bX-IYlwr8ewi4JYuEdqIdt1BMiwW6Qfyd7eLjZSmXmJFZQWJp1BCG2uOSwdmxMvCVl7Uwj-_Ff9jlrx7vTUhhOmDELzdSVrpT0y5GXAyfOzcEXHhLvV4xncsurQVQB1t1Cchgl-xO_oCu5oBJ2modAgJNQ/w400-h266/fonte%20no%20bosque.jpg" width="400" /></a></div><o:p></o:p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Quando chegava ao local da
fonte, antes de mergulhar a bilha na pequena lagoa que ali se formava, ponha-se
a contemplar o maravilhoso espelho que a água formava. Os seus pensamentos
vagavam pelo mundo inteiro e pela sua vida toda. Pensava na sua mulher e nos filhos,
nos pais e em todos os seus familiares. A paz que este momento lhe
proporcionava era de tal forma indescritível, que ele perdia-se no tempo e
sentia que cada vinda à fonte se renovava como os seus devaneios. Pois esta
terapia revigorante da água proporciona-lhe contemplar naquele maravilhoso
espelho oferecido pela água, o que tinha sido e o que podia vir a ser a sua
vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Por fim, quando chegava a
ocasião mergulhava a bilha completamente dentro da água até que se enchesse
totalmente. Após isso levantava a sua bilha até a assentar nos ombros e assim
regressava para casa, revigorado e animado para perseguir os seus sonhos com
alegria e suprir com esperança os seus desejos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Num determinado dia, ao
chegar à fonte, a água estava suja e cheirava muito mal à volta da lagoa de
onde tirava a água. Ao deitar os olhos sobre o fio de água que escorre das
pedras de onde vinha o pequeno fio de água para alimentar a sua pequena lagoa,
estava morto um animal em estado avançado de putrefação e quando se aproximou dele,
reparou que o bicho tinha sido morto cravejado de balas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Sentiu uma dor enorme e
chorou com amargura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Porém, mais recomposto pelo
desagradável achado, meditou deste modo, a natureza foi feita para conviver
harmoniosamente na sua diversidade e oferecer saúde e paz aos homens. Mas, no
meio da humanidade persistem uns que preferem a desordem e o desequilíbrio
ambiental. Estão contaminados pela loucura e pela cegueira. A sabedoria e a
felicidade caminham juntas, não é destruindo e matando que se chega lá. E se ao
menos não formos capazes de construir, que sejamos imperiosamente capazes de respeitar
o que existe à nossa volta, particularmente, os bens da natureza.<o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-54142116547497385702022-04-04T09:54:00.003+01:002022-04-04T09:54:50.655+01:00Tempos de guerra tempos de paz<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmqiiT4EXXiZOGKWfjHhf6bD1seA66vFD9uA75utaJtBLMFwvPgx-NHOEkBoXJ2JGVPSPg8EEUQe4xjxvG1xMpuFj4PLB6ERc5zp5J6kk3Z0jqhyQAuScXglFn95wCP6aOEDZVzf1rjSre17M-Sc3gY5KROpHMBe-70cASa6KFZbXntVoZOLm4Eisp1w/s3148/voluntaria%20abra%C3%A7a%20jovem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1860" data-original-width="3148" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmqiiT4EXXiZOGKWfjHhf6bD1seA66vFD9uA75utaJtBLMFwvPgx-NHOEkBoXJ2JGVPSPg8EEUQe4xjxvG1xMpuFj4PLB6ERc5zp5J6kk3Z0jqhyQAuScXglFn95wCP6aOEDZVzf1rjSre17M-Sc3gY5KROpHMBe-70cASa6KFZbXntVoZOLm4Eisp1w/w400-h236/voluntaria%20abra%C3%A7a%20jovem.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">É a hora de pensar na paz. Hora de renunciar ao
acessório que tanto nos consome por dentro e por fora. Vejo tanta coisa
supérflua a arruinar as vidas dos povos, das nações, dos grupos, das
instituições, das famílias e a vida de cada pessoa individualmente. É a hora de
pensar nas vítimas de um mundo desestruturado, que além de terramotos
violentos, inventa guerras fratricidas que destroem e interrompem a dignidade
da existência, destroem o equilíbrio do Planeta e votam à miséria milhões de
vidas humanas.</span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">A família precisa de tornar-se
o laboratório onde se aprende/ensaia a lutar contra o egoísmo, a indiferença
diante das situações dolorosas dos outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Aos cristãos compete serem
sempre pelo lado do bem, a liberdade, a fraternidade. Há bons e maus em todo o
lado. Por isso, também deve haver possibilidade de salvação, de redenção e de
fraternidade em todo o lado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">O padre Gratry, um sacerdote
francês que dedicou a sua vida à causa dos pobres, diz no seu livro «As
origens» este pensamento em forma de pedido ao mundo inteiro: «Uma só coisa
peço ao mundo dos nossos dias: uma vontade decidida de abolir a miséria.» O fim
da miséria do mundo, seria logo meio caminho feito, para se ter descoberto imediatamente
o bem-estar dos povos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Facilmente andamos
esquecidos da miséria dos outros, é uma defesa que alimentamos, uns para não
fazerem nada, outros para não sofrerem e cada um usa o seu intelecto como
melhor lhe dá jeito. Mas, lembro-me sempre de uma palavra que uma vez me disse
uma moradora da rua, «hoje sou eu, amanhã pode ser qualquer um».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Esta palavra tem-me servido
de alerta, perante todas as situações de pobreza, de doença, de velhice, dos
deslocados da guerra, do tráfico humano e diante de todas as misérias que este
mundo nos oferece, infelizmente, com muita abundância todos os dias. Hoje são
eles, amanhã pode ser eu. É duro pensar isto e mais ainda dizê-lo, mas pode ser
um antídoto que ajude a combater a facilidade com que caímos na indiferença e o
esquecimento perante a dor dos outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Somos os braços de Deus no
mundo. Mas sempre esquecemos isso e tantas vezes utilizamos esses braços para
censurar, criticar ou para cada um se vangloriar das inúteis mediocridades que dão
algum prazer momentâneo. As vaidades são um veneno corrosivo nas nossas
instituições atais. E há tanta gente com poder, meios suficientes e
oportunidades fabulosas para serem a voz dos injustiçados, miseráveis que não
têm voz, dos mesmos que são explorados a todos níveis todos os dias. Enfim,
esquecem que o poder que lhes foi dado seria para esse fim, mas preferiram
trair Deus, optando por mordomias, benesses e comodismos frívolos.<o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Tempos de guerra chamam por
tempos de paz. Que este horizonte, mesmo que pareça uma utopia, não nos
esmoreça, mas nos desperte cada dia para a luz do que importa mesmo, para que
em nenhum momento tenhamos que responder por termos sido autênticos traidores.</span></div></span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-71397192787936115402022-03-31T10:14:00.001+01:002022-03-31T10:28:02.786+01:00Os nossos tempos estalam<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUWKOP9unV9irO7Btt948yxD_1PVB1c6vHV8ooXkHfnsYVK6yfwYPHRPdipPtAt7gHlichmm8ZyhbyvGD-JDtk0J6NQhV2nh2BQMNpmIekvgQdiyQSND4JK3E-_ty9AqFpeIniJWxtCyAMZBc1h8uuVjVgekFvh8Sw1dajr3htIEGD_CwaiQCd6cXf6g/s1000/estalada%20de%20will.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="1000" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUWKOP9unV9irO7Btt948yxD_1PVB1c6vHV8ooXkHfnsYVK6yfwYPHRPdipPtAt7gHlichmm8ZyhbyvGD-JDtk0J6NQhV2nh2BQMNpmIekvgQdiyQSND4JK3E-_ty9AqFpeIniJWxtCyAMZBc1h8uuVjVgekFvh8Sw1dajr3htIEGD_CwaiQCd6cXf6g/w400-h225/estalada%20de%20will.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Os tempos andam à estalada e são mesmo tempos estalantes.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não sei muito bem o que pensar e o que dizer perante
as multidões enfurecidas que este mundo tem. Onde impera no senso comum a legitimidade a favor de quem recorre à agressividade para resolver os problemas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Nenhuma razão justifica a violência. É tão fácil de
fazer e tão difícil de ser consequente com este princípio. Mas, é este o
caminho, mesmo que nos custe e que seja difícil de concretizar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">No próximo Domingo dia 2 de Abril será lido nas
igrejas o Evangelho da Mulher Adúltera. É das histórias bíblicas mais
comoventes que nos são dadas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A mulher pecadora é acusada de um crime grave, «foi
surpreendida em adultério», no tempo de Jesus, tais mulheres eram apedrejadas
até à morte, em obediência a uma má interpretação da lei do Antigo Testamento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Para Jesus, esta condenação era bárbara demais. Mas outra vez, Jesus Cristo, demonstra que a barbaridade justiceira está imbuída de hipocrisia, isso não é aceitável. Por isso, Ele veio para
estabelecer a compreensão e a misericórdia diante de todos os males cometidos pela
humanidade, que é naturalmente frágil e facilmente propensa a cair na miséria. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Por isso, mesmo que seja uma ofensa grave contra Deus
e contra a dignidade humana, a resposta de Jesus revela claramente que o perdão
é possível e demove por completo todos os inquisidores e juízes que pretendem fazer
justiça pelas suas próprias mãos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A hipocrisia é flagrante neste episódio, os
moralistas que agora querem purificar a sociedade através da morte da mulher
impura, foram também eles beneficiados com os seus serviços sexuais. Onde será
que já vimos isto? - Os mesmos que gritam morte à mulher também se serviram
dela. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A sociedade humana é assim mesmo. É escrupulosa no
cumprimento das regras, mas, serve-se da miséria quando dá jeito pessoal e quando se trata de salvar a pele, mesmo
que para tal sejam violados os valores e os princípios da dignidade humana de
forma descarada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ninguém é perfeito, todos têm as suas manchas
pecaminosas que provocam distância em relação a Deus e desencontros entre as
pessoas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Jesus ensina que quem não tiver pecado que de
imediato atire a primeira pedra. A condenação não tem lugar em Deus, revelado
plenamente em Jesus como o Pai/Mãe do reencontro e da reconciliação plena com todos
os homens. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Toda a ofensa e agressão, por mais graves que sejam e
toda a piada de mau gosto, são inaceitáveis, mas não podem ser pretexto para criar razões que justifiquem o recurso
à violência. Violência gera violência. E todo aquele que recorre à violência, por mais límpidas razões que apresente, perde-as imediatamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">No entanto, que estes clichés não nos autorizem a nos
sentirmos reis e senhores para fazer tudo o que apeteça, porque depois se pode remediar com a banalidade de um singelo balbuciar de «peço perdão» ou «peço
desculpa». </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Devem continuar dentro do prazo de validade a serenidade e o bom senso, porque são regras seguras para nos entendermos e
sermos felizes uns contra os outros. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-23512314733728998872022-03-24T12:43:00.002+00:002022-03-24T12:43:57.818+00:00 Escolhos do meu mundo<p><span style="background-color: #fafafa; font-family: "Times New Roman", "serif";"></span></p><div class="separator" style="clear: both; font-size: 14pt; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqtrJksWWQIQ065K3qdbog0VsOa---dlnzCXjRlinXL5WkGvkeXv6wOiia3naOmm1-3IGnySaQuRgF777eCmGQisp9tuAVIy-dDjf3P7q84XHX-OGNscsnn3tsd8jVG2un4CyfoXjakyTvygM1l2HWHrPe7zd1VgVZWofwjynhL2jic5VEaa3ttHUIaw/s495/vida%20interior%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="495" data-original-width="474" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqtrJksWWQIQ065K3qdbog0VsOa---dlnzCXjRlinXL5WkGvkeXv6wOiia3naOmm1-3IGnySaQuRgF777eCmGQisp9tuAVIy-dDjf3P7q84XHX-OGNscsnn3tsd8jVG2un4CyfoXjakyTvygM1l2HWHrPe7zd1VgVZWofwjynhL2jic5VEaa3ttHUIaw/s320/vida%20interior%201.jpg" width="306" /></a></div><br /><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Eu
estava naquele momento<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">E
os acenos, e as palavras<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">E
até mesmo aquelas lavras<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Me
fizeram crer no meu tormento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Senti
os gumes, um de cada vez<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Todo
confuso o pensamento,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Jazem
mortos os saltos do alento<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">É
seguro que o encanto se desfez.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Mas
eu creio que ela é eterna<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">E
se me vejo dentro da caverna<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Não
ignoro o que promete a cerna. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Por
ela o sentido se manifesta<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Eis
o único bem que me resta. <o:p></o:p></span></p><span style="background-color: #fafafa; font-family: "Times New Roman", "serif";"></span><p></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-85311672872593094612022-03-16T12:08:00.004+00:002022-03-16T12:12:21.459+00:00Apontamento 10 - A guerra (6)<p><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Porque não se rendem os ucranianos?</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGNeDd334K48c8j_9ei33fd28gNl_ykj3AMKgGAlxZ-CQdHaCXXpmzhE-x3ynHfwis-Nyf5MKVcxSG0VRG0VwoufMuOg4_cb4LMciQP6sSaSMQn9lAD1wT6HGzBmcnFY4gjSyXVKBf3zbaqIAMcZAYjI6TZQyVMMSMkbCnaUoADPQCWpvK8rwdqeKKqw=s1280" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGNeDd334K48c8j_9ei33fd28gNl_ykj3AMKgGAlxZ-CQdHaCXXpmzhE-x3ynHfwis-Nyf5MKVcxSG0VRG0VwoufMuOg4_cb4LMciQP6sSaSMQn9lAD1wT6HGzBmcnFY4gjSyXVKBf3zbaqIAMcZAYjI6TZQyVMMSMkbCnaUoADPQCWpvK8rwdqeKKqw=w400-h225" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Porque estão fazendo um frete aos líderes medíocres
da Europa totalmente submissos aos interesses dos Estados Unidos e à lógica
belicista da Nato que também é completamente comandada pela loucura de domínio
universal dos Estados Unidos.</span><span style="font-size: 14pt;"> </span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ao invés de enfiarem armas aos molhos às mãos da
Ucrânia, juntamente com sanções económicas duras contra a Rússia, que vão
trazer dificuldades nunca vistas sobre as nossas cabeças, porque não se
acentuam as pressões diplomáticas sobre os líderes ucranianos para se renderem,
poupando assim a destruição e as vidas humanas do seu povo? – Assim, ficaríamos
mais seguros de que as negociações eram sérias e poderiam trazer resultados
visíveis em benefício de todos, particularmente, os povos ucraniano e russo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Fique claro que não sou a favor desta invasão, nem
desta nem de nenhuma outra. Nenhum povo deve ser beliscado na sua soberania e
nenhum outro governo, por mais legitimidade que possa inventar para justificar
uma agressão, merece o nosso reconhecimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Nenhuma guerra resulta em nada de bom para ninguém.
Esta também trará os mesmos resultados. Um povo desfeito, bens materiais
importantes destruídos, feridas humanas que semeiam sofrimento, desolação e desgraças
a todos os níveis para várias gerações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não há alternativa para esta guerra. As guerras
podem trazer vencidos e vencedores, mas todos perdem sempre. Só a via do diálogo
e das negociações verdadeiras podem trazer soluções benéficas para todos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Assim, o que temos de mais certo outra vez é que a
vida humana vale muito pouco ou nada, mesmo zero, perante os interesses dos
poderosos deste mundo. Não está a valer na Ucrânia, não valeu nas duas Guerras
Mundiais, no Vietname, na Jugoslávia, no Iraque, na Síria, na Líbia, no Afeganistão
e em tantos momentos fatídico para os povos nos conflitos que a história nos
vai oferecendo. <o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">É uma dor imensa ver seres
humanos a serem tratados como pedaços de carne esmagados pela brutalidade das
armas. Esta loucura tem que ter um fim. </span></div></span>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7102578555826122695.post-73838828291809001922022-03-10T17:07:00.006+00:002022-03-16T12:12:02.689+00:00Apontamento 9 - A guerra (5)<p><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 18.6667px;">O bem e o mal na cabeça de monstros humanos </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgsCOeecUru5Z25Uvh37NVspIjNXW8CmYcEnJmdtfY31QVRku45szEz84jxpH6I3ykNnuOvVUXoc3Ar60lnAQ_48FhIwulLWFDhFvxcdpY6nDO_OqpCKsyzJwuMZ-Hx0LJaVxTOgtlXfwZexJEZHUEFZrY8tbhmvx9UfPSCUFZlP0GGIcqm-AATJ_2j-A=s1024" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="538" data-original-width="1024" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgsCOeecUru5Z25Uvh37NVspIjNXW8CmYcEnJmdtfY31QVRku45szEz84jxpH6I3ykNnuOvVUXoc3Ar60lnAQ_48FhIwulLWFDhFvxcdpY6nDO_OqpCKsyzJwuMZ-Hx0LJaVxTOgtlXfwZexJEZHUEFZrY8tbhmvx9UfPSCUFZlP0GGIcqm-AATJ_2j-A=w400-h210" width="400" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Um monstro faz monstruosidades. Uma pessoa com a cabeça de um monstro faz
atrocidades. É o que estamos a ver nesta guerra provocada pela invasão da
Rússia à Ucrânia. Por isso, não me cansarei de condenar e de me indignar com
esta guerra e com todas as guerras.</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ontem ao ver as imagens do ataque inqualificável a
uma maternidade, onde se visiona as paredes totalmente esburacadas pela chuva
de balas e as várias salas reduzidas a monte de escombros,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>obviamente, que fiquei chocado e revoltado
com a atrocidade provocada pela cabeça tresloucada de quem provoca a guerra.
A seguir pensei, só pode vir de alguém que ensandeceu por completo e fez dos
seus generais e soldados, que formam o seu exército, corpos sem cabeça,
reduzidos a braços e pernas, pois, retiraram-lhes o cérebro. São homens
máquinas telecomandados para destruir e matar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A par das notícias das atrocidades que nos chegam desta
guerra, chegou também a notícia do sermão do Patriarca Kirill de Moscovo. É um
fervoroso apoiante de Putin. Por sinal defensor da invasão Russa sobre a
Ucrânia. Porque se aproveitou do seu estatuto e do lugar sagrado do exercício
da sua função para proclamar alto e bom som, que esta guerra se justifica como
sendo o bem contra todos os males.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O
acidente pavoneia-se mergulhado no pecado e dado que esse pecado se instala às
portas da Rússia, pelo território vizinho da Ucrânia, é preciso combatê-lo.<o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgutphQuMDPwwWFJwPw65LY6RpaN29dlmLBPMo1lpAZBdIreRViblJwkpkYbwwM39l4sWMMUmOM9jlkI_kHHn1Gi3k2wm37Gnz5nfJtfF-_l_bW_gy-jJJZV75M1Sobs8Ebrm2Vn10SlqPDV54x3fQjNyvpN6xMos_m6Yn84fq62WG677prf9c5kAyMlA=s1200" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="1200" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgutphQuMDPwwWFJwPw65LY6RpaN29dlmLBPMo1lpAZBdIreRViblJwkpkYbwwM39l4sWMMUmOM9jlkI_kHHn1Gi3k2wm37Gnz5nfJtfF-_l_bW_gy-jJJZV75M1Sobs8Ebrm2Vn10SlqPDV54x3fQjNyvpN6xMos_m6Yn84fq62WG677prf9c5kAyMlA=w400-h204" width="400" /></a></span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">De que pecado se trata? – Primeiro considera que não
é uma guerra propriamente dita, mas uma «operação especial», como se nós não víssemos
que as imagens são de guerra a sério, que as atrocidades são uma diversão,
destruição e morte pura ilusão. Depois que tudo isto é antes uma «luta entre o
bem e o mal», o mal são as formas de vida e costumes modernos, que se refletem
nas «marchas do orgulho gay» do Ocidente. Por isso, caso não seja travado a
fundo este «pecado», estamos perante o fim da civilização. Daí que esta guerra «boa»
vai impedir isso. Eis outra vez no seu melhor a justificação da guerra como
sendo dos bons contra os maus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Mais uma vez se percebe que as cabeças ensandecidas
são assim mesmo, o mal passa a ser bem e o bem passa a ser o pior dos males.
Vindo de uma cabeça perdida de uma autoridade religiosa, mesmo que seja a mais
desumana das atividades, pode considerar ser lícita e pode assim abençoar essa
desgraça com a maior descontração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Assim, os tais costumes imorais são considerados o
mal, mesmo que alguns sejam a busca de dignidade e respeito, ficam de fora de
qualquer bênção. Mas, enquanto isso parece ser lícito e digno de
reconhecimento, caírem bombas sobre maternidades, escolas ou prédios residenciais,
obedecendo-se a ordens tresloucadas e desumanas, que provocam vítimas mortais,
feridos e deslocados. Não pode ser neste pé tão fortemente negligenciável o
valor da vida humana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Para o Patriarca de Moscovo e todos os loucos
religiosos que este mundo ainda tem, lembro que há uma frase de Jesus no
Evangelho que não pode ser esquecida quando a maldade cai sobre vítimas
indefesas, particularmente, as crianças: «Depois, disse aos seus discípulos: “É
inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causar! Melhor fora ser lançado
ao mar com uma pedra de moinho enfiada no pescoço do que escandalizar um só
destes mais pequeninos. Acautelai-vos!”» (Lc 17, 1-3).</span><o:p></o:p></p>José Luís Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/12129167254337017380noreply@blogger.com0