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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

OS SILÊNCIOS

O título desta reflexão, silêncios, pretende mostrar que a vida passa bem sem a solidão, mas sem momentos de silêncio ninguém por mais realizado que se sinta não pode passar. O silêncio que se procura para fugir à azáfama do quotidiano deve ser sempre qualquer coisa de essencial para o equilíbrio psicológico da vida humana. O dia a dia está cheio de muitas contrariedades que nos maçam a vida e não servem para a descoberta do sentido da nossa origem, para que estamos aqui e para onde vamos.
Uma pessoa que perante os dissabores que a vida amorosa muitas vezes proporciona, pode cair no desespero e facilmente perde a noção da existência como valor, porque se vê sem forças para lutar e na mais pura inutilidade. O vazio interior é o pior inimigo de qualquer ser humano.
Por isso, os silêncios são a melhor força interior para vencer os obstáculos que se colocam diante de uma história pessoal. Como se encontra esse silêncio? Numa busca constante pelos lugares e pelas mediações que façam ecoar essa condição da alma. Com toda a certeza que não será no rebuliço de uma cidade movimentada com carros e muitas pessoas. Também não será na confusão diária das tarefas e das relações conturbadas com os colegas de trabalho. E não será na ocupação total do tempo com muitas actividades. Nem muito menos perante o vazio das propostas que alguns meios de comunicação social nos apresentam.
Só o recolhimento pode proporcionar a descoberta do silêncio, que se pode encontrar em qualquer lugar que cada um considere apropriado para fazer o desvelamento dessa realidade como possibilidade de encontro interior com o valor da vida e com a realização de todo o bem que conduz à felicidade.
Muitos fogem dos silêncios da vida como se fossem sinónimos de solidão. O silêncio, é sempre necessário e a vida sem silêncios não tem muito sentido. A solidão, não serve e deve ser exorcizada por todos. A luta contra a solidão deve ser uma constante na vida de qualquer pessoa. A procura do silêncio ou dos momentos de silêncio deve ser uma condição que todos e cada um deve alimentar como valor essencial para o equilíbrio das opções e da vida toda.
Qualquer suicídio é sempre chocante e provoca sempre uma perplexidade desmedida. Porém, quando acontece entre gente que foi ou é famosa porque tinha uma carreira artística, mais inquietante se manifesta, visto que não se espera que gente assim com tudo à mão, por exemplo, dinheiro, amigos e todas as condições materiais para ser feliz, ponha termo à sua vida de uma forma tão cruel. O que falta a esta gente? Talvez falte o mais importante da vida, o seu sentido e a descoberta da existência como valor absoluto que, sobre a qual ninguém tem domínio.

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