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Convite a quem nos visita

terça-feira, 31 de julho de 2018

Os ventos do tempo reclamam mudanças

parece que o Papa Francisco está atravessar uma fase menos boa do seu Pontificado. Consideram alguns que este será um Verão muito longo para o Papa Francisco. São os escândalos sexuais sobre a pedofilia que continua a ensombrar toda a Igreja Católica e o clericalismo, que ele já tinha classificado como «uma peste na Igreja», a bordo do voo que o levou de volta a Roma, depois da visita apostólica a Portugal a 13 de Maio de 2017. Por hora nesta reflexão, vamos fixar-nos no clericalismo. Vamos ao ideal que já está escrito há alguns anos (57 anos), mas não realizado ainda. A definição de Igreja está dada pelo Concílio Vaticano II, que se inspirou na ideia do Antigo Testamento, sobre o «Povo de Deus» e descoberta mais tarde pela inteligência de São Pedro, ao dizer, que todos os baptizados são finalmente constituídos em «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo conquistado... Que outrora não era povo, mas agora é povo de Deus» (1Ped 2, 9-10). Todo o clericalismo contradiz a vontade de Cristo e não passa de uma roupagem de pretenso poder, que não salva senão os comodismos pessoais dos interesseiros deste mundo. Não bastam os curativos que o Papa aqui e ali tem aplicado. Os homens e as mulheres de hoje reclamam medidas de fundo que rebentem com a estrutura milenar assente num clericalismo doentio, por isso, é necessário dar espaço às mulheres nas diversas instâncias do poder hierárquico da Igreja Católica e é preciso não ter medo de pensar o tema do celibato, começando por ordenar homens casados. Os ventos do tempo correm a favor de mudanças profundas e enormes. Não ter medo de fazê-las é uma boa forma de obedecer à acção do Espírito Santo antes que seja tarde.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

A lição de uma adolescente

estão em liberdade a adolescente palestiniana Ahed Tamimi e a mãe. Gosto do valor liberdade. Mas mais ainda aprecio muito quem luta para a conseguir. Mais ainda constarão no rol da história, se outros também beneficiarem dessa condição essencial para a dignidade humana, por isso, deve ser valorizada a luta e quem foi ou é sujeito determinante dessa causa. Esta menina palestiniana conseguiu emocionar o mundo com a sua determinação e coragem ao enfrentar os polícias israelitas fortemente armados. Tornou-se o símbolo da luta do seu povo contra a ocupação incompreensível de Israel da fustigada Palestina. A lição de Ahed Tamimi deve ser tomada a sério. A liberdade é a luz dos povos. Nós devemos estar atentos, para que todas as tentativas, venham de onde vierem, para cercear a liberdade, sejam logo travadas. Os lugares da existência de toda humanidade precisam de ser iluminados com a luz imprescindível da liberdade humana. Nada nos deve tirar este valor. Devemos como Tamimi lutar pela liberdade e não permitir que nenhuma ação tirânica nos faça coarctar a felicidade de ser livres. Obrigado Ahed Tamimi pela lição. 

sábado, 28 de julho de 2018

O acolhimento e a hospitalidade

num tempo de tantos aldrabões e aldrabices, somos tantas vezes, solicitados a ajudar certas pessoas necessitadas, mas inclinamo-nos a perguntar: "São cristãos? São sérios? O que fazem no dia-a-dia? Fumam cigarros? Passam os dias nos cafés? Vivem correctamente? Se não, por que os haveríamos de ajudar"? - Obviamente, que se descobre cada vez mais a consciência de que se deve ajudar quem precisa e não quem merece. Senão… Vejamos. Há uma velha alegoria judaica, mais ou menos neste teor. Um dia Abraão estava sentado à porta da tenda, como tinha por costume, esperando hospedar estranhos, quando viu, caminhando na sua direção, um homem de cem anos, todo curvado e amparado no seu bordão, fatigado pelos anos e pela viagem. Abraão recebeu-o bondosamente, lavou-lhe os pés, fê-lo sentar-se e serviu-lhe a ceia. O ancião comeu, entretanto, sem pedir a bênção de Deus nem de lhe dar graças. Ao ser-lhe perguntado por que não adorava o Deus do céu, o velho disse a Abraão que adorava unicamente o fogo, e não conhecia outro deus. Diante desta resposta, Abraão no seu zelo, ficou indignado a ponto de mandar embora o velho da sua tenda, expondo-o às trevas, aos males e perigos da noite, sem proteção. Deus chamou Abraão e perguntou-lhe onde estava o estrangeiro. Ao que o patriarca respondeu: "Atirei-o para fora, pois não Te adora". Deus então respondeu: "Eu tenho-o suportado por mais de cem anos, se bem que ele me desonre, e tu não o pudeste suportar por uma noite, sendo que ele não te causou nenhuma perturbação?" Tendo em conta isto, diz a história, Abraão chamou o homem de volta, foi hospitaleiro com ele, e proporcionou-lhe sábias instruções. 

Eclipse


Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre...
Imagem google
Veio pela noite devagar
um sonho leve entre o sol e a lua
era o eclipse lunar…

Nesse preciso momento
despertou o poeta
da incerteza do sangue quente
nas labaredas do fogo
subindo pelas horas da incerteza.

Nas cinzas do mistério
convoca a alma a paz
serenidade do calor imenso
da pequenez do que somos
na perfeição que o transcendente ilumina.

Somos ainda tantos a olhar
o mundo após o acordar
daquela existência adormecida
na indiferença da vingança
corte cerce do amor esquecido.

Deste-lhe a coroa de fogo
justificando ser possível
outro reinado sobre a terra
com exército desarmado
sem conquista e sem guerra.

Tornaste a esperança dolorida
a alegria tantas vezes calada
mas embalada pelo sonho fecundo
do amor imenso que por hora vence mundo.
JLR

Frutos do mesmo mistério

o fanatismo tem muita presa. A paciência de Deus não tem nenhuma pressa e é inesgotável. Deus é clemente e compassivo, compreensivo e misericordioso. Ninguém nem nada o supera nessas qualidades. Ao contrário, o mundo está cheio de gente intolerante, incompreensível, impiedosa e algumas vezes carregada de ódios inúteis que os guia pela prática da vingança. O mal e o bem estão dentro de nós. Temos que saber usar a inteligência e a vontade para que o bem sobressaia e supere qualquer sombra de mal. As dificuldades que a vida oferece avivam e aguçam os princípios e os valores, mas, o comodismo e a vida fácil alimentam a indiferença. Não alimentemos a segregação e consideremos que estamos todos sob as mesmas condições, umas vezes fáceis outras vezes difíceis. Mas somos todos da mesma massa e frutos do mesmo mistério. 

sexta-feira, 27 de julho de 2018

A ecologia da existência humana

na Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si (Louvado Sejas), inaugura um tema deveras desconcertante e fundamental para nos apercebermos da importância dos desequilíbrios ecológicos, trata-se da ecologia humana. Serve esta ideia para convocar toda a humanidade para arrepiar caminho e concentrar-se na salvação de si própria e do seu habitat, a «casa comum» que é o planeta terra. Neste sentido, a Encíclica do Papa Francisco convoca para a «ecologia integral», porque é preciso salvar toda a natureza e com ela a humanidade inteira. O mote fica lançado com esta ideia repetida várias vezes nas páginas da Encíclica «Tudo está interligado» ou a partir desta belíssima poética: «tudo é carícia de Deus» (nº 84). Por isso, cuidemos de toda a natureza com venerado respeito, porque a vida só é possível com todos os seres vivos e numa saudável convivência, onde não podem existir dominadores e dominados. Tudo está interligado e tudo converge para o bem comum de todos e de tudo.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

A pluralidade religiosa

todos os movimentos religiosos têm direito à existência e mais razão haverá para esta pluralidade religiosa se nos revemos na sociedade regida pela Constituição que prevê a existência de todos os movimentos religiosos desde que não estejam contra a legalidade em vigor. Porém, abrimos espaço à reflexão no sentido em que nem tudo o que é legal, mesmo que revestido da mais pura religiosidade, nem sempre é moral e ético. A manipulação e lavagem cerebral deviam ser crime. A alienação, a perda da vontade própria e a inconsciência dos gestos pessoais quando incentivados por pessoas ou grupos religiosos ou não, deviam ser crime e a lei devia ser implacável com estas práticas. A religião se não liberta não serve para nada. Tudo o que sejam métodos opressivos e alienantes devem ser banidos e reprimidos pelo crivo da lei.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

O fogo na tragédia grega

Outra vez os incêndios. Outra vez uma série de mortos e feridos por causa deles. O cheiro a queimado. O fumo a tomar conta de todas as coisas. Imagens desoladoras. A tristeza estampada no rosto das multidões. O sofrimento. A dor e a angústia. A perplexidade do mundo inteiro. Um verdadeiro inferno por hora na Grécia. Dizem que são os malefícios das «alterações climáticas» e a «mão humana». Creio, mais sinceramente, que seja a «mão humana» a ditar estas desgraças do que as ditas «alterações climáticas». Sim, porque a «mão humana» nunca como hoje, rege-se pelo egoísmo e cegamente pelos interesses de alguns contra o interesse comum da humanidade. O preço desta insensibilidade está a ser elevado para a humanidade inteira. Eis então, a morte e o sofrimento bem visíveis dentro das nossas portas, porque alguns teimam em entender que o mundo foi criado só e unicamente para eles, começou neles e vai acabar neles. Nada mais ilusório, mas fatal para a criação e para a humanidade. Heráclito de Éfeso (540 A.C. a 470 A.C.), filósofo grego, defendia a ideia de que o agente transformador é o fogo. Ele purifica e faz parte do espírito dos homens. Não será do fogo físico descontrolado que nos fala o filósofo, mas antes do fogo do pensamento e das coisas interiores, até porque esta frase assim o reconhece «Das coisas surge a unidade. E, da unidade, todas as coisas». É conhecido como o filósofo do fogo. Desejo paz e coragem a todo o povo grego.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Manchas negras que nos perseguem

algumas manchas que preenchem a história da Igreja Católica não podem ser apenas carregadas pelos católicos, terão de ser vistas num contexto social/político muito mais vasto, onde crentes e não crentes tiveram um papel também relevante na manifestação dessas sombras. O estado e alguns organismos políticos e sociais tiveram tanta culpa como as instituições ligadas à religião cristã (católica). O pesar da balança, «César e Deus», nem sempre foi desnivelado. Neste domínio, a «santa aliança» é prejudicial para ambos os poderes e quem perde sempre são os povos. É totalmente extemporâneo, injusto e curto de inteligência avaliar, a partir de critérios e de categorias do presente, os temas da inquisição, as cruzadas, O Islão, a divisão entre igrejas cristãs, as mulheres, os judeus, Galileu, as guerras religiosas, Hus, Lutero, Calvino, Zuínglio, o tráfico de negros, a conversão forçada dos povos, o racismo, a violência na propagação da pé, as injustiças contra os adeptos de outras Religiões e outros grupos sociais mais fracos, o ateísmo, os direitos de todos os seres humanos e tantos outros.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Técnica sim, mas com ética

tantas vezes a técnica serve para manipular, fazer passar a mentira e todo o género de maldades sobre os outros, especialmente os mais frágeis, porque tantas vezes os conduz a perderem completamente a noção da hierarquia dos valores e das prioridades. Não há maior desgraça para uma família com poucos recursos para sobreviver, mas que não dispensam os telemóveis e plasmas de último grito. A técnica cega e sem ética conduz à desgraça e ao invés de gerar melhor qualidade de vida conduz à pobreza e ao sofrimento. Por isso, «técnica sim, mas com ética» (Papa Francisco, Laudato Si - Louvado Sejas, nº 136), que depois se conjuga com outras ideias mais ou menos frequentes no texto do Papa, a obsessão do consumo conduz à destruição e o consumismo tende a destruir ou homogeneizar as culturas (Papa Francisco, Laudato Si - Louvado Sejas, nº 144). Toda a criação merece o nosso respeito para que tudo se ilumine a partir da salvação e que a ecologia humana pretenda iluminar-nos a partir do coração de cada pessoa. 

domingo, 22 de julho de 2018

A divinal identidade

é importante algumas vezes aferirmos o nosso coração e a nossa fé quanto à identidade de Cristo. Porque há muita religião sem Cristo e muitos cristos sem religião. Conjugar o equilíbrio e o verdadeiro sentido das coisas nem sempre é tarefa fácil. Mas, vamos ensaiar sugerir alguns elementos que nos ajudem como podemos aferir a nossa relação com Cristo. Há um autor que não lembro o nome disse que é importante que as pessoas que encontramos no caminho tragam algo de bom para nós, mas levem também de nós o melhor que possamos dar. Um dia alguém perguntou a Santa Madre Teresa de Calcutá, porque ajudava todas as pessoas sem descriminar ninguém, contam-nos que ela segurou nas mãos uma bebé, levantou quanto podiam as suas forças e olhando fixamente a criança, afirmou que o fazia, porque no rosto de cada pessoa via o rosto de Cristo. Vou contar um o episódio referido numa das luminosas passagens pelo nosso país do bispo Hélder Câmara - profeta gigante do século passado - que no Brasil dedicava toda a sua ação pastoral aos mais pobres e desafortunados. Ele não temendo as consequências, falava a favor dos mais fracos e apontava para onde estavam os responsáveis das gritantes injustiças. Contou o bispo Hélder Câmara, que um sacerdote inquietava-se, quase que podemos dizer que sofria, com a passagem do Evangelho onde está o relato dos Discípulos de Emaús, onde está que os discípulos não reconhecem o Senhor. O sacerdote passava horas e horas em profundas meditações sobre este episódio e não compreendia como seria possível, que os discípulos depois de estarem pelo menos três anos com o Senhor, não O reconhecessem. Um dia quando estava nas suas profundas meditações, bate à porta um pobre, interrompeu furibundo a sua interiorizada oração, abriu a porta com violência e despacha de rompante e indelicadamente o pobre. Sorrindo o bispo, remata o seguinte, não quer dizer que o frequente manuseamento do Evangelho indique imediatamente onde está o conhecimento de Cristo. Certo é que se confirma a passagem do Evangelho onde Cristo diz e pode servir para o reconhecer com segurança: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).

sábado, 21 de julho de 2018

Visão semicircular

 Sejam felizes sempre...
A metade de um círculo de montanhas
forma o "golfo dos poetas" anónimos do mundo
os do passado, do presente e do futuro
numa aliança eterna que o balouçar das águas
assegura pacientemente como o fazem 
com toda a verdade aqueles que alimentam a vida 
com o canto alegre do amor e da solidariedade.

A inspiração azul deste momento esteve alerta
onda a onda subiu a encosta verde 
no coração de cada poeta. 
JLR

O sorriso de Deus

"A
«A pobreza no Ocidente é um tipo diferente de pobreza – não é só uma pobreza de solidão, mas também de espiritualidade. Há uma fome de amor e uma fome de Deus»

Prefiro uma sociedade multicor

João Bénard da Costa nos seus discursos, nas comemorações da República, sempre enalteceu a divisão e a unidade. A divisão de opiniões («Divididos - bendito seja Deus! - por diversas opções religiosas, ideológicas e políticas») e a unidade de cidadãos («... é bom que haja adversários. Mas não há inimigos»). Nesta senda pretendo enaltecer a diversidade e a pluralidade do pensamento que devia acompanhar a nossa sociedade em todos os seus domínios. Muitos não gostam desta «coisa». Preferem formas de governo mais afuniladas, mais fixas no «pensamento único» que arrebanhem o povo ou que o mantenha na passividade silenciosa para se fazer imperar a bel-prazer o domínio de uma cor só (como se a sociedade toda pudesse ser daltónica) e o bem-estar dos amigalhaços. Abomino esta forma única de ser sociedade, ainda mais se for democrática. Por isso, aqui está uma das razões da nossa crise permanente.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A espiritualidade não conjuga com espiritismo

o espiritismo sem mistério ganha cada vez mais adeptos e está a minar de forma muito perversa o coração de muita gente. As doenças do foro psicológico e psiquiátrico (por exemplo o stress) estão a aumentar de forma preocupante. A nossa sociedade não parece encontrar soluções que ajudem a compreender e curar tais doenças. A ignorância em relação a estas perturbações é muito grande e, por isso, falta que as entidades públicas implementem campanhas de informação e educação sobre tais desequilíbrios para que ninguém seja explorado ou enganado. A verdade sobre a religião não está no espiritismo tipo magia e curandeiro, mas na verdade sobre a divinização da vida, que se expressa mediante a dimensão espiritual da pessoa humana. Perceber que a vida está envolta neste mistério inexplicável é fundamental para não se deixar perverter por mensagens fáceis e que pretensiosamente pretendem mostrar tudo a todos sobre o além. Por isso, que nos livre Deus destas religiões fáceis que dizem saber de tudo sobre o aquém e sobre o além. Antes nos mostre Deus a verdadeira religiosidade e espiritualidade que na pequenez da vida nos ajuda a contemplar o mistério do mundo e da existência toda.

Formas de vida inferiores

os níveis de seriedade estão baixos. A indelicadeza anda elevada. A falta de senso rebenta as escalas. Não há vergonha. Não há respeito por valores, pela autoridade e muito menos não há dedicação com toda a verdade e todas as forças ao trabalho/missão. Nelson Mandela tem uma frase interessante que nos ajuda a ilustrar o ambiente que nos cerca, diz assim: "Não poderás encontrar nenhuma paixão se te conformas com uma vida que é inferior àquela que és capaz de viver". Serve este pensamento de forma excelente para nos dizer sobre a mediocridade que nos rodeia. Tantos que podiam ser exemplares no discurso, consequentes na ação, na entrega plena ao seu trabalho, na defesa dos mais fracos e podiam ser lutadores fervorosos pela justiça e pelo bem comum, porque foram mandatados para essa grave responsabilidade. Mas, há uma multidão conformada com as suas vidas pequeninas, quando podiam ser grandes, gigantes da dedicação, no cuidado do bem dos outros e profetas empenhados no futuro glorioso para muitos. Mas nada disso. As palavras servem para enganar, para cuspir ódios, para entreter, para fazer jogos baixos e especulando fazem de conta e denigrem os outros e, às vezes, gravemente, as instituições. Podemos fazer e ser melhores. Por isso, nunca estar conformado com o que é inferior ao que somos capazes de fazer e de viver.

terça-feira, 17 de julho de 2018

As escolhas dos sábios e dos simples

só os simples percebem qual é a melhor parte. Jesus elogia os simples e disse que eles compreenderam as verdades da fé melhor que qualquer outro grupo social. Os simples são os pequenos e os pobres, os desprezados social e religiosamente. Aqueles outros que não entram no grupo dos simples, Jesus denominou-os de sábios e de inteligentes. Estavam cheios de si, por isso, auto excluídos ou concentrados no seu pequeno mundo da ilusão do poder. Pretende esta justaposição definir que a salvação chegou, mas foi o povo simples que aderiu a ela com total disponibilidade e não os doutores da lei e os guias religiosos. Tantos doutores e sábios dentro e fora da Igreja hoje, que gostam de mandar, impondo cargas pesadas aos simples, porque se colocam fora do mundo sem compreender a mínima sobre a complexidade da vida actual e se ensoberbecem com a "sua sabedoria", que nada tem que ver com os contornos multifacetados da vida de hoje. A segurança da lei, o poder com a vontade de dominar tudo, não lhes permite reconhecer o caminho de Deus que se manifesta em Jesus. Neste sentido precisamos de aprender a marcar a diferença para o bem perante a vida dos outros para que a nossa ganhe importância. Ninguém que se achegue a ninguém para inferiorizar, maltratar ou desviar do caminho do bem, mas para enriquecer, fortalecer e ser uma luz que ilumina com bons sentimentos. Esta é a sabedoria que importa para a beleza do mundo e da vida. 

A difícil construção da confiança

é tão difícil erguer o edifício da confiança e num ápice de tempo pode ser destruída. Tantas coisas que fazemos tão rapidamente, mas que deixam arrependimento para toda a vida. Mesmo assim a confiança verdadeira perdura no tempo e cresce mesmo que as distâncias sejam longas. Uma certa dose poética na amizade faz bem e permite que as subidas mais íngremes sejam suavizadas. Escutemos: "E a fala dos pinhais, marulho obscuro, / É som presente desse mar futuro, / É a voz da terra ansiando pelo mar" (Fernando Pessoa). A poesia ensina que o que temos nada vale sem que valorizemos quem está connosco nos bons e nos maus momentos. Essa é a amizade, esta é a presença divina, que nos completará como ensinou Konstandinos Kavafis naquela sublime definição da esperança: "tudo belo e grande iluminado". Por isso, o nosso poeta Sebastião da Gama reconheceu que no caminho da amizade começou por reconhecer que "deixei no mar quanto tinha". Grato por tão sublimes pensamentos.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Obreiros da estrada

todos os caminhos são importantes e começam sempre passo a passo. Quando indicam a meta da felicidade deve ser o caminhante o principal construtor da sua estrada no presente, porque o lugar do amanhã é sempre incerto. O futuro habitualmente cai sem aviso e oferece o inesperado. Umas vezes faz sorrir outras vezes faz chorar. Pela sua estrada, cada um experimenta que o sol muito tempo queima, a chuva abundante molha e o vento impetuoso abala a segurança do passo. Nessas contingências cada um aprende o que verdadeiramente importa reter e esquecer o que não interessa para anda. Muita gente sabe como se faz essa triagem. Outros, não tanto, por isso, sofrem e fazem uma grande porção do caminho em profundo lamento e desânimo. Na longa marcha do caminho cada um vai aprendendo que todas as pessoas têm valor, que não faltarão os momentos de festa se caminham juntos, mas não faltarão também as feridas mútuas, que precisarão de cuidados para serem saradas com o perdão. Esta imprescindível convivência ensinará, que falar e conviver podem aliviar as dores físicas, emocionais e espirituais. Sejamos os obreiros do caminho e na meta estará o saboroso troféu da felicidade. 

domingo, 15 de julho de 2018

O individualismo é a maior crise do mundo

Deus revelou em Cristo, o Seu plano para connosco, para que por meio da Sua Vontade sejamos como Cristo e possamos partilhar com Ele todas estas bênçãos. O Papa Francisco convida-nos a lutarmos contra o individualismo para que a bênção de Deus nos abra aos outros e ao bem comum para travarmos o «generalizado individualismo» que nos separa e coloca uns contra os outros (cf. Evangelii gaudium, 99): «É precisamente a este mundo desafiador, com seus egoísmos, que Jesus nos envia, e a nossa resposta não é fazer-nos de distraídos, argumentar que não temos meios ou que a realidade nos supera. A nossa resposta repete o clamor de Jesus e aceita a graça e a tarefa da unidade» (de uma Homilia em Quito, Equador). Fica-nos mais uma vez a certeza, Cristo é o centro de toda a criação (Cf. Rom. 8, 21; 1Cor 15, 28 e Col 1,16). Cristo é o Alfa e o Ómega (Cf. Pierre Teilhard de Chardin, Teólogo, que com esta visão melhor pensou o destino da pessoa). Em tudo isto está a nossa vida. Por Ele fomos criados, Nele vivemos e para Ele caminhamos. O nosso mundo, precisa desta consciência cada vez mais, a crise de que todos falam, mas que só alguns sentem verdadeiramente, é fruto da perda do sentido da comunidade. Pensar nos outros devia ser a regra que comanda a vida da humanidade.

sábado, 14 de julho de 2018

Contra a tirania do medo

o medo atrofia os movimentos. Mata a vontade de intervir e de agir. No lugar do medo, deve prevalecer a audácia, a valentia e a persistência. Os tiranos tantas vezes esmagam a liberdade visível, mas não conseguem matar a pessoa e a sua liberdade interior. É tão bonito quando ficamos a saber de figuras extraordinárias da nossa história que passaram anos nas masmorras dos tiranos, mas mantiveram o seu pensamento livre, uma criatividade impressionante e um desprendimento deveres desconcertante. A morte da liberdade e do pensamento, acontecem de verdade, a quem permite que assim seja, porque desanimou, deixou-se cegar pelo medo ou pelos interesses mesquinhos da vida material. 

sexta-feira, 13 de julho de 2018

A escola que nos faz adultos

à medida que os dias passam, vamos consolidando a ideia de que não somos correntes que aprisionam pessoas nem muito menos almas. Dar o que somos e temos não significa que vamos acorrentar quem recebeu algo de nós. Até porque as coisas dadas devem ser mais importantes para quem dá e não tanto para quem as recebe. Não é raro encontrarmos pessoas magoadas, feridas e desgostosas porque deram e não receberam. Falta perceber que amar não devia significar garantias próprias para o futuro nem muito menos que o amor trará companhia e segurança. Por isso, é tempo de perceber que com o desenrolar dos anos, que abraços e beijos não são contratos e que presentes não são depósitos que se levantará com os respectivos juros no futuro. Daí que devemos em cada dia aceitar as derrotas e os contratempos com a cabeça levantada e com os olhos cheios de luz para o futuro. Devemos viver com a alegria de um adulto e não com a frustração de uma criança. A vida é a nossa escola, onde cada um é professor e aluno simultaneamente. 

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A fertilidade da confusão

a esperança é sentir que hoje estamos vivos sem saber o que vai acontecer amanhã. Quem confia sabe que o Espírito de Deus, sopra sobre a confusão das nossas vidas, construindo uma criação e uma realidade novas. O Papa Francisco manda que não tenhamos medo da confusão e até se possível "geremos confusão", andemos "fora do controlo". Na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, depois de uma chuva torrencial, disse: "Espero que os jovens armem 'confusão' nas suas dioceses". As dioceses no geral perderam os jovens e nalguns casos, tristemente, até as dioceses se perderam no "mar imenso da confusão", só restando a esperança que daí um dia surja vida nova de acordo com a mensagem evangélica. Porque a nossa esperança é que do meio da "confusão" nasça alguma coisa que traga algo de novo. E nós todos devemos acarinhar com a maior das alegrias as realidades que auguram o novo. 

quarta-feira, 11 de julho de 2018

A Europa e os valores do seu padroeiro

morreu São Bento precisamente neste dia no ano 547. É o padroeiro da Europa e escreveu a famosa regra monástica que se carateriza pela prudência e moderação. Deve ser do que mais falta ao nosso tempo e ao nosso mundo! Mas não é isso que nos trás esta reflexão/oração. Pretendemos desbravar sobre a ideia da Europa e do seu destino, porque devem ser o centro das nossas preocupações. Hoje estamos a viver na Europa um tempo desolador quanto às suas lideranças. Há uma orfandade no coração dos povos. O populismo e a falta de sentido de Estado, mais um liberalismo desenfreado a par da obsessão pela economia, marcam as políticas em detrimento do bem estar dos povos e dos ideias que nortearam o passado da Europa com o Cristianismo, o Iluminismo e todas as ideias que fizeram progredir os povos europeus. Falta prudência e moderação. Falta sentido de convergência para a união dos países que fizeram essa ideia "Europa". Falta respeito pelos valores da civilização - a liberdade, a razão sem racionalismo, os direitos humanos e dos trabalhadores, a abertura ao diferente, a integração das minorias, a tolerância religiosa, a diversidade de línguas e de raças... - que foram a luz da Europa das nações. Mas, a Europa desintegra-se e confronta-se com graves problemas sociais, nomeadamente, a recusa dos refugiados, a pobreza, a falta de trabalho e o desrespeitos pelo trabalho e pelos trabalhadores, a desunião da Comunidade Europeia, com o Brexit a marcar a agenda da desintegração e a levantar sérios desafios. Há uma série de ameaças que põem em causa a "ideia Europa", lançam na maior incerteza o destino da Europa.  Vamos pensar e desejar que passemos da incerteza, da inquietação, para o caminho da prudência e da moderação, para que, se não forem os líderes, pois que sejam os povos a defenderem o verdadeiro sentido do ser Europa, para que a paz perdure para bem dos valores da civilização e segurança dos seus povos. 

terça-feira, 10 de julho de 2018

O esforço é compensador

nunca foi fácil conseguir as coisas boas da vida. E todos sabemos que aquelas coisas que são mais difíceis de conseguir são logo a seguir as mais saborosas. Os estudantes sabem que as notas melhores foram as que deram mais trabalho e mais empenho no estudo; as mães sabem que a criança que carregam nos braços causou muito sofrimento, mas não deixam de mostrar essa dádiva com um sorriso no rosto; a cura de uma doença ao fim de muito dinheiro gasto e de tratamentos dolorosos é algo que se partilha com prazer e a maior alegria do mundo; o atleta que depois de chegar à meta ostenta vitorioso o seu troféu que ganhou sabe que isto não é resultado da preguiça, mas de muito trabalho e de muito cansaço. Estes exemplos são modelares e podem levar-nos a deduzir que tudo o que é complexo e difícil de alcançar na vida, é sempre muito saboroso e trabalhoso. No fim quando tudo está terminado, nada melhor para encontrar a felicidade. 

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Vamos rezar juntos

as crianças tailandeses presas dentro de uma gruta pela abundância da água começaram ontem a serem resgatadas, saíram quatro crianças e nas próximas horas o processo de regaste vai continuar. A melhor notícia deste domingo 8 de Julho de 2018. Foi triste sabermos que um voluntário mergulhador faleceu por causa desta operação, não há coração que aguente quando vemos os nossos semelhantes agonizando e nós impotentes sem podermos fazer nada. Enfim, o melhor de tudo é que as perspectivas indicam que teremos um final feliz nesta operação de resgate destas 12 crianças e do seu professor. Vem este momento oração/reflexão, para nos fazer sentir que a humanidade quando se une e converge para a salvação de si mesma, faz do impossível o possível. Assim, que esta extraordinária lição sobre a salvação destas crianças, nos faça pensar seriamente, quanto pode ser feito para para resgatar milhões de crianças que grassam por esse mundo fora milhões cercadas pela malvadez de adultos sem escrúpulos e que as exploram os mais tenebrosos fins. Que apareçam muitas mãos e muitos corações dispostos a mergulhar contra as ondas da exploração, do ódio, da indiferença e contra todas as formas de violência que aprisionam as crianças nas grutas hediondas da maldade que ainda comanda este nosso mundo.

domingo, 8 de julho de 2018

Vamos rezar juntos

é muito importante estarmos cientes dos nossos defeitos e limitações. Quando isso não acontece as asneiras vêm em prejuízo de muitos. Quanto mais consciência disso, mais sucesso poderemos ter no cumprimento da missão ou tarefas quotidianas. Estar despido do orgulho, da vaidade e da auto suficiência é muito importante para que sobressaia a seriedade da humildade e a profundidade da simplicidade. Felizmente, no oceano imenso de tanta gente em bicos de pés e segura de si mesmo, há um mundo escondido de dedicação silenciosa, fermento que faz mover a vida para a felicidade. Ninguém fala nestes, mas muitos correm, falam e pagam bem dos outros, aqueles que se enchem com o seus sentimentos e os seus contra valores. Quem assume a vida como missão, a seriedade do seu trabalho e a entrega aos valores partilhados com os outros, considera-se instrumento humano, frágil, débil e limitado, porque aquilo que faz e aquilo que tem, considera ficar sempre aquém do que almejava e sabe que o que faz e tem estão ao serviço de uma causa. Aquele que assume esta realidade, percebe como são despropositados e sem sentido o vedetismo e o protagonismo. Este que procede ciente, que aquilo que ele é, só faz sentido em função do bem comum, não precisa de atrair as luzes da ribalta, as câmaras da televisão ou o olhar e as palmas das multidões... Quem assim vive, vive para servir de instrumento humano a existência libertadora que Deus ofereceu à humanidade.

sábado, 7 de julho de 2018

O meu retrato

Ao Sétimo dia. Sejam felizes sempre.
Cheguei à lua e a claridade era vertical
fiz um poema de cimento,
com ferro e pedra.
E sem rimas era eu
na perplexidade do sofrimento.

Para todo o mundo, o meu desejo acolhe
cada ente que se contorce ferido.
Se vejo faltar o chão ao pobre
não me calo por nada deste mundo
e determinado faço o que posso
esta luta tem sentido e é nobre. 

Nisto revejo cada letra
escrita com estilete sobre a pedra
que viera nas costas dos milénios,
olho o passar das horas com emoção
choro tudo o que não posso fazer
e gasto tempo a reconciliar o coração.
JLR

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Vamos rezar juntos

não gosto de touradas. Porque não gosto de nenhuma actividade, desportiva ou não, que resulte em massacre, sangue derramado e corpos dilaceramos. Obviamente, que este princípio se aplicada a toda a actividade entre seres humanos, mas também entre animais ou de humanos para os animais. Por isso, não gosto de touradas, luta de galos, matança de porcos, caçadas e qualquer outra forma de ação que justifiquem geralmente como tradição, diversão, desporto ou outra coisa qualquer. Para pensar assim não necessito de nenhuma lei, basta-me o bom senso e a sensibilidade. Mas, legitimamente levanta-se a questão quanto ao comer ou não carne ou peixe, que resulta sempre da morte de seres vivos? - Não entro pelo fundamentalismo nem pela obsessão só porque sim de defender uma posição a favor da eliminação de todos os cozinhados de carne e peixe para que nenhum ser vivo animal tenha que morrer para os paparmos a seguir. Os animais foram criados para serem cuidados pela a humanidade, não para serem abusados ou objetos de divertimento, porém, os que estão destinados à alimentação humana, que o sejam mas dentro dos parâmetros estabelecidos pelas leis, para que o seu abate seja feito em conformidade e com o mínimo de sofrimento. 

Vamos rezar juntos

no filme «Dos homens e dos deuses» (Des hommes et des dieux) de Xavier Beauvois, vemos uma pequena comunidade de monges trapistas da Argélia, nos anos noventa, que teve de enfrentar uma onda crescente de violência. Instala-se entre eles um dilema terrível, têm que decidir se fogem ou se ficam, sob os tremendos riscos que qualquer uma das opções acarreta. Um dos monges disse a uns vizinhos muçulmanos: «Estamos como passarinhos no ramo de uma árvore, sem saber se devemos levantar voo ou não». A resposta veio como espada de dois gumes: «Os pássaros somos nós, os ramos são vocês. Aonde iremos se os ramos se forem embora?» - Eis uma desconcertante lição de vida. A tentação para «salvar a pele» faz parte intrínseca do ser humano, mas também deve fazer parte do ser gente com toda a gente, a ideia de que algumas vezes somos passarinhos nos ramos, mas tantas outras somos os ramos para os outros. Permanecer ou partir, eis a questão. O desafio impõe-se, é preciso saber permanecer ou partir se for o caso. Mas, muitos casos, é melhor permanecer, porque faz parte da vida e é sinal da esperança perante as derrotas e contrariedades. Deus sempre permanece e nunca se esquece de ninguém. Permanecer é a alma viva do mundo que se esquece e foge de si próprio tomado pelo veneno do egoísmo. Lutar contra isto deve ser o nosso primeiro propósito.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Vitória e Fraqueza

Pão quente da Palavra para o domingo XIV tempo comum
A liturgia deste Domingo apresenta-se como um incentivo, uma esperança ou um consolo importante para enfrentar todas as consequências, quando tomamos a coragem de defender a verdade e até quando ousamos simplesmente opinar sobre alguma coisa que vá contra o pensamento único e dominante deste mundo. Não é nada fácil estar contra a corrente. Não nos deve calar nem sossegar a mentira que se torna verdade e a verdade que se torna mentira, para dominar e fazer prevalecer o poder de alguns sobre os mais frágeis desta vida.
Mas, São Paulo adverte que aquilo que recebemos de Jesus Cristo não nos deve ensoberbecer. A simplicidade e a humildade na missão que Deus nos concede realizar, devem ser qualidades tomadas muito a sério. Por isso, perante as injustiças da vida devemos sem medo proclamar o bem para todos. Não devemos estar quietos enquanto a vida se resumir a viver por viver, porque as condições para tal são, o maior dos egoísmos, o individualismo, o permitir que a soberba de alguns que tudo dominam em detrimento do bem comum e da justiça. 
Tomar a sério a opção pela verdade e pela justiça que o Evangelho proclama arrasta muitos dissabores, que podem ser a calúnia, a vingança, a incompreensão, a prisão e até a morte. Mas, nada disso nos deve derrotar. Perante tais fraquezas são Paulo diz o seguinte: «Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte» (2Cor 12, 10). Face a esta convicção não deve entrar o medo na nossa vida. Mas, a coragem para proclamar bem alto a maravilha do amor de Deus em favor da humanidade toda.
A coragem deve ser um valor que todos devem assumir, porque o nosso mundo precisa de gente corajosa na luta contra a guerra, isto é, precisa o mundo de um pacifismo militante contra a soberba dos poderosos que tudo querem dominar, esmagando os mais frágeis, os pobres da sociedade, que, afinal, às vezes lhes convém alimentar com migalhas ou com esmolas ao invés de se fazer o melhor que era levar à prática a justiça.
É disto que precisamos e não de singela caridade que alimenta e faz crescer a pobreza. O nosso tempo está anestesiado com festas, pão e todo o género de animação para manter a sociedade como que inebriada ou embriagada para nada reclamar e nada fazer contra tudo o que tem direito para ser gente a sério. É um retrato dramático do que hoje vivemos, antepomos à dignidade da vida a prosperidade económica, a finança e o dinheiro, mesmo que muitas vezes este caminho nada se empenhe conta a eliminação radical da violência e da morte. Não será que fazemos como os conterrâneos de Jesus, desejamos que se ponha andar, que se afaste e nos deixe sossegados, por mais que junto a nós existam tantos demónios de violência e de morte?
As fraquezas desta luta pela justiça, não devem falar mais alto, mas devem ser um incentivo, um impulso, porque deve a utopia do amor ser o alimento da nossa vida. Não devemos permitir que tais fraquezas nos dominem e nos deixem atrofiados. Parece contradição, mas o alimento de Deus, ajuda a tomar coragem e a enfrentar tudo o que seja contrário à beleza da vida. Por isso, cada um e cada qual, pode fazer acção na sua família, no seu trabalho e em qualquer lugar do mundo, onde esteja presente, sem sombra de medo de represálias ou de vir a ficar mal. Vamos dizer alto e bom som que a força de Deus está aí, fazendo das fraquezas um alimento essencial para a luta da vida. Até porque na Encíclica Laudato Si (Louvado Sejas) do Papa Francisco, nº 71 afirma: «Basta um homem bom para haver esperança», porque, «a injustiça não é invencível»  (nº 74). Só por aqui seremos felizes.

Vamos rezar juntos

há uma pequena história que se conta do rabino Judá. Este rabino costumava dizer que no mundo foram criadas dez coisas fortes. A montanha é forte, mas o ferro pode derrubá-la. O ferro é forte, mas o fogo pode derretê-lo. O fogo é forte, mas a água pode apagá-lo. A Água é forte, mas a nuvem pode levá-la. As nuvens são fortes, mas o vento arrasta-as. O vento é forte, mas o corpo humano resiste. O corpo humano é forte, mas o medo pode fazê-lo tremer. O medo é forte, mas o vinho expulsa-o. O vinho é forte, mas o sono vence-o. A morte é mais forte que todas estas coisas. Mas o amor, apenas o amor, vence a morte e nos liberta dela. Quem ama já passou da morte para a vida.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Vamos rezar juntos

Os males sociais que nos acompanham têm por base principal a ambição do poder. Muitas das brigas familiares são uma luta de poder, as empresas, os grupos sociais e políticos lutam entre si não porque desejam servir mais e melhor, mas antes para dominar tudo e todos com a força do poder. Daí que o slogan «servir o povo» se tenha tornado numa pura falácia ideológica e numa cruel demagogia. Não convencem ninguém, as palavras associadas à ideia de serviço que muitos grupos políticos, económicos e sociais tentam chegar até nós pelos meios de comunicação social. Quando a chamados a exercer o que prometeram fazem tudo ao contrário. As palavras ligadas à ideia do serviço gastaram-se por causa dos contra testemunhos constantes. Por isso, chegou a hora de perceber que o poder pelo poder cega a compreensão e não permite viver a misericórdia face às limitações da vida e os defeitos dos outros. As confusões desordeiras que muitas vezes levam às divisões terríveis entre as famílias requerem uma lucidez constante para se aceitar as coisas com disponibilidade e com espírito de serviço com base no amor.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Vamos rezar juntos

não se trata tanto de tocar e ver. Mas, de ver e crer. Ver com os olhos do coração e crer com todas as forças da alma. Por isso, logo se descobrirá o entusiasmo da vida que não se fixa no passado negro e no presente sombrio, mas no futuro radiante da luz da alegria, que as muitas dádivas da existência irão oferecer. Não há nada de mais doentio do que ter que lidar com pessoas sempre pessimistas, tristes, deprimidas, hipocondríacas, porque tudo é teimosamente sombrio, negro, negativo... Nenhuma possibilidade ou solução satisfaz. Ao contrário, nada é mais agradável do que encontrar e lidar com pessoas felizes, sorridentes, animadas com pouco, porque esperam que virão sempre os melhores momentos e que a desgraça não prevalecerá sobre um sorriso, uma palavra positiva, um brilho nos olhos e um aperto de mãos. Ver e crer na certeza que a vida pode ser uma festa, mesmo que às vezes esteja cheia de perplexidade e contrariedades injustas.

domingo, 1 de julho de 2018

Vamos rezar juntos

o valor da generosidade é um caminho importante que salva quem o segue e contribui para a salvação de todos os que beneficiem desse valor. A generosidade é a bondade ou a compaixão pelos outros, que emerge da vida que se inquieta com o mundo, não apenas para alguns, mas para a felicidade de todos. Para quem pratica a generosidade não lhe falta nada. Afinal, torna-se diante de Deus o mais rico de todos. A generosidade enriquece a vida com tudo o que ela precisa para ser feliz. A maior fortuna do mundo é a generosidade, que Jesus nos ensine a termos a coragem de a viver em todos os momentos da vida. A generosidade é uma alegria que devia comandar todos os passos em todas as nossas ocasiões, mesmo que sejam as mais duras que tenhamos que enfrentar. Por isso, tentemos todos os dias acertar o passo no caminho da generosidade.

Vamos rezar juntos

a nossa vida oscila entre o complexo mistério da dor e da alegria. Por isso, devemos desconfiar do fanatismo religioso descarnado da existência que esquece a condição e circunstâncias humanas e o amor aos outros como semelhantes e irmãos. A intolerância racista, a calúnia, o ódio e toda a maldade que conduz a humanidade para o abismo do mistério do sofrimento, não pode pertencer a nenhuma forma de religiosidade ou espiritualidade muito menos faz parte de Deus. Toda a espiritualidade ou religiosidade deve libertar e nunca oprimir. Porque Deus diz sempre não ao poder e à lógica da morte e a todos os esquemas que levam à dor. O mundo precisa nem que seja de uma mulher ou de um homem, que diga "não vou por aí…", quando todos dizem seguir por onde não devem, como ensinava o poeta José Régio. E o mundo precisa, nem que seja de uma mulher ou apenas de um homem que digam: "vou por aqui...", pelos lugares que ninguém quer ir ou não está na moda caminhar por aí. Paz.