a teologia do corpo, expressão aprofundada por João Paulo II, é das mais belas expressões sobre o corpo humano. Serviu para valorizar o corpo humano e reafirmar que até Deus tomou um corpo para estar no mundo e revelar a plenitude da Sua obra salvadora. Para o cristão a pessoa humana é uma vida espiritual no corpo, realidade física e espiritual, duas dimensões ontológicas da sua existência. O corpo não é uma "prisão da alma" como entendia Platão. Para o pensamento cristão a pessoa humana é obra de Deus, é um ser racional e relacional, apto para realizar actividades físicas, espirituais e psicológicas. A teologia do corpo, pretende salientar toda a beleza e importância do corpo humano, para que este seja respeitado e não profanado com as mais absurdas e terríveis patifarias que sempre acompanham o coração humano quando se deixa perverter pelo mal. Por isso, tratemos como deve ser do nosso corpo e respeitemos o corpo dos nossos semelhantes, porque todos os corpos são obra sublime das mãos de Deus.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Livro de poesia do Padre Martins Júnior
Escrever nas estrelas
A liberdade do
amor não sabe o que é o medo e mais a certeza que «A arte, um dos grandes
valores da vida, deve ensinar aos homens: humildade, tolerância, sabedoria e
magnanimidade», disse William Maugham. É isto que vejo essencialmente no livro de poemas do Padre Martins Júnior, que adiante apresento.

O grande estadista inglês Winston
Churchill dizia: «Todas as grandes coisas são simples. E muitas
podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade;
esperança». Estes valores cantam-se poeticamente e vivem-se convictamente,
mesmo que por eles se derrame suor, lágrimas e sangue. «Nem todos podem tirar
um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as
qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa» disse o
autor Alfred
Montapert. O Padre Martins Júnior tem expressado com vida e, no caso,
pela palavra poética esta realidade.

Tal como os pagãos dos tempos antigos que,
por medo, lançavam os seus primogénitos para o fogo aos pés da estátua de Baal,
também nós acreditamos que nos devemos sacrificar para ser agradável ao deus minúsculo.
Incapazes de compreender a grandeza, a beleza e o amor infinito de Deus,
adoramos assim um ídolo criado apenas por cada um. Assim sendo, uma vida
espiritual adulta e vivificante consiste em resistir e em recusar realizar
qualquer prática religiosa cujo fundamento único seja o medo de um deus «deste
circo ambulante» (pag. 104).
No poema «O que é preciso é amar, canção
patriótica global» (pag. 33), está a chave do livro e a assunção da missão inteira
e de toda a vida do autor. Viver o amor verdadeiro e habitar num lugar onde se
é sujeito na vivência do amor, conhecemos incondicionalmente a presença de
Deus. A condição única de salvação, é a vida no amor, que não se consegue por
simples meios humanos, como o confirma o apóstolo João: «Quem não amar não
pode conhecer Deus, porque Deus é amor» (1 Jo 4, 8). Então Deus é terra, é pão, suor e lágrimas, mas alegre festa, grito de liberdade e sonho da paz e da fraternidade. Esta é a liturgia do amor em festa no coração de cada homem e mulher que em comunidade se encontra para celebrar essa grande festa.
O amor exorciza o medo e torna-nos
livres diante do nosso ser e diante dos nossos semelhantes. Diante desta base,
o amor é sempre um verdadeiro milagre. É sempre o dom que Deus nos faz de Si
mesmo, é sempre uma experiência divina. Na comunidade de amor que pode ser a
nossa, a presença de Deus é-nos oferecida sem preço algum livremente todos os
dias. Se nos abrimos a esse milagre, podemos partilhá-lo com os outros em sinal
de gratidão.

Enfim, essencialmente, do que nos fala é
«Dos poetas», porque «Há-os…» por todos os lugares e em tantos afazeres pelo
bem comum e pela justiça no mundo «… a poesia está na rua», por isso, «A poesia continua…»
(pag. 187).
Vamos rezar juntos
A vã glória de mandar, está instalada nas nossas casas, nas igrejas, nas escolas, nos partidos políticos e em todos os lugares onde a vida em sociedade implica chefes, directores e subdirectores e outros afins. O poder, converte as pessoas em «tijolos» - como dizia José Saramago - o que não devia, mas devia dar maior responsabilidade, devia tomar o coração das pessoas para o serviço do bem-comum. Por isso, magoa ver pais de família converterem a paternidade e a maternidade em domínio, em berros e na mania do tudo sei e tudo posso porque «sou dono de pessoas», mas, e o mesmo se diga para pequenas responsabilidades em todos os lugares da sociedade. O poder de uma simples chave converte uns «pequenos» seres em altivos senhores do vazio e do ópio que o poder confere. Livremo-nos do poder dominador e busquemos o poder serviço. Assim, avisou o poeta: «Ó glória de mandar! Ó vã cobiça / Desta vaidade a que chamamos fama!». Que pena quando o poder é isso «glória vã», acção vazia, sem pensamento e sem doutrina.
terça-feira, 29 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
a felicidade é o maior bem que Deus nos concede. O caminho cristão é um modo de ser feliz. A vida não teria sabor se assenta numa ninharia e se está resumida ao puro consumo. A lógica dos bens materiais não realiza ninguém e apenas ocupa o coração, mas não dá resposta ao sentido da vida. As eternas questões que acompanham a natureza humana – Donde viemos?; o que somos? E para onde vamos?... – Não estão em pacote nas prateleiras bem recheadas dos nossos supermercados. A felicidade, é a condição mais importante para realização da pessoa. Não é a abundância de muitas coisas e de muitos bens que significa estar em paz e felicidade. São incontáveis as vezes que ouvimos notícias tristes de pessoas que se afogavam no maior desespero, porque não sabiam do sentido da vida feliz. E nem por isso, eram de condição pobre e sem nada de bens materiais. Não significa nada o facto de sermos uma sociedade profundamente enriquecida com a abundância de bens.
domingo, 27 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
vivemos num tempo fabuloso quanto à diversidade e tem crescido a consciência generalizada de que não há outro caminho para o entendimento senão acolher e respeitar com alegria essa diversidade. Não tem sido só rosas neste domínio, obviamente. Mas paulatinamente estamos avançando muito por este caminho. Porém, segundo o pensador Zygmunt Bauman a mobilidade da sociedade moderna incentiva as pessoas a refugiarem-se na uniformidade. A tribalização das sociedades continua bem viva e cada vez mais forte para nosso bem e para nosso mal. A internet permite que entremos facilmente em comunicação e comunhão com quem partilha os mesmos valores do que nós, mas, num ápice podemos desligar-nos se não estivermos de acordo ou alguma diferença que não venha a nos encaixar nos nossos parâmetros. Por isso, necessitamos de continuar o caminho da educação para a diferença e aprendermos a conviver com a multifacetada diversidade que o mundo globalizado nos vai oferecendo cada vez mais.
sábado, 26 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
Deus é «trindade». Gosto mais de dizer «trindade» do que «trinitário». A nuance no feminino, parece-me, que humaniza ainda mais o Deus em que acredito. Porque concebo Deus como «Mãe» e «Pai», embora a tradição sempre tenha apresentado Deus exclusivamente como «Pai». Não me parece também que não esteja bem presente Deus Pai e Mãe, naquele som cheio de ternura de Jesus quando pronuncia a palavra «ABBÁ» (que a tradução convencionou designar com a palavra ilustrativa de «Paizinho»). Enfim, Deus é Deus, sempre divino e humanado, feminino e masculino, que na Pessoa de Jesus de Nazaré demonstrou ou revelou a plenitude de Deus para toda a criação. Neste rosto, está o Deus da vida em abundância que está em tudo e em todos. Por isso, em nome do Pai/Mãe, do Filho e do Espírito Santo, somos nós todos o mistério do amor salvador, que compete a todos nós procurarmos viver em todas as horas da vida, para que o mundo se torne o lugar teológico da existência feliz.
Consagração
Ao sétimo dia
Via rochas vivas felizes
nos penhascos do meu pensamento
numa hora divina noutra humana
naquele cruzamento misterioso
que só uma anunciação milagrosa
soube fazer eternamente
no meu coração renovado.
Na crista de uma onda consagrada
no momento do baptismo do amor
fundiram-se o sorriso e a dádiva
pão amassado pelas mãos maternas
do sentido que encontrei
numa visão no centro de uma mão amiga
que a aproximação desvelou para sempre
na maçã descascada e alva
que a boca saboreia dentada
à dentada.
JLR
Vamos rezar juntos
nada é mais injusto do que julgar e condenar, ainda mais se os juízos condenatórios têm como norma e medida a referência a pessoa que se faz juiz e guardião dos pretensos "bons costumes morais". Bem lutou Jesus de Nazaré contra este estado de coisas ou feroz tentação que acompanha a humanidade. Esta tendência tão comum em muitos lugares da vida e da nossa sociedade, precisa de ser corrigida. Os fariseus de todos os tempos não dão tréguas e pouco se importam com as vítimas dos fardos pesados que impõem aos outros. É preciso aprender que entrar no mundo dos "outros", não deve implicar falta de respeito, imposição moralista e qualquer outra forma de violência física, espiritual e psicológica. Os outros são a maior graça que temos para acolher e quando necessário amar desinteressadamente. Eles não pedem moralismos, sentenças morais e juízos injustos, mas antes diálogo, compreensão, compaixão e perdão. Todos precisamos de todos. Lutar contra as causas que minam a fraternidade deve ser uma preocupação de todos os dias.
sexta-feira, 25 de maio de 2018
Sinfonia divina a três mãos

O
Filho foi enviado pelo Pai para anunciar a Boa Nova da justiça ou da salvação
de toda a humanidade, Ele é o rosto visível do amor que informa a Trindade.
Será da boca do Filho que recebemos a promessa do envio do Espírito Santo, o
outro Deus da Trindade. Nesta realidade misteriosa somos tudo com todos, porque
«ninguém está
apenas para si no mundo, está nele também para todos os outros» (Gregório de
Nazianzeno).
Este
Deus, o Espírito Santo, é Aquele que vem depois de Jesus para acompanhar todas
as Ações humanas em favor da causa de Deus. Ele é o Espírito da verdade e da
justiça. Ele nos guiará para a verdade plena. Porque o Espírito Santo pode ser
definido como aquele que unifica as três pessoas da Trindade, Ele é o nome do
amor de Deus. Um caminho que segundo Santo Agostinho se traduz desta forma: «O caminho é estreito e
difícil para aquele que caminha por ele com pena de si e tristeza; porém é
largo e fácil para aquele que caminha com amor».
E são
Basílio deixou bem claro que não existe outro Deus, senão esse que se traduz na
prática da vida e na realidade concreta do caminho. Diz assim: «Pertence aquele
que tem fome o pão que tu guardas; àquele que está nu a capa que tu conservas
nos teus guarda-vestidos; àquele que está descalço, os sapatos que apodrecem em
tua casa; ao pobre o dinheiro que tu tens guardado. Assim tu cometes tantas
injustiças quantas as pessoas às quais poderias dar». Um pouco duro e
inquietante. O Deus misterioso desafia-nos à prática da partilha todos os dias
da nossa vida e a lutar por um mundo mais justo e fraterno.
Vamos rezar juntos
tantas vezes somos confrontados com provocações, incitamentos, seduções, estímulos para cair no mal contra nós próprios e contra os outros. Todos nós passamos por isso, uma grande parte das pessoas livra-se dessas investidas, outra assim assim, mas uma grande parte, infelizmente, não se livra e acaba caindo, prejudicando-se gravemente e prejudicando seriamente os outros. Daí os frequentes escândalos e o clima de violência em que anda o nosso mundo. Temos que procurar com toda a dedicação, superar as injustas diferenças, a dolorosa exclusão e a violência da pobreza. Por isso, todo o esforço nunca deve ser considerado demais, para vencermos as inclinações e as paixões que dificultam a paz e a felicidade. Nenhum poder tem futuro se não for serviço desinteressado, porque, seguramente, vai cair na exploração sem escrúpulos. Este caminho não conduz ao bem, mas aos escândalos e às graves injustiças.
quinta-feira, 24 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
ter fé o que é? – Nada de especial e muito de especial. Nada de especial, porque não está como inscrição garrafal na testa de quem tem fé. Muito especial, porque deve fazer daquele que crê uma pessoa diferente, quer dizer, é uma pessoa alegre, corajosa e não se fixa no passado trágico, mas no futuro que crê ser sempre cheio de coisas boas. Todos sabem que a fé move montanhas. É assim porque nada está perdido diante das realidades negativas, sempre dias melhores estão para vir, por isso, apesar da vida não correr bem não faltam motivos para sorrir. Ter fé revela que na escuridão a confiança não esmoreceu e a esperança não se apagou na vida nova que está para vir. Ter fé é viver numa atitude de gratidão pelas coisas boas. A fé faz mover a vida e dá coragem para dar passos seguros, mesmo que o abismo esteja perto, mas sempre acredita que não vai cair. A fé é um abrigo para a vida nos piores dias e a certeza que as tribulações não sairão vitoriosas.
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Um poio de erva no coração da cidade do Funchal
Este poio de
erva no coração da cidade, impressiona pelo verde deslumbrante. Porque não se
faz disto um subterrâneo visitável convenientemente, e a parte superior um estacionamento
ou outra coisa qualquer que desse beleza a esta zona da cidade. Tudo seria bem melhor além disto
que se vê e que estão a ver os turistas que devem ficar maravilhados com este
desleixo e estado de abandono de uma zona nobre da nossa cidade. O proprietário
deste campo de erva de luxo é a Direcção Regional do Turismo. Apreciem as fotos
que começa com esta inscrição - «Quem olha para onde todos olham não vê nada» - na parede do edifício da antiga Companhia Insular
de Moinhos, que as vozes anunciam vir a ser um hotel. Porém, para aqui todos olham e podem ver claramente a lástima em que está o Largo do Pelourinho na cidade do Funchal.
Vamos rezar juntos
a humildade é uma realidade maravilhosa, quando assumida e expressa com toda a sinceridade e naturalidade. O artificialismo neste domínio roça o enjoativo e percebe-se logo quando a humildade é falsa. Todos nós somos humildes, porém, o que acontece é que não somos capazes de manter essa qualidade em todas as ocasiões da nossa vida, por isso, nalguns momentos, acontece que sobressai a imodéstia e a falta de simplicidade. Daí se concluir que todos somos humildes, mas todas pecamos seriamente contra a humildade. Também é certo sim, que muito mal andamos quando não assumimos a modéstia e a simplicidade, as irmãs da humildade, que se forem vividas em comunhão, fazem com que nós tratemos os outros com a dignidade que merecem. O humilde é sábio, porque não passa por cima do respeito e da atenção devida para com o seu semelhante. Não esqueçamos, os humildes são as pessoas mais fortes, porque reconhecendo as suas limitações, os fracassos, os seus sucessos e virtudes continuam a acreditar que ainda não terminaram, precisam de se aperfeiçoar mais, lutar mais, estudar mais e trabalhar muito para alcançarem aquilo sonho inacabado da vida. Podemos começar pelo seguinte exercício, ninguém é mais nem melhor do que ninguém.
terça-feira, 22 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
do silêncio e da ausência de Deus em muitas figuras que admiramos e consideramos no regaço da santidade de Deus. Dois exemplos: São Paulo: «A Sua realidade invisível - o seu eterno poder e a sua divindade - tornou-se inteligível, desde a criação do mundo, através das criaturas, de sorte que não têm desculpa» (Rom 1, 20). S. Tomás de Aquino: «Conhece melhor Deus quem confessa que tudo o que pensa e diz fica aquém daquilo que Deus é realmente» (in librum de Causis exposito, osc. X, lect. 6); «(…) não podemos saber o que são estas realidades espirituais, quer por meio da revelação quer pelo conhecimento natural(…)» e citando Dionísio, diz: «O raiar da luz divina ilumina-nos mas envolta numa multidão de santos véus» (…) «(…) Delas sabemos que existem, e não o que são (…)» (Expositio super librum Boetii de Trinitate, q. 6, art. 3, resp. 1-2). Cada dia que nos é dado pode servir para iluminar o silêncio e a ausência, basta que não dramatizemos e que não façamos disso uma desordem ou um drama irremediável.
segunda-feira, 21 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
da muita riqueza humana, divina e espiritual que admiro em Cristo, provavelmente, aquela que está no topo, é a Sua exigência, mas sempre apelando à livre decisão pessoal, sob os auspícios sinceros da responsabilidade pessoal. Por isso, em todas as decisões ou opções devemos contar logo à partida com uma dose elevada de responsabilidade e exigência pessoal. Obviamente, que logo devemos considerar todos os prós e contra, para que o resultado seja o melhor possível para todas as pessoas que tais decisões impliquem. Tudo isto se reveste de uma exigência considerável, porque quando se busca a verdade e o bem, esse rigor da exigência como que se coloca como condição sine qua non. Porém, a exigência não pode resvalar para teimosia tresloucada nem muito menos deve resultar de manias ou frustrações pessoais. Tudo requer uma harmonia que nem sempre se consegue, mas devemos procurar esse caminho porque é sempre o melhor para as melhores escolhas e opções.
domingo, 20 de maio de 2018
A mensagem essencial com poucas palavras
Magnífica primeira página do jornal desportivo a Bola. Surpreendeu pelo que comunica e pela mestria desconcertante no jogo da Palavra JAMOR.
Há a mensagem... Há o apelo... E essencialmente a ideia que compete à comunicação social, ser agente de paz pra e apelo à festa fraterna. Porque, é isso que deve ser todo o tipo de desporto. Que o J-AMOR, seja sempre uma festa, uma grande festa contra o ÓDIO. Tudo pelo amor e tudo contra o ódio com que alguns pretendem enegrecer a vida e o mundo.
sábado, 19 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
na nossa imanência são só possíveis, com a sensibilidade de cada um, representações estéticas de Deus ou da realidade divina, sem que isso nos mostre formas objectivas e absolutas sobre a realidade de Deus. Sim, porque essa realidade mantém-se e manter-se-á sempre para além das capacidades humanas. Descobrimos no século XVI São João da Cruz com a sua «A Noite Obscura ou a Noite Escura da Alma». É um magnífico poema sobre a inquietação da alma que procura ansiosa o gozo de Deus. Deste tempo manifesta-se ainda outra figura incontornável, Santa Teresa de Ávila, que nos seus vários escritos, também expressou misticamente os seus encontros e desencontros com a divindade. No ressoar de presenças e ausências, na hora da morte exclamou: «Chegou o momento de nos vermos, meu bem-amado Senhor». Podem perguntar os incrédulos: onde esteve Jesus durante toda a sua vida? No Século XVI, outra Teresa, Santa Teresa do Menino Jesus (Lisieux), também fará eco da presença-ausência de Deus com a sua «História de uma Alma». O Deus ausente, é Deus o presente escondido, na alma de cada pessoa, que permitindo em cada reflexo do seu viver, pode ser Deus que se mostra na edificação para o bem nosso mundo. Deixemos que esse mistério nos trabalhe e dê sentido ao sonho.
O espírito escondido vem pelos sinais
Ao sétimo dia
Venha
o vento pela ponta dos pinheiros
do
pensamento por um sentido
vaivém
que me anuncia as novas
dos
amigos que nunca nos traíram
na
serena visão do mistério do mundo.
Venha
uma brisa suave pelas encostas
daquela
infância sentida dos cheiros
e
dos momentos lúdicos da paz
que
a mão enrugado do avô recostado no bordão
anunciava
com o sorriso aquela esperança.
Venha
a língua do fogo incandescente
que
diz do amor na palavra do poema
que
os povos todos saboreiam
como
certeza fraterna do amor
que
salva da pobreza o mundo inteiro
da
ganância que se instala todos os dias.
Venha
a luz pelas entranhas para que eu encontre a dor
de
quem sente a música, o som intemporal
na
frágil raiz que em todas as horas criva o húmus
e
a vida encontra o cordão azul, a veia que contorna o corpo
de
quem ama o silêncio do sentido
no
interior que canta a paz do encontro.
Venha
a água viva o elemento completo
sempre
humano e divino em simbiose
com
todas as formas das ideias do sopro vivo
que
cerceou o sofrimento demorado e mortífero
mesmo
que nesse tudo encontre o mistério
o
ritmo interminável do que veio
e do que vem por mim
quando creio.
JLR
Vamos rezar juntos
o silêncio retempera o espírito, mas também o corpo. Entremos no silêncio que nos nos busca e para o qual nós devemos estar disponíveis para encontrar nos caminhos da vida. Tanta sedução que o ruído apresenta e que nos toma tantas vezes, umas conscientes, mas outras sem sabermos bem para o que vamos e para onde vamos. Por isso, os espaços de silêncio são necessários para que no clarão interior da paz, possamos discernir opções que sejam frutíferas para a vida toda. Nem que seja por uma pequena brecha de sentido, deixemo-nos tomar de assombro pelo mistério do silêncio que nos vai revelar a coragem para seguir em frente com alegria.
sexta-feira, 18 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
os nossos problemas são sempre os maiores problemas do mundo. Esta tentação sempre nos assiste quando os problemas surgem. Porém os nossos problemas não são mais nem menos do que os problemas dos outros. Todos os problemas são o que são, toda a gente os tem e nunca precisam de serem pesados, muitos menos medidos. Todos os problemas requerem soluções e devia ser nisso que devíamos estar concentrados quando eles surgem. Mas é inevitável não dar lugar à raiva, à revolta, à tristeza, à depressão e ao sofrimento. Tudo normal diante dos problemas. Mas não podem ser estes sentimentos a comandar os passos, as ideias, o pensamento... Passada esta fase, é a chegada a hora da serenidade, da coragem e da força do acreditar para que a solução não tarde. Os problemas existem, são normais acontecerem, também deve ser normal ter coragem e acreditar que nunca nada está perdido e que tudo tem solução enquanto estivermos neste mundo. Não existindo ou não se conseguindo solucionar algum dos problemas, a vida continua e partir com um sorriso nos lábios para outra etapa deve ser a nossa luz.
quinta-feira, 17 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
o estado de inveja acontece nas coisas mais corriqueiras da vida. As relações profissionais estão cheias desta realidade. As famílias alimentam-se deste sentimento como do pão para a boca. As religiões ou as igrejas também vivem esta condição com a mesma frequência que pronunciam orações. E dos invejosos digo o mesmo que disse Ambrose Bierce, são uns covardes. E covarde para este autor era alguém que, numa situação perigosa, pensa com as pernas. Os rancores que muitas vezes as pessoas expressam uns contra os outros estão associados à inveja. Mas sobre os inimigos Oscar Wilde ensinou que a melhor resposta consiste em perdoar-lhes sempre, porque nada os aborrece tanto.
quarta-feira, 16 de maio de 2018
O Espírito Santo é Deus escondido
Pão quente da Palavra...
Domingo de Pentecostes:
O Pentecostes é a festa do Espírito de
Jesus, que nos vem da Sua Palavra conhecida, vivida, anunciada."
Para nós cristãos, a vida não teria sabor
se não fosse a dinâmica do Espírito Santo. A Igreja seria uma simples
organização de homens e mulheres com interesses mundanos. As celebrações
litúrgicas seriam manifestações de diversão ou para entreter os tempos livres. As
festas celebrativas aos acontecimentos e aos santos seriam apenas lembranças de
memória do passado, que há tempo passou pela morte. Os diversos grupos que
formam a Igreja seriam estruturas sem alma que promoviam a rivalidade e a
concorrência. Os membros da Igreja, seriam penas funcionários que buscavam o
poder pelo poder. A sede de protagonismo ou a fama do mundo seriam as únicas
motivações pelas quais todos corriam de forma desmedida e sem escrúpulos. As
palavras da Igreja seriam iguais a todas as palavras pronunciadas pelas outras
organizações do mundo. A caridade seria solidariedade sem alma e sem abnegação
desinteressada que só o Espírito Santo enforma. O diálogo Igreja mundo seria
pura diplomacia interesseira com vista a ser pura propaganda.
No dia de Pentecostes,
descobre-se a universalidade do projecto de Deus - o milagre das línguas nos
Actos dos Apóstolos e a proclamação de São Paulo sobre a diversidade, são
provas dessa pretensão de Deus.
Violência no futebol outra vez inqualificável
Já falta a paciência para tolerar esta inqualificável violência no futebol. Todas as bestas que andam no futebol a incentivar actos desta natureza, devem ser punidos e banidos deste desporto que move as massas. Não sabem estar em sociedade. Mais ainda, deviam também ser responsabilizados os dirigentes que incentivam o ódio e o espírito da vingança, violando assim tudo o que representa o futebol como desporto festa e convívio fraterno. Os valores do futebol merecem responsáveis-dirigentes que saibam estar, perder e ganhar, sem que tenham de andar todos os dias a espirrar ódio com uma linguagem inaceitável. O futebol merece melhor, a instituição Sporting não merecia isto e, sobretudo, quem gosta de futebol como actividade lúdica não merece ter que se confrontar com toda esta imbecilidade que persegue hoje o futebol cada vez com mais frequência.
Vamos rezar juntos
neste albergue onde abrigamos a existência, precisamos de energia partilhável, de olhares que se cruzam, uma alma que nos toque (a nossa e a das outros), compreensão que nos abafe, a compaixão que nos console, o perdão que nos faça sorrir, a palavra que nos faça gente como toda a gente e tudo que anima o convívio e a amizade. Nesse pouco que somos, podemos ser muito se existir muita realidade à volta que nos preencha, que nós a compreendamos e que nos compreenda. Tudo tão difícil, mas tão nobre e enorme.
terça-feira, 15 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
estar cansado ou até mesmo saturado faz parte da vida. Nada mais normal. É anormal que andemos constantemente sob esse jugo e que ele atrapalhe todas as outras tarefas da vida. Tantas vezes este estado de alma e de corpo gera um mau ambiente e contagia as relações entre familiares, amigos e colegas. Por isso, de quando em vez procuremos retemperar forças a todos os níveis, corporais e espirituais, para que a boa disposição, o sentido de humor e a alegria da descontração, façam gerar ambientes de saudável convívio, quer no trabalho, quer na família e até nos momentos de inatividade. As piores doenças não são as físicas, mas as psicológicas e as espirituais.
segunda-feira, 14 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
a vida desenrola-se com o que há de mais extraordinário, realizado pela mestria humana. Mas também é feita a existência com a imbecilidade e a estupidez na mesma humanidade. A estupidez da teimosia da guerra, do poder pelo poder, as investidas contra a pluralidade e a diversidade do pensamento, os atentados ecológicos, as medidas que ignoram as alterações climáticas e o equilíbrio do meio ambiente, a violência, o terrorismo, a loucura do despesismo em benefício de alguns contra o sofrimento da maioria e tudo o que a vontade humana pretende levar adiante sem ter em conta todas as variantes... A estupidez faz parte da vida e tem se revelado a maior tragédia contra a criação. Friedrich Nietzsche tem uma frase que explana claramente o que desejamos hoje trazer à reflexão, diz assim: "Quando se toma a resolução de tapar os ouvidos mesmo aos mais válidos argumentos contrários, dá-se indícios de caráter forte. Embora isso também signifique eventualmente a vontade levada até à estupidez." Tão revelador para dizer que o egoísmo, a soberba e a vontade de dominar tudo e todos, normalmente, arrasta a estupidez, como sendo a razão principal para tragédia do mundo e da vida.
sábado, 12 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
a comunicação distingue-nos dos demais seres vivos. Esta é a nossa maior riqueza, mesmo não sendo tão considerada como os bens materiais. É a fortuna mais importante da humanidade. A comunicação é um elemento essencial da existência, por isso é muito importante que consideremos buscar as melhores formas de levar à prática. É precisamente neste dia da Ascensão, que Jesus deixa o desafio aos seus discípulos, que pode ser traduzido da seguinte forma: "não se fiquem por aqui, ide por todo mundo e anunciem a Boa Nova da salvação". Afinal é isso mesmo, não se fechem, partam e comuniquem com convicção e coragem. A comunicação é o que nos liga aos nossos semelhantes, porque pela empatia vai além das marcas pessoais, sociais e culturais. Pela comunicação aprendemos e evoluímos em todas as nossas dimensões, pois por ela interagem os conteúdos de uns e outros, apesar da diversidade de línguas, outras culturas, outros símbolos e outros rituais. Não nos cansemos de comunicar.
A maior riqueza do mundo é comunicar
Ao Sétimo dia
Para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, 13 de Maio de 2018...
Baseado
na oração do Papa Francisco que consta na Mensagem para o Dia Mundial dos Meios
de Comunicação Social 2018, que por sua vez foi decalcada da oração de S. Francisco de Assis...
A comunicação é...
remédio contra os malefícios do veneno;
luz que incentiva para a fraternidade;
geradora de confiança que quebra o gelo da inimizade;
jogo de palavras que move o mundo...
Por isso...
diante do ruído, a escuta com os olhos da alma;
diante da confusão, a harmonia serena que revela a
verdade;
diante da ambiguidade, a clareza que mostra o bem;
diante da exclusão, a partilha solidária pelos
injustiçados;
diante do sensacionalismo, a sobriedade humilde;
Diante da superficialidade, a procura do sentido;
diante dos preconceitos, a confiante esperança no
futuro;
diante da agressividade, o respeito total pelos outros;
diante da falsidade, a verdade como sol que ilumina as
trevas...
JLR
Vamos rezar juntos
face esta absoluta efémeridade que nos comanda, é caso para temermos o pior desta humanidade desalinhada que caminha cada vez mais vazia e inconsciente, chegando ao ponto de não se importar com as falhas graves que se manifestam na sua "casa comum", o único espaço conhecido até à agora onde é possível a vida. Esta humanidade vive como se tivesse um mundo inesgotável para explorar e dominar ou então como se tivesse uns milhares de mundos iguais a este. Pergunto será que estamos no fim da era cristã? Ou antes estaremos no fim da própria humanidade e do mundo em que vivemos? - Alguma coisa vai surgir, ninguém pode dizer que sabe o que será...
sexta-feira, 11 de maio de 2018
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
Muitas medidas políticas, são implementadas contra a dignidade do povo. Não há meio-termo, todos são encaixados no mesmo patamar mesmo que isso implique muito sofrimento, fome e morte. Podemos citar os impostos abusivos, a destruição da família, a banalização da violência, a falta de cuidados de saúde, a miséria das nossas escolas mergulhadas no mau comportamento e no desinteresse dos professores, abusivamente maltratados pelo Estado e pelos pais dos seus alunos, etc. As consequências de tudo isto são a fome, o empobrecimento, a desigualdade, as doenças, o endividamento e o descalabro do desemprego. Por isso, temos um povo refém dos pseudo salvadores da pátria e de um maldito endividamento manipulado até à exaustão para dominar e escravizar ainda mais. Precisamos de lideranças responsáveis, doceis com os demais, fiéis à verdade e à justiça para que o bem comum seja uma realidade que contempla a todos na felicidade.
Deus é tudo em todos
«Pão quente da Palavra» para o domingo da
Ascensão
O
que é a Ascensão de Jesus? - Tem a ver com a ideia difundida em todo o
Evangelho, «Jesus subiu aos céus». Quer isto dizer o seguinte: «Jesus
ressuscitou, foi glorificado e entrou na glória de Deus». Por outras palavras
diríamos que Jesus voltou de onde tinha vindo, mas não nos deixa sós e
abandonados, tornou-se nosso advogado: «Nunca mais
estamos sós: guia-nos o Senhor crucificado e ressuscitado; connosco estão
muitos irmãos e irmãs que no silêncio e no escondimento, nas suas vidas de
família e de trabalho, nos seus problemas e dificuldades, nas suas alegrias e
esperanças, vivem quotidianamente a fé e levam ao mundo, juntamente connosco,
o senhorio do amor de Deus, em Cristo Jesus ressuscitado, subido ao Céu, nosso
advogado» (Papa Francisco).
O
mistério da Ascensão, é o momento em que Jesus volta à casa do Pai, mas é
também o momento em que toda a humanidade com ELe e Nele se vê elevada ao mais
alto da dignidade. Isto é, em Jesus elevado ao céu toda a humanidade é tomada
por Deus para se divinizar. E com esta ideia fica confirmada a palavra de Santo
Ireneu quando diz o seguinte: «Em Jesus, tornamo-nos todos deuses». Parece
forte esta expressão, mas revela-nos a densidade do amor de Deus encarnado na
história concreta do mundo. Por isso, mais claro se torna para nós a visão de
São Paulo: «Aquele que preenche tudo em todos». O todo de Jesus torna-se oferta
para tudo e todos. Desta forma, participamos efectivamente da divindade de
Jesus e tomamos parte da mesa do banquete da plenitude da graça que Deus
concede a todos os que se deixam envolver pelo Seu amor.
Mais um episódio da novela ferry-boat
Não seria melhor alguém explicar isto tintim por tintim como devia ser?
Ora vejamos, 12 viagens para três meses e 250.000,00 € cada uma de subsídio do Governo Regional, consequentemente, dinheiro de impostos... Resumindo, três milhões para três anos, somem-se, generosamente, em três meses...
- Não percebo isto e se vier a perceber, custa-me aceitar, mesmo considerando muito útil para a Madeira uma ligação marítima para o Continente.
- Não basta cumprir promessas só porque sim. Não deve valer tudo ao preço dos olhos da cara. Acho!
Vamos rezar juntos
o entusiasmo das crianças é contagiante. Ainda mais quando se trata de etapas que elas estão a realizar e que as vai marcar para toda a vida. Disse que o seu entusiasmo é contagiante, por isso, devemos nós manifestar todo o respeito e devemos ao lado delas sermos alegres, descontraídos e incentivarmos ao máximo o seu entusiasmo. Nada derrota mais uma criança quando ao seu lado mora o pessimismo, o desinteresse e o derrotismo. Os tais venenos que auto flagelam os adultos constantemente. Nas coisas positivas e muito importantes para as crianças o comportamento dos adultos que lhe são próximos, é determinante para o sucesso e marcará indelevelmente as crianças para toda a vida. Por isso, é tenebroso quando sabemos que os adultos legitimam a má criação e a rebeldia das crianças. Não nos esqueçamos da missão que nos compete realizar junto das crianças sempre marcando positivamente quando se trata de boas atitudes e procurando nunca legitimar o mau comportamento nem muito menos a falta de educação.
quarta-feira, 9 de maio de 2018
O segredo dos barcos ao fundo
Escrever nas estrelas
Esta manhã fiquei encantado a ouvir
especialistas e governantes da Madeira a dizer tanto bem de barcos que foram
afundados e de outros que estão para afundar. Falavam de vários sucessos. Uns,
dos maravilhados peixes que fizeram casa dentro da carcaça daquilo que já foi
barco, das variedades de algas e vegetais marinhos todos contentes por tão prazenteiro
abrigo no fundo dos nossos mares e pelos abundantes charters de mergulhadores
que têm vindo para as ilhas fazer borbulhas dentro dos extraordinários viveiros
no fundo das nossas águas marinhas. Um encanto. Agora digam lá se não estamos aproveitar bem a nossa enorme extensão de águas marítimas e a nossa vocação ancestral para andar dentro dos mares...
Face a isto concluo e percebo agora, se
somos especialistas a cuidar de carcaças de barcos mortos e a atirá-los ao
fundo, não podemos ter jeito para fazer navegar barcos. A vida não dá para tudo.
Vejam lá porque tem sido tão difícil
colocar um barco a navegar, um que seja a navegar, para que tivéssemos mais um meio
para sair da ilha, até porque seria mais uma excelente oportunidade de deixar
por alguns dias esta ilha de malucos ou malucas, que se gabam tanto de barcos
mortos no fundo do mar, mas que se revelam tão inábeis a colocar um à tona da
água para nos tirar desta prisão em que se converteu a ilha da Madeira.
Vamos rezar juntos
a lógica pura e dura dos bens materiais não realiza ninguém e apenas ocupa o coração e não dá resposta ao sentido da vida. As eternas questões que acompanham a natureza humana – de onde viemos? O que somos? E para onde vamos?... – Não estão em pacote nas prateleiras bem recheadas dos nossos supermercados nem muito menos numa única pessoa ou num único grupo de pessoas. Não nos deixemos contaminar com a poluição sonora e visual que nos vão presenteando estes tempos. Concentremo-nos no essencial e naquilo que é o mais importante para sermos felizes, para que a vida não seja uma frustração, uma tristeza e uma depressão constante. Sejamos compassivos diante das falhas alheias e elevemo-nos à dignidade para não cairmos nos juízos temerários e absurdos que nos levam a inferiorizar ou menosprezar aquilo que somos e mais ainda aquilo que pertence aos outros.
terça-feira, 8 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
os piores inimigos são aqueles que atacam com a oração na boca e alguns até não se inibem de fazer o pior contra os outros com o Evangelho de Cristo na mão. É tão triste quando alguns se justificam para não serem crentes e ou praticantes da religião porque os que lá vão são piores que os outros. Pode-se responder que se não fossem ainda seriam piores. Porém, a meu ver, nem uma coisa nem outra devemos ter muito em conta de importância, porque o que é verdadeiramente importante não é o que vemos por fora, tanto nos outros como em nós, mas o que está dentro. Por isso, quanto não valerá cada gesto silencioso feito pela calada e na discrição do passar das horas que alivie o sofrimento dos outros... Há uma frase que encontrei sem autoria que diz assim "a verdadeira nobreza consiste em saber sofrer generosamente pelos outros e não permitir que os outros sofram por causa de nós". Aqui reside o mais importante. Que nunca façamos nada com a consciente intenção de fazer sofrer, mesmo que sejam aqueles que alguma vez nos tenham feito algum mal. A beleza da vida faz-se com o bem e nunca com a maldade.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
o desporto é uma festa. Devia ser sempre uma festa. As vitórias emocionam e empolgam as multidões. Nessas ocasiões há grande alegria para uns, para outros tristeza e desilusão. É normal. O desporto é um extraordinário instrumento para fazer pulsar as emoções, umas vezes para o bem tantas vezes para o mal. Não devia ser assim, porque devia ser gerador sempre do bem. Enfim, quando não é festa reduz-se a puro negócio, e com isso trás à colação a corrupção e todas as confusões que a comunicação social nunca se esquece de explorar até à saciedade. Isso enoja-nos e faz-nos tantas vezes perdermos a vontade de seguir os jogos e sequer de ouvir falar. Porém, importa salientar que o desporto, principalmente, o futebol, sendo o desporto rei dos nossos tempos, deve ser sempre uma festa e que nisso encontremos vontade para saborear o espectáculo desportivo como mediação do convívio fraterno, da festa desopilante das agruras da vida quotidiana e alegria contagiante, espelho do que devia ser sempre a nossa condição de humanidade. Que pelo desporto aprendamos a viver bem e que sirva o espetáculo futebol para nos fazer mais humanos, verdadeiros, sinceros e honestos em todas as coisas da vida. Os agentes do desportos deviam ser exemplos irrepreensíveis na prática destes valores.
domingo, 6 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
só o amor salvará o mundo. Não há alternativa a isso. Não são a loucura das armas. A violência da pobreza. A guerra. A fome. E não é nenhuma forma de poder por mais dominador que seja. Não são os holofotes do mundo. Nem muito menos serão a economia, a política, o futebol quando se converte em puro negócio e tudo o que pertence a este mundo. Só pelo amor a humanidade encontrará sentido para vida e canalizará todas as suas energias para a construção de um futuro feliz para si e para as gerações vindouras. Neste contexto, celebramos o dia da mãe, esta expressão tão extraordinária para saber, dizer e sentir o quanto é importante o amor. Onde o amor toca salva e faz brilhar a vida. Onde está uma mãe, estão mãos que limpam e que alimentam, corações que sentem a alegria e a tristeza. As mães são preocupações e pensamentos constantes, porque na dádiva e na missão de ser mãe o tempo e o lugar só tem um nome: o amor. É por tudo isto que indubitavelmente, consideramos que é só e unicamente pelo amor que nos salvaremos. Deve ser pura e simplesmente por causa disto, que Deus se definiu como como sendo substância pura de amor. A paz esteja convosco.
sábado, 5 de maio de 2018
Soneto da graça Ave Maria
Ao Sétimo dia
Pela luz entrei misteriosamente na lua
Era a noite inefável da perturbação
Porque eu com devoção vi o teu coração
Em lágrimas que molhavam a nossa rua.
Apesar de tudo vi também uma certeza
Sobre o andor numa imagem florida
Uma visão do céu virgem descida
Ó sorriso de uma mãe coroada de beleza.
Uma sorte inquieta retorna ao abraço
Que requinta a vida em cada passo
É perdão cheio de mãe nunca escasso.
Ó graça diária abundante ave Maria
Fixa-me, te peço com toda esta ousadia
És a esperança em mim para a travessia.
JLR
Vamos rezar juntos
as periferias, tão queridas e lembradas pelo Papa Francisco, são a realidade que nos inquieta e nos confronta cada vez mais. Muitos não gostam que sejam lembrados os índices da pobreza, o desespero de tantas pessoas que tomadas por incapacidades várias não estão a ser ajudas devidamente por quem de direito. Há um submundo algumas vezes esquecido, tantas vezes massacrado pela maçada louca das burocracias e mais ainda pela lógica do poder que não sai da redoma luxuosa e que olha do alto a realidade que devia servir, mas não serve. Há um mundo com pessoas simples, indefesas, que não incomodam se não falam ou ninguém fala por elas, por isso, vão estando ou vegetando no silêncio da pobreza e do esquecimento. Não pode ser. Precisamos de estruturas de proximidade, que sejam céleres a responder às necessidades sem jogos ou joguetes com base nas necessidades básicas das pessoas indefesas. O mundo onde se sobrevive é realmente ainda muito grande, precisamos de encurtar este mundo, para que cresça o mundo da dignidade, onde as pessoas pisam o chão da alegria e sorriem debaixo do sol da justiça.
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Escolher bispos tipo a sortes
Singela observação face a esta notícia:
Eu gostava de saber, que para além de se andar a jogar nomes para papelinhos ou para o ar, estava a nossa comunidade diocesana (católicos e porque não até não católicos, um bispo é de todos e para todos sem ser de ninguém) a debater perfis, onde se tinha em conta, as qualidades, a competência, o testemunho cristão, a solicitude pelos mais pobres, a coragem profética, a convicção da fraternidade sacerdotal e universal, os ideais de transparência e capacidade de diálogo... Entre tantos outros elementos que podem servir para que tenhamos um bispo com perfil aproximado ao de Jesus de Nazaré. Mas isto sou eu a pensar ao sabor do vento e que, felizmente, não recebi encomendas para jogar nomes para o ar. Em todo o caso, como há muitos que não largam as tradições para o que lhes convém, nisto até estou de acordo que podia ser assim a modos das primeiras comunidades cristãs que tinham muito que dizer na eleição dos seus bispos. Mas isto de ser tipo "sortes" tem muito que se lhe diga, pois muito má sorte tem calhado a muitos e fala por si a experiência.
Vamos rezar juntos
somos todos uma única família, a humanidade. Só fazemos verdadeiro sentido dessa realidade quando somos uns pelos outros e enquanto não for a humanidade um por todos e todos por um, não chegamos lá. Este devia ser o desígnio de todo o homem e mulher. É difícil levantar esta família que nós somos. Mas este é um desafio para todos os dias. Tantas vezes se desconjunta, é verdade. Porém, em cada uma dessas vezes, devemos nós voltar pacientemente a juntar peça a peça, para que se restaure a beleza do que somos e para o que viemos ao mundo, ser família humana. Nessa natureza incontornável devemos ser uns pelos outros, sempre que seja possível e com tudo o que esteja ao nosso alcance para suavizar o sofrimento ou os fracassos daqueles que vacilaram pelo caminho. Sejamos família humana, afinal a verdadeira glória viva de Deus no meio do mundo é isso mesmo.
quarta-feira, 2 de maio de 2018
Vamos rezar juntos
uma sociedade será tanto mais livre quando tenha no seu seio pessoas, que em todos os lugares, são corajosas na proclamação da palavra e na ousadia das atitudes. Não têm medo. Não falam baixinho porque em cada esquina pode estar um sensor ou um informador. Esta liberdade devia ser o sangue que nos corre nas veias do corpo e nas artérias da nossa cidade. Esta liberdade devia ser o pão nosso de cada dia, porque nunca haverá uma sociedade saudável sem este alimento. Para quando uma preocupação enorme com a diversidade e a pluralidade? - Não há uma humanidade saudável sem esta riqueza. Porque não sendo assim, vemo-nos mergulhados na tristeza de existirem poucas pessoas que pensarão saber tudo e de tudo, a verdade absoluta está com eles e domina tudo e todos, há um pensamento único que se considera o verdadeiro, pertencente a alguns apenas, todos os outros são inferiores, não prestam para nada porque não bajulam, não enaltecem o sistema que se impõe como único, não é precisa a reflexão porque há os iluminados que tratam de tudo… Libertemo-nos deste cancro que consume o ambiente e torna corrupta uma sociedade inteira, porque assenta sobre a miséria do funil.
O Sentido da vida e a maternidade
Pão quente da Palavra para o domingo VI Tempo
Pascal
Porém, continuam a ser tantos os
momentos em que nos sentimos fora do amor, porque julgados pelos olhares
desconfiados dos outros, com ar de desprezo e de repúdio, por qualquer razão
banal; as palavras sem espírito e ocas que nos dirigem, que nos condenam e nos
fazem ficar tristes, revelam-se uma injustiça, muitas vezes, que ao invés de
levantarem, ainda fazem sofrer mais; as falsidades de palavras animadoras e
elogiosas, mas que por detrás nos afundam numa traição sem escrúpulos e sem
qualquer sombra de respeito; o Espírito de vingança que tantas vezes nos ataca
como se fosse alimento para viver com o prazer de ver os outros na mais pura
miséria; a mesquinhez das aparências, como se isso fosse o mais importante da
vida e da fé; a mediocridade do vazio de tantas situações que nos provocam um
sorriso de compaixão; as invejas, são outra tendência desumana e anti cristã
que poderão perturbar a nossa mente e o nosso coração…
A Palavra de Deus é viva e eficaz. Todos
os momentos da vida podem ser iluminados por esta Palavra que Deus proclama.
Não são estas ou aquelas formas de viver que dão consistência à Palavra de
Deus. Isto é, não é este esquema, esta forma de vida ou aquela opção pessoal,
que predefine a Palavra que Jesus nos envia. A Palavra de Deus está para a vida
toda e para todos os modos de existir assumidos com amor e para o amor. Nada
nem ninguém se pode considerar plenamente iluminado ou totalmente consagrado
pela Palavra de Deus, porque Deus não permite aprisionamentos ou domínios desta
ou daquela opção de vida. Somos chamados a guardar a Palavra com amor e não a
possuí-la com arrogância.
O Espírito - o outro nome que também diz
o amor - tem a função de nos convocar para o desafio do acreditar, não para a
condenação ou para o abismo da morte sem retorno possível. Por isso, o caminho
da fé iluminado pelo Espírito Santo, encontrará sempre o sentido pleno, porque,
mediante essa luz far-se-á a descoberta do amor a Jesus e a Deus Pai que o
Filho nos revela com o Seu ensinamento e com a Sua acção.
"Não fostes vós que me escolhestes;
foi eu que vos escolhi e destinei…". Esta frase é muito interessante,
porque a nossa vida muitas vezes está inquieta e perturbada com as artimanhas
do quotidiano e com a procura de um Deus ao nosso modo. O Deus de Cristo está
aí no mais simples da vida a chamar e a convocar para o amor. Dessa forma nos
escolhe e nos destina.

Mas, infelizmente, embora, sendo tantas
as coisas da vida que nada têm a ver com o amor e que poderão inquietar e
intimidar o nosso coração, a esperança é nesses momentos a melhor das virtudes,
porque o amor tudo vence. Não há outro caminho para o sentido da vida e não há
outro modo de construir o mundo senão fazer a descoberta do amor apaixonado.
Hoje
é o Dia da Mãe. Que todas as mulheres que são mães se sintam abençoadas com a
dádiva do amor de Deus que se reflecte nos filhos que geraram para o mundo. As mães são
o a cereja no topo do bolo da criação. Bem haja toda maternidade!
A ordenação sacerdotal das mulheres
Comensal divino
O machismo de muitos, que compõe a hierarquia da Igreja Católica, que não querem, repudiam, vomitam, esquecem que a vontade de Deus e o vento que sopra os tempos, irá varrer essa teimosia e, melhor ainda, irá limpar todas as tolices que inventam para justifica o injustificável. A título de exemplo, que Jesus só escolheu machos para o seu grupo, as «desgraças» das Igrejas Protestantes depois de ordenarem mulheres e tudo o diabo que o carregue para fazer ensaios tolos para justificar um anacronismo e uma injustiça contra a dimensão feminina da humanidade (alias o grupo maioritário de membros que compõem o conjunto de fiéis da Igreja Católica). Tantas vezes faz-me pensar, quando nas celebrações da Missa durante os dias da semana, a assembleia é toda composta por mulheres, mas o presidente é um homem... Por aqui se vê logo, a maioria na Igreja são mulheres, mas os homens é que governam e presidem.
Mas, ainda bem que o debate sobre o estatuto
da mulher na Igreja Católica continua vivo e alarga-se para fora das portas das
igrejas católicas. Outro elemento positivo é que o debate sobre esta temática
não está reduzida apenas e só à «Ordenação sacerdotal das mulheres», se fosse
isso, como foi nalguns momentos, protagonizado por alguns movimentos católicos
e não só, seria redutor e ofensivo para as mulheres. O tema é muito mais vasto
e prende-se com o machismo que sempre norteou a Igreja Católica os seus dois
mil anos de existência.

Os argumentos para excluir as mulheres
do sacerdócio não são teológicos, mas assentam na interpretação de que Jesus
Cristo e a tradição escolheram apenas homens para fundar e governar a Igreja.
Embora Jesus seja uma realidade despida de preconceitos culturais e religiosos,
é assim que se considera e se aceita a não ordenação das mulheres e a recusa de
que as mulheres tenham um papel mais interventivo na condução da Igreja
Católica. Resta saber se isso não resulta do contexto histórico que se vivia na
altura de Jesus. Estou convencido que se fosse hoje provavelmente a escolha
teria em conta uma paridade mais equitativa.
O Evangelho contradiz a ideia de que com
Jesus só estavam homens e apenas doze. Aliás, doze apenas, é preciso não
descurando a ideia simbólica que se reveste este número e a totalidade que ele
representa. Por isso, ao lado desses tais doze existia um grupo grande de
discípulas - mulheres que seguiam Jesus (Lucas 8, 1-3). Estas mulheres ousaram
assumir o seguimento de Jesus num ambiente particularmente difícil para as
mulheres. A significativa representação feminina junto da Cruz é reveladora da
sua fidelidade e dedicação a Jesus e à sua Missão. São elas as primeiras
testemunhas da Ressurreição e é a elas que fica destinada desde logo a missão
de comunicarem o sucedido aos Apóstolos. São Paulo, nas suas cartas refere que
são várias as mulheres que são líderes das comunidades por ele fundadas.
Esperemos que este debate sobre o papel
da mulher na Igreja não termine. Que a delicadeza do tema, a ordenação das
mulheres, não trave a reflexão, porque ela é muito necessária, até porque a
comunidade cristã ainda está muito dividida e parece não estar preparada para
uma decisão a este respeito.
No entanto, esperemos
que o «génio» feminino no entretanto seja considerado, reconhecido por todos e
comece a assumir papéis de relevo na condução do governo da Igreja Católica.
Não basta reconhecer que as mulheres são peritas no amor e no serviço, mas
depois são remetidas ao silêncio, ao asseio e à colocação de flores nos altares
das Igrejas. É preciso não ter medo da mudança. Ver, escutar o que faria e
diria Jesus às mulheres se a sua Igreja começasse nos tempos em que nós vivemos
onde a mulher ganhou emancipação e é chamada a participar em pé de igualdade com
os homens na construção da família e na organização da sociedade.
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