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Convite a quem nos visita

sábado, 31 de março de 2018

Vamos rezar juntos

pelo dom da vida... Aleluia, eis um tempo novo, explosão de vida nova e em abundância para toda a humanidade. Aleluia, pela recomposição da existência quando a paciência tolera todas as mazelas e se reencontra com o perdão. Aleluia, porque os elevados gastos em armas de guerra podem ser convertidos em pão para saciar a fome que há no mundo. Aleluia, porque podemos vir a contar com governantes competentes e responsáveis, que saberão estabelecer prioridades, respeitar a justiça e o bem comum. Aleluia, porque a luz vai romper as trevas da solidão e todos os excluídos encontrarão mãos amigas que os vão incluir. Aleluia, porque a nossa Igreja será exemplar na prática da humildade, da simplicidade, quebrando por fim a cadeia intricada das vaidades nas cerradas hierarquias que tanta injustiça semeia e viola tantas vezes o mandato do Mestre. Aleluia, porque chegarão tempos novos onde não haverá calúnias, maledicências e todo o género de intrigas que humilham e desprezam. Aleluia, porque ninguém fica para trás no caminho da existência, mas todos serão irmãos, alimentados pelo sonho concretizado da felicidade. Aleluia, porque ressuscitar significa essencialmente renovar a esperança de que o sonho pode ser possível. 

sexta-feira, 30 de março de 2018

A ressurreição

Ao sétimo dia
Sábado Santo 31 Março de 2018
Quero ver Deus onde nada impeça,
a simplicidade da criança que sorri
o jovem que canta,
o casal que se abraça,
o idoso onde brilha o seu olhar,
tudo é a esperança que a coragem levanta
- é a suprema manhã da vida que recomeça.

Quero ver Deus no que a humanidade esquece,
a riqueza da bondade,
os frutos desse sublime sentimento,
se pelo menos alguma alguma mão
- a recontrói na necessidade de cada momento.

Quero ver Deus nos ciclos da natureza,
na azáfama dos pássaros ao fim do dia
anunciando a brisa fria da noite
que o dia pela luz testemunhará a paz
para o mundo que aprendeu de vez
- a importância de tão nobre riqueza.

Quero ver Deus na oração do silêncio,
que todos entoarão pelo sonho renovado
porque foram quebradas as cadeias do medo,
e sem grilhões da soberba é o tempo da amizade,
humildemente esta prática do amor maior
- que para o mundo inaugurou a fraternidade.
JLR

Vamos rezar juntos

o silêncio anuncia a "morte de cruz" de um inocente. Naquele grito "Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonastes", está a solidão que as trevas fazem acontecer em todas as noites da condenação injusta, em toda a traição mesmo que comece com um beijo, na negação e abandono dos amigos, na sensação de que Deus está longe, impávido e sereno diante do sofrimento, no escárnio e na injúria, no peso desmedido do madeiro da cruz, na nudez, na coroa de espinhos, na dor dos cravos, na fome, na sede que parece ter sido saciada com vinagre e em todo o ambiente frio que a flagelação marcou com sangue e na carne chagada por toda a fragilidade do corpo. É este o quadro mais negro da história humana e divina. Mas é a maior lição do amor que nos ensina que quando levado a sério não livra do sofrimento e às vezes até da morte, mas liberta e salva para sempre, o amado e a "coisa" amada. Só quem ama, é que sabe da imortalidade. 

quinta-feira, 29 de março de 2018

Os nossos calvários

Sexta feira Santa
Comensal divino
No Calvário de toda a vida há um ser humano e divino maltratado
O grande silêncio que se abateu na laje fria do Calvário não desmente a crueldade de um processo injusto promovido pelo poder político e religioso de braço dado. Quando os interesses dos poderes prevalecem é tão fácil o entendimento!
Este é o dia e a hora da paixão do sofrimento e da morte de um Deus humanado. Eis nisso tudo, a humanidade inteira, vergada ao peso da cruz:
- na loucura desenfreada do negócio das armas porque não se calam no espectro da guerra;
- no campo da batalha da violência doméstica;
- nos negócios sujos da carne humana ou na desonestidade (corrupção) que rouba o bem comum e não se lembra que há justiça;
- no desrespeito de uns pelos outros em tantos lugares da vida;
- na morte por causa da pobreza, do abandono e da exclusão social;
- na vergonha terrível do nosso tempo que são os milhares de pessoas refugiadas;
- na infidelidade aos valores e princípios básicos;
- na fome que mata o sonho e rouba a esperança a milhões de seres humanos no mundo inteiro;
- nas doenças que perseguem tantas pessoas; 
- nas carências na saúde e educação que resultam de políticas que se desviam do essencial e das prioridades;  
- na perda da liberdade de expressão; 
- na perda do direito a pensar e ser diferente;
- na desigualdade;
- na exclusão;
- nas iniquidades;
- na irresponsabilidade que se revela em tantos domínios da existência porque se deixou de pensar e viver como "corpo" , não se pensa como comunidade;
- na incongruência do discurso da Sua Igreja, que prega tanto o sentido da irmandade, mas não larga os títulos anacrónicos e os ornamentos hierárquicos;
- nas riquezas desmedidas que pertencem a todos mas alguns apoderam-se delas e gerem-nas como domínios próprios;
- no abandono e subaproveitamento só porque sim de tantos bens que podiam estar ao serviço dos mais pobres;
- enfim, na concorrência desleal, desrespeitosa e por vezes insultuosa em todos os domínios, principalmente, no político, no social e no religioso da sociedade em geral...

Precisamos de uma "ressurreição" que nos purgue desta contínua paixão soberba e desta "morte colectiva", e que nos encaminhe mais uma vez no caminho seguro onde sejamos todos por um, contra a lógica tenebrosa do cada um por si e o restante não conta. Alguns dos nossos calvários estão aqui elencados, tomara que um dia sejam iluminados e que as vítimas que eles produzem encontrem a alegria da libertação do sofrimento e da morte para todo o sempre.

Vamos rezar juntos

afinal descobrimos um Deus que nos oferece um Banquete e que nos revela mediações muito importantes sobre o serviço à vida e a uns pelos outros. Por isso, devemos estar alegres e fazer festa. Há em nós pedaços dessa realidade divina que nos pede entusiasmo no serviço e humildade para colocarmos a mesa todos os dias para aqueles que a existência nos reservou para convivermos. Tenhamos a certeza que a missão de cada um de nós está sempre a ser acompanhada divinamente. Sobre a mesa da festa façamos sempre boa figura, que nunca faltem os ingredientes da beleza do convívio e a alegria da confraternização. Sem isto falhamos no essencial "para o que viemos", porque não cumprimos a missão do sorriso e do abraço que todo o convívio deve implicar no caminho da felicidade. Há um Deus que se entrega no sinal do "pão", por isso, é alimento que se come na certeza do amor e que nos anima na coragem da vida que nunca mais se apagará, porque somos com Ele e por Ele imortais.

O dia maior da ceia do amor e do serviço

Quinta Feira Santa:
É o dia da Ceia
Há um Deus sentado à mesa para comer. Nós todos somos os convidados, em nenhuma destas ceias só ficou à além da porta quem escolher por si não corresponder ao convite. Há sempre Pão e Palavra para comer.
É o dia do Sacerdócio

Alguns, ministerialmente, para todos, porque todos sacerdotes com Cristo Sacerdote. Servos humildes que não podem deixar a mesa do amor fraterno vazia.

quarta-feira, 28 de março de 2018

É só para que tornemos a vida mais útil

Na escola da Semana Santa:
Ninguém mata o amor
«Se nos vendemos tão baratos, porque nos avaliamos tão caros?»
Padre António Vieira

Vamos rezar juntos

afinal descobrimos um Deus (Jesus Cristo) que foi traído. Mas vejamos em que resultou esta traição. O Verbo «trair» deriva de uma palavra grega que significa «entregar». Neste caso o traído foi Deus, por isso, entregou-se por todos, São Paulo confirma essa dádiva na Carta aos Romanos... Trata-se da causa da salvação universal. Só podia ser mesmo nesta base, onde encontramos alguma razão de ser, para o facto de existir um Deus, que assume o preço de entregar o Seu Filho para que o mundo seja salvo. Assim sendo, devemos descobrir também que a nossa vida está cheia de traições e de traidores, mas que só terão importância se a dermos e muitas das traições são várias vezes gritos de alerta a pedir socorro. Deixemos a vida decorrer com descontração e que nada nos perturbe o pensamento e a sanidade da alma. 

terça-feira, 27 de março de 2018

Vamos rezar juntos

afinal descobrimos um Deus (Jesus Cristo) que se senta à mesa para comer. Um Deus que come com os seus amigos, Apóstolos/as e Discípulos/as. Uma descoberta desconcertante. O Pe Tolentino Mendonça estudou esta particularidade de Deus e disse: "Cristo é aquele que ou está a dirigir-se para uma refeição, ou está numa refeição, ou vem a chegar de uma refeição, até à última ceia. Em torno da comida se descobre muito em profundidade o que são as indagações humanas, rituais e interditos. A mesa é um lugar de narrativas, cada comensal estabelece um pacto narrativo. É um lugar de escuta e de palavra, e a comida que se partilha é também a maior parte das vezes metafórica de outros alimentos." Santa Tersa de Ávila também disse: "Entendei que até mesmo na cozinha, entre as caçarolas, anda o Senhor". Deus está à mesa, é no lugar privilegiado da comida, que revela para o que veio ao mundo e qual o seu desejo para o mundo em todos os tempos. Façamos das nossas refeições momentos onde nos revelamos e onde permitimos que os vários comensais também digam dos seus sonhos e desejos. Em todas as refeições Deus é sempre o primeiro convidado. 

segunda-feira, 26 de março de 2018

O que é a Semana Santa?

Comensal divino
Os cristãos sempre consideraram que a Igreja nasceu da Páscoa de Cristo. Na Cruz, diz o Evangelho, Cristo inclinou a cabeça e «entregou o Espírito». Ele manifesta-se vivo e ressuscitado no meio dos Discípulos, e estes são testemunhas da Sua presença no mundo. Por isso, a Páscoa é o centro da vida e da fé dos cristãos. Todos são chamados a participar na vida nova de Cristo Ressuscitado, morrendo para o pecado e para todas as suas manifestações e consequências, vivendo desde já como comunidade de ressuscitados. Esta é a missão da Igreja: testemunhar a nova criação, que Deus iniciou no mundo na pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo Ressuscitado. Pelo serviço concreto da transformação deste mundo, colaboramos com a salvação que o Senhor Jesus vem trazer a todos.
A Semana Santa merece ser vivida em oração pessoal com Deus, esforço de conversão e maior dedicação aos irmãos.
Do Domingo de Ramos à Quinta-feira-santa, contemplamos os últimos dias do grande retiro quaresmal que nos apelou à conversão ou à mudança da vida, para acolher de verdade todo o mistério central da nossa fé. Com a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira-Santa à tarde, iniciamos o Tríduo Pascal da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. O culminar de todas as celebrações é a Vigília Pascal na noite de Sábado, madrugada de Domingo. «Esta é a noite...» da glória e da vida em plenitude, como muito bem alude o canto, do Precónio Pascal - cântico que faz repassar diante de nós todas as maravilhas de Deus desde o Antigo Testamento até ao Novo Testamento. Durante esta noite, os diversos gestos simbólicos nos convocam para a grandiosidade do acontecimento que celebramos, eles são a Luz, a Palavra, a Água e a Eucaristia... Esta vigília desdobra-se no Domingo da Ressurreição e nos cinquenta dias do Tempo pascal até ao Pentecostes, que são considerados como um único e grande Domingo. As celebrações da Semana Santa, são como o memorial de Cristo, o que significa assumir ou retomar a lembrança dos acontecimentos antigos da salvação para viver e aplicar eficazmente na vida do nosso tempo.
A semana Santa ou Semana Maior, é uma celebração da Igreja convocada para actualizar permanentemente a Páscoa de Cristo. Os sinais litúrgicos são vividos mediante a disponibilidade para o serviço do Reino de Deus, que nunca pode ser coisa do passado, mas realidade sempre nova que radica no compromisso da fé e da esperança entre o «já» e o «ainda não». Esta tensão é o alimento da fé e da esperança Cristã, que se celebra no meio das contingências própria da vida material. Aí descobre-se no concreto da existência a presença de Deus e a sua mensagem ganha realidade mesmo que envolta em profundo mistério.
Desejo a todos uma feliz Páscoa. Que nada nos perturbe o essencial. A esperança, a paz e a felicidade.

Vamos rezar juntos

podemos começar o dia e a semana com o perfume da alegria e com o sentido da esperança bem presentes no pensamento. Devemos marcar a vida e o mundo com esses valores/sentimentos. Se o sorriso é sincero, nele transparecem. Se as mãos são delicadas e carregadas de amor, elas dizem tudo sobre tais sentimentos. Se o olhar anuncia a paz e o desejo do bem do outro, ele brilha cheio de alegria e de esperança. Por isso, deixemos que a vida nos tome deste assombro e que nos tornemos felizes mensageiros deste fermento tão essencial para o bem estar do mundo onde vivemos.

domingo, 25 de março de 2018

Vamos rezar juntos

começamos a semana com ramos, Paixão, Morte e Ressurreição. Mais uma vez vamos celebrar a entrega de Jesus Cristo. É a Semana Santa ou Semana Maior. Importa concentrar-se no que representa e que mensagem pretende transmitir. Primeiro, não se trata de masoquismo mais uma vez voltar ao uso de palavras e voltar a ver as imagens do sofrimento e da morte. Segundo, trata-se de nos lembrar do que somos, para o que estamos e para onde vamos. Somos vida limitada, que se faz na perplexidade porque há sofrimento e morte. Mas, estamos para sermos felizes, apesar disso tudo. Vamos, para um futuro cheio de mistério, mas que um Deus (o de Jesus Cristo) garante ser de paz, Ressurreição, vida nova e eterna. Um mistério que se revelará um dia, mas que para já nos desafia a esta condicionante, acreditar. Por isso, celebremos perante o mistério, cheios de dúvidas, a fé e sejamos agora felizes e procuremos dar aos outros tudo o que for possível para que muitos ou todos sejam igualmente felizes. E porque não existindo ainda este sonho concretizado, vamos ouvir falar de dor e de morte por estes dias da Páscoa. 

sábado, 24 de março de 2018

Vamos rezar juntos

ter trabalho é uma graça. Não o ter é uma tragédia silenciosa que mata devagarinho quem caiu na fatalidade do desemprego. Porém, o trabalho não pode ser algo desregrado que se faz sem direitos ou não ser devidamente recompensado. O trabalho implica deveres, não esqueci. Neste equilíbrio entre deveres e direitos, fere os ouvidos quando ouvimos responsáveis a dizerem que o trabalho não devia ter limites de horário. O liberalismo desenfreado, está paulatinamente a fazer o caminho que desvaloriza o trabalho, não o considerando como realização humana e como meio essencial para fazer sorrir quem trabalha e quem beneficia do fruto das mãos que edificam o trabalho. Não a uma sociedade de escravos, mas sim a uma sociedade onde ninguém fica sem trabalho e todos os trabalhadores dão o seu melhor para o bem comum e para a justiça, mas também sentem que são valorizados e recompensados com os tempos devidos para o descanso e um salário digno, pois, nunca sentem que são singela carne mercantil. Que nada nem ninguém nos faça voltar aos tempos da escravatura onde a regra é a exploração do homem pelo homem. 

Triunfal

Para o nosso fim de semana, início da Semana Santa...
Chegou a hora triunfante do Mestre 
que veio não se sabe de onde.

Veio daquilo que era seu 
para fazer morada em todo o lugar
(no passado, no presente e no futuro),
e em todas as idades.

Basta um toque sincero no olhar
onde germine o amor 
mesmo que seja em nome da morte e da vida
numa trama cruel cheia de truques para morrer 
no momento dealbado sobre a pedra 
da cegueira do poder. 

Por esse alto preço humilde e sereno:
faz morada na criança,
faz morada no jovem,
faz morada no velho,
faz morada no pobre,
faz morada no rico,
faz morada no pecador,
faz morada no indigente,
faz morada no solitário,
faz morada no triste pela mão...
Enfim, é a vitória triunfal da Boa Notícia da salvação.

Por ti, por mim, por nós uma Paixão 
por onde haverá um rosto estampado no pano
que no fim é uma festa para sempre no sabor das palavras
em todas as estações do ano. 
JLR

sexta-feira, 23 de março de 2018

Vamos rezar juntos

sempre precisamos de cuidar do nosso interior. A religião ajuda um pouco a fazer esse exercício. Mas nem sempre é assim. Às vezes prejudica mais do que ajuda. Se ela está unicamente canalizada para o cumprimento de exterioridade, baseada em tradições acéfalas, preceitos irracionais, dogmas vazios e anacrónicos, rituais sem carne e sem vida... Nunca prestará devidamente um serviço à libertação e à purificação interior. Muitos quando reparam que essa exterioridade não é cumprida escrupulosamente, não se inibem de criticar, julgar e maltratar. O exterior tem muita força. Por causa de lutar contra isto Jesus foi levado ao cadafalso. Por vezes pela cabeça distorcida dos outros, andamos nós inquietos e preocupados com esse exterior descuidando o nosso interior. Não nos concentremos nisso e deixemos para trás toda a religiosidade acéfala, castradora e opressora. É pecado grave não ser livre e feliz.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Vamos rezar juntos

com o Papa Francisco: "Aquela liberdade interna, aquela liberdade de se fazer o bem escondido, sem tocar os trompetes, porque a estrada da verdadeira religião é a mesma de Jesus: a humildade, a humilhação. E Jesus, segundo Paulo diz aos Filipenses, humilhou-se a Si mesmo, esvaziou-se a Si mesmo. É a única estrada para nos tirar o egoísmo, a cobiça, a soberba, a vaidade, a mundanidade. Ao contrário, esta gente que Jesus repreende é gente que segue a religião da maquiagem: a aparência, o aparecer, fingir parecer mas por dentro… Jesus usa para esta gente uma imagem muito forte: ‘Vocês são túmulos reluzentes, bonitos por fora mas dentro cheios de ossos de mortos e podridão’”.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Jesus é Deus igual a nós

Pão quente da Palavra do domingo de Ramos
A palavra de Deus neste último domingo da Quaresma, domingo de Ramos, convida-nos a vermos claramente Deus, que por amor, «abaixou-se» totalmente e partilhou com a humanidade o que há de mais radical, o sofrimento e a morte. Este Deus, em Jesus, tornou-se o servo dos servos, entregou-se à morte para que tudo o que ainda existe de maldade neste mundo fosse vencido. O horizonte da cruz que a palavra nos mostra, é a lição suprema, do amor que conduz à vida nova e ressuscitada para que todos os que creem vivam eternamente.
A primeira leitura dá-nos conta que existirá um profeta, chamado por Deus a testemunhar a salvação a todos os povos, que apesar do sofrimento e da perseguição, este profeta não desistiu e manteve-se fiel a Deus, no qual Deus irá manifestar o Seu Plano de Salvação. Os cristãos viram neste profeta a figura de Jesus.
Na segunda leitura a nota dominante é que estamos perante a mais «alegre» carta do Novo Testamento. Do início ao final a alegria é a nota dominante.
O abismo da dor e da morte são realidades tão frequentes e tão duras nas nossas vidas, que muitas razões encontramos para não sermos alegres e até os mais desanimados de todos, mas se olharmos para Aquele que abdicou de tanto, para ser um como nós, encontramos, afinal, muitas razões para sermos os mais alegres e felizes de todos. A confiança no Pai/Mãe que Jesus nos mostra, garante-nos uma outra força e libertação para vencer o escuro do abismo da desesperança e o sem sentido deste mundo.
O Evangelho faz-nos o relato da Paixão e Morte de Jesus. Esta é concretização da maior injustiça da história, mas ao mesmo tempo revela-nos que este é o momento supremo da vida que se entrega como dom e serviço para libertar este mundo de tudo o que faz girar a vida nos alicerces do egoísmo e da injustiça que conduz à escravidão. A cruz de Jesus, é a manifestação histórica do «grande» amor de Deus que se oferece como dom total.
Assim é, que o Papa Francisco apontou-nos sobre Deus esta belíssima ideia: «Deus é um apaixonado por nós. Sonha pensando em nós». (Homilia da Missa na capela da Casa Santa Marta, dia 16 de março de 2015). O Papa Emérito Bento XVI neste âmbito ensinou: «Cristo ressuscitou e derrotou para sempre a morte! Então poderíamos compreender verdadeiramente o mistério da cruz». E o Papa Francisco acrescenta-lhe o seguinte: «A cruz de Jesus é a palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo». Nada mais de acordo com o pensamento de São João da Cruz: «Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo». Por isso, a convicção certeira de São João Paulo II ficou gravado nos nossos corações: «A cruz é sinal dum amor sem limites!». Sem tristezas, mas na alegria da esperança, uma boa semana Santa para todos.

O meu sentido religioso da poesia

Escrever nas estrela
O amor de Deus é forte como a morte, dirá o Cântico dos Cânticos e onde não há amor ponha amor, dirá São João da Cruz. Pois, então, que melhores caminhos podemos delinear para nós próprios senão estes que nos requerem um bom uso da liberdade, da inteligência, da alma e do coração.
Não devemos entregar-nos ao amor como se fosse um negócio com regras e condições, mas como o único modo que nos identifica com Jesus, o Mestre maior da história do mundo. Por isso, com Mahatma Gandhi rezamos assim: «Mantenha os seus pensamentos positivos, porque os seus pensamentos tornam-se as suas palavras. Mantenha as suas palavras positivas, porque as suas palavras tornam-se as suas atitudes. Mantenha as suas atitudes positivas, porque as suas atitudes tornam-se os seus hábitos. Mantenha os seus hábitos positivos, porque os seus hábitos tornam-se os seus valores. Mantenha os seus valores positivos, porque os seus valores... Tornam-se o seu destino».
Desta forma compreendemos que o amor não é moeda de troca que requer condições, mas algo que nos envolve por dentro, nos anima e nos caracteriza totalmente. Só com esta forma de vida podemos descobrir a presença de Deus, pois Deus é amor, como nos ensina de forma extraordinária o apóstolo João.
O amor por Deus e pelos outros é um modo de ser, uma vida e um dom que se acolhe como manancial da bondade de Deus, que nos torna grandes não aqui no lugar desta vida material, mas lá no lugar do Reino de Deus.

Vamos rezar juntos

celebremos a poesia. Este jogo de sentimentos, de estados de espírito, o desejo, o sonho, a vida, o futuro, a esperança... Sempre pelo jogo das palavras e tantas vezes sem elas, mas com a beleza da existência que nos constituiu naturalmente para fazermos o belo. Ser poeta é dizer com pouco o tudo que a beleza da existência interior esconde. Por isso, a poesia é a forma mais elevada de entrar na nossa dimensão divina, a transcendência. Que neste dia pensemos um pouco nesta elevação e que isso nos permita um encontro com o interior de cada um, com Deus e com os outros. Busquemos pela poesia da vida a beleza que nos salvará.

terça-feira, 20 de março de 2018

Ser Feliz

Dizem que hoje é o dia da felicidade... Que seja extensivo a todos os dias da existência, porque é «pecado grave» não ser feliz...

Ser feliz é ter futuro e é dar futuro. Todos pensamos ser felizes e acordamos todos os dias com esse desejo. Mas ser feliz não é uma sorte, nem é ausência de problemas. É viver com sentido, com coragem, construindo o futuro e dando futuro. Isso depende de mim.

Era uma vez um homem que corria e corria pela vida... A vida era curta e necessitava de correr muito para gozar muito e ser feliz. E quanto mais corria, mais necessitava de correr! Descobria sempre mais lugares para visitar! Necessitava encontrar tudo e gozar de tudo. Até que um dia, cansado de tanto correr, parou. Então, a felicidade pôde alcançá-lo. 

(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in 'Não Há Soluções, Há Caminhos'

Vamos rezar juntos

a vida ilumina-se e não recusa a renovação. É isto a Primavera. É isto a felicidade. Quando se nega o ciclo da vida que anseia renovar-se, quer dizer que se deixa de sonhar os frutos, que logo brotarão sobre a mesa da felicidade. Deus quer-nos felizes. Não concebo um Deus fora desse caminho. Tudo que impeça o desabrochar da vida feliz, está claramente contra Deus. Por isso, urge que nos purifiquemos dos dogmas absurdos que sacrificam a vida e a tornam no calvário do medo. A libertação chegou, a luz faz sorrir, rejubilemos com a dádiva da existência feliz que Deus quer para nós e nós, tudo devemos fazer, para que aconteça de verdade. 

segunda-feira, 19 de março de 2018

Em dia do ser pai vamos ao pai nosso

Na alegria esta oração ajuda-nos a darmos graças. Na tristeza e no desânimo ajuda-nos a retemperar as forças e a encontrarmos luz para seguir em frente. Na doença e na morte convida à esperança e à cura espiritual. Nos conflitos a serenar e a encontrar a paz pela força do perdão. Na desordem do mundo a encontrar equilíbrio e a certeza que Deus é maior do que tudo. Na relação com a natureza a louvar o dom que cada planta e cada animal por mais insignificantes que sejam são vestígios do poder criador de Deus. E mais e mais momentos que cada pessoa sempre encontra em cada dia onde decorre o encontro com o que somos e o que desejamos ser como alimento de que a vida pode ser uma felicidade quando sabemos conjugar a oração com as subidas e descidas nas montanhas da vida.
Na oração do Pai-Nosso estão contidas todas as coisas que se devem desejar e todas aquelas de que se deve fugir. Entre as mais desejadas estão as que se amam mais, isto é, DEUS. Por isso, a primeira que pedimos é a glória de Deus, dizendo: «santificado seja o Vosso Nome».
A Deus, fazemos três pedidos:
1) É o de poder alcançar a vida eterna, quando dizemos: «Venha a nós o Vosso Reino».
2) É para que façamos a vontade e realizemos a justiça de Deus, e pedimos isso quando dizemos: «seja feita a Vossa Vontade».
3) É para que se realizem as coisas necessárias à vida, e pedimos isso quando dizemos: «o pão nosso de cada dia nos dai hoje».
A estes três pedidos Jesus alude quando diz sobre o primeiro: «procurai antes de mais o Reino de Deus»; sobre o segundo: «a sua justiça», e sobre o terceiro: «e tudo o resto vos será dado por acréscimo» (Mt 6, 33).
Das coisas a evitar e das quais devemos escapar são aquelas contrárias ao bem. E o bem que devemos desejar é sempre o mais elevado. O primeiro é a glória de Deus. E nenhum mal é contrário a ela porque resulta quer do bem quer do mal: do mal enquanto Deus o rejeita, do bem porque o premeia. O segundo, é a vida eterna, e este é contrário ao pecado, porque ela é perdida com o pecado. Para o remover dizemos: «perdoai-nos as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». O terceiro bem são a justiça e as boas obras, e a este bem são contrárias as tentações, porque elas impedem-nos de fazer o bem. Para remover este mal pedimos: «não nos deixeis cair em tentação». O quarto bem são as coisas necessárias à vida. Às quais se opõem as adversidades e as tribulações. Para remover pedimos: «livrai-nos do mal. Ámen».

Vamos rezar juntos

hoje é dia de São José. Dia do pai. Não vamos deixar em branco esta efeméride nestas nossas singelas orações/reflexões. Por isso, consideremos pensar na missão da paternidade como das mais relevantes para o mundo, a sociedade e as nossas famílias. Ser pai é o "voluntariado" mais nobre e mais importante para a progressão da vida humano, a educação, a paz e a felicidade deste nosso mundo. Muitos sabem disso e cumprem o seu papel de pais com entrega sacrificada e incondicionalmente. Mas outros nem por isso, dispensam essa alegria da responsabilidade de serem pais, desleixam-se e, comodamente, abdicam da luz da paternidade. Enfim, que sob a inspiração de São José, a paternidade seja uma festa nas nossas famílias. Os pais sejam autoridades felizes na festa da criação e na imprescindível educação, para que todos os filhos possam crescer na alegria e na paz, protegidos pela atenção do amor paterno. 

domingo, 18 de março de 2018

Vamos rezar juntos

semente lançada à terra, antes de desabrochar nova planta, passa pela experiência da morte e se não morre fica só, perde-se para sempre nas profundezas da terra. O amor pela vida nova, gasta-se e mata-se por essa causa. Estamos cheios de exemplos: eles são os pais pelos filhos, os cuidadores dos doentes, os professores pelos seus alunos e tantas situações de gente que anos e anos afio apagam as suas próprias vidas para que a vida dos outros brilhe com dignidade. Tudo se resume a uma palavra, amor... Esta é a alma do mundo. Por vezes, não parece existir, mas está lá na profundidade da existência. Por aqui lembramos esta beleza tão necessária para o mundo e para as nossas vidas. Nunca esqueçamos, que devemos ser semente que não tem medo de se apagar e de morrer, para que a beleza da vida cresça pujante para a felicidade daqueles que nos rodeiam. A paz esteja convosco. 

sábado, 17 de março de 2018

O martírio

17 Março de 2018
À Marielle Franco
(barbaramente assassinada no Rio de Janeiro esta semana).
Marielle Franco
Ó revolta que me invade
Como sofrimento impotente
Que está todo no fim do dia,
É este que me tira toda a minha felicidade
Preenchendo a noite com a tempestade
Do ódio
Da vingança
Contra a verdade
A justiça e a dignidade.
Está aí a contradição revoltosa,
Que acompanha o tempo
E todos os passos em volta
Que nos prendem à sede impiedosa
Dos poderosos da maldade
Em todo mundo ontem e agora.
No sangue derramado:
são os sonhos que morrem,
A paz fica ferida,
Os pobres mais pobres,
O sorriso aprisionado,
E a fraternidade adiada.
Ó como estamos presos
No submundo dos desejos tirânicos
Com as fantasias regadas
Com sangue e lágrimas
Dos inocentes que lutam sem armas.
Estes frágeis aniquilados
São gigantes que não morrem,
O Seu sorriso é eterno.
Confundem os que se alimentam
De ódio contra o grande amor
Que nenhuma bala mata
E nenhuma faca corta.
É sangue injustamente derramado,
Que jamais apagará
Esse martírio
Da nossa vida
Que posta à prova todos os dias
Pela intolerância contra a gente
E a ignorância de não saber conviver
Com o que é diferente…
Melhor o que nos consola,
Nenhum martírio teimosamente
Deve ser inútil:
- Pois sangue injustamente derramado
É semente da luta que continua
No coração não acovardado.
JLR 

Vamos rezar juntos

a voz do silêncio faz soar pensamentos suaves de amor à vida. Por aí se descobre o sentido da transcendência e do mistério que nos abraça. Por isso, sorrimos com ternura perante uma flor que se desvela pujante de cor e aroma. Também sorrimos perante uma paisagens verde e luminosa. E no rosto de cada pessoa, está o sentido de toda a existência que nos completa e eleva para a verdade do que é Deus e do que nós somos. A plenitude é tudo isto que se pode observar e viver em cada dia se procurarmos estar atentos e não nos deixarmos consumir inteiros pelos acidentes circunstanciais que o tempo teimosamente nos oferece.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Vamos rezar juntos

a dor do nosso quotidiano chora a angústia do sofrimento causado pela violência. Daí as lágrimas e o sangue que se derramam nos campos da existência, que reclama justiça. Nós andamos perplexos perante alguma humanidade que dilacera outros corpos seus semelhantes, levados ao martírio pela brutalidade das armas do ódio e da vingança. É preciso dizer não à violência. E que o sangue derramado dos nossos semelhantes seja semente que faz brotar nova vida, iluminada pelo respeito da diferença, que deve ser o alimento que faz sorrir a humanidade na feliz convivência. 

quinta-feira, 15 de março de 2018

Notícias boas e más sobre a saúde dos madeirenses

Vejamos como anda a saúde dos madeirenses num rol de notícias boas e más, assim sem pensar muito, tendo em conta apenas como referência aquilo que os meios de comunicação social, todos os dias vão à estampa... Não deixem de desconfiar de umas e outras. Efetivamente, não há como experimentar a realidade. Porém, desejemos que ninguém tenha que passar por experiências desagradáveis, sobretudo, se estão relacionadas com a falta de saúde. O melhor sempre, é cuidar-se ao máximo, para evitar dissabores. Vamos ao eco do bom e do mau que vamos lendo e vendo sobre o nosso sistema de saúde...
Notícias boas:
1. As entidades governamentais anunciam milhões para a saúde;
2. Abertos os concursos para admitir pessoal de enfermagem e de medicina;
3. As entidades governamentais e o pessoal de saúde estão empenhados em diminuir as listas de espera das cirurgias;
4. As obras nas urgências estão a bom ritmo;
5. As infecções hospitalares diminuíram nos últimos anos;
6. Vamos ter um hospital novo;
7. São várias as pessoas que encontramos e que nada têm que dizem só bem sobre o tempo em que passaram no hospital;
8. Tanta gente que nada tem para apontar ao pessoal dos diversos serviços de saúde, que fazem das tripas coração para cumprirem a missão dos cuidados com os seus doentes de forma irrepreensível;
9. Ninguém fica ao relento se bater ao hospital;
10. Há celeridade na nomeação do pessoal responsável para os diversos serviços… 
Notícias más:
1. Não há medicamentos no hospital, faltam os produtos essenciais para a higienização;
2. Falta pessoal de enfermagem e médicos no Sistema Regional de Saúde;
3. As listas para cirurgias aumentaram;
4. As urgências estão um caos, as horas de espera são intermináveis;
5. As infecções hospitalares são cada vez mais frequentes e as mortes por infecção bacteriológica são elevadas;
6. O jogo do empurra quanto ao novo hospital não tem fim à vista e a gestão dos serviços que temos é o que estamos fartos de saber;
7. As queixas que encontramos todos os dias sobre o serviço de saúde são deveras arrepiantes;
8. Embora sejam casos pontuais, mas há queixas relativamente ao (mau) comportamento de alguns agentes da saúde, porque manifestam desinteresse pelos doentes ou reagem de forma rude e agressiva;
9. O descalabro das altas problemáticas;
10. A dança de cadeiras quanto ao entra e sai nos serviços do hospital quanto às chefias é muito viva e frequente que, se acompanhamos minimamente, acabamos zonzos…

Nota: devem existir mais ainda, com toda a certeza, boas e más notícias. Lembrei-me de elencar 10. Quem desejar, tendo outras, faça o favor!

O que é a vida eterna?

Pão quente da Palavra para o nosso domingo V da Quaresma...
O grão de trigo lançado à terra morre para depois rebentar cheio de vida nova, para dar muito fruto. Esta imagem do trigo que morre ao ser lançado na terra para nascer de novo, é uma alusão à morte de Jesus. O próprio Jesus anuncia a sua morte e que ela é necessário acontecer para que a glorificação seja depois uma realidade.
A glorificação é idêntico a ressurreição. Nos textos da missa deste Domingo, Jesus Cristo fala-nos do tipo de morte que vai sofrer. Embora se descubra que esta morte é inevitável, ela acontecerá para que do escuro do sem sentido da morte todos sejam atraídos para a vida nova (ressuscitada) que emerge do coração do Deus Pai/Mãe. Por isso, o autor do texto de Hebreus afirma de forma categórica que Cristo «tornou-se para todos os que lhe obedecem causa de salvação eterna», pressupondo que, o contrário será incorrer na condenação eterna.
Mas, não nos fixemos apenas nas coisas da outra vida. Vamos tentar acolher que a ressurreição pode ser algo que se experimenta agora e não apenas depois da morte física. Uma vida dedicada ao serviço dos outros é já uma vida que participa na ressurreição. Outras vidas constantemente viradas para o egoísmo, o rancor e o ódio são vidas que não participam na ressurreição e enquanto não houver arrependimento e conversão nunca haverá lugar para a ressurreição ou glorificação. E dizer estas palavras (ressuscitar e glorificar) é o mesmo que dizer felicidade e alegria.
A não participação na ressurreição implica estar só e apenas voltado para os bens deste mundo ou sempre empenhado na recusa daquilo que edifica a felicidade para todos. Por isso, diria que a ressurreição é o encontro com a paz do coração que Deus concede a todos os seus filhos.
A ressurreição é a partilha do amor de forma desinteressada e com total disponibilidade para servir a causa do Evangelho de Cristo, que consiste em procurar sempre fazer deste mundo um lugar orientado pela ética, pela honestidade, pela paz e pela fraternidade.
Foi por causa dessa necessidade de sermos vida em doação constante que o Papa Francisco afirmou a propósito do martírio do bispo Óscar Romero: «dar a vida não significa ser morto: dar a vida, é ter espírito de martírio, é dar-se no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever; dá-se a vida pouco a pouco, no silêncio da vida quotidiana, como a dá a mãe que, sem medo, com a simplicidade do martírio materno, dá à luz, amamenta, ajuda a crescer e cuida de seu filho com carinho» (foi uma citação do Papa Francisco a 7/01/2015 de Óscar Romero).
Assim, glorificar-se é estar já na dinâmica do acontecer de Deus. No fundo, será essencial nunca recusar a possibilidade do amor como condição essencial da descoberta da vida partilhada para o bem de todos. Perante este valor da salvação eterna que Jesus nos oferece, porque será tanto o medo sobre a morte? - O medo da morte comanda ainda tanto o coração da humanidade porque falta acreditar profundamente neste mistério que Jesus veio trazer para junto de todos nós. A morte humana, é apenas uma passagem para a plenitude da vida ressuscitada. Somos levados a concluir que a morte cristã é a passagem para a vida verdadeira. Nada nos deve fazer temer a morte. Se alimentamos a vida terrena com a fé na pessoa de Jesus, a morte não é uma derrota mas a vitória final que nos coloca nos braços misericordiosos de Deus Pai.

Vamos rezar juntos

quando nos concentramos muito na obsessão das normas morais sobre determinados domínios da vida, por exemplo, a sexualidade ou os rituais da existência, acabamos considerando como singelos detalhes, a justiça, a paz e a luta pela inclusão de todos os que perderam o lugar e a vez nesta sociedade tão desigual. O essencial é a norma que importa mesmo para tudo. Procuremos esse equilíbrio, fugindo sempre ao máximo das investidas moralistas, para que a convivência com toda a realidade seja sempre libertadora e nunca opressora.  

quarta-feira, 14 de março de 2018

Morreu uma mente brilhante

eu devo ser o único madeirense que não privava com Stephen Hawking... Paciência! Deixo aqui a minha homenagem a uma mente brilhante. Gosto particularmente destes pensamentos:
  • "Somos apenas uma estirpe avançada de macacos em um planeta menor de uma estrela muito comum. Mas podemos entender o universo. Isto nos torna muito especiais." (em entrevista à revista alemã 'Der Spiegel', 1988).
  • "Eu não sou religioso no sentido normal. Eu acredito que o universo é governado pelas leis da ciência. As leis podem ter sido decretadas por Deus, mas Deus não intervém para quebrar as leis".

Vamos rezar juntos

se a energia que se gasta com o exterior fosse gasta em igual quantidade para o tratamento do interior, a humanidade era toda muito mais feliz. Eles são os preceitos, as regras, as tradições, os costumes, os hábitos, os comportamentos e tudo o que seja exterior para que fique uma boa imagem e o apaziguamento das consciências. O mais importante não é nada disto. O mais importante é a integridade interior, a pureza do coração, a vontade para estar bem consigo mesmo, com Deus e com os outros. Vamos procurar menos as rubricas exteriores e dar mais importância ao encontro das pessoas consigo mesmas, para que daí surja a ousadia do encontro, a festa perdão e a felicidade.   

terça-feira, 13 de março de 2018

Papa Francisco: cinco anos a anunciar a misericórdia

13 de Março de 2018... 
5 anos com o Papa Francisco
Mas atenção: «Sem a visão da fé, reduz-se o Papa a um personagem». Víctor Manuel Fernández

Vamos rezar juntos

o olhar compassivo não anda colado ao chão. Olha o mundo, a sua beleza e tudo o que ele tem de misterioso. Porém, o olhar compassivo olha à sua volta em todas as direções para ser capaz de partilhar a amizade com os seus e cumprir todos os seus deveres com toda a alegria. Nenhuma tarefa devia estar fora desse sentimento. Mas este olhar também nunca deixa de ser compenetrado perante as necessidades dos outros. Sempre reconhecerá onde falta o perdão, o pão, o abraço e tudo o que tantos semelhantes a nós precisam. O olhar da compaixão pela vida e pelo mundo nunca lhe falta a ternura e o amor. O olhar compassivo nunca é indiferente, mas sempre atento e empenhado na construção de um mundo mais humano, justo e inclusivo. Nada nem ninguém fica fora do olhar que se compadece dos outros, estejam bem ou estejam mal. 

segunda-feira, 12 de março de 2018

A estupidez da guerra

Escrever nas estrelas
A violência nunca foi solução para os problemas, estamos a viver um tempo cheio de apreensão e de muita perplexidade. Por isso, se houver necessidade de estar ao lado de alguma das partes das guerras em geral, é do lado das vítimas.
O professor Eduardo Lourenço disse uma vez falando da guerra, julgo que seria sobre a guerra do Iraque, que «os olhos de Ezequiel cegaram», diremos nós, que estão cegos os olhos dos que promovem a guerra e que ainda mais cegos estão os olhos cheios de lágrimas das vítimas inocentes que não mereciam tamanha violência sobre as suas cabeças.
Nós, devemos pertencer à estirpe dos profetas, porque não acreditamos em nenhuma guerra, que normalmente assenta nos interesses sectários, partidários e mercantilistas.
Os filhos de Deus em muitas partes do mundo vivem momentos difíceis, porque a eficácia da oração e a fé parecem sofrer um duro revés, perante a teimosia da guerra e a vontade de resolver-se conflitos com base nas armas. A guerra e os belicistas, só aparentemente, vencem, porque a capacidade destrutiva das armas, desarma qualquer argumento. Porém, os filhos de Deus continuam a acreditar que a paciência do diálogo, a disponibilidade para o perdão e a tolerância perante as convicções de cad apessoa, são os caminhos melhores para a construção do mundo. 
Perante o ruído da guerra, o que pensar e o que fazer? – Não permitir que os olhos nos ceguem. O sonho da paz continua cada vez mais vivo. A fé emerge cada vez com mais vida do fundo do coração e transforma os escombros em terra fértil que reanima o sonho da paz, mesmo que os senhores da guerra o considerem uma utopia ingénua.
A contra informação e a sua consequente manipulação levada a cabo pelos meios de comunicação são também um facto muito cruel das guerras actuais. As vítimas são usadas exaustivamente pelas partes guerreiras. Este veneno ou a chamada guerra paralela da informação pode cegar-nos o espírito e a qualquer momento podemos estar ao lado da violência.
A nós, filhos da paz, que choramos o sofrimento das vítimas, fica-nos a esperança de que o sonho da paz, mesmo que seja utopia, se reacende ainda com mais força e que a oração em nenhum momento deve deixar de ser alimento que comanda a vida, mesmo que todo o céu desabe sobre as nossas cabeças.
Por fim, devemos saber que o sonho comanda a vida e que a vida sem sonho não tem sentido nenhum. Não nos deixemos cegar por nada deste mundo contra o tesouro o sonho e o desejo da paz entre todos os povos.