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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Mensagem de Natal 2019

No Livro de Albert Camus, A Peste, fica bem claro no final do romance que a peste só começa a ceder terreno quando os habitantes da cidade de Orão começam a ter esperança. É tão bonito descobrir este detalhe como «remédio» essencial para reverter uma maleita tão terrível que consumia os habitantes da cidade, a peste bubónica. O livro A Peste é uma alegoria sobre a ocupação nazista na qual cada personagem simboliza um ator  ou uma instituição social (a Igreja Católica também está lá na figura do padre Paneloux). No entanto, esta alegoria sobre o nazismo também é uma metonímia sobre a condição humana.

Muito mais que seguro é que a peste, após dizimar uma porção de pessoas e de semear a doença por todo o lado, a vida destes cidadãos mudou radicalmente. A peste tinha vindo fazer uma boa ação, os casais passaram a apaixonar-se e sentirem saudade, as pessoas passaram a dar valor à vida, a cada dia das suas vidas. O mote em nós podia ser o Natal. Este momento cheio de magia e alegria poderia marcar a nossas vidas, como chegada e como partida.

Nós também temos as nossas pestes que começam a semear doenças e sofrimento por todo o lado. Por isso, gostava que o Natal não fosse um intervalo das pestes quotidianas que nos assolam. Assim como um, intervalo das pestes e passado este tempo tudo volta outra vez às «doenças» que alimentamos, porque não fazemos nada para combatê-las.

Gostava que servisse o Natal para nos redimir da concorrência desleal, da inveja desregrada e desmedida, do egoísmo cego que não olha ao sucesso e à felicidade dos outros, da intolerância que se manifesta em xenofobia e repulsa pela diversidade e pelo diferente, da insensibilidade ecológico que nos tem revelado tanta incivilidade quanto às péssimas práticas no tratamento do lixo, da ganância que leva à humilhação dos outros no trabalho, na família, nas escolas, no trânsito e em muitos lugares onde a vida acontece.

Gostava que servisse o Natal para a assunção dos erros de cada, para que depois a prática do pedir de desculpas andasse na vida o ano inteiro. Poderia fazer bem a tanta gente, praticar os elogios ou viver agradecidos às maravilhas da existência e aos outros.

A título de exemplo, lembro a peste da violência doméstica que continua a humilhar, a deixar doentes psicologicamente e fisicamente pessoas para o resto das suas vidas. O escândalo desta peste que tem deixado para trás mulheres violadas, humilhadas, feridas e mortas, tem sido das maiores pestes dos nossos dias.

A assim sendo gostava que o Natal não fosse esse momento de chegada, tipo um intervalo apenas para trocar prendas, divertir-se, beber, comer, conviver cantar e bailar, para depois voltar tudo à anormalidade da peste. Tudo tão bem intencionado e incentivado para manter a massa (povo) adormecida, bêbeda para não reparar nas patifarias, nas violações das leis e na exploração que se vai fazendo por aí. É preciso não fazer deste tempo um ópio alucinante que nos distrai ou nos mata. 

O Natal essencialmente deve ser partida para as vivências do ano inteiro., onde não faltará a sabedoria para a solidariedade sincera, a justiça corajosa e a prática de todos os valores que nos fazem humanidade e, no nosso caso, cristãos, que andam a rezar e a ouvir palavras de perdão, de amor e de reconciliação dentro das igrejas.

Repito o Natal deve ser chegada e partida. Uma, para remediar, purificar e arrepiar caminhos tortuosos, outra, ponto de partida para a prática da conversão dessa magia que se incentivou e saboreou com todos os elementos próprios desta quadra natalícia. Não sendo assim, tudo continuará a ser mais do mesmo, melhor, sofreremos ano fora as mesmas doenças e pestes, porque tudo não passou de fina e crua hipocrisia.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

As bruxarias não são o mal do mundo

Ando perplexo e até preocupado. São cada vez mais as pessoas que nos procuram com dramas interiores incríveis. Problemas e mais problemas de ordem familiar, depressões, falta de vontade, medos variados, azares e alguns em sobressaltados, mas crentes em bruxas, bruxos, macombas e todo o género de porcarias que alguns sabidos fazem com fumos, bebidas e comidas que dizem fazer todo o género de males.

Uma desordem geral. É verdade que tudo isto sempre existiu. Ainda eu era criança e bem me lembro das bruxas que se reuniam em determinados sítios, das luzes que elas acendiam em lugares sinistros dos sítios, nos vales e montes. Também me afiançavam dos diálogos e conversas que elas faziam e dos «remédios» caseiros que existia para fazer mal e alguns para curar os corpos e as almas. Nada disto me foi estranho. Ao longo do meu crescimento, educação e com o estudo fui percebendo que tudo isto fazia parte do imaginário dos povos, que servia para apaziguar os ânimos pelo medo e que alguns sabidos beneficiavam dessa ignorância dos pobres e simples.

Hoje não há desculpa para que pessoas às vezes com formação se deixem crer por estes disparates, que justifiquem os azares e problemas que as atormenta com estas magias doidas.

Hoje vivemos iluminados pelos avanços da ciência que também precisa que se acredite. Deve ser mais fácil acreditar em bruxas e bruxaria, mas não deve ser caminho para resolver os problemas. A razão e o pensamento são dons belíssimos que nos foram dados por Deus, que devem ser sempre utilizados para procurar as soluções para os problemas sejam eles de que ordem for.

É tão grave quando as pessoas chegam atormentadas e dizem «foram coisas que me fizeram» (estão a aludir à bruxaria), estive com este e aquele padre, eles confirmaram que «foram coisas que me fizeram» ou que resulta da «inveja que têm de mim». Não se percebe isto. Tenho presente o filósofo Sócrates (o da antiguidade), que dizia que a inveja, os rancores, os ódios e quiçá o desejo que as bruxarias peguem, «que são como beber um frasco de cicuta e esperar que o outro morra». Não é aceitável que se alimente esta desgraça. O essencial a meu ver é fazer despertar as pessoas para o bom senso, falar-lhes positivamente, convidá-las a usarem a cabeça, serenarem e buscarem vontade e forças para serem elas em paz a procurem por todas formas e caminhos a a solução para os seu problemas. Nada de magias e nada de patetices de bruxas e bruxos que não passam de mercenários que se aproveitam da fragilidade das pessoas para lhes extorquirem dinheiro. A religião se não liberta, não serve para nada.

Aos padres, deve ser requerido bom senso e capacidade racional para desmitificarem todas as magias e na medida do possível alertar para a única realidade que merece fé, que é Deus, o Evangelho e Jesus Cristo libertador.

Está visto, afinal, que o mal do mundo não são os bruxos e as suas bruxarias - isso sempre existiu - mas falta de bom senso de quem tem a tarefa principal que é pôr as pessoas a pensarem no bem e não em tolices, que encegueiram e conduzem à alienação, ao sofrimento e à morte.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Fala-se muito de Deus

1. Nunca se falou tanto de Deus como hoje. Porém, muito menos se fala da fé e, sobretudo, da fé na sua dimensão social. Por isso, este falatório geral sobre Deus pouco ou nada tem que ver com a prática da vida. Porque Deus converte-se cada vez numa espécie de psicologismo de «autoajuda» para resolver problemas pessoais e dramas existenciais. Tudo isto interessa aos donos disto tudo e a todos os que pretendem fazer valer políticas integristas e fascistas. Basta reparar como anda uma série de governantes por esse mundo fora a receber bençãos e alguns em transes espiritualistas às mãos de pastores que se fartam de falar de Deus para ganharem dinheiro, manipularem consciências, extorquirem os bens e a dignidade dos pobres.

2. Não interessa o cristianismo a sério, que assente a fé na dimensão social, que recorrendo às fontes bíblicas, reclama pela prática da justiça, o amor ao próximo e a honestidade. Cristãos deste calibre são odiados. Não interessa nada uma fé militante que reclame pelo fim do mundo imperialista, pela abolição das organizações sociais baseadas nos privilégios, nas desigualdades sociais, na meritocracia e nas hierarquizações que endeusam uns sobre as cabeças dos outros. Os sistemas que assentam sobre estes pilares fascizantes gostam de Deus como realidade intimista, que aplica o curativo momentaneamente, mas que não impulsiona para a luta pelo bem comum, pelo fim das desigualdades e por uma justiça justa, verdadeira. Todas as igrejas que alimentam isto desconhecem Deus e não estão mesmo nada dentro dos verdadeiros parâmetros bíblicos.

3. Perante esta onda de Deus para cima e de Deus para baixo, não faltam mecanismos de manipulação religiosa para quietar as pessoas nos seus lugares íntimos sem abertura nenhuma ao próximo, à natureza e a terem nenhuma consciência sobre a ecologia do bem comum. Para esta desgraça não faltam meios e venenos nos novos movimentos carismáticos dentro e fora da Igreja Católica e nas seitas religiosas, onde abundam festanças, bençãos de cura, conversas intimistas, livros de uma plêiade enorme de autores enfeudados no privatismo religioso. Porém, a pregação sobre a dimensão social da fé profética que leva à luta da vida inteira e para todos,  isso pouco ou nada existe e não importa que exista aos senhores deste mundo. Um Deus de dentro e para dentro é o que se quer.

4. Neste domínio não admira que o estudo sobre a Bíblia e a leitura atenta sobre a mensagem da libertação dos pobres que a Palavra de Deus preanuncia exista nada e se procure fazer tudo para que nunca exista. Levar as pessoas a pensar, particularmente, os pobres não interessa aos dominadores. Daí que se perceba que estejam a ser eleitos por esse mundo fora líderes fascistas, integralistas devotos do «soberanismo» (como diz o Papa Francisco). Esta avalanche preocupante devia nos pôr em sentido e levar-nos a perguntar pelo que andamos a fazer com o Cristianismo e o quanto temos sido coniventes com ideias desumanizantes que não fazem bem a ninguém. Deviam soar as campainhas quando há tanta violação contra as liberdades e as garantias da justiça. A libertação dos sistemas injustos que o nosso mundo ainda faz perdurar, é a prioridade de Deus e da fé. Há uma grave responsabilidade em todos nós que devemos fazer valer com uma fé em Deus libertador de todas formas de manipulação e opressão.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Misoginia e fundamentalismo

1. «O Estado das Coisas», foi o título de um filme Wim Wenders, realizador de cinema alemão. Vi este filme magnífico em 2003. Arrecadou o prémio «Leão de Ouro» do Festival de Veneza de 1982. É uma coprodução entre a Alemanha, os EUA e Portugal.

2. O enredo anda à volta de outro filme sem história. O mais interessante do estado das coisas revela-se ao longo das interessantes sequências a preto e branco, onde se vê um grupo de mulheres, homens e crianças totalmente perdidos à procura de uma história que lhes dê sentido ao trabalho que gostariam de realizar. O estado das coisas não é só uma leitura sobre o cinema, mas também é uma visão do estado de desencanto, de perdição e de desorientação da existência nos tempos que correm.

3. Depois desta referência cinematográfica, olho o estado das coisas à minha volta e descubro que mais uma vez ficou provado que não vale mesmo nada lançar-se no fosso dos leões, como nos primeiros séculos aconteceu com os cristãos que eram lançados nas arenas dos coliseus romanos. As garras do fundamentalismo ditam as regras, quem não o venera, morre como bode expiatório. Que o digam professores, médicos, padres, juízes, entre tantos outros…

4. A estupidez comanda a vida em todos os tempos, mas hoje especialmente, se tomarmos em linha de conta a sociedade das dignidades, dos direitos e dos valores democráticos. Para uns tudo, mas para a maioria zero. Porém, o mais grave é a misoginia dos responsáveis por tudo isto, visto terem tomado conta de todos sem provas dadas de saberem tomarem conta de si mesmos. Basta que os seus fiéis executantes bêbedos de fundamentalismo vão fazendo aquele trabalho sujo, de sanear e matar as ovelhas mais atrevidas do rebanho.

5. Perante este estado das coisas, ou acordamos de uma vez por todas ou morremos todos ao frio e à fome, porque o canhão da porta da despensa foi mudando pela calada da noite, e nessa hora nenhuma compaixão se verá nem para carneiros nem para ovelhas.

sábado, 23 de março de 2019

Confissão pública em três peças

Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre...
Primeira peça
perdão…
pelas palavras jogadas ao vento
saídas por entre os dedos
sem pensamento ou sem amor
indelicadas algumas vezes
pelo manto escuro da indiferença
que mata a alma e o sorriso.

Segunda peça
perdão…
por não proteger o teu nome por amor
foram ações sem estrelas e sem o mar
não era eu a perder a minha vida
era um sono esquisito a fazer-me morto
pois esquecidos foram os ensinamentos
e só ficou o refrão de uma velha canção
para aquecer os ouvidos.

Terceira peça
Perdão..
se não exalo o perfume dos sorrisos
se a alegria da fé
nas noite em que vivi acalentado
não disse a graça do inominável
e se os meus passos eternamente fugiram
da doçura constante do afeto…
nesta hora exaspero lágrimas fascinado
diante das promessas de unção
porque eu sei da alma colorida
pelas palavras misteriosas
dos véus da alma que degusta o perdão.
JLR

quinta-feira, 21 de março de 2019

Todos nasceram para paixão da bondade

São tantos os momentos da nossa vida em que encontramos várias circunstâncias adversas que nos merecem veemente resistência, indignação e repúdio até ao mais duro desprezo. A nossa humanidade, a nossa firme convição do que somos e do que desejamos de bom para nós e para os outros a isso nos exigiria. 

Porém, tantas outras vezes quando exercemos essas reações, reparamos quando a serenidade nos chega, que afinal pouco adiantou termos sido duros e até pior ainda, reparamos que os mais prejudicados com aquilo que fizemos e dissemos em nome da moral e dos bons costumes pessoais, fomos nós próprios os mais prejudicados e tudo isso deixou marcas para longo tempo e quiçá de algumas nunca mais nos libertamos.

Precisamos de fugir humildemente da cólera, do orgulho mesmo quando podemos oferecer resistência. Devia ser proibido ninguém se exaltar exageradamente e injustamente diante das afrontas, pois ao insulto não pagar com o insulto, o ódio não deve ser resposta ao ódio, a violência não ser a resposta pronta à violência, a incompreensão e a intolerância não devem encontrar espaço para o palavreado, a calúnia, a maledicência… 

Portanto, que façamos a descoberta que o mais glorioso é evitar a injustiça da injúria fazendo silêncio e sempre que possível evitar discussões estéreis. 

terça-feira, 19 de março de 2019

Manifesto pelo fim da escravidão


A aldrabice religiosa para semear o medo, casada com sujeira, mata o sonho e assassina a liberdade. Ainda bem que hoje a autonomia individual, é pão sobre a mesa da ousadia do pensamento de cada pessoa que escolhe a vida por si mesma. E a credibilidade? - Bastam sinais concretos que levantem do chão os caídos para que se sirvam do pão da liberdade e da dignidade concedida universalmente. Ninguém é dono de nada. Todos diferentes todos iguais. Quem não gosta terá que se repensar! JLR

sábado, 16 de março de 2019

A glória em nós do Tabor


16 Março de 2019
Vamos entrar para dentro da Transfiguração
façamos uma moradia, um pensado silêncio
breve ou prolongado à vontade do eu
que antecipe a iluminação
que clarifique que nunca vi

acerca da opacidade e do segredo escondido
de um Deus glória
dentro de uma face que sorri.

Vinde todos de cá de baixo onde há frio e fome
subamos a montanha
do desassossego em contemplação
o universo divinizado tem um novo nome
anda com ânimo levanta
o fardo das traições
mesmo que das flores colhidas antevejas a morte
sentida por causa das repetidas perversões.

Peço que passe um Deus como fogo por mim
que devore o matagal do egoísmo
quando se afirma na mentira que impede
a doçura persistente do meu sim
há uma batalha interna que cai pelo abismo
de onde vem o medo que trava o espanto
do mistério que esta glória nos concede. 

Ó sublime montanha do Tabor
és divinamente transfigurada por graça
sinal que afasta as sombras da gravidade de mim
se rezo limpa todo o mal que me trespassa
ora se crava fundo se há riso superficial
quando teimoso o mundo não perdoa esta dor
agora sereno desço desse espaço rarefeito
foi a grandeza de Deus e do assombro
que é o tudo do que em nós é fundamental.
JLR

sexta-feira, 15 de março de 2019

Causas grandes na mão dos jovens

Escrever nas estrelas
Este é o contexto de um tempo sem tempo para o amor, a paz, o respeito pela liberdade e diferença dos outros, porque predomina a violência terrível em toda a linha. Ela é nos atentados e massacres, abusos sexuais de toda a ordem, violência doméstica, mediocridade nos programs de TV, manipulação das pessoas a troco de bens materiais e todo o género de misérias que campeiam o nosso tempo.

Neste panorama sombrio de ódio onde se descobre o pior a humanidade, emerge um grupo de adolescentes e jovens em todo o mundo que dizem não. São eles os inspiradores de que do meio das cinzas pode emergir uma fénix revestida de paz e enfeitada de consciência ecológica. Pela greve do clima dizem à humanidade inteira verdadeiramente o que importa salvar e que a haver guerras, terão que ser com batalhas úteis, em nome da salvação do nosso Planeta Terra e o futuro da humanidade.

O movimento mundial foi encabeçado pela corajosa jovem sueca Greta Thunberg, que desencadeou a mobilização mundial dos estudantes (já começaram a chegar notícias que nos dão conta de manifestações gigantescas de jovens em várias partes do globo). Matilde Alvim e Beatriz Barroso, de 17 anos, são as duas jovens portuguesas, que começaram por dar voz à greve sobre o clima em Portugal.

Sobre a ideia derrotista que frequentemente se ouve nestes movimentos, de que a greve não vai mudar nada, disseram as duas jovens portugueses, líderes do movimento no nosso país: «A greve não vai mudar nada, mas vai plantar a semente». Muito bom e inspirador. Vamos seguir-lhe as pegadas. O futuro é dos jovens é comum dizer. E se vivem hoje com esta ideia tão bonita de que pertence-lhes plantar sementes, afinal, descobrimos, que o mal pode ser vencido. Basta querer, porque também é comum pensar-se que querer é poder. 

terça-feira, 12 de março de 2019

Problemas concretos soluções claras

Escrever nas estrelas

As várias questões que nos assolam todos os dias, sinal da derrota e incompetência que nos persegue ao mesmo tempo, merecem clareza na análise e firmeza numa luta concreta a encetar todos os dias.

A questões da pobreza, a falta de emprego, as necessárias condições de habitação, a saúde e educação, a violência familiar (vulgo violência doméstica), a emigração massiva, estão a tornar impossível a vida das populações em todo o mundo. Entre nós não fugimos esta a regra e sofremos com as suas consequências. Não devem ser as declarações de céu azul que alguns dos nossos governantes proclamam, a garantir que afinal a vida está melhor e que se vive muito melhor hoje ao contrário de nenhum outro momento da história da humanidade.

Também não vale que nos falem destes assuntos no meio de um aparato bíblico, teológico e filosófico, e, no caso, da Igreja Católica, em manancial de citações de documentos eclesiásticos. Não está provado, que tais questões pintadas com letras religiosas ou bíblicas se tornem doces ou vistosas porque têm cores que agradam a vista.

Este procedimento, longe de esclarecer, obscurece as problemáticas e não lhes dá o devido valor no contexto da história que estamos a construir e a viver no presente. Os textos cheios de citações que justificam posturas tradicionalistas, disfarçam incompetências, justificam más opções ou adiam soluções, não permitem que tenhamos uma visão integral dos problemas e muito menos suscitam a criatividade, abertura à novidade que se espera que venham responder aos desafios sempre novos colocados à humanidade de cada tempo.

sábado, 9 de março de 2019

As tentações


Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre...
Três vezes, Jesus, tentado por Satanás
Os olhos em chama estão nas mãos em brasa
O Anjo vencer do ódio é o que serás
Sente-se o amor na recusa que para nós amassa.

«Manda a esta pedra ser pão!»… Ó vil devaneio
Move montanhas, és Deus! – de joelhos vem adorar
Serás dominador das cidades do mundo inteiro
Jesus suporta com a palavra e não se deixa devorar.

«Nem só de pão vive o homem!»… Ficou dito,
E «não tentarás Deus!»… Sai daqui bicho esquisito
Satanás cobarde fugiu e a manha foi vencida.  

O poder e fama são a dor da humanidade ferida
É esta a quotidiana desgraça desta vida,
Jesus vencedor é mão para cada recaída.   
JLR

sexta-feira, 8 de março de 2019

A cegueira mata a ousadia da novidade

Os sinos devem dobrar a rebate porque não se percebeu ou faz-se de conta que não se percebeu a gravidade das coisas. Por isso, humildade e abertura ao que é novo devia ser regra essencial para toda a hierarquia da Igreja Católica. 
Não se percebe a insistência nas mesmas fórmulas e regras de piedade que hoje não colam porque não servem à maioria dos cidadãos. Serviram noutros tempos e, reconheçamos, contribuíram muito para o bem estar das pessoas e para a sua santidade. Mesmo que também em alguns momentos tenham sido aplicados, exigidos de forma desumana até ao preço da perda da liberdade e vontade das pessoas. Esse pecado existe e ainda não foi redimido.
Porém, nos tempos atuais é preciso enxergar que há um descrédito muito grande em relação à Igreja Católica. Inegável esta constatação. A sua fragilidade é constrangedora. Os escândalos que já vieram público minam a sua autoridade. Os que faltam vir podem ser fatais. Por isso, está a ser ridículo para não dizer penoso ver como estão a cair em saco roto os apelos ao pieguismo anacrónico, que face aos contexto dos tempos de hoje não colam e estão a ser ouvidos com a maior das indiferenças. Problemas novos soluções novas. Eis a luz da inteligência.
Não perceber isto é insistir em modelos de piedade do passado que hoje não servem e teimar numa cegueira que matará a ousadia do Evangelho, que se tomado a sério responde seguramente, com novidade a todos os novos desafios. 

terça-feira, 5 de março de 2019

A conversão ecológica

«A criação encontra-se em expetativa ansiosa,
aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rm 8, 19)

Citação (se pretender na íntegra leia aqui) da Mensagem do papa Francisco para a Quaresma de 2019:
«Esta «impaciência», esta expetativa da criação ver-se-á satisfeita quando se manifestarem os filhos de Deus, isto é, quando os cristãos e todos os homens entrarem decididamente neste «parto» que é a conversão. Juntamente connosco, toda a criação é chamada a sair «da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rm 8, 21). A Quaresma é sinal sacramental desta conversão. Ela chama os cristãos a encarnarem, de forma mais intensa e concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar e social, particularmente através do jejum, da oração e da esmola.
Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de «devorar» tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos, com a ilusão de assegurarmos um futuro que não nos pertence. E, assim, reencontrar a alegria do projeto que Deus colocou na criação e no nosso coração: o projeto de amá-Lo a Ele, aos nossos irmãos e ao mundo inteiro, encontrando neste amor a verdadeira felicidade». 
Quaresma 2019, Papa Francisco

sábado, 2 de março de 2019

Estavas aí

Para o nosso fim de semana. Carnaval... Sejam felizes, nunca prejudicando ninguém.
Estavas aí entre uma luz e uma sombra
cada passo envolto na insegurança
que a noite cobre na timidez e no segredo
do escuro que toda a indignidade vomita.

Foram mulheres que sorriram como crianças
estava lá o sonho e a esperança
porque estiveram lá naquele momento certo
o amor e uma mão que toca no ombro
para dizer,
- estavas aí...
És sorriso e paz.

JLR

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

As nossas escolhas

Todos temos de uma forma ou de outra alguma vez na vida a tarefa de escolher qualquer coisa que pensamos ser o melhor para o nosso bem e o bem de todos. Todas as escolhas têm o seu grau de dificuldade. Quando se trata de escolher pessoas, parece-me ser a tarefa ainda mais difícil. Mas alguma vez pode ser que o tenhamos que fazer. É tão triste e dramático quando as escolhas não se fazem por causa da competência e seriedade. Os critérios não podem ser acidentais ou de interesses, ignorando-se o essencial. Quando a hierarquia dos valores começa pelo aspeto físico, a simpatia, a classe social e a subserviência manifestada às chefias… Estamos perante péssimas escolhas, porque ficaram no fim ou fora do rol dos critérios a competência, a gradeza do coração e a sinceridade de caráter das pessoas. Para quem escolhe há uma grave responsabilidade e deve guiar-se sempre pelo interior, tanto o seu como o de quem pretende escolher. Porque os cargos de responsabilidade, não podem compadecer-se com irresponsáveis que num ápice, sob manias pessoais e ideias loucas podem destruir coisas que levaram muito tempo a ser edificadas.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

A indignação é pão


Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre...
Cândido Portinari. Museu Casa de Portinari
Um dia na vida
alguns são heróis anónimos
do fogo bravo
que nos consome os dedos
a língua entre as brasas
da revolta desta pobreza
cheia de dinheiro.

São estes os culpados
da podridão de gravata
à mesa de gabinetes
engomados
com as nossas cabeças
e alimentados com o pão dos outros.

É este drama que arde
a canalhice toda
dos pérfidos sentidos
que o cancro da máquina
engendra privilégios
que consomem o caminho de todos.

Tem sido esta voracidade
a irrigar as artérias
todos os montes e vales
deste tempo
sem modos nenhuns
que vão fazendo verter
as lágrimas da dor
pela solidão e abandono.

Neste quadrado
somos todos
o singelo produto
o número frio
ou o nome qualquer
na massa do mundo
que dita o fim da vontade
porque eles não gostam
da graça da liberdade.

E do meio das cinzas
a suave sensação
é a certeza
que a indignação é pão.
JLR

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Pai e mãe fora da escola

1. As escolas públicas em França estão prestes a eliminar a designação de «pai» e «mãe» nos formulários, de forma a não discriminar as pessoas do mesmo sexo. Segundo o jornal «Libération», os formulários devem passar a ter «parente 1» e «parente 2», em vez de «pai» e «mãe». Também já vi em outras notícias «responsável 1» «responsável 2», já vi também simplesmente: «encarregado 1» e «encarregado 2». E em outro «encarregado de educação 1» e «encarregado de educação 2». E ainda «progenitor 1» e «progenitor 2». Já dá para perceber a confusão que para aqui vai.

2. Enfim, nomes e mais nomes para substituir o insubstituível. Por aqui vemos logo a confusão que esta ideia esquisita começa a gerar. A criatividade humana não tem limites pelo que se vê. Longe de mim imaginar que alguma vez na vida estaria para a aqui a perder tempo e massa cinzenta com um assunto desta natureza. O que faltará para nos surpreender ainda mais este mundo e a esta humanidade… Não há limites, pelo que a vida nos ilumina.

3. Provavelmente, abaixo de Deus Todo poderoso o que temos de mais sagrado são os nossos progenitores, os nossos pais. Daí ser parte da nossa existência intocável. O seu respeito toca a todos, principalmente, as entidades dos Estados, que deviam zelar por esta dimensão da vida de cada pessoa. É  muito bem o Estado os problemas que tem que resolver quando falha a missão de ser «pai» e «mãe».  

4. É verdade que a inclusão do que é diferente deve ser uma preocupação da sociedade inteira, particularmente, do Estado, a quem compete zelar pelo bem dos cidadãos todos. Porém, nunca essa inclusão deve ser à custa dos valores e princípios que desde sempre enformaram a humanidade, que contribuem para o seu progresso e bem estar. Sim, qualquer ideia de incluir o diferente implica a obrigação de mudança de mentalidades e de comportamentos, mas sem tirar-nos aquilo que faz parte da génese do ser pessoa, do ser gente.

5. A vontade de banir do meio escolar a designação «pai» e «mãe», vai acarretar uma série problemas, que agudizarão as fragilizadas relações parentais que assistimos hoje. As crianças cada vez mais cedo saiem da alçada dos pais, por causa da vida envolvente dos nossos tempos, Ficam cada vez mais tempo entregues ao domínio da escola, se aí deixam de ouvir falar das palavras mais efetuosas da vida, «pai» e «mãe», não sobrará nada para saborearem no pouco tempo que lhes sobra lá em casa junto dos seus progenitores. Uma medida que requer reflexão ponderada e que deve ter em conta todas as pontas.

6. A meu ver é uma ideia grave. Um recuo civilizacional, que não contribuirá em nada para incluir quem pretendem que seja incluído, mas pelo contrário, noutro campo suscitará graves problemas nas paupérrimas relações entre pais e filhos que tanto afligem os tempos atuais. Espero que o bom senso impere e que em qualquer lugar da vida ninguém fique privado de sentir que a sua principal proteção está no coração do «pai» e da «mãe».

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Problemas graves requerem medidas radicais

1. Hoje é um dia importante para a Igreja. O Papa Francisco deu hoje início à inédita cimeira de bispos e responsáveis religiosos da Igreja Católica sobre o «escândalo da pedofilia» e a crise dos abusos sexuais, que classificou como uma «chaga». «O santo povo de Deus olha para nós e espera de nós não apenas condenações simples e óbvias, mas medidas concretas e eficazes a aplicar. É preciso ser concreto», referiu o Papa, perante os 190 participantes, reunidos no Vaticano.

2. A Igreja inteira e o mundo esperam desta reunião precisamente aquilo que definiu o Papa «medidas concretas e eficazes». É verdade que é isso mesmo, mas melhor seria no meu singelo ver, que se esperam «mudanças profundas e concretas» para o modo de funcionamento da Igreja Católica.

3. Vamos a algumas medidas, para que tudo isto não passe de simples curativos, que recheiam o palavreado da mudança e da transparência mas na realidade tudo fica na mesma. É preciso combater o clericalismo, mudando todo o sistema que o alimenta principalmente o homossexualismo moralista cego contra as mulheres e os heterossexuais. Por isso, seria necessária abertura total, começando no Papa, passando pelos cardeais, os bispos e pelos padres, para que o sistema permita o Sacramento da Ordem às mulheres. Porque vivemos uma situação totalmente desfazada da realidade dos tempos de hoje, que reclamam igualdade entre homens e mulheres. A Igreja neste aspeto tem o dever dar o exemplo. O patriarcalismo que a hierarquia católica ainda apresenta não tem futuro tal como está e não terá vontade nem muito menos sabedoria para estancar a «chaga» dos  abusos sexuais.

4. A redução das perversões sexuais dentro da Igreja Católica dar-se-ão quando todo o sistema funcionar saudavelmente, convivendo homens e mulheres com a sua integridade sexual devidamente equilibrada. Sejam eles hetero ou homossexuais, casados ou solteiros.

5. Este retrato da Igreja seria uma verdade mais humana e mais profundamente ligada à Palavra do Evangelho de Jesus, que chamou e contou com homens e mulheres para o Seu Reino. Poderão dizer-me, os apóstolos são doze, todos homens, eu digo, mas as primeiras testemunhas da Ressurreição de Jesus são mulheres e quem prova que não fossem também apóstolas… Enfim, para tudo há sempre argumentos. Porém, neste aspeto dos abusos sexuais, enquanto as mudanças radicais não varrerem a Igreja de alto a baixo, tudo o que se faça para combater a «chaga» não passará de remendos que surtem efeito até certa medida e até certo tempo.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Silogismo da semente

Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre...
O semeador
Só floresce hoje porque floriu ontem.
as flores de hoje anunciam
o florido de amanhã
que será idêntico
ao que floresceu anteontem, ontem e hoje.

Tão certo este silogismo da semente
que numa qualquer manhã
me irradiou a luz da esperança.
JLR

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Olhar para si para ver a alegria da vida


1. A necessidade de parar para pensar a história pessoal deve ser uma constante da vida. Também a pessoa não é se não procurar pensar o seu modo de ser no que diz respeito ao passado, enquanto está a viver e quanto à perspectiva do futuro. Será muito importante esta preocupação em relação ao passado, ao presente e ao futuro na procura da felicidade.

2. O antigo Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes dizia: «Somos como o canhão, recuamos para que o projétil vá ainda mais longe». Esta necessidade de parar e de fazer silêncio, é muito importante para pensar a vida e tudo o que ela implica para a o bem próprio e do mundo. Muitas vezes o ficar quieto e o estar calado não significa, de modo nenhum, subserviência ou passividade perante as coisas que passam, mas significa procura lúcida de um bem próprio para melhor servir a vida e o mundo.

4. A paixão pela vida, pelo que sou e pelo que posso dar, obriga-me a olhar a própria história com amor e compaixão para depois me relançar outra vez sobre o que sou. Olhar a própria história é a possibilidade de reconciliar-se consigo mesmo, harmonizar o espaço, organizar-se, criar espaço para poder funcionar e relançar-se outra vez sobre as coisas da vida.

5. É preciso valorizar e acolher com amor aquilo que somos e temos dentro de nós. Não há outra história da salvação de Deus à margem da nossa história pessoal. A história da salvação é a história da humanidade. Estar contra esta forma de pensar a ação de Deus é violar o projeto de salvação de Deus para o mundo e para a humanidade toda.

6. Agora peço-vos um pequeno exercício de adaptação. Reparemos na frase de Martin Buber: «Deus não me pedirá contas de não ter sido Francisco de Assis ou mesmo Jesus Cristo. Deus vai pedir-me contas de eu não ter sido completa e intensamente Martin Buber».

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Prós e contras no Serviço Nacional de Saúde

Ontem dia 11 de Fevereiro, precisamente o dia mundial do doente, assisti ao debate da Fátima Campos Ferreira, Prós e Contras na RTP, sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ouvindo as várias posições ali explanadas, conclui-se três coisas. Duas conclusões positivas e duas negativas.

Primeira conclusão positiva, o nosso SNS, é bom e está bem posicionado perante os vários serviços de saúde por essa Europa fora. O corpo de profissionais estão bem qualificados e esmeram-se para prestar os cuidados de saúde com dignidade e seriedade aos doentes. Há investigação, por exemplo, o Hospital do Porto reserva cerca de 8 milhões de euros para esse fim. Há hospitais bem equipados e bem geridos.

Segunda, também positiva, gostei de ver a Ministra da Saúde, Marta Temido, ali presente diante das várias entidades representativas do SNS, ouvia calmamente e respondia com serenidade e segurança. Serviu para ver que Marta Temido, está dentro dos problemas, sem deixar de apontar, sem propagandear, o que tem sido feito, o que se pretende fazer e como está a ser difícil resolver problemas crónicos que se têm arrastado de governo para governo e de administração para administração de cada um dos nossos hospitais. Pelo visto, muitos dos problemas requerem boa gestão e não tanto a ferramenta de milhões de euros como tantas vezes se ouve falar. Louvo a lição da Sra Ministra da Saúde.

Terceira conclusão, negativa, o SNS numa larga maioria de hospitais, estão a ser muito mal geridos, profissionais desmotivados e materiais obsoletos (denunciado por um enfermeira). Obviamente, que esta doença grave e pelo que se ouviu “doença crónica”, estende os seus tentáculos venenosos por todos os serviços dos hospitais, gerando assim um péssimo ambiente. A desmotivação dos profissionais conduz ao desleixo. O mau ambiente conduz à desconfiança dos utentes, como se pode ver a olho nu nos problemas generalizados que a nossa população aponta em relação ao SNS.

Quarta conclusão, igualmente negativa, pelo meio disto tudo paira a ideia de que a saúde é um grande negócio. A ganância dos privados, vai fazendo das suas. Seduz políticos, daí se concluir que muita da imagem negativa do SNS está a ser empolada e instrumentalizada, pois tem servido de bola de arremesso no joguete partidário. Os privados seduzem os profissionais do SNS, que se deixam encantar com o eldorado dos serviços paralelos, permitindo com isso a desmotivação e o desleixo. As ditas “greves cirúrgicas” dos enfermeiros têm servido bem estes esquemas, mesmo que à partida lhes assista muita razão para estarem em greve.

Conclusão geral, a bem de todos nós e do futuro da nossa população requere-se responsabilidade. O SNS não deve ser um negócio, mas deve ser bem gerido e nos diversos serviços de saúde não devem faltar todas as condições exigíveis, para que os seus profissionais possam cumprir o seu dever em prol dos doentes. A saúde é o pilar fundamental da sociedade para a fazer sorrir no presente e ser a melhor garantia do seu futuro. 

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Metamorfose

Os poemas são árvores que rasgam o céu e a terra
desvelam-se pelas alturas pintadas de verde sob o manto azul
e rasgam a profundidade da terra
como letras naquilo que nos é dado ler.
um mundo misterioso e silencioso
pelo céu adentro e dentro da terra,
que a densidade do livro guarda
na mensagem como o dom do fruto
dentro do gosto e do repouso seguro,
que nos alimenta em cada instante
as mãos que colhem e que partem.
por fim te alegras satisfeito pelo espanto de saberes
do assombro da harmonia do que soletras
pelos ramos luzidios amarelados de sorrisos
que pendem como alimento que te saciam
o corpo e a alma. Árvores também são poemas.
JLR