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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Problemas graves requerem medidas radicais

1. Hoje é um dia importante para a Igreja. O Papa Francisco deu hoje início à inédita cimeira de bispos e responsáveis religiosos da Igreja Católica sobre o «escândalo da pedofilia» e a crise dos abusos sexuais, que classificou como uma «chaga». «O santo povo de Deus olha para nós e espera de nós não apenas condenações simples e óbvias, mas medidas concretas e eficazes a aplicar. É preciso ser concreto», referiu o Papa, perante os 190 participantes, reunidos no Vaticano.

2. A Igreja inteira e o mundo esperam desta reunião precisamente aquilo que definiu o Papa «medidas concretas e eficazes». É verdade que é isso mesmo, mas melhor seria no meu singelo ver, que se esperam «mudanças profundas e concretas» para o modo de funcionamento da Igreja Católica.

3. Vamos a algumas medidas, para que tudo isto não passe de simples curativos, que recheiam o palavreado da mudança e da transparência mas na realidade tudo fica na mesma. É preciso combater o clericalismo, mudando todo o sistema que o alimenta principalmente o homossexualismo moralista cego contra as mulheres e os heterossexuais. Por isso, seria necessária abertura total, começando no Papa, passando pelos cardeais, os bispos e pelos padres, para que o sistema permita o Sacramento da Ordem às mulheres. Porque vivemos uma situação totalmente desfazada da realidade dos tempos de hoje, que reclamam igualdade entre homens e mulheres. A Igreja neste aspeto tem o dever dar o exemplo. O patriarcalismo que a hierarquia católica ainda apresenta não tem futuro tal como está e não terá vontade nem muito menos sabedoria para estancar a «chaga» dos  abusos sexuais.

4. A redução das perversões sexuais dentro da Igreja Católica dar-se-ão quando todo o sistema funcionar saudavelmente, convivendo homens e mulheres com a sua integridade sexual devidamente equilibrada. Sejam eles hetero ou homossexuais, casados ou solteiros.

5. Este retrato da Igreja seria uma verdade mais humana e mais profundamente ligada à Palavra do Evangelho de Jesus, que chamou e contou com homens e mulheres para o Seu Reino. Poderão dizer-me, os apóstolos são doze, todos homens, eu digo, mas as primeiras testemunhas da Ressurreição de Jesus são mulheres e quem prova que não fossem também apóstolas… Enfim, para tudo há sempre argumentos. Porém, neste aspeto dos abusos sexuais, enquanto as mudanças radicais não varrerem a Igreja de alto a baixo, tudo o que se faça para combater a «chaga» não passará de remendos que surtem efeito até certa medida e até certo tempo.

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