1. Hoje é um dia
importante para a Igreja. O Papa Francisco deu hoje início à inédita cimeira de
bispos e responsáveis religiosos da Igreja Católica sobre o «escândalo da
pedofilia» e a crise dos abusos sexuais, que classificou como uma «chaga». «O
santo povo de Deus olha para nós e espera de nós não apenas condenações simples
e óbvias, mas medidas concretas e eficazes a aplicar. É preciso ser concreto»,
referiu o Papa, perante os 190 participantes, reunidos no Vaticano.
2. A Igreja
inteira e o mundo esperam desta reunião precisamente aquilo que definiu o Papa
«medidas concretas e eficazes». É verdade que é isso mesmo, mas melhor seria no
meu singelo ver, que se esperam «mudanças profundas e concretas» para o modo de
funcionamento da Igreja Católica.
3. Vamos a
algumas medidas, para que tudo isto não passe de simples curativos, que recheiam o palavreado da mudança e da transparência mas na realidade tudo fica na mesma.
É preciso combater o clericalismo, mudando todo o sistema que o alimenta
principalmente o homossexualismo moralista cego contra as mulheres e os
heterossexuais. Por isso, seria necessária abertura total, começando no Papa, passando
pelos cardeais, os bispos e pelos padres, para que o sistema permita o
Sacramento da Ordem às mulheres. Porque vivemos uma situação totalmente
desfazada da realidade dos tempos de hoje, que reclamam igualdade entre homens
e mulheres. A Igreja neste aspeto tem o dever dar o exemplo. O patriarcalismo
que a hierarquia católica ainda apresenta não tem futuro tal como está e não
terá vontade nem muito menos sabedoria para estancar a «chaga» dos abusos sexuais.
4. A redução das perversões sexuais dentro da Igreja Católica dar-se-ão quando todo o sistema
funcionar saudavelmente, convivendo homens e mulheres com a sua integridade
sexual devidamente equilibrada. Sejam eles hetero ou homossexuais, casados ou
solteiros.
5. Este retrato da Igreja
seria uma verdade mais humana e mais profundamente ligada à Palavra do Evangelho
de Jesus, que chamou e contou com homens e mulheres para o Seu Reino. Poderão
dizer-me, os apóstolos são doze, todos homens, eu digo, mas as primeiras
testemunhas da Ressurreição de Jesus são mulheres e quem prova que não fossem
também apóstolas… Enfim, para tudo há sempre argumentos. Porém, neste aspeto
dos abusos sexuais, enquanto as mudanças radicais não varrerem a Igreja de alto
a baixo, tudo o que se faça para combater a «chaga» não passará de remendos que
surtem efeito até certa medida e até certo tempo.
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