José Edgar Marques Da
Silva, enfermeiro... Uma descoberta interessante e importante em «Deus e
eu»... Simplesmente saboroso. Obrigado pelo seu sentido testemunho.
A vida ensina, o
erro o nosso mestre. Deus observa.
Respeito-O nessa
qualidade de observador.
Uma mente
aberta, num corpo, com um espirito que observa para além do horizonte, consegue
apreender com o erro e nas relações que estabelece com outros seres,
permite-lhe fazer escolhas, sem se deixar manipular: julgo que Ele que observa
assim o quer.
Nas relações
entre os Homens, sem dúvida emerge sempre uma relação com Ele; uma relação que
surge de forma natural, e que emerge, muitas vezes perante situações da vida
aflitivas, ou com os tais medos, alguns, concebidos por nós mesmos, outros
impostos, e que a maldade e a intriga humana, Lhe atribui a uma divindade que
outros “lhe faz jeito” ser castradora, com o objectivo de subjugar , subverter
e impor.
Algumas
vezes, perante situações de risco da vida, ou de perda de saúde, uma ameaça
clara, à convivência com o sofrimento, e a dor; as quais devemos encarar
como provas a vencer, na aquisição de uma maior capacidade de
resiliência, algo que treina e nos molda o espírito, e que orienta para uma
relação de proximidade em conversas com Ele; monólogos interiores, que
esporadicamente extravasam para fora, frases soltas, que querem apenas cativar
a atenção numa procura desesperada de respostas, a dúvidas só nossas.
O ser humano,
quando “tudo lhe corre bem”, tem a tendência para subvalorizar as grandes
coisas da vida, e sobrevalorizar, as pequenas coisas, muitas das quais, sem
valor, no cimentar, realmente aquilo que o impele, a uma luta, diária e titânica,
para construir e amadurecer, um ser e um espírito, forte, sensível, em harmonia
com a realidade que o rodeia, e com aquela que o transcende, que eventualmente
é, o seu acreditar, em algo mais além: por isso não pode nem deve, se deixar
distrair, tem de se fazer ao caminho, estar atento a quem observa.
Esta caminhada,
que faço, escolho-O, como um amigo, para me acompanhar e guiar, o meu amigo
espiritual, com o qual, se conversa no silêncio das horas mais problemáticas, mas
também, nas horas festivas; devemos estar agradecidos sempre, não só em,
dividir os problemas, mas agradecer, a Ele, o encontrar os trilhos e os
caminhos, que ensinam a viver, e a saber, aceitar as escolhas que fazemos: são
todas da nossa inteira responsabilidade, falhar e assumir o erro, é digno dos
grandes Homens, assim como insistir, e sempre se levantar a cada queda ou
rasteira.
Incrível, na
minha profissão de enfermeiro, muitas dessas “horas problemáticas” me são
emprestadas por seres que sofrem, no físico e no emocional, não são poucas as
vezes, que temos de construir elos de entendimento e compreensão; sozinhos não
fazemos o caminho, são poucos os que o conseguem.
A minha relação
com Deus é assim, amizade, conversas num silêncio que conforta e ajuda a
crescer na espiritualidade, amadurecendo a forte convicção de que algo, mais
além, vale a pena apostar, e fortalecer um espírito que vencerá a barreira da
vida, mesmo que longa, ela um dia será libertação de um invólucro, de um corpo
que cumpriu a sua função: viver em plena felicidade e harmonia.
Não existe nesta
relação, obrigação, que vá para além da minha vontade, assumo que nesta
relação, não existem regras, a não ser as que unem os “bons amigos”, numa
disponibilidade, que julgo, e acredito ser recíproca, não existem medos,
inclusive o único pecado aceitável, entre nós, seria de alguma forma, trágica e
jamais aceitável, perder uma amizade da qual depende o futuro do meu ser
espiritual, aquele que terá um dia, também de aprender a crescer, nada que meta
medo a ninguém, se a vida for assim, num acreditar que algo, de melhor, nos
aguarda... Acreditar é uma questão de esperança... Não de confirmação.
A via é bela,
sim, mas apenas e só, se conviver com o amor e Deus é isso, simplesmente só
isso, Ele manifesta-Se, quando o outro retribui... Precisamos apenas de estar
atentos, talvez se tenha a sorte de encontrar a tal confirmação desejada por
muitos.