Pão quente da Palavra
1.
A esperança no futuro, que em Deus, será sempre glorioso, dá sentido à vida
presente. Assim, os cristãos não são uns desesperados agora, mas contagiam o
mundo para a esperança e para a certeza de que o futuro que nos espera não é de
condenação, mas a alegria da festa do amor de Deus em plenitude.
2.
Neste sentido Jesus no Evangelho manifesta claramente de como devemos esperar a
Sua vinda. Em primeiro lugar não deve assistir-nos qualquer sombra de medo e
depois fazer todo o empenho para fazer frutificar os «bens» que Deus confia a
cada um, os chamados talentos. E a seguir «condena» aqueles a quem Deus
entregou talentos, mas tomados pelo medo instalam-se no comodismo, na apatia e
não foram capazes de fazer render os dons de Deus e privaram a humanidade dos
frutos que tais bens vinham proporcionar.
3.
Reproduzo aqui o diz o teólogo do País Basco, António Pagola comentando
precisamente esta parábola: «A mensagem de Jesus é clara.
Não ao conservadorismo, sim à criatividade. Não à obsessão pela segurança, sim
ao esforço arriscado para transformar o mundo. Não à fé enterrada sob o
conformismo, sim ao seguimento comprometido de Jesus. É muito tentador viver
sempre evitando problemas e procurando tranquilidade: não se comprometer em
nada que possa complicar a vida, defender o nosso pequeno bem-estar. Não há
melhor forma de viver uma vida estéril, pequena e sem horizonte. O mesmo
acontece na vida cristã. O nosso maior risco não é sairmos dos nossos esquemas
de sempre e cair em inovações exageradas, mas congelar a nossa fé e apagar a
frescura do evangelho».
4. Todos nós devemos ser
responsáveis e com toda a honestidade assumir cumprir os nossos deveres com
dignidade, com a consciência de que por mais pequena que seja a tarefa, ela
contribui para a beleza do mundo e da vida. Já a Madre Teresa de Calcutá tinha
ensinado assim que «por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma
gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota». Que a
vida de cada um de nós seja um hino ao bem fazer em cada dia, para que aquilo
que somos faça sorrir alegremente todos os que são bafejados com as nossas
acções. Que nada nos faça enterrar os talentos.
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