Comensal
divino
1. Vale zero. Estamos
num tempo em que a mensagem católica não passa de forma nenhuma. Melhor,
esclareço, passa se forem escândalos e todas as coisas que sejam negativas. O
debate público sobre a religião está inquinado e reduz-se ao comum bota abaixo - utilizando a linguagem
vulgar -, onde cada um ao abrigo da suprema autoridade de «esta é a minha opinião»
e que o «que tem a dizer, diz pela frente e não pelas costas», procura encostar
às cordas o seu próximo e as instituições, mesmo que isso traga dissabores e
graves sofrimentos para as vítimas. O que vale é sempre fazer valer o que se
pensa, esse é um «direito absoluto», quem não aceita isso, remata-se
levianamente: «temos pena»!
2. Esta forma de
debater conduz a maior divisão, formando grupos que se confrontam entre si
ferozmente com prós e contras à mistura, sem que nunca se chegue a consensos e
muito menos à verdade, e ainda mais se considerarmos que o único objectivo é
ferir de morte a opinião contrária e abater o alvo onde se fixou a polémica ou
o eufemisticamente chamado, debate.
3. Porém, na hora da
responsabilidade, não aparece ninguém, porque muitos falam, mas consequências são
zero. Porque falar é fácil, envolver-se, comprometer-se e contribuir para a
solução e para a verdade, poucos ou nenhuns estão disponíveis. Um verdadeiro
sinal dos tempos que é preciso saber ler e delinear estratégias para apresentar
caminhos que nos façam vencer esta pobreza tão deficitária de verdade como se
tem revelado a opinião pública católica da Madeira, particularmente, naqueles
momentos quando a Igreja passa por maiores dificuldades, porque chegaram os
problemas, os escândalos entre outras situações perfeitamente mornais nesta
caminhada humana.
4. Nesses tais momentos
os debates sempre terminam numa algazarra, com todas as armas apontadas ao
outro considerado como inimigo, com generalizações injustas, com insultos
brejeiros, insinuações injuriosas e até com ameaças graves que nos fazem pensar
se vivemos num meio democrático ou num país desgovernado pelo fundamentalismo
mais anacrónico possível.
5. Neste ambiente
confuso, a boa opinião não passa, a memória histórica é remetida ao
esquecimento, o universo de boas acções quotidianamente e anonimamente mantidas
são propositadamente desprezadas, ignoradas e até chegam ser vistas como nulidades
de gente palerma. O ruído é ensurdecedor, levado a cabo pelas tais opiniões de contestação,
inconsequentes, escondidas, mas que ferem depreciativamente uns e outros, denegrindo
quem não merece, até chegar ao puro e duro insulto.
6. Na Madeira,
precisamos de uma escola, que prepare cristãos conscientes da sua condição e
que façam valer em todos os lugares da sociedade opiniões consistentes, que não
fujam à verdade para que sejam agentes que que não têm vergonha do que são e
façam prevalecer a nível elevado, o teor do debate e das conversas. Todos, na
Igreja devemos tomar a sério esta causa como sendo essencial para alterar esta
tão depauperada opinião pública católica da Madeira que temos assistido nos
últimos tempos.
1 comentário:
Caro Senhor,
Permita-me que lhe envie uma simples mensagem. Após os seus últimos dois post's, depois de alguma polémica que surgiu nas redes sociais, não entendo por que não existe uma palavra de apoio ou não, uma opinião sincera das imensas ovelhas deste rebanho. Gosto de ler as suas mensagens, talvez pela abertura das suas palavras, da sua opinião, da liberdade com que se expressa, pois esse é o principal motivo que me leva a ler o que escreve com todo o prazer. Só continuo a não entender o outro silêncio. Talvez faça falta falar de futebol, porque de certeza haveriam milhares de comentários... Um bem haja e continue livremente como o vento a espalhar o que de bom existe neste mundo!
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