Escrever nas estrelas
1. O radicalismo, há-os em todas as
religiões. Nenhuma se pode gabar de não ter integristas que não olham a meios
para fazer valer as suas manias pessoas envoltas nas mais piedosas atitudes.
Porém, hoje salta-nos à vista mais fortemente o radicalismo expresso na
Religião Islâmica, com a proliferação de grupos radicais fundamentalistas
armados até aos dentes, que não se inibem quanto à espoliação, expulsão e morte
de populações inteiras se não se converterem ao Islão ou então não aderirem às
pretensões desumanas dos ideais que estes fundamentalistas defendem.
2. Não nos admira que o fundamentalismo
encontre facilmente aderentes no seu local próprio, isto é, entre as famílias
muçulmanas, onde a educação e a vivência segue os trâmites da tradição e regras
islâmicas. Porém, deixa-me perplexo e impressiona-me sobremaneira que este
radicalismo encontre adeptos no Ocidente entre famílias cristãs católicas onde
a educação está marcada por uma ética ocidental cristã.
3. Tudo deve ter a ver com a facilidade
de acesso aos meios de comunicação dos nossos tempos. Antes parecia dar-nos
alguma tranquilidade que a guerra estava longe, a fome acontecia em países
distantes «habituados» a serem pobres como os de África, Médio Oriente e alguns
da Ásia e América Latina. Este pensar já não pode tranquilizar-nos mais, porque
a qualquer momento pode ser gerado no seio de uma qualquer família cristã
católica um radical que pronuncia palavras em nome de um «deus violento», cuja
ideia do martírio pode ser o mais disparatado possível.
4. Neste sentido, devemos estar atentos,
educar bem as crianças no sentido de que a religião é um caminho de libertação
e de sentido da vida. Não pode nenhuma expressão religiosa ser caminho de
opressão e de manipulação, não pode ser lugar do martírio contra a dignidade e
a vida dos outros. Se tiver que ser martírio que seja na promoção da vida e do
bem para todos. A verdadeira religião ensina que, se necessário for, morremos
pelo bem e nunca pelo mal.
5. A religião não
precisa que sejamos tão sérios ao ponto de fazer sofrer só porque a cegueira
tomou conta do coração e da alma. Precisamos de procurar uma vivência religiosa
que faça crescer o mundo na fé e na esperança, nunca distorcendo a verdade para
que os intentos egoístas sejam a regra da comunidade mergulhada na mais
profunda cegueira e no obscurantismo anacrónico.
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