Ao
sétimo dia
1. Nesta última sexta
feira (17 de novembro) participei numa conferência na Escola Gonçalves Zarco,
vulgo Escola dos Barreiros, proferida pelo pediatra Mário Cordeiro, sobre
«Ensinar, aprender ou educar?». Mário Cordeiro conta já uma longa caminhada de
estudo à volta da educação. Por isso, lançou uma série de reflexões que devem
ser tomadas em consideração por todos os educadores, mas particularmente, os
professores. Neste texto deixo alguns dados que retive e que considerei terem
alguma relevância.
2. A sociedade
hedonista pôs de parte a espiritualidade e a frugalidade, para dar lugar única
e exclusivamente à procura insaciável do «ter», levado até ao limite. A nova
«religião», que alguém já chamou de «tecnologismo», veio corresponder à fome do
«ter» descontrolado dos tempos modernos. A escola deixou de ser lugar de
aprendizagem, para ser depósito de pessoas onde passam algum tempo diário.
Quando devia a escola ser um meio onde se aprende desde logo a «saber gerir o
tempo». O tempo é sempre curto e poucos, muito poucos sabem gerir o seu tempo
convenientemente. Urge uma matéria que versasse sobre a gestão do tempo.

4. O pediatra Mário
Cordeiro defendeu o fim, aos «quadros de honra», porque os alunos não podem ser
aferidos com base nas notas. Quanto esta forma de avaliação dos alunos provoca
exclusão e quiçá profundas injustiças? – Por isso, devia desaparecer das
escolas, porque faz mergulhar professores e alunos numa tremenda pressão.
Nenhum aluno devia ser avaliado pelas notas que produz. «Se for só por aí, para
entrar no quadro de honra, prefiro ser desonrado» - espicaçou o palestrante. Os
«quadros de honra» nas escolas são um péssimo serviço à educação e não
contribuem em nada para a verdadeira aprendizagem.
5. Mário Cordeiro, categoricamente
defende também o fim «dos trabalhos de casa», para permitir que os alunos
tenham tempo livre para respirar, descansar, relaxar, poupar tempo e ganhar
tempo para outras ações que não são possíveis serem feitas durante o tempo escolar.
Por exemplo, estarem juntos com os pais no ambiente familiar. Hoje uma
realidade tão necessária para o crescimento das crianças e a integridade dos
jovens.
6. Enfim, desafios ou
lembranças em tanta quantidade que se conclui com a questão, o tema da
conferência: «Ensinar, aprender ou educar?», que até se pode conjugar com mais
duas perguntas que devem andar na cabeça de muitas pessoas nos dias de hoje:
para que serve a escola? O que andamos a fazer na escola? – Ensaio, responder…
Deve a escolar estar ciente de que pode e deve realizar a sua missão que se
concentra naquele misto que deve ser toda a beleza que é a aprendizagem:
ensinar, aprender e educar. Não só para uns, mas para todos os agentes que
fazem a escola.
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