Publicidade

Convite a quem nos visita

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O pensamento e aquilo que somos

é muito mais aquilo que desejamos ser do aquilo que provavelmente já somos. Ninguém é perfeito e todos os dias falhamos ou atraiçoamos esta fórmula tão idiossincrática do ser humano. Gosto de dizer que a vida é uma construção, um edifício que se reconstrói todos os dias, porque estas obras nunca deixam de ser dadas por terminadas. O esforço quotidiano para procurarmos ser o que pensamos deve fazer parte de nós. O Buda dizia que "o que somos é consequência do que pensamos". Deus criou-nos assim, com capacidade de pensamento, por isso, nunca abdicando por nada deste mundo desta maravilha do pensamento, devemos procurar todos os caminhos e todas as formas que nos conduzam ao bem e à vida feliz, sempre para si e para os outros. Nunca estaremos verdadeiramente bem enquanto alguém neste mundo passar fome, não ter roupa para cobrir-se, teto para abrigar-se, cuidados de saúde e instrução. Quando isto falha para alguém somos todos uns vencidos da vida. Podemos perguntar, e eu, os meus problemas, as minhas dores, traições e angústias que são todos os dias o centro do universo? - Respondo com um exercício, pensemos, escutemos, contemplemos e meditemos na complexidade do universo, na complexidade de um corpo humano deste a sua concepção até à morte, logo aí veremos que os nossos problemas são bem pequenos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Os fariseus ressuscitam todos os dias

a maioria das denúncias que estão a ser feitas sobre os abusos sexuais nos Estados Unidos, na Australia, na Irlanda, na América Latina e alguns noutras partes do mundo (um ou outro até bem próximos de nós), remontam há 70 e 80 anos e, obviamente, outros casos mais recentes. Tudo bem quanto ao crime hediondo que representam estes casos. Justiça com todos eles, porque deixam cicatrizes para sempre nas vítimas e nunca mais serão pessoas verdadeiramente saudáveis, pois, por causa disso, carregarão o sofrimento para toda a vida. Porém, muitas destas situações estão a ser bem aproveitadas para que os anticlericais primários e os desencantados ou amargurados da vida, cuspam o seu ódio doentio e a sua vingança rasca sobre a Igreja Católica e, particularmente, os sacerdotes. Mas, convém não esquecer o muito que faz a Igreja Católica e, particularmente, os padres, religiosos e religiosas que por esse mundo fora salvam todos os dias crianças, idosos e tantos excluídos do sistema louco capitalista que inventamos (produzir, consumir e descartar), tudo à conta de mais pobreza e exclusão social. São milhões de pessoas que a Igreja em todo o mundo salva da fome, trata as feridas dos doentes, visita os abandonados, consola os idosos e acolhe a imensa multidão de crianças descartadas pela maldade de pais irresponsáveis e da indiferença das sociedades. Com frequência à conta disso são assassinados religiosos e religiosas, mas para noticiar tais acontecimentos parece faltar papel e tinta aos jornalistas. Os sacerdotes nenhum é herói, nem todos são psicopatas neuróticos. São homens simples, humanos, que procuram seguir Jesus e servir os outros com muitas imperfeições, pobreza e fragilidades, mas neles existe também beleza e bondade como em todos os seres humanos. Gosto de ver o todo e não apenas as caricaturas distorcidas. Por isso, prefiro mais indicar pessoas sérias e honestas do que andar à caça de pecadores para os indicar e julgar. Não sou fariseu. 

Golpe do clericalismo contra o Papa Francisco

ao ataque. Uma missiva memorial demolidora que diz mais do mensageiro do que do destinatário. É disso que se trata o que a ala anacrónica da Igreja Católica está a fazer contra o Papa Francisco. (Digo "anacrónica" e não "conservadora" como se convencionou dizer para designar aqueles que mantêm atitudes e pronunciamentos contra as reformas do Papa Francisco, porque conservadores devemos ser todos daquilo que é importante conservar, mas o que já não serve ou saiu da actualidade e contexto tem de ser deitado para o lixo, desejar manter a destempo normas, costumes e a vida fora da realidade que corre, é anacrónico). É aproveitamento indecente, lançar-se uma carta memorial cheia de imprecisões (liga a homossexualidade na Igreja aos abusos sexuais) e vinda de uma figura ressabiada - Arcebispo Carlo Maria Viganò - por ter sido demitido dos cargos que tem exercido nos últimos anos, por inabilidade e incompetência. Serviu-se deste momento dramático de "vergonha e dor" como tem dito o Papa, face às denúncias dos abusos contra menores por clérigos e após a visita do Papa à Irlanda, lugar de impacto dos abusos e sintomático de contestação contra a Igreja e a pessoa do Papa, para manifestar o seu desencanto e do grupo que o acompanha para gerar ainda mais angústia e confusão. Não pode merecer muito crédito nem muito menos dar-se a devida importância um gesto deste teor, tendo em conta ser um claro aproveitamento, um relançar da guerra contra as reformas de Francisco e gerar ainda mais confusão na lama em que caminha toda a Igreja Católica neste momento histórico. Enfim, sinais dos tempos, que merecem atenção, serenidade e paz, para que a reflexão não esteja minada nem condicionada por ambição de poder, como parece ser o mote dos anacrónicos. Rezemos pelo Papa como insistentemente nos pede, para que mantenha força e saúde firmes no caminho das reformas contra o clericanismo, para que conduzam a Igreja ao porto seguro da credibilidade e da autoridade para continuar a sua missão a favor do bem da humanidade inteira. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Também temos de fazer higiene mental

a nossa saúde física é muito importante. Mas a nossa saúde mental ainda mais. Por isso, nessa labuta diária da higiene pela saúde física, mais ainda labuto incansavelmente pela minha higiene mental, não permitindo que me suje mentalmente o lixo que alguns intentam jogar por aí. Faço minhas as palavras do Papa Francisco a propósito da sanidade mental: "Quando me apercebo de resistências, tento dialogar, quando o diálogo é possível; mas algumas resistências vêm de pessoas que acreditam que têm a verdadeira doutrina e te acusam de ser herege. Quando nessas pessoas, pelo que dizem ou escrevem, não encontro bondade espiritual, simplesmente rezo por elas. Sinto desconforto, mas não me fixo nesse sentimento por uma questão de higiene mental”, assinalou, numa conversa com jesuítas do Chile, em janeiro passado e publicada na revista "Civiltà Cattolica". Acrescentou: “Eu sei quem eles são, conheço os grupos, mas não os leio, simplesmente, por causa da minha saúde mental. Se há algo muito sério, sou informado para que tenha conhecimento. Vocês conhecem-nos… É desagradável, mas temos de seguir em frente”. O Papa está em paz e não perde o seu precioso tempo com ninharias! - Eu também...

As noites escuras da alma

são muitas as noites da vida. Há as noites que sucedem aos dias ou ao contrário as que os dias sucedem às noites. Com estas noites vivemos, com estas noites nos entendemos. Piores serão as noites que não entendemos ou não compreendemos porque nos mergulham na imensidão inatingível do mistério da existência. A noite da solidão. A noite da indiferença. A noite da vingança. A noite do ódio. A noite da violência. A noite da insensibilidade quanto ao bem de todos nós. A noite escura da alma sem lugar e vez no lugar da vida. A noite que fez perder o chão por causa do sofrimento e da morte, porque faltou a esperança na libertação e na eternidade. A noite que se faz noite em tantos corações se faltar atenção, um olhar, um sorriso, uma palavra amiga que aqueça o coração gelado pela angústia. A noite que nos comanda os passos tantas vezes quando falta a inteligência, a criatividade, a coragem para dar a volta aos azares e retomar todos os dias a vida com a luz da esperança de que amanhã nunca pode ser pior do que hoje. Por isso, jamais, em nenhuma circunstância, tomemos um remédio para dormir e um relaxante na mesma noite. Se nada o impedir beba-se um copo de vinho tinto, do bom, claro!

sábado, 25 de agosto de 2018

Somos as opções que fazemos

as vida faz-se com opções e nós passaremos a estar naquilo que optamos. Neste âmbito o mundo faz-se com gente que opta pelo poder com vontade de mandar, o dinheiro para consumir desenfreadamente em bens efémeros, a fama para que sejam vistos e falados. As opções por tudo o que está fora de si sempre foram bem atractivas para ser grande e importante. Esta é uma parte da humanidade. Mas creio que haverá outra grande parte que opta pelo respeito pelos outros, pela consciência do bem comum, pela justiça e por todos os valores que conduzem à felicidade duradoira. Assim, seguramente teremos um grupo prisioneiro da lógica do mundo, que faz das prioridades exclusivas os bens materiais, a ambição e a glória. A outra parte, provavelmente, alimenta-se do dom da vida e faz o caminho na lógica do amor. Procuremos neste dia fazer um exame de consciência e reconheçamos com coragem para onde inclinamos as nossas opções, se para umas, mais de acordo com a contingência efémera deste mundo, vamos a tempo de arrepiar caminho, se para as outras, procuremos aperfeiçoa-las, porque o edifício do amor está sempre inacabado. 

Carta aberta sobre a Capela das Babosas

Exmo Senhor 
Presidente do Governo Regional da Madeira Miguel Albuquerque,
Escrevo-lhe nestes dias estivais de retempero de férias. 
Obviamente que esta informação sobre férias não lhe interessa nada, muito mais lhe será inútil o que anda a fazer cada um nas suas férias. Só partilho consigo este intróito porque, suponho, que Va. Exa. já teve oportunidade de fazer as suas férias e que provavelmente estará de regresso ao trabalho por estes dias. 
Antes de Va. Exa. partir deixou-nos com a notícia de que o Governo Regional, pretende custear na totalidade a reconstrução da Capela das Babosas, na freguesia do Monte e que até ao final do ano corrente se iniciarão as obras. Serão cerca de 400 mil Euros. Uma pipa de massa para um imóvel que não se vê qual a sua necessidade pastoral nos tempos que correm e mais ainda se nos recordamos dos tempos apertados da austeridade, que entre nós não parecem dar-nos tréguas.
Fundamentaram que a construção desta capela é uma aspiração e desejo da população da freguesia do Monte. Tenho dúvidas que assim seja? - Contudo, nada mais fácil de justificar, não se fazendo esta obra, tendo em conta as graves necessidades que existirão noutros domínios, por exemplo, saúde e educação. E a Igreja do Monte que acusa graves necessidades de restauro? O que pensará a chamada população do Monte sobre a sua/nossa emblemática Igreja de Nossa Senhora do Monte?
Os tempos que correm impõem uma grave e criteriosa gestão dos bens públicos, o Senhor sabe disso melhor do que eu. 
A capela das Babosas até ao momento do aluvião, que a ceifou cerce em 2010, servia de capela mortuária quase exclusivamente. Se a necessidade que apresentam para erigir a capela neste momento é essa das cerimónias fúnebres, é preciso lembrar que a Câmara Municipal do Funchal resolveu o problema com a construção de uma capela mortuária nova de raiz junto ao cemitério do Monte e que está a funcionar em pleno. Por aqui, se vê mais uma razão para inutilidade de se reconstruir a capela das Babosas, só por causa da "baboseira" de alguns ou então só para que se faça mais um mausoléu inútil para degradar-se com o passar do tempo. E como são tantos nesta terra que nos agoniam imenso para os manter, que foram custeados "naquele tempo" pelo Governo Regional sem qualquer critério e sem freio nenhum quanto aos valores investidos em cada um. Uma desgraça que ajudou a sangrar ainda mais o pobre povo madeirense. 
Assim sendo, pode ficar a ideia de que se vai fazer outra vez uma capela sem critério nenhum e sem necessidade pastoral absolutamente nenhuma, para pretexto de mais uma festa de inauguração com pompa e circunstância com fins eleitorais. Esta política para encher egos leva-nos ao porto seguro da banca rota e não haverá nenhuma capela ou Santa ou Santo que nos valha. 
Acredito que não estou sozinho nesta consciência. Muitos mais haverá que pensam assim e como que me imploram que exponha este meu pedido.

Desejo-lhe um bom regresso ao trabalho, mas que pelo meio da montanha de assuntos que terá para resolver pense um pouco neste para reconsiderar e arrepiar caminho. Porque, quanto a capelas, é dito antigo na Madeira: "capelas, fogo com elas". Sr. Presidente, este dito inflamado não encaixa só e unicamente às capelas religiosas...

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A inteligência e a bondade

a inteligência e a bondade devem caminhar juntas. Inteligência sem bondade, resulta numa cegueira sem discernimento que conduz à desumanidade. Bondade sem inteligência, como diz Rubina Sequeira, pode ser "tantas vezes confundida com ingenuidade e debilidade metal..." Tudo tão estúpido! Do mesmo modo, os chamados de "pobres de espírito", continua a advogada Rubina Sequeira, "tendem a multiplicar-se e a agravar todos os outros problemas sociais". Resulta que inteligência sem bondade e vice versa, envenenam as pessoas com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios... E tudo o que se revela como sinal da perversão mental. A devida ponderação com inteligência e com bondade, aferem as atitudes para a devida proporção das coisas e um texto bíblico lembra que o cuidado naquilo que somos e fazemos é sempre um bom caminho: "o cão volta ao seu vómito" (2 Pe 2,12). Nisto da arte da existência, pode imperar a bondade cheia de inteligência e por sua vez a inteligência guiada pela riqueza da bondade, cumpre-se o que ensina São Paulo: "examinai tudo, guardai o que é bom" (1Ts 5,21). É da beleza do mundo e da nossa felicidade que tudo isto se trata, devíamos por isso estarmos atentos. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A vida e a carreira

o mais importante de nós é a nossa vida. Muitos há que trocam o seu lar, a sua família, os seus filhos pela carreira. Deixam de viver para se tornarem alpinistas escravos da honra, da fama, do bom nome, do salário chorudo. Por este caminho concentram-se totalmente no jogo de subir na carreira. Uma felicidade efémera que se esfumará ao mínimo descuido ou à mínima escorregadela. A vida exterior é um vazo de barro que facilmente se parte. No fim até terão dinheiro, nome sonante e o mundo inteiro aos seus pés. Deve ser gostoso aparentemente. Mas doloroso quando cair em si e perceber que afinal à conta do alpinismo social e profissional perdeu a vida. Por isso, não se gaste tanto no que está fora, mas empenhe-se com todas as suas energias e forças naquilo que faz embelezar a vida, garantindo-se assim um futuro risonho para si e para os seus. 

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A língua não tem osso

a nossa língua é um órgão tão importante e tão sublime, porque fala, comunica, diz o bem, o perdão, o amor e tudo o que é belo na arte extraordinária da comunicação. Porém, diz também o mal, a mentira, a falsidade, a maledicência, a traição, o insulto e tudo o que humilha os outros, a natureza, a vida. Não é por acaso que a "bomba" mais destrutiva do universo são as murmurações. Mas que importa isso se o mais importante e o que prevalecerá será a liberdade de dizer bem e de dizer mal. Tudo o resto é conversa de sacha e como diz a desprendida linguagem popular, "a língua não tem osso". Sobre a conversa da murmuração - a fofoca como dizem os nossos irmãos brasileiros e nós madeirenses a bilhardice  - que faz sofrer muita gente ainda desnecessariamente, dar-lhe importância é perda de energias e de tempo, porque ensina o poeta (Ary dos Santos): "falem, digam bem ou digam mal, mas falem"! É isso mesmo. O caminho é para diante, águas paradas morrem e depois fedem. 

Tributo ao (nosso) Funchal

quando a cidade do Funchal cabe dentro da minha mão sinto avenidas, ruas, becos e travessas... É a minha cidade. A cidade sem donos, porque é a nossa cidade sem muros e cercas que delimitam os movimentos e a liberdade. A nossa cidade devia estar sempre limpa, só porque é nossa, é de todos. O que é de todos não se conspurca, não se suja para não enojar ninguém. A cidade é um espaço livre por onde circulam sonhos, paz, convívio fraterno, mas também tristezas, canseiras, as dores dos insucessos que se impuseram à conta dos limites que a natureza humana carrega. A cidade é o lugar do pulsar da vida. Nunca pode estar coarctada a passagem de todos com esplanadas desregradas, passeios desnivelados e ruas ondulantes ou esburacadas. A cidade é o terreiro da comunidade dos seus cidadãos e dos seus visitantes esporádicos. A cidade do Funchal é vida, a nossa vida. A cidade do Funchal é o meu coração que bate ao ritmo do que sou e dos passos que dou. Não me privem de ver e sentir na cidade do Funchal pessoas, jardins com flores variadas e árvores que ladeiam as ruas, as praças e todas as vias que irrigam com o suco da existência o coração da minha/nossa cidade. Parabéns Funchal. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A espiritualidade e a humanidade

não há espiritualidade sem humanidade. Pode um ateu ou agnóstico ser profundamente humano, cumprir escrupulosamente os seus deveres de cidadão, viver a solidariedade de forma irrepreensível e reconhecer os outros como seus semelhantes que deve respeitar e amar. Ninguém nega isto. Tão óbvio e tão assumido por tantas pessoas nos nossos tempos. Mas, vamos aos que assumem a vida numa dimensão da espiritualidade ou a preenche com a prática religiosa. Assim, é claramente aceitável uma pessoa que recuse a espiritualidade sem deixar de viver a sua dimensão radicalmente humana. Porém, é impossível de aceitar uma pessoa que não conceba a sua vida fora da espiritualidade e ser desumana ou viver de forma que recuse a prática humana no seu dia a dia. Quanto mais espiritual mais humano. Se não for assim, a espiritualidade não passará de um espiritualismo desencarnado, fora do mundo e da vida concreta. Na humanidade supõe-se a espiritualidade. À espiritualidade nunca pode faltar a humanidade, caso contrário, morreremos na praia do fundamentalismo patético e inútil. 

domingo, 19 de agosto de 2018

Valorizar a liberdade e autonomia das pessoas

o que mais surpreende nas Sagradas Escrituras, é que para a fé não é o ateísmo o mais perigoso, mas o medo e a falta de coragem. A realidade não nos desmente estão constatação. Pode ser que a obsessão pela diabolização do relativismo, seja uma forma de desviar as atenções e revele o quanto há de medo de tomar medidas corajosas que venham dar resposta aos desafios colocados à Igreja. Pode ser também apenas um subterfúgio para esconder uma condenação severa contra o pensamento actual. Os cristãos cresceram na fé e estão muito mais esclarecidos quanto às questões religiosas. Os homens de hoje autonomizaram-se quanto à fé e à religião, exigem mais qualidade nas celebrações e intervêm na vida da Igreja com responsabilidade e sinceridade. Por isso, sonham com uma Igreja mais fraterna, onde a conversão não seja só para os leigos mas para todos. No fundo, não serve de nada uma Igreja de cristãos pobres e ignorantes. Não se pode temer a democracia e as liberdades modernas.

sábado, 18 de agosto de 2018

A necessária alegria da novidade

"Deus é sempre novidade" (Papa Francisco). Os lugares seguros do comodismo, os da indiferença, do torpor, do abatimento e da depressão, têm todos justificações nada simpáticas: o individualismo cego; o espiritualismo desfigurado; o confinamento em mundos pequenos onde a regra primeira é o egoísmo; a dependência que passa por cima de todos e faz reinar no mundo o pequeno grupo dos dominadores sobre uma porção enorme de dominados, humilhados, desprezados e excluídos; a instalação sobre a cama da honra mesmo que esteja esquecida a dignidade da maioria; a repetição de esquemas preestabelecidos tantas vezes anacrónicos que não encontram sentido na vida concreta do tempo histórico que passa; o dogmatismo zarolho que não vê a multiplicidade das cores da vida e a sua diversidade; a nostalgia do eldorado do passado para fazer valer o pessimismo contra a surpreendente riqueza que cada tempo presente oferece; refúgio nas normas para que seja imposto o pensamento único e a formatura da existência afunilada nas elucubrações pessoais para satisfazer manias. Conclusão, nada da vida pode ser escravidão. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Abusos contra menores são intoleráveis

horror. Hediondo. Inacreditável. Vergonha... Todas as palavras de indignação serão poucas para qualificar os crimes de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica.  Mais casos foram apurados por um grande júri no estado da Pensilvânia, nos EUA, que recolheu ao longo de dois anos de investigação, o que agora conta num relatório de 1400 páginas. No total, ao longo de sete décadas, foram 301 os padres católicos envolvidos em abusos sexuais de menores, com o número de vítimas a chegar aos mil. Em causa estão seis das oito dioceses deste estado (nas outras já tinha havido investigações), que representam 1,7 milhões de católicos. Li algumas coisas do relatório, parei, porque me enojou. Intolerável esta catástrofe que brada aos céus e que devia exigir uma reflexão urgente sobre a forma como a Igreja tantas vezes se torna ninho de pedófilos e de doentes metais sexualmente depravados. É preciso e é urgente uma transparência universal nesta matéria, punir todos os padres abusadores e por arrasto todos os bispos que andaram a protegê-los enviando para debaixo do tapete as suas perversões. Por isso, é inaceitável a perseguição que é movida contra os padres heterossexuais, tolerando com duplicidade de critérios apenas os gays e mais grave ainda os abusadores. Digam o que disserem, mas o celibato precisa de um debate urgente em toda a Igreja, para que estas manchas negras deixem de sujar a Igreja inteira e escandalizar o povo simples de Deus. Fora disto tudo o que façam, medida assim ou assado, não passa de remendo sem consequência. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O desafio da inteligência artificial

quando o rei Midas pediu a Dionísio poderes para transformar em ouro tudo o que tocasse, enganou-se em alguns detalhes essenciais e percebeu isso quando tocou na sua filha e ela se transformou numa estátua de metal doirado. Pode ser que venha acontecer o mesmo com a "inteligência artificial". Este é um eldorado para muita gente, uma preocupação para outros e para mais alguns um mundo novo cheio de oportunidades, mas também muita inquietação. Não será de todo considerar que mal conduzidas as oportunidades da "inteligência artificial", venham a considerar o "ser humano obsoleto". É o que pensa numa entrevista ao El País, Max Tegmark: "Há uma grande pressão económica para tornar os seres humanos obsoletos". Há entre os cientistas a motivação da curiosidade, para ver como funciona, facto que existiu em todas outras invenções, que serviram para o bem a humanidade, mas tantas outras que a conduziram ao mal, à desgraça. Por isso alerta e denuncia o professor o seguinte baseando-se no contexto da invenção das armas atómicas: "Conseguimos construir armas atómicas porque havia gente com curiosidade por saber como os núcleos atómicos funcionavam. E depois de inventa-las, muitos daqueles cientistas desejaram não tê-las feito, mas já era tarde demais, porque àquela altura já havia outros interesses controlando aquele conhecimento". Dá que pensar. 

Nossa Senhora do Monte

dia da Assunção de Maria. Entre nós Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira. O dia de hoje ficou marcado a partir do ano transacto, pela queda de uma árvore que ceifou a vida a 13 pessoas, fez 52 feridos e deixou-nos todos mais uma fez perplexos perante o inexplicável que este mundo tem. Uma tragédia que acontece precisamente no momento da celebração da Eucaristia da festa, minutos antes de passar por aquele chão, a imagem de Nossa Senhora do Monte sobre o andor. Enfim, a tragédia desta vida que não escolhe pessoas nem momentos para suceder, até mesmo nas ocasiões mais sagradas, de fé, de amizade e de fraternidade festivas. Tudo e qualquer momento pode estar sujeito à tragédia que sempre acompanhou a história da humanidade. Quanto à queda da árvore do Monte o ano passado, importa voltar a celebrar o mistério da vida, que Maria de Nazaré acolheu na sua Maternidade. Que o seu aconchego de Mãe possa guardar eternamente na paz e na felicidade divinas as vítimas de ontem e as destes dias, porque a tragédia é tão quotidiana como o pão que nos alimenta o corpo todos os dias. Uma vez mais que o sentido deste dia nos renove o compromisso com a vida, particularmente com a dos mais pobres e com as vítimas das injustiças. Neste âmbito acolhamos o testemunho da alegria de Maria, pelo dom da salvação, porque o futuro da História está na linha das vítimas, do pobre e do oprimido. É esta linha que Deus traça e nos convoca para sermos instrumentos de libertação contra todas as formas de opressão que este mundo teima em fazer valor. Nossa Senhora "cantou" isso é nos encantou com a felicidade da sua prática. 

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Um pensamento da sabedoria árabe

a sabedoria árabe é muito interessante e rica. Está manchada bastante no nosso tempo pelo fundamentalismo islâmico e pelo consequente terrorismo. Alguns grupos radicais, fazendo mau uso da lei islâmica e dos ensinamentos de Maomé, têm levado a cabo uma verdadeira guerra contra o mundo inteiro. Isso tem feito muito mal a toda a humanidade, tem posto em polvorosa muitas nações e feito a vida num inferno a várias sociedades em todo o mundo. Obviamente, que tais "cruzadas" terroristas têm manchado muito negativamente a religião islâmica e a sua riquíssima cultura. Coisas deste mundo que não se devem descorar, pelo contrário, devem as sociedades organizar-se no sentido de procurarem todas as formas e caminhos para que os terroristas sejam chamados à responsabilidade pelos seus actos tenebrosos contra o bem comum e o bem estar das nações. Aqui vos deixo da vasta e rica cultura árabe, como exemplo, um interessante provérbio que nos ajuda a viver e a lidar com os outros: "Aquele que não sabe e não sabe que sabe, é um tolo - evite-o. Aquele que não sabe e sabe que não sabe, é um estudioso - instrua-o. Aquele que sabe e não sabe que sabe, é um simples - acorde-o. Aquele que sabe e sabe que sabe, é um sensato - siga-o". 

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Pelos sinais é que vemos e vamos

quero ver o bem e a verdade nos sinais do mundo, mesmo que ténues e anónimos, mas deve ser bom que vejamos o esforço constante de tanta gente que expressa a melhor vontade em que tudo concorra para a libertação e a justiça, na promoção do bem comum, para que essa verdade nos revele o rosto da criança sorridente que há em cada canto do mundo. Nisso, é bom que tenhamos a sabedoria e a vontade de levar pelo mundo a compaixão, a misericórdia e o acolhimento de toda a vida que radica em todas as criaturas do mundo e em todas as culturas que são sementeiras da Palavra que faz nobre toda a gente contra outra palavra que nos envergonha quando faz «grandes» apenas os poucos que se dizem eleitos ou privilegiados. Não fosse o coração de Deus o oceano imenso do amor infinito e universal! Que façamos da história que somos e que construímos uma riqueza de felicidade para nós e para os outros. 

domingo, 12 de agosto de 2018

O alimento material e o espiritual

se o alimento material se faz carne para manter o nosso corpo, Jesus faz-se alimento do céu, para manter-nos com vida em abundância, existência espiritual cheia de sentido, firme na esperança da vida em plenitude e eterna. Eis a felicidade que nos confere a descoberta de Jesus de Nazaré como «alimento». O cristão não deve temer nada e deve enfrentar toda a vida com a maior das liberdades. Porque viver toda uma vida cheio de medo e com desconfiança parece impossível, mas muitas vezes encontramos pessoas profundamente inquietas com o coração oprimido pelo medo do desgosto do passado que a fez sangrar e pelo desespero em relação ao futuro. Em cada sinal de partilha, Deus manifesta a Sua presença solidária. O acontecer de Deus está em todos os sinais onde o amor escorre. Daí Jesus se apresentar como "pão da vida", alimento que se enforma no coração, para ser vida que corre pelas atitudes e palavras que dizemos uns aos outros. Daqui deriva o gesto mais nobre do ser cristão, levantar do chão quem caiu à beira do caminho, vergado ao sofrimento da solidão, da depressão, do desemprego, da incompreensão e da desgraça da pobreza que faz tantas vítimas. Sejamos religião libertadora contra todas as formas de opressão que grassam neste nosso mundo. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Semear para colher os frutos do amor

tudo é possível àquele que ama. Já o tinha o dito Santo Agostinho, "ama e faz o que quiseres". Por este mesmo autor foi estabelecida a medida do amor que consiste em amar sem medida. O nosso Camilo Castelo Branco escreveu que "o amor é uma luz que não escurece a vida. Ninguém é pobre quando ama". Jesus estabeleceu no Evangelho o mandamento que interessa para aliviar o peso da vida: "Que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei" (São João). Em tudo isto não importa a quantidade, mas a qualidade. O desprendimento. A ausência de condições. O espírito  aberto para compreender e abrir o coração à diferença e à universalidade. O respeito e atenção pelas diferenças e pela diversidade. Enfim, para tudo entusiasmo positivo e sentido de humor para vencer o que for possível, integrar os insucessos. Sempre avançar com a vida toda inteira com esperança. O futuro é já amanhã e com o coração carregado de amor, na subida da vida, poderemos colher e dar a saborear os frutos do amor. 

São Lourenço

hoje é dia de S. Lourenço. Morreu no ano 258, quatro dias depois de outros quatro diáconos e o Papa Sisto II terem disso mortos. Era o administrador dos bens da Igreja de Roma e ocupava-se especialmente dos pobres. É o terceiro padroeiro de Roma, depois dos apóstolos Pedro e Paulo. Não há maior dádiva do que dar-se todo a uma causa. S. Lourenço é bem revelador dessa nobreza. O imperador inquiriu-o a propósito dos bens da Igreja, este pediu-lhe um tempo para averiguar sobre essas tais riquezas. São Lourenço reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte de enfermos, crianças e velhos. Anotou-lhes os nomes e pronunciou-os diante do Imperador, dizendo com coragem, esta é a riqueza da Igreja. Indignado, o governante condenou-o a um suplício especialmente cruel, amarrado sobre uma grelha, foi assado vivo e lentamente. O seu testemunho ganha hoje contornos de apelo muito forte a todos nós, pois provoca-nos para que busquemos não apenas uma singela partilha com quem mais precisa, a esmola, mas que lutemos para que os mais necessitados ganhem dignidade e possam encontrar oportunidades que lhes confiram a possibilidade de ganharem o pão com o seu trabalho. A pobreza existe e todos os que são vítimas dela, gritam por libertação. Que S. Lourenço nos ajude considera-los como a melhor riqueza, não no sentido do gosto pela miséria, mas no sentido de uma preferência para que de uma vez por todas a pobreza deixe de ser uma paisagem a nos perseguir permanentemente. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Nada impede o regresso da Primavera

neste ambiente trágico onde os incêndios florestais fazem a ordem do dia, recorri a um provérbio indiano que diz o seguinte: "Podemos cortar todas as flores, mas não podemos impedir o regresso da Primavera". Podemos extrapolar o âmbito do ciclo da natureza e descobrir tantas situações da vida onde se pode impedir uma coisa, mas a outra, o seu oposto sempre virão ao caminho da luz. Por exemplo, podem matar o denunciante da injustiça, mas a justiça vencerá sempre. Podem matar o sujeito do amor, mas o amor vai prevalecer sempre, porque o amor é fecundo. Podem matar a verdade com a mentira e a propaganda, mas se por dentro reinarem a incompetência e a malvadez, nada impedirá que a verdade se imponha por si mesma. Podem cercear o mensageiro, mas a mensagem se morrer será para germinar nas profundezas da alma. Podem fazer tudo o que entendam fazer com a violência, mas a paz e o bem vencerão sempre. A vida de todos pode falar por si, porque tantas vezes parece que fomos irremediavelmente vencidos, mas inesperadamente e muitas vezes não se sabendo como, brilha o gozo feliz da vitória. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

O poder das trevas

a fúria do poder das trevas, vai dominando o mundo. A instabilidade social está a par do fantasma de um futuro sem esperança. Não está fácil a vida. Os incêndios que nos assolam o corpo e a alma, garantem-nos como não têm medida os interesses mundanos e como se sobrepõem ao interesse comum nem muito menos se importam que alguém pobre indefeso perca os seus bens, sofra e morra. O poder das trevas é tenebroso e não tem qualquer freio que o segure e condicione, porque pela propaganda, propaga no tempo a falsidade, a mentira e o passa culpas para justificar a incompetência, a ganância e o desejo de se manter contra tudo e contra todos, mesmo que já nos tenha provado até à saciedade, não saiba fazer. A fúria do poder das trevas salta à vista, explora, persegue e humilha os cidadãos conduzindo-os à instabilidade social sem esperança no futuro. Não está fácil, mas não desistir deve alimentar o nosso sonho e alimentar toda a nossa ação a favor do bem, mesmo que isso nos gaste todas as forças e nos consuma a alma. 

Na direção da luz

não deve estar coarctada a ousadia de cada pessoa. Não pode ser dispensável a criatividade, a vontade de fazer o melhor para qualificar a vida e dar beleza ao mundo. Todos deviam encontrar espaços e tempo onde pudessem germinar tais dons. Deve cada pessoa mover-se pelo que pensa e pelo que deseja respeitando os outros tal como eles são, sem que tenha necessidade de prejudicar ninguém. Ninguém ligará se no meio da festa existir alguém que não saiba dançar, por isso, não nos fiquemos pelo comodismo do assento, levantemos-nos e dancemos. Sorrir nunca será demais, mesmo que tudo e todos andem pelos caminhos no meio das sombras. O som de uma palavra positiva faz o mundo rodar no sentido da luz e cada um de nós pode ser o eixo do mundo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Religião sem fraternidade

as teimosias religiosas prejudicam tanta coisa e tanta gente. Não agradam nem muito menos preenchem ninguém. Por isso é quase irritante, ver pessoas que desejam dar a conhecer e partilhar as suas visões ou experiências religiosas com os outros, mas nunca manifestam interesse algum para que receberem a partilha dos outros. Esta forma de religiosidade muito centrada na pessoa e nas suas convicções absolutas, não serve o caminho da paz e muito menos será inspiradora para a fraternidade.

domingo, 5 de agosto de 2018

Onde o amor está Deus não falta

descobre-se que são tantos os momentos em que Deus vem para a nossa vida. Em cada gesto amigo e fraterno, está o reflexo do amor de Deus. Em cada sinal de partilha, Deus manifesta a Sua presença solidária. O acontecer de Deus está em todos os sinais onde o amor escorre. Daí Jesus se apresentar como "pão da vida", alimento que se enforma no coração, para ser vida que escorre pelas atitudes e palavras que dizemos uns aos outros. Daqui deriva o gesto mais nobre do ser cristão, levantar do chão quem caiu à beira do caminho, vergado ao sofrimento da solidão, da depressão, do desemprego, da incompreensão e da desgraça da pobreza que faz tantas vítimas. 

sábado, 4 de agosto de 2018


04 Agosto de 2018 
Sou eu inerte 
perante o silêncio de Deus
simul fidel et infidel, 
ou antes pelo caminho da fé
que permito desfolhar
todo o segredo
da minha aridez interior,
que algumas vezes 
me extraviou do caminho. 

Porém, no fim estávamos nós
abraçados na sustentável  
leveza de um sorriso.
JLR

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A inteligência artificial

A inteligência artificial, trará à humanidade muitos benefícios, na mesma proporção que tantos outros avanços ao longo da história. Por exemplo, o aumento da capacidade de conhecimento vai permitir analisar com mais precisão problemas complexos; no campo laboral pode ser atribuído às máquinas as «tarefas mais chatas» e repetitivas, dando espaço para que o ser humano se dedique a outros afazeres mais aliciantes e criativos; vai melhorar os diversos domínios da comunicação, especialmente a tradução em todas as línguas em simultâneo dos discursos ou mensagens de qualquer parte do mundo… Tudo isto é previsível que venha acontecer entre tantas outras possibilidades. Mas, a outra face, é que segundo os especialistas a inteligência artificial pode trazer sérios problemas para a humanidade. No topo do rol, prevê-se uma redução drástica de postos de trabalho; em 2020, nos Estados Unidos, 47% dos trabalhos serão automatizados pela hipótese de que a revolução dos robôts faça o PIB subir, mas também traga o crescimento das desigualdades; no campo da defesa militar assusta saber que a produção de sistemas de armas completamente autónomas, com os chamados killer robots (robôs assassinos), podem retirar a presença humana do seu comando e da possibilidade do seu controle, diminuindo consequentemente (até anulá-la) a responsabilidade pessoal e alimentar a desumanização dos processos dos assassinatos, com consequências trágicas sobre a família humana. Tempos novos que despontam para o bem e para o mal. Afinal, nada de novo.

Controlar os impulsos

Uma pessoa que é boa em casa, mas fora de casa é irascível com todos e com tudo não é boa pessoa. Muito menos será boa pessoa, se for boa com toda a gente fora de casa, mas dentro de casa não há quem a aguente. Uma pessoa para ser boa pessoa terá que manifestar bondade dentro e fora de casa, sem que nalguns momentos ou até nalguns dias atravesse fases menos boas. Porque ninguém é perfeito e cada pessoa é de acordo com as suas circunstâncias. Nada de novo e de extraordinário o que estou a dizer, apenas a lembrar para nos fazer reflectir. Uma boa pessoa controla-se e procurar dominar os impulsos. Neste sentido, boas pessoas são aquelas que são solidárias quando os outros precisam, independentemente daquilo que eles são; perdoam sem nada em troca; acolhem incondicionalmente e procuram estender a mão até ao coração do outro enchendo-o de humanidade e de beleza. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Não é o caminho são os caminhos

há muitos caminhos, há muitas possibilidades, tantas quanto é enorme o mistério de Deus e que envolve cada homem e cada mulher nas suas circunstâncias. A minha designação aponta-me para Deus e isso chega... São João ensina e com isso "manda" acreditarmos que Deus é amor. O poeta libanês, autor de "O Profeta", completa o ensinamento: "Quando o amor vier ter convosco, / Seguros embora os seus caminhos sejam árduos e sinuosos. / E quando as suas asas vos envolverem, abraçai-o, embora a espada oculta sob as asas vos possa ferir. / E quando ele falar convosco, acreditai, / Embora a sua voz possa abalar os vossos sonhos como o vento do norte devasta o jardim". Parece fácil, mas nem sempre é. Mesmo assim, tentemos sempre...

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A diversidade é a maior riqueza

todos iguais, todos diferentes. Nada é mais bonito que esta riqueza que faz a humanidade. Todos iguais nos direitos e nos deveres, na dignidade universal que deve fazer parte da condição do ser pessoa e iguais ainda na assunção das oportunidades que a sociedade que somos deve proporcionar a todos. Todos diferentes em tantas outras coisas. Na forma de ser, no pensar, no agir, nos ritmos, na sensibilidade, nos gostos, nas opções, na criatividade e em imensas dimensões e aspectos que fazem o que somos como humanidade. Não pode isto ser uma tragédia, não, antes uma pérola… Nada é mais interessante do que apreciar, louvar e acolher esta riqueza. Assim, nós damos graças a Deus por fazermos parte deste tesouro. Por termos tomado esta existência com tal diversidade, que deve ser motivo de orgulho, de vaidade porque no quadro enorme da criação, fomos nós os seres eleitos para estarem aí nos píncaros da natureza. Capazes de inteligência e de um espírito misterioso que nos faz todos iguais, mas também todos diferentes. Sabermos conjugar todas essas diferenças com todo o respeito e com espírito alegre, porque tais nuances podem fazer com que o nosso mundo se torne ainda mais belo se for devidamente posto em prática sem que ninguém seja ferido.