Escrever nas estrelas
As várias questões que nos assolam todos os dias, sinal da derrota e
incompetência que nos persegue ao mesmo tempo, merecem clareza na análise e
firmeza numa luta concreta a encetar todos os dias.
A questões da pobreza, a falta de emprego, as necessárias condições de
habitação, a saúde e educação, a violência familiar (vulgo violência
doméstica), a emigração massiva, estão a tornar impossível a vida das
populações em todo o mundo. Entre nós não fugimos esta a regra e sofremos com
as suas consequências. Não devem ser as declarações de céu azul que alguns dos
nossos governantes proclamam, a garantir que afinal a vida está melhor e que se
vive muito melhor hoje ao contrário de nenhum outro momento da história da
humanidade.
Também não vale que nos falem destes assuntos no meio de um aparato
bíblico, teológico e filosófico, e, no caso, da Igreja Católica, em manancial de
citações de documentos eclesiásticos. Não está provado, que tais questões pintadas
com letras religiosas ou bíblicas se tornem doces ou vistosas porque têm cores
que agradam a vista.
Este procedimento, longe de esclarecer, obscurece as problemáticas e não
lhes dá o devido valor no contexto da história que estamos a construir e a
viver no presente. Os textos cheios de citações que justificam posturas
tradicionalistas, disfarçam incompetências, justificam más opções ou adiam
soluções, não permitem que tenhamos uma visão integral dos problemas e muito
menos suscitam a criatividade, abertura à novidade que se espera que venham
responder aos desafios sempre novos colocados à humanidade de cada tempo.
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