Escrever
nas estrelas
A violência nunca foi solução para os
problemas, estamos a viver um tempo cheio de apreensão e de muita perplexidade.
Por isso, se houver necessidade de estar ao lado de alguma das partes das
guerras em geral, é do lado das vítimas.
O professor Eduardo Lourenço disse uma
vez falando da guerra, julgo que seria sobre a guerra do Iraque, que «os olhos
de Ezequiel cegaram», diremos nós, que estão cegos os olhos dos que promovem a
guerra e que ainda mais cegos estão os olhos cheios de lágrimas das vítimas
inocentes que não mereciam tamanha violência sobre as suas cabeças.
Nós, devemos pertencer à estirpe dos
profetas, porque não acreditamos em nenhuma guerra, que normalmente assenta nos
interesses sectários, partidários e mercantilistas.
Os filhos de Deus em muitas partes do
mundo vivem momentos difíceis, porque a eficácia da oração e a fé parecem
sofrer um duro revés, perante a teimosia da guerra e a vontade de resolver-se
conflitos com base nas armas. A guerra e os belicistas, só aparentemente, vencem,
porque a capacidade destrutiva das armas, desarma qualquer argumento. Porém, os
filhos de Deus continuam a acreditar que a paciência do diálogo, a
disponibilidade para o perdão e a tolerância perante as convicções de cad
apessoa, são os caminhos melhores para a construção do mundo.
Perante o ruído da guerra, o que pensar
e o que fazer? – Não permitir que os olhos nos ceguem. O sonho da paz continua
cada vez mais vivo. A fé emerge cada vez com mais vida do fundo do coração e
transforma os escombros em terra fértil que reanima o sonho da paz, mesmo que
os senhores da guerra o considerem uma utopia ingénua.
A contra informação e a sua consequente
manipulação levada a cabo pelos meios de comunicação são também um facto muito
cruel das guerras actuais. As vítimas são usadas exaustivamente pelas partes
guerreiras. Este veneno ou a chamada guerra paralela da informação pode
cegar-nos o espírito e a qualquer momento podemos estar ao lado da violência.
A nós, filhos da paz, que choramos o
sofrimento das vítimas, fica-nos a esperança de que o sonho da paz, mesmo que
seja utopia, se reacende ainda com mais força e que a oração em nenhum momento deve
deixar de ser alimento que comanda a vida, mesmo que todo o céu desabe sobre as
nossas cabeças.
Por fim, devemos saber
que o sonho comanda a vida e que a vida sem sonho não tem sentido nenhum. Não nos
deixemos cegar por nada deste mundo contra o tesouro o sonho e o desejo da paz
entre todos os povos.
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