é
importante algumas vezes aferirmos o nosso coração e a nossa fé quanto à
identidade de Cristo. Porque há muita religião sem Cristo e muitos cristos sem
religião. Conjugar o equilíbrio e o verdadeiro sentido das coisas nem sempre é
tarefa fácil. Mas, vamos ensaiar sugerir alguns elementos que nos ajudem como
podemos aferir a nossa relação com Cristo. Há um autor que não lembro o nome
disse que é importante que as pessoas que encontramos no caminho tragam algo de
bom para nós, mas levem também de nós o melhor que possamos dar. Um dia alguém
perguntou a Santa Madre Teresa de Calcutá, porque ajudava todas as pessoas sem
descriminar ninguém, contam-nos que ela segurou nas mãos uma bebé, levantou
quanto podiam as suas forças e olhando fixamente a criança, afirmou que o
fazia, porque no rosto de cada pessoa via o rosto de Cristo. Vou contar um o
episódio referido numa das luminosas passagens pelo nosso país do bispo Hélder
Câmara - profeta gigante do século passado - que no Brasil dedicava toda a sua
ação pastoral aos mais pobres e desafortunados. Ele não temendo as
consequências, falava a favor dos mais fracos e apontava para onde estavam os
responsáveis das gritantes injustiças. Contou o bispo Hélder Câmara, que um
sacerdote inquietava-se, quase que podemos dizer que sofria, com a passagem do
Evangelho onde está o relato dos Discípulos de Emaús, onde está que os
discípulos não reconhecem o Senhor. O sacerdote passava horas e horas em
profundas meditações sobre este episódio e não compreendia como seria possível,
que os discípulos depois de estarem pelo menos três anos com o Senhor, não O
reconhecessem. Um dia quando estava nas suas profundas meditações, bate à porta
um pobre, interrompeu furibundo a sua interiorizada oração, abriu a porta com
violência e despacha de rompante e indelicadamente o pobre. Sorrindo o bispo,
remata o seguinte, não quer dizer que o frequente manuseamento do Evangelho
indique imediatamente onde está o conhecimento de Cristo. Certo é que se
confirma a passagem do Evangelho onde Cristo diz e pode servir para o
reconhecer com segurança: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos
mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).
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