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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Comentário à Missa do Próximo Domingo

05 de Julho 2009
Domingo XIV Tempo Comum – Ano B
Alegro-me nas minhas fraquezas
2 Cor 12, 7-10
O texto de São Paulo deste Domingo apresenta-se como um incentivo, uma esperança ou um consolo importante para enfrentar todas as consequências, quando tomamos a coragem de defender a verdade e até quando ousamos simplesmente opinar sobre alguma coisa que vá contra o pensamento único e dominante deste mundo. Não é nada fácil estar contra a corrente. Não nos deve calar nem sossegar a mentira que se torna verdade e a verdade que se torna mentira, para dominar e fazer prevalecer o poder de alguns.
Mas, São Paulo, adverte que aquilo que recebemos de Jesus Cristo não nos deve ensoberbecer. A simplicidade e a humildade face à missão que Deus nos concede realizar, deve ser exercida como um mandato de Deus. Por isso, perante as injustiças da vida devemos sem medo proclamar o bem para todos. Não devemos estar quietos enquanto a vida se resumir a viver por viver, porque as condições para tal são, o maior dos egoísmos, o individualismo e a soberba de alguns que tudo domina em detrimento do bem comum.
Tomar a sério a opção pela verdade e pela justiça que o Evangelho proclama arrasta muitos dissabores, que podem ser a calúnia, a vingança, a incompreensão, a prisão e até a morte. Mas, nada disso nos deve derrotar. Perante tais fraquezas, são Paulo diz, o seguinte: «Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte». Face a esta convicção não deve entrar o medo na nossa vida. Mas, a coragem para proclamar bem alto a maravilha do amor de Deus em favor da humanidade toda.
A coragem deve ser um valor que todos devem assumir, porque o nosso mundo precisa de gente corajosa na luta contra a guerra, isto é, precisa o mundo de um pacifismo militante contra a soberba dos poderosos que tudo querem dominar, esmagando os mais frágeis, os pobres da sociedade, que, afinal, às vezes lhes convém alimentar com migalhas.
O nosso tempo está anestesiado com festas, pão e todo o género de animação para se manter como que inebriado para nada reclamar e nada fazer contra tudo o que tem direito para ser gente a sério.
As fraquezas que a luta desta missão ou desta acção pela justiça, não devem falar mais alto, mas devem ser um incentivo, um impulso, porque deve a utopia do amor ser o alimento da nossa vida. Não devemos permitir que tais fraquezas nos dominem e nos deixem atrofiados. Parece contradição, mas o alimento de Deus, ajuda a tomar coragem e a enfrentar tudo o que seja contrário à beleza da vida. Por isso, cada um e cada qual pode fazer acção na sua família, no seu trabalho e em qualquer lugar do mundo, onde esteja presente, sem sombra de medo de represálias ou de vir a ficar mal. Vamos dizer alto e bom som que a força de Deus está aí, fazendo das fraquezas um alimento essencial para a luta da vida. Só deste modo seremos felizes. A felicidade é o maior bem que Deus dá para todos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Dia da Mamadeira

Hoje, dia 1 de Julho, é o dia da Região Autónoma da Madeira. Muitos têm razões para celebrar, de modo especial, os que tiveram engenho e arte de fazer da Madeira uma Mamadeira. Por isso, viva a Mamadeira do cimento armado, a do betão. A Mamadeira da construção desenfreada, ao abrigo das alterações dos planos directores (coisa que não se sabe o que é…) ao gosto de cada grupo económico. A Mamadeira para quem constrói a seu bel-prazer na orla costeira e em zonas protegidas ambientalmente. A Mamadeira para quem teve engenho e arte para sacar subsídios ao Governo Regional a torto e a direito, para fazer tudo e nada. A Mamadeira para os balúrdios que se gastou e gasta com o Jornal da Madeira, onde meia dúzia de senhores, receberam salários bem chorudos. A Mamadeira para o desporto profissional, para a compra de brasileiros, ao abrigo da imagem da Mamadeira lá fora. A Mamadeira para patrocinar programas televisivos e novelas de gosto duvidoso em nome do nosso turismo. A Mamadeira onde até a religião esqueceu a regra do Evangelho, «a César o que é de César, a Deus o que é de Deus», por isso, faltou-lhe visão profética e sentido de missão em favor de todo o povo. É com muita pena que se veja alguns dignitários da Igreja ao lado das figuras do poder político, quais acólitos submissos à autoridade, como se precisassem de tal atitude para sobreviver. A Mamadeira para quem se alimenta de pão e circo nesta terra onde o povo merecia melhor educação, melhor saúde e mais cultura. E como restava o vinho seco, a Mamadeira, até isso quer tirar ao povo, aos pobres. A maior parte das nossas tradições, a Mamadeira foi tirando, restava esta, a do vinho seco que alegrava o nosso povo, o fazia tão genuíno e o tornava tão fiel à máxima latina: «in vino veritas». Mas, a Mamadeira queria (não sei se conseguiu fazer uma ressalva para a lei do tabaco), mas para o vinho seco não interessa, porque é coisa de pobres (de povo), que não pode comprar whiskys de rótulos pretos e vinhos engarrafados lá fora pelas grandes companhias de vinhos. Mais uma para engrossar a lista longa que embeleza o jardim das delícias que é a nossa - nossa, vamos indo, quer dizer, de alguns - Mamadeira. E assim se dança o bailhinho da Mamadeira.