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sábado, 7 de agosto de 2010

Interligações

Nestes tempos difíceis que correm, urge fazer uma reevangelização que melhore esta sociedade sem fé e sem valores morais. Vai fazer-nos bem a lição deste inteligente agricultor.
Toda a gente ficava admirada e gostava de saber como um fazendeiro ganhava sempre o primeiro prémio no concurso «milho crescido». Certo dia, um jornalista, sabendo que o lavrador partilhava a boa semente do seu milho com os vizinhos, entrevistou-o. - Como pode você partilhar a sua semente com os vizinhos que concorrem também, todos os anos, competindo consigo? - Vai saber - respondeu o fazendeiro. O vento apanha o pólen do milho maduro e leva-o de campo em campo. Se os meus vizinhos cultivarem milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Se eu quero produzir milho bom, tenho que ajudar meus vizinhos a cultivar milho bom.
Este agricultor inteligente conhecia as interligações da vida. Para ter bom milho, seus vizinhos tinham de tê-lo também. Para melhorar o seu milho, tinha de ajudar os vizinhos a cultivarem também bom milho.
Há uma interligação, invisível mas real entre o que fazemos e o que fazem os outros. Entre o que os outros fazem e fazemos nós. Se queremos ser felizes, temos de ajudar os outros a serem felizes também, porque o bem-estar de uns depende do bem-estar dos outros. Se queremos viver em paz temos de ajudar os outros, começando pelos nossos vizinhos, a viverem em paz. Se queremos fortalecer a nossa fé, temos de fortalecer a fé dos outros. Se vivemos num mundo desesperado, temos de dar-lhe a semente da nossa esperança cristã. Se vivemos num mundo de ódio, de vingança, de terrorismo, temos de levar a esse mundo a semente do amor, como orava S. Francisco, para recriar um mundo mais feliz. Para ser feliz é preciso saber suportar, saber perder, saber sofrer, saber perdoar, saber amar.
Mário Salgueirinho
Nota da redacção: Serve também este texto para melhor assemelhar a Liturgia deste domingo. Bom domingo para todos.
Imagem: «Berdades da Boca P'ra Fora»

3 comentários:

M Teresa Góis disse...

Esta podia ser a fábula da contra-inveja. Na verdade, se ajudarmos a criar, a fazer um Mundo feliz, se tivermos pessoas felizes, é tão mais fácil a "polinização" da concórdia e da amizade. A partilha e a entreajuda com a disponibilidade, são sementes essenciais à Felicidade.
Óptimo fim de semana.

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís, nós os baptizados na Igreja Católis somos tão "vigaristas" como os outros que o não são. Porventura, até piores.Como é que um País 99% é católico tem 2 milhões de pobres.Os cristãos primitivos diferenciavam-se dos outros pelo sentido da partilha "Vede como eles se amam" Actos dos Apóstolos. Tudo era em comum , até que apareceu Ananias e a muilher e, para mal de nós, foram os nossos arquétipos. A partilha gorou-se com os apóstolo(a)s; estes últimos mentiram e parte do que vendiam ficava com eles e diziam que tinham dado tudo. O Mundo vive nessa insegurança, na mentira descarada dos que tudo têm em dinheiro , propriedades, poder politico e económico nada dividem querem é multiplicar.Por conseguinte, eis-nos com guerras,
fossos grandes entre ricos e pobres, desigualdades a todos os níveis. Há no mundo cerca de 823 miulhões de pessoas sem água potável e 2, 3 milhões sem saneamento básico (DN -Lisboa , dia 3 do corrente mês artigo do Dr.Mário Soares). Curiosamente, os países que abstiveram-se contra a água como um bem público, por conseguinte
,não privatizado, foram os EUA, Canadá e o Reino Unido.Países esses cristãos embora não totalmente católicos, mas de outras igrejas. Para que servir a tal evangelização. Tantos mártires para quê?!!!. Isto é tudo uma vergonha.Cada um quis seguinr o exemplo de Ananias e não seguiram os exemplos e ensimamentos dos Apóstolo(a)s.

laureana silva disse...

Padre José Luís,
Interessante este texto. Dá para meditar. Se um terço da humanidade fizesse como este agricultor, não teriamos tantos pobres, nem viviamos num mundo tão desigual.
Sem comentários...
A paz do senhor o acompanhe.
Maria